segunda-feira, 24 de junho de 2019

Me perdoe se você se ofendeu...


Me perdoe se você se ofendeu...
Me perdoe
Se – condição
Você – não eu
Isso não é arrependimento
Não existe precedente bíblico para esse tipo de retratação:
Me perdoe se...
Se você,
Assim condiciono meu suposto arrependimento
Que mais parece fazer média para me sair bem na situação
E ainda coloco a responsabilidade pela mesma
Nas mãos do outro, ainda que seja eu a precisar me arrepender.

Me perdoe se você...
Me desculpe se você...
Se machucou, se ofendeu, se sentiu mal, se sentiu...
E assim não me arrependo,
Não confesso nem reconheço o que fiz
Porque depende SE...
Porque é com o outro, não comigo....
Não há arrependimento
Como ensinado na Bíblia
Tristeza pelo erro,
Mudança de mentalidade
Mudança de atitude
Metanoia.

Por isso, é preciso rever nossos conceitos
Parar de nos dizermos bíblicos
Quando não o somos
Quando criamos nossos atalhos
Para nos eximir da responsabilidade
Por nossos erros.
Pecamos contra Deus
Pecamos contra o próximo.
Reconheçamos.
Chega de transferir a responsabilidade,
Chega de condicionar nossos pedidos de perdão.
Me perdoe, eu fiz....
Me perdoe, eu errei.
Me perdoe, eu...
E mudemos de atitude
Já que nos reconhecemos errados.
Caso contrário, é só um teatro
Para mantermos as aparências de nossa capa de santidade
Que esconde a podridão de nosso mau caráter, nossa hipocrisia.

Preocupemo-nos com as consequências de nossos atos no coração alheio
E mudemos.
Arrependamo-nos.
Chega de condicionar nosso pedido de perdão, de desculpas.
Chega de transferir ao outro nossas responsabilidades.
As Escrituras falam de arrependimento
Não de “Me perdoe se você...”

Angela Natel – 24/06/2019

domingo, 23 de junho de 2019

Quando a homilética vira idolatria

Se autodenomina conservador teológico mas prega de acordo com a própria cabeça, desprezando contexto e ferramentas exegéticas e hermenêuticas para a interpretação do texto bíblico.
Considera-se especialista no assunto por ter lido alguma coisa sobre ou assistido a um evento, ou escrito um texto a respeito.
Não, você não prega a Palavra de Deus.
Isso é exegese porca, hermenêutica imprestável.
Você põe palavras na boca de Deus.
Você se coloca no lugar de Deus.
Isso se chama idolatria.
Arrependa-se!

Angela Natel

Madonna - I Rise (Official Music Video) TIME MAGAZINE

sábado, 22 de junho de 2019

“Vocês são teólogos liberais?”



A pergunta que temos ouvido muito é: “Vocês são teólogos liberais?”
Provavelmente pela nossa irreverência, pelo nosso posicionamento político, pela nossa defesa à igreja inclusiva, e outras questões, surge na cabeça da galera a dúvida: “Mas esse pessoal aí é crente mesmo?” rsrsrs.
Bem, para responder a essa dúvida sincera de alguns, fizemos uma live explicando nosso posicionamento teológico sobre inerrância das escrituras. O link da live está nos comentários, caso você queira assistir, mas vou deixar aqui um resumo sobre a nossa relação com a bíblia.
Primeiro vamos entender o que é um teólogo liberal.
Teologia liberal (ou liberalismo teológico) foi um movimento teológico cuja produção se deu entre o final do século XVIII e o início do século XX. Relativizando a autoridade da Bíblia, o liberalismo teológico estabeleceu uma mescla da doutrina bíblica com a filosofia e as ciências da religião. Ainda hoje, um autor que não reconhece a autoridade final da Bíblia em termos de fé e doutrina é denominado, pelo protestantismo ortodoxo, de "teólogo liberal".
Eu particularmente conheço vários liberais teológicos que dão de 10 em muitos ortodoxos, por isso meu texto não é uma crítica a esse movimento.
Mas NÃO! Nós dos INADEQUADOS não somos liberais teológicos, e por incrível que pareça, teologicamente somos conservadores.
Eu sei que a palavra “conservador” causa até arrepios, visto o que muitos “conservadores” têm pregado por aí. Mas não podemos nivelar o termo por baixo, e sim ir na essência do que ele representa.
Primeiro é preciso dizer que conservadorismo é diferente de fundamentalismo, ok?!
O conservador TEOLÓGICO, conserva sua base de fé nas escrituras, já o fundamentalista tem seus fundamentos na tradição da religião fazendo uma leitura literal dos textos bíblicos.
Nós dos INADEQUADOS, dentro da nossa irreverência e zueira, prezamos por uma leitura CONSERVADORA e fiel das escrturas, tanto é, que se juntar os currículos de todos que produzem material para o nosso movimento, temos teólogos, exegetas, fluentes em grego, antropólogos, filósofos, psicólogos, advogados, sociólogos, entre outros.
Mas perceba, nosso conservadorismo é das escrituras, e não da interpretação que a maioria dos evangélicos fazem da tradução em português. Pois nós SABEMOS que as versões que temos em nossa língua, que chegaram até nós, foram boa parte delas mal traduzidas, e outra parte até manipulada pelos fundamentalistas que as traduziram.
Por isso prezamos MUITO por uma exegese e hermenêutica IMPECÁVEL (dentro do possível) para as nossas interpretações.
Nós não nos detemos na tradução em português, e sim usamos a ciência da EXEGESE para fazer uma leitura fiel dentro da língua original em que cada texto foi escrito.
Também não fazemos um anacronismo, tentando ler uma sociedade de dois mil anos atrás a partir do que nós vivenciamos aqui e agora. Nesse caso usamos a ciência da HERMENÊUTICA para compreender o contexto de cada autor da bíblia.
Para você compreender como nós interpretamos TODA a bíblia, a imagem que está nesse post ilustra exatamente nossa visão.
Sim, nós acreditamos nas cinco solas, que são a base do protestantismo, porém, não as colocamos em pé de igualdade.
Nossa chave hermenêutica para leitura da nossa fé é o CRISTO. Todo o restante orbita em torno dele, servindo como uma ferramenta para nos ajudar a ler e compreender as escrituras à partir da perspectiva do CRISTO.
Parece complicado mas não é. Em resumo, para compreender QUALQUER passagem das escrituras, seja velho ou antigo testamento, nós fazemos isso a partir dos ensinamentos de JESUS.
Imagine a vida de Jesus como uma peneira, pois bem, pegue todo o restante das escrituras e passe por essa peneira, o que cair é a nossa interpretação.
Pronto, agora só não entende quem não quer né?!
Se você se identifica como nossa forma de ver a bíblia e o mundo, SEJA BEM VINDO(A).
Já, se você não gosta da forma que vivemos o evangelho, nós te respeitamos muito. Mas nesse caso, descurta nossa página e vá torrar a paciência de outro.

Em amor (e um bucadinho de sarcasmo)

Pr. João Paulo Berlofa e toda a equipe dos Inadequados

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Scars and Labels (com tradução) - Cicatrizes e Rótulos


Scars and Labels

Embrace your scars,
Embrace your labels.
They're yours.

That's what I listened today
and what made me think about

My scars
My labels
That were given me from different people
in different situations.

in religious places
from religious people
in work places
from my bosses, my coworkers
from my students
who listened me in classes.

My scars
My labels

Each of one of them tells a story
about how I walked by a less travelled road
where I've found my humanity on different faces.
Each of one of my scars and labels remind me about my vulnerability and bounderies.
Each of one are built from a pain experience
or a choice toward another person.

A person, different people on the way of life,
different choices, different pain
and happiness.

People who I met on the way
who defied my theology
and helped me to be more relevant,
more honest with myself
before God.

People whom through dialogue
taught me to listen before build an idea about
and to learn before to teach.

I've put myself on people side
and decided to carry their pain,
so I've received their labels too.

Scars borned from pain
Labels of boxes which cannot contain me
neither to describe me ou represent me completly.

Scars and labels that bothers me.
But they're mine
because I've decided to share my life.
Scars and labels which represent an identification life,
of incarnation.
They're a part of me
because they're me.

Angela Natel – 20/06/2019

Tradução:

Cicatrizes e Rótulos

Abrace suas cicatrizes
Abrace seus rótulos.
São seus.

Isso é o que eu escutei hoje
e o que me fez pensar.

Minhas cicatrizes,
Meus rótulos
Que me foram dados por pessoas diferentes
em diferentes situações.

em lugares religiosos
de pessoas religiosas
em locais de trabalho
dos meus chefes, meus colegas de trabalho
dos meus alunos
que me ouviram em aulas.

Minhas cicatrizes,
Meus rótulos.

Cada um deles conta uma história
sobre como eu andei por uma estrada menos percorrida
Onde eu encontrei minha humanidade em diferentes faces.
Cada uma das minhas cicatrizes e rótulos me lembra de minha vulnerabilidade e limites.
Cada um deles é construído a partir de uma experiência dolorosa
ou uma escolha em relação a outra pessoa.

Uma pessoa, pessoas diferentes no caminho da vida,
escolhas diferentes, dor diferente
e felicidade.

Pessoas que conheci no caminho
que desafiaram minha teologia
e me ajudaram a ser mais relevante,
mais honesta comigo mesma
diante de Deus.

Pessoas que através do diálogo
me ensinaram a ouvir antes de construir uma ideia sobre
e aprender antes de ensinar.

Eu me coloquei no lado das pessoas
e decidi levar sua dor,
então eu recebi seus rótulos também.

Cicatrizes nascidas da dor.
Etiquetas de caixas que não podem me conter
nem me descrever ou representar-me completamente.

Cicatrizes e rótulos que me incomodam.
Mas eles são meus
porque eu decidi compartilhar minha vida.
Cicatrizes e rótulos que representam uma vida de identificação,
de encarnação.
Eles são uma parte de mim
porque eles são eu.

Angela Natel

terça-feira, 18 de junho de 2019

Identificação

O assassinato de indígenas não mexe conosco;
o inquérito de anos referente à morte de centenas de pessoas na boate Kiss não nos importa;
o discurso de ódio que incita a violência sistemática contra pessoas da comunidade LGBTQ+ faz parte de nossa confissão de fé;
a fome, a discriminação, a desumanização e os constantes abusos direcionados, em sua maioria, à comunidade negra não nos afeta;
demonizamos outras religiões pelo simples fato de nos consideramos detentores de todo o conhecimento teológico;
rotulamos de hereges a todos os que confrontam nosso confortável assento entre os donos da verdade;
agimos como se a moralidade fosse a condição para uma pessoa ter direito a viver com dignidade, ignorando completamente a imagem de Deus em cada uma de suas criaturas;
nos consideramos padrão para o mundo, mesmo sem o mínimo de autocrítica e nem um pouco de esforço para pesquisa e verificação das informações que reproduzimos automaticamente;
e assim caminhamos, seguimos em nosso caminho proclamando da boca para fora o amor de um deus que sequer faz sentido às pessoas, uma vez que não encarna em suas realidades.

Nos distanciamos, porque não nos diz respeito.
Nos omitimos, porque não nos afeta.
Rebatemos, acusamos e nos defendemos porque nos sentimos ameaçados em nosso sistema religioso frágil e irrelevante.
Não lutamos suas causas, porque não estamos dispostos a nos identificar com essas pessoas - não como Jesus se identificou conosco.

Angela Natel

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Porque dia da mentira é todo dia!


Meus parabéns a todos os que, com tanto esmero, tem se dedicado a espalhar notícias sem fontes seguras nem verificação da verdade,
a todos os que falam mal de mim, me desacreditam para terceiros, me julgam e rotulam com base em aparência ou postagens nas redes sociais,
a todos os dedicados a militar contra ameaças e que, para isso, usam de todo tipo de generalização, engano e informação infundada,
a todos os que preferem repetir um discurso do que pesquisar a fundo antes de formar a própria opinião,
sim, meus parabéns a todos os que chamam projetos racistas, exploradores e colonizadores de missão,
aos que destroem reputações, fazem piadinhas depreciativas, utilizam textos bíblicos para condenar outros,
meus parabéns a cada um que usa um título de líder religioso para parecer intocável e inquestionável, que combate confronto de ideias com violência e agressão pessoal, que é incoerente por dizer seguir um Cristo que não conhece nem imita,
a todos vocês, feliz dia da mentira - porque não adianta citar versículo bíblico nem querer dar lição de moral nas redes sociais quando, na verdade, os que os rodeiam sabem bem a que 'deus' servem.

Angela Natel

Discurso de vida ou de morte


sábado, 15 de junho de 2019

Como Deus é?

Deus é severo, exigente, petulante? Deus é frequentemente descrito dessa maneira. Ou, para forçar um pouco mais, Deus é cruel e vingativo, malicioso e malévolo? Deus (ousamos dizer isso?) é monstruoso? Eu conheci muitos cristãos que pensam assim. Ou, no mínimo, eles acham que Deus tem um lado monstruoso. Para eles, a esperança da salvação é que Jesus os salvará do lado monstruoso de Deus. Jesus é amado como Aquele que os salvará de seu Pai raivoso. Eles geralmente não dizem isso, mas isso é essencialmente a sua teologia da cruz. Quando a cruz é vista através da lente teológica da punição, Deus é visto como um ser intrinsecamente violento que só pode ser aplacado por um sacrifício ritual violento.
Aqueles que são formados por esse tipo de teologia abrigarão um medo profundo de que Deus é uma divindade ameaçadora de quem eles precisam ser salvos.
Mas isso está certo? Eu sei que se estivermos inclinados a fazê-lo, podemos encontrar uma maneira de fazer a Bíblia apoiar uma teologia de Deus-monstro. Mas isso é verdade? Deus é um gigante vingativo cuja natureza essencial exige que ele libere sua ira sobre os pecadores com fúria onipotente? Ou o amor co-sofredor de Deus, cuja natureza é oferecer perdão incondicional?
Essas são perguntas honestas. O termo "Deus da Bíblia" não nos dá uma imagem coerente como gostaríamos de fingir. É o Deus a quem a Bíblia aponta principalmente revelado como ira infinita ou como amor incomensurável? É possível ler a Bíblia em apoio a ambos.
O que precisamos é uma maneira de centrar nossa leitura das Escrituras. Fazemos isso lendo a partir do centro da história da salvação: a cruz.
Quando vemos a cruz à luz da ressurreição, estamos olhando para a salvação, mas o que vemos? Estamos olhando para o apaziguamento de um Deus monstro através da barbárie do sacrifício de crianças? Não, estamos vendo exatamente o oposto.
A crucificação não é o que Deus inflige a Jesus para perdoar; a crucificação é o que Deus suporta em Cristo como ele perdoa. Os aspectos monstruosos da Sexta-Feira Santa são de origem inteiramente humana. O que é divino sobre a Sexta-feira Santa é a imagem completamente sem precedentes de um Deus crucificado que responde aos seus torturadores com amor e misericórdia. O Gólgota oferece à humanidade uma maneira genuinamente nova e inimaginável de conceber a natureza de Deus.
Por eras, os seres humanos conjuraram e internalizaram uma visão monstruosa de Deus. Toda inundação, tempestade, terremoto e peste eram interpretados como os inventos de um deus vingativo. Calamidades foram feitas um pouco mais suportáveis, atribuindo desastres inexplicáveis ​​à ira dos deuses. Esses deuses podiam ser adorados com medo e apaziguados por sacrifícios e rituais apropriados, mas esses deuses caprichosos nunca poderiam ser verdadeiramente amados. Só o amor gera amor.
Através dos tempos, a imaginação religiosa da humanidade foi assombrada por deuses monstruosos. E se o monoteísmo toma conta, os deuses monstruosos são absorvidos em um único deus monstro. (Ou pelo menos um deus com um lado monstruoso.)
Mas na cruz encontramos a morte do deus monstro. Com isto quero dizer que é na cruz de Cristo que a nossa ideia errada de Deus como um monstro vingativo finalmente morre. Entre os muitos significados da cruz está este: no corpo crucificado de Jesus, vemos a morte da nossa imagem equivocada de Deus. Deus não é um monstro. Deus não tem um lado monstruoso. Deus é quem encontramos na Palavra feita carne. Quando Jesus morre, ele não evoca vingança; em vez disso, ele confere perdão. Jesus faz isso por uma razão profunda: é assim que Deus é. Uma visão centrada no perdão da cruz nos salva de uma ansiedade patológica sobre Deus, que é tão prejudicial para a alma.
Agora podemos entender que o deus monstro é nossa própria criação - um monstro nascido de nossas questões projetadas de ansiedade, raiva e vergonha. Nós somos o Dr. Frankenstein que criou o deus monstro.
A imagem de um deus aterrorizante é criada nos corações das pessoas ansiosas. A imagem de um deus raivoso nasce nos corações das pessoas iradas. A imagem de um deus condenado é criada nos corações das pessoas envergonhadas.
Por sermos pessoas tão ansiosas, irritadas e envergonhadas, imaginamos horrores onde deveríamos estar vendo a salvação. Se persistirmos em olhar a cruz através das lentes distorcidas do medo, da raiva e da vergonha, imaginaremos que a cruz é o que Deus faz para perdoar, em vez de perceber a cruz como o que Deus suporta como perdoa.
Toda a vida de Jesus foi uma demonstração da verdadeira natureza de Deus. Quando Jesus cura os enfermos, perdoa o pecador, recebe o pária, restaura os caídos e, ao morrer na cruz, perdoando seus assassinos, ele revela como Deus é. Ver Jesus é ver o Pai.
Por fim, sabemos que Deus não é como Zeus, que ataca com o raio, ou qualquer outro deus raivoso no panteão da imaginação religiosa aterrorizada. Deus é como Jesus, pregado a um madeiro, oferecendo perdão. Deus não é um monstro. Deus é como Jesus!
A verdade é que existem monstros neste mundo, mas o Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo não é um deles. Nós temos uma imaginação para monstros porque sabemos da sua existência. Feras venenosas e cruéis eram um perigo diário para os nossos primeiros ancestrais. Vulcões e tsunamis podem engolir cidades inteiras. Furacões e tornados rugem dos céus, deixando o inferno em seu rastro. Epidemias de doença são predadores letais que levam seu pedágio impiedoso. Pior de tudo, há monstruosidades de homens - conquistadores e senhores da guerra, tiranos e déspotas - galopando através da história como espíritos-espinhos, trazendo conquistas, guerras, fome e morte. Podemos imaginar monstros porque os encontramos. Mas o Deus vivo não é um deles. Não o Deus a quem Jesus chamou Abba.
Oh, os deuses pagãos são monstruosos; claro que eles são. Eles são mercuriais e impiedosos, mesquinhos e vingativos. Eles precisam ser aplacados por uma virgem lançada em um vulcão ou uma vítima sacrificada em um altar de pedra. Eles sempre exigem um apaziguamento violento e sangrento ... ou então!
Mas nós sabemos sobre esses deuses agora; nós sabemos o que eles realmente são. Eles são personificações daqueles animais e desastres e epidemias e guerras e tiranos que nos assustam tanto. São projeções deificadas de nossa própria raiva e medo. Eles são a tentativa desesperada de lidar com nosso próprio pecado, sofrimento e vergonha.
A boa notícia é que o Deus revelado em Cristo não pertence à categoria de Marte e Moloque, de Ares e de Zeus. Estes são os falsos deuses das nossas imaginações assustadas e carregadas de vergonha.
O Deus Criador, o Único e Verdadeiro Deus, não é vingativo e retributivo como aqueles deuses do panteão primitivo. Em seu triunfo, Jesus colocou esses deuses mesquinhos e vingativos fora dos negócios. São apenas seus fantasmas que nos assombram hoje.
No pavor da noite, podemos ser tentados a pensar que o verdadeiro Deus compartilha os temíveis atributos dos deuses monstros vencidos. Em nosso horror, imaginamos como as Escrituras confirmam nossos pesadelos. Em nosso terror, podemos usar a Bíblia como uma paleta para pintar uma imagem macabra e monstruosa de Deus. Mas então o dia amanhece e ouvimos Jesus dizer: “Sou eu; não tenha medo.” Com a aurora de Cristo, os terrores da noite desaparecem.
Jesus é a teologia perfeita. E a perfeita teologia de Jesus nos salva de nossos pesadelos primitivos sobre o divino. As mãos de Deus não estão lançando raios. As mãos de Deus têm cicatrizes; elas foram pregadas a um madeiro enquanto ele perdoava o mal monstruoso.

Brian Zahnd
https://www.facebook.com/BrianZahnd

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Não estou em guerra com ele



O atual momento mundial que vivemos semeia conflitos, pede polarizações e valoriza extremos. Este é um movimento perigoso que já está acordando fantasmas do passado como o ditaduras, fascismo, nazismo, exclusivismo, racismo, e os transformando em realidades concretas e terríveis mais uma vez. Não podemos fechar os olhos para isso.

Engana-se quem pensa que o Brasil e a América do Sul estão imunes; jamais estiveram! Chegaram perto, mas erraram ao ignorar a campainha do bonde da História. Todas as vezes que ignoramos a história corremos o risco de repetir seus erros - ainda que com roupagem moderna. Mas, e os cristãos o que tem a ver com isso?

PAULO HISTÓRICO

O apóstolo Paulo é um personagem histórico. Pudera, haja vista o fato do Cristianismo ter formado o mundo ocidental e firmado as bases de seu pensamento, leis, artes, ciência, educação e governo. Paulo continua sendo, embora muitas vezes no subconsciente coletivo, uma das mentes mais brilhantes da humanidade. Ele dizia:

"Pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais"
(Efésios 6:12, Bíblia NVI)

E, O CRISTÃO?

Ser cristão é olhar para o antagônico, seja o não-cristão, o soberbo, o diferente, o de opções diferentes das minhas, o de outro partido, comportamento, área acadêmica, denominação, ou qualquer outra posição e saber dizer: "Eu não estou em guerra com ele". É poder antes de mais nada ver na outra pessoa um ser humano valioso, precioso, imagem e semelhança de alguém maior, alguém único - um ser e não um inimigo a ser eliminado. Este é o desafio.

A mentalidade da atual massa evangélica mundial infelizmente desceu do bonde de Paulo e está subindo no da "paulada".

São ataques, manobras, agressões psicológicas e físicas, maracutaias financeiras, roubo, difamação, divisão, fofoca, falsos testemunhos, hinos de vingança, cânticos de humilhação, rejeição, ostracismo, tudo o que não presta. Todos realizados por cristãos que, tais como os cristãos das Cruzadas da Idade Média, abandonaram o primeiro amor e voluntariamente o trocaram por um Reino de Deus "visível" a ser conquistado à força e consequentemente ser forçado de cima para baixo sobre os outros. Nem Cristo nem Paulo concordam ou dão base para isto.

NOSSA LUTA

O texto de Paulo é entendido por muitos cristãos como uma luta espiritual - apenas - e, isso é detrimento à percepção de realidade de muitos. Na verdade Paulo está falando de sistemas, de idéias, de influências (ainda que de espíritos malignos), do conflito dessas idéias e forças nas regiões invisíveis o que também inclui a mente! As forças das "trevas" só podem interagir com o ser humano de acordo com a forma, design e função do ser humano. Temos, a grosso modo, uma estrutura física e uma psicológica. Qualquer acesso ao nosso ser tem que passar por elas. Uma influência é um apelo à nossa capacidade de escolha e se dá primariamente no intelecto, na psiquê, na mente. Há ideais que nos corrompem, de fato, há ideologias que provocam comportamentos nocivos - a história da humanidade está repleta delas! Muitas são inspiração das trevas? Sim, são! Ser humano é existir num mundo que é físico e espiritual, e o mundo das idéias também é invisível! Como combater?

Estudando (universidade, escola, cursos)lendo, pensando em coisas boas, alimentando o conhecimento, buscando soluções sustentáveis, colaboração humana baseada em princípios humanos universais, e também meditando, orando e buscando a Deus. O problema é que justamente os cristãos querem "atalhos". Não há atalhos para as escolhas de amor; elas devem ser feitas com urgência! Não há atalhos para viver o Evangelho, ele dever ser lido e vivido de acordo com Jesus.

Agora, pergunto: Quantas vezes você viu Jesus agindo como as Igrejas e pastores da atualidade? Quantas vezes Jesus ordenou atos proféticos? Quantas vezes Jesus ostentou? Quantas vezes Jesus ignorou a responsabilidade pessoal para com o ser humano ao lado? Quantas vezes ele condenou a mulher adúltera? Quantas vezes ignorou o negro? Quantas vezes Jesus discriminou? Quantas vezes ele foi intolerante para com pessoas? Quantas vezes ele agiu como os evangélicos da atualidade? Cristãos? Será que são mesmo?

OS TRILHOS DA HISTÓRIA

O bonde da história está sendo transformado num trem-bala, e se continuarmos ignorantes ele vai descarrilhar para os trilhos do ódio e destruição. As tropas de sabotagem ideológica já estão com seus ideais prontos para desviarem os trilhos! Em alguns países já tem conseguido!

NÃO ESTOU EM GUERRA COM ELE

Não estou em guerra com o gay. Não estou em guerra com o Presidente. Não estou em guerra com o deputado. Não estou em guerra com a dona-de-casa. Não estou em guerra com o ateu. Não estou em guerra com o comunista. Não estou em guerra com o direitão. Não estou em guerra com a feminista. Não estou em guerra com a ativista do meio ambiente. Não estou  em guerra com a Vegana. Não estou em guerra com o DJ.

Eu posso até discordar das idéias e práticas de muitas pessoas, mas não estou em guerra com elas!

Se discordo e, como cristão, vejo a influência das trevas em algumas de suas vidas, é minha obrigação colaborar com a formação de alternativas segundo o Evangelho, e o primeiro passo sempre é o amor! E, ao apresentar minha alternativa é escolha do indivíduo abraçá-la ou não. Não há obrigação da parte dele ou dela de concordar. Antes de mais nada quero estar com ele ou ela como ser humano amado e querido - a ponto de calar-me quando preciso for e falar apenas o necessário se necessário for.

Quanto às trevas aqui estou "acendendo a luz" pra mim e pra você! Nosso mundo precisa de alternativas de vida e não de morte! Precisa de soluções climáticas de vida e não de morte! Precisa de ajuda humanitária que gera vida e não morte! Precisa de canções de Paz e não de guerra! Precisa de mentes inovadores em todos os campos do saber que semeiem vida, paz, alegria, amor, mansidão, reflexão, autocontrole, sabedoria, ciência, conhecimento e luz!

Você poderia até jogar uma água nessa plantinha...

Embora sejamos poucos no bondinho da história, pode ser que não venhamos a descarrilhar como o trem lotado da brutalidade ignorante.

Ebenézer Paz.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Que a verdade nos liberte!

Um meio mau justifica um fim bom?
- quando não há menção de dízimo no contexto de igreja, muito menos ordenança para tal, mas em vez de serem honestos com a sociedade e dizer que se querem usar um prédio é preciso dividir as despesas do mesmo, os "pastores" preferem mentir a respeito do que a Bíblia ensina e estipular para a Igreja a obrigatoriedade do dízimo que só existia em contexto judaico na Bíblia;
- quando se interpreta texto bíblico fora de contexto para justificar regras e doutrinas que não estão claras nas Escrituras, se realizada uma exegese e uma hermenêutica adequadas;
- quando se omite que a única vez em que Jesus chamou algo de abominação foi em relação ao amor ao dinheiro, nada relacionado a questões sexuais;
- quando se ignora o contexto em que Paulo escreveu suas cartas e sua consequente construção teológica a fim de impôr aleatoriamente ordenanças para a igreja da atualidade no que diz respeito a usos, costumes e, principalmente, ao comportamento feminino;
- quando, com o fim de justificar o encontro entre cristãos (a Igreja), se faz campanha financeira para construção de prédios em vez de suprir as necessidades das pessoas;
- quando se prega que, como o Reino de Deus deve vir em primeiro lugar, você deve deixar de ter tempo com seus familiares para 'bater ponto' num evento semanal que chamam de culto da Igreja, como se Deus habitasse em templos construídos por mãos humanas e marcasse hora para estar com os seus;
- quando se usa texto em que se diz que 'Deus traz à existência as coisas por meio de Sua Palavra' para torcer as palavras e e ensinar que podemos trazer à existência o que declaramos com nossas palavras - ops, somos deuses!
- quando confundem um evento semanal num prédio com Igreja (que são pessoas) e, por isso, rotulam de 'desigrejados' quem não preza por sua frequência;
- quando não se incomodam que as pessoas estão se tornando analfabetos funcionais ao ponto de terem preguiça de pensar e estudar a Bíblia, pois assim fica mais fácil de manipular as pessoas através de músicas, falas e ações repetitivas;
- quando ensinam em suas escolas ministeriais que a Bíblia deve ser interpretada de forma cristocêntrica (Jesus como chave hermenêutica) mas não permitem que isso afete a interpretação satânica (vide Mateus 4) das Escrituras feitas nas pregações em púlpito;
- quando fazem vista grossa para a discriminação, discurso de ódio e violência que se sistematiza entre as pessoas da comunidade dos crentes;
- quando se busca paz a qualquer preço, sem confronto com a verdade, sem zelo para com o que a Bíblia de fato ensina, sem estender a mão aos que estão sendo marginalizados no meio dos que se dizem cristãos;
- quando os que são vistos como mais espirituais não são nada parecidos com Jesus, mas sim com empresários, animadores de circo, ditadores e/ou pessoas com discursos triunfalistas exclusivistas;
- quando a pregação mais parece uma maneira de marcar território e se colocar como dono da patente da graça de Deus, como se somente nossa teologia salvasse (ortodoxolatria), como se fôssemos donos de Deus e somente através de nossas práticas, dogmas e doutrinas é que alcançamos o Reino de Deus (como se este fosse algo palpável e não estivesse dentro de nós).

Que a verdade, Jesus, nos liberte!

Angela Natel

terça-feira, 11 de junho de 2019

Desgraça e a síndrome da prostituta religiosa.



Já ouviu falar do provérbio popular: "Quem não chora não mama"? Ele é um dos maiores problemas da vida de missionários e outros trabalhadores religiosos e humanitários. 

A cada dia a mecânica da desgraça se espalha por igrejas e transforma as categorias citadas acima em prostitutas e prostitutos da religião, daqueles e daquelas que sonham em casar, mas nunca aparece alguém que se comprometa com eles/elas em amor - e não por uma "transa" religiosa, atividade gospel ou qualquer outra coisa/ ministério.

NECESSIDADES X AMOR

O foco da enfermidade está na própria igreja, ávida por conseguir as melhores bênçãos de Deus, sedenta por prosperidade a qualquer preço, ela investe recursos apenas no que parece ser mais "necessário", mais "espiritual", mais "urgente", mais "vistoso" aos olhos de Deus e dos homens. Assim se formam compromissos que sempre terminam quando a necessidade muda ou some, quando a urgência termina, ou quando o modismo espiritual e a popularidade do trabalho desaparecem.

Foi isso o que Deus pediu? Compromissos temporários orgásmicos que geram mais a masturbação da própria alma do que o amor que permanece?

Quem investe apenas por causa da necessidade segue a lógica de Judas - vai sempre arrumar alguma desculpa melhor, mais espiritual, mais necessária e mais importante para CORTAR os compromissos antes assumidos com missionários.

DESGRAÇA

Essa lógica também lança famílias missionárias numa vida de medo. Imagina se terão coragem de postar fotos de férias, falar de coisas boas e bonitas que viram, ou até enviar notícias positivas para seus mantenedores? Jamais! Se fizerem isso o sustento será sumariamente cortado! Então resta apelar, compartilhar apenas desgraças, necessidades urgentes, fotos só de tragédias, já que a competição é árdua. Ministérios sem vergonha, safados, muitos deles da África (continente mais evangelizado do mundo)lucram com essa lógica - afinal, onde se acha mais desgraça do que lá? Eles sabem e capitalizam. Fazem mal ao próprio povo da África, já que os recursos quase sempre não chegam neles.
Aí começa tudo de novo... Mais desgraça, mais problemas, mais urgência, é duro competir! Missionários sérios se veem tentados a usar da mesma técnica, já que na igreja impera a lógica da necessidade e não do amor.

INTEGRIDADE

A cultura da desgraça e da prostituição religiosa destrói a integridade e privacidade das famílias missionárias. A vida deles vira uma novela interativa na qual mantenedores se sentem no direito de escrever, editar ou dirigir os próximos capítulos - afinal estão "pagando". Daqui a pouco os membros da família já não vão mais saber nem de que pedaço da galinha gostam mais... Suas vidas expostas aos caprichos de líderes, concílios, conselhos, conchavos, comitês, Bispos, Arcebispos, e patronos ricos. O resultado? Depressão, suicídio, psicoses, fobias, pânico, perda de identidade e integridade.

CULPA

A culpa, a responsabilidade é dupla. Sua maior parte é da igreja mesmo, seus pastores e sua liderança. Porém não se pode excluir os falsos missionários que, conhecendo esta lógica satânica, aproveitam-se dela.
A igreja precisa arrepender-se e voltar a amar, precisa levar a sério aquilo que prega e sair do circo Gospel; precisa conhecer a Jesus e tê-lo como centro e senhor de todas as coisas.
As igrejas estão "inchadas" mas não há amor - nem para com os seus. Negaram a fé, negaram a cruz, e vivem uma farsa. São uma multidão e a cada dia se tornarão mais ignorantes e irrelevantes para o mundo se não voltarem à simplicidade do Evangelho do amor. Tenham coragem e hombridade: arrependam-se! Ele é fiel e justo para perdoar!

LÁGRIMAS DA PROSTITUTA

As lágrimas da prostituta religiosa enchem o cálice de Deus todos os dias enquanto os risos e críticas da igreja enchem o inferno. Quem liga pra uma quenga? Quem quer saber da família dela? Querem apenas que recebam uma miséria e ofereçam orgasmos religiosos em suas atividades para com os pagantes - quanto mais miséria e desgraça mais pagam. Deus não é assim. Jesus não é assim. O Espírito Santo não é assim. Como pode a "igreja" agir assim. Nada, plano de saúde não pagam, aposentadoria nem pensar, benefícios? Pra que? Missionário já sabe que se entrar nessa tem que sofrer!

Longe das garras da religiosidade doentia dos dias modernos, só podemos contar com quem realmente nos ama - pois quem ama permanece! Isto serve para todas as áreas da vida!

Chega de desgraça! Chega de prostiuição religiosa! Chega de hipocrisia! Chega de templos de 10.000 km de extensão lotados de pessoas com apenas 1 cm de profundidade!

Se vocês vão ser religiosos, arquem ao menos com as responsabilidades que assumiram diante de Deus. Leiam ao menos a Bíblia na qual professam crer. Sejam de verdade! Parem de manipular a própria religião de vocês e de destruir as vidas de outros!

Tenham a coragem de fazer compromissos de amor!


Ebenézer Paz

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2436972419667437&set=a.245225498842151&type=3&theater

domingo, 9 de junho de 2019

Pentecostes e o testemunho às nações

Introdução
Originalmente, o dia de Pentecostes era a Festa das Primícias (Lv. 23.19-22), celebrada 7 semanas após a Páscoa no tempo da colheita do trigo. No tempo do Judaísmo do 2º. templo foi considerado o dia em que Moisés recebeu a lei no Monte Sinai e por isso atraía muitos peregrinos de todo lugar. Atos 2 nos mostra que havia ali judeus que moravam em Jerusalém, mas também judeus tementes a Deus de todas as partes do mundo – todo o Israel estava lá.

PARALELO 1 – Antigo Testamento
1)    Deus está interessado em todas as nações e não somente em um único povo.
Gn. 1-11 – a origem de toda a humanidade
Deus não é Deus somente de um grupo de pessoas, mas é Deus de todos os povos.
CRIAÇÃO – CORRUPÇÃO – DILÚVIO – NAÇÕES - Alternância entre Narrativas (todo) e Genealogias (zoom):
Caim e Abel – genealogia
Noé/Dilúvio – genealogia
Torre de Babel – genealogia
- Consciência de grupos de pessoas e sua importância
- tema teológico de inclusividade e não de exclusividade
A história de Babel trouxe um fim à esperança e às tentativas da humanidade de encontrar seus próprios meios de bênção.

2)    Chamado para testemunhar – a parte em prol do todo.
Gn. 12:1-3 – chamado de Abraão (a graça se manifestou antes da lei e das obras).
O plano de salvação de Deus é via eleição. Abraão é escolhido para que a bênção de Deus atinja as 70 nações espalhadas pela face da terra.
Deus quer abençoar todos os povos através de um mediador. - Isaías 42:6; 49:6.
Abraão não é chamado para ‘evangelizar’ e ‘converter’ os povos pagãos, mas para que sua presença seja uma bênção para eles. Abraão é chamado para ser bênção, em vez de uma atividade a ser exercida: SER e não FAZER.
Abraão se torna o referencial para quem é abençoado por Deus. 
As narrativas dos patriarcas mostram com eles se tornaram uma bênção para a sua época e potencialmente para todo o mundo.
Israel deveria ser missionário de Deus às nações. Para ser bênção para as nações, Israel precisa somente ser fiel a Javé.
Abraão e Israel foram chamados por causa do propósito missionário de Deus de se tornar uma bênção para todas as nações.
De acordo com o teólogo protestante alemão Horst Seebass (1934-2015), o conceito de eleição de uma parte em prol do todo já está implícito no termo bachar = escolher (eleição) no hebraico (AT). Sempre que o termo aparece relacionado a pessoas, trata-se da separação de um grupo de pessoas para servir o todo. Israel foi escolhido entre as nações para servi-las.

3)    O testemunho é este:
Modelo de missão no AT – as pessoas vêm para Israel para conhecer o Deus verdadeiro.
A escolha de Abraão tinha um propósito mais amplo de Deus: a salvação de todas as pessoas.
BÊNÇÃO – generosidade característica de Deus que dá de forma abundante tudo de bom para suas criaturas e sua contínua renovação da abundância da vida criada. Provisão para o florescimento humano. Não se restringe a coisas, é também relacional. Ser abençoado não significa apenas conhecer as dádivas de Deus, mas também o próprio Deus em suas ofertas generosas.
A bênção se dá através de um relacionamento com Deus. A bênção conecta a criação com a salvação.
À medida que as pessoas agradecem a Deus pelas suas dádivas, Deus se torna conhecido como o bom Criador que proporciona o desenvolvimento das pessoas.


PARALELO 2 – Novo Testamento
1b) Deus está interessado em todas as nações e não somente em um único povo.
O livro de Atos é uma narrativa da expansão missionária que inicia com um pequeno grupo de discípulos em Jerusalém e se expande através de limites étnicos, religiosos e geográficos significativos para terminar com o evangelho sendo anunciado para judeus e gentios em Roma, sem distinção.
Atos 2 nos mostra que Deus está intervindo com seu plano de salvação.

2b) Chamados para testemunhar – a parte em prol do todo.
At.1/Lc.24 – chamado dos discípulos (a graça se manifestou antes da lei e das obras).
O plano de salvação de Deus é via eleição. Deus quer abençoar todos os povos através de um mediador.
Os cristãos que são ricamente abençoados por Deus agora se doam e doam o que possuem para ajudar as pessoas ao seu redor. Não se trata de fazer algo para ter um retorno, mas de abençoar as pessoas. A presença da Igreja poderia ser conhecida por sua generosidade para com todas as pessoas.
Atos 1.8 precisa ser lido no contexto de Lucas 24.46-49.
Os estágios do testemunho dos discípulos devem ser vistos etnicamente e teologicamente, bem como geograficamente. O 1º. estágio é Jerusalém onde Jesus completou a sua obra e onde Israel deveria ser restaurado como o remanescente dos judeus que criam nele como Messias. O 2º. estágio era Judéia-Samaria – os dois locais estão interligados pelo mesmo artigo no grego – que se referem ao antigo reino de Judá e Israel. Finalmente o testemunho apostólico vai até os confins da terra, uma expressão chave que vem de Isaías 49.6 (citação dela em At 13.47) e mostra que Deus quer que sua salvação alcance a todos os povos.
Não somos chamados para convencer nem converter ninguém. Isso é obra do Espirito Santo.
Pentecostes é um evento central – sem a vinda do Espírito Santo não haveria profecia, nem pregação, nem missão, nem conversão e nenhum movimento do cristianismo por toda a terra.
Com a vinda do Espírito, os discípulos vão se envolver na missão de Deus (como está implícito nas palavras de Jesus em Lc.24:48; cf. At. 13:47), que está ministrando a toda a nação.
Para Lucas, os judeus presentes em Jerusalém no dia de Pentecostes (At.2) são representantes das nações de onde vieram e dos dialetos locais dessas nações.
A lista nas nações que temos em At.2.9-12 que amplia o v. 5 é similar à lista das nações da tradição judia das nações baseada em Gênesis 10 e que está presente parcialmente em Isaías 66.18,19, onde Javé promete reunir todas as nações e línguas.
Temos em Atos 2.2-4 alusões a Babel, além das alusões a Gênesis 10.
Pentecostes seria Babel ao contrário, ou seja, a presença do Espírito agora unindo outra vez as nações com uma linguagem comum.
Pedro interpreta o evento da vinda do Espírito Santo de acordo com Joel 2:28-32, onde Deus prometeu derramar Seu Espírito sobre toda a carne (todo o Israel).
A expressão “toda a carne” que em Joel se refere primariamente aos judeus recebe uma nova ênfase na pregação de Pedro quando ele fala do perdão dos pecados e o dom do Espírito para “todos os que estão longe” (Atos 2.39) (provavelmente se refere à promessa feita a Abraão, onde todas as nações serão abençoadas através dele).
A narrativa de Lucas mostra que o Espírito é recebido também em outras situações além do evento em Pentecostes: os samaritanos (At 8.14-17); os gentios (10.44-48; 11.15-18); e os discípulos de João Batista (19.1-7) - estágios cruciais da expansão missionária.

3b) O testemunho é este:
A bênção se dá através de um relacionamento com Deus. Somente pela graça é que as pessoas são abençoadas.
O Libertador veio da descendência de Abraão. Paulo interpreta a promessa a Abraão como se aplicando a um único descendente dele, Jesus Cristo, como bênção para Israel e para todas as nações. – Gálatas 3:6-9,16.
Em nome de Jesus se proclama “o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações” (Lc.24:47). Jesus é entronizado como Senhor e Cristo (At 2.34,35). O perdão dos pecados está disponível a todos através dele.
A mensagem missionária proclamada pelos discípulos são “as boas novas do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo” (8.12; 28.23,31).
O livro de Atos mostra que o Espírito Santo vem para a salvação das pessoas (2:38), para a adoração, oração, separação e envio específico de pessoas (Atos 13) entre outras coisas.
Em Atos 2.14-39, no seu sermão Pedro especifica o conteúdo do testemunho dos discípulos em Jerusalém. Esse testemunho é sobre a morte e ressurreição de Jesus e o perdão dos pecados de acordo com as Escrituras (cf. Lc 24.46,47).
Pedro caminha da passagem de Joel mencionando as pessoas que clamam pelo nome do Senhor que serão salvas (21), para enfatizar a crucificação de Jesus (22,23), depois a sua ressurreição e exaltação como Messias (33-36). Depois da exaltação Jesus derramou o seu Espírito. A salvação vem para todos os que clamam pelo nome do Senhor (Joel 2.32; Atos 2.21) e incentiva a clamarem pelo nome do Senhor Jesus se arrependendo e sendo batizado em seu nome para o perdão dos pecados (cf. Lc 24.47).
O testemunho de Pedro foi dado para o povo de Deus. Mas fica evidente nesse texto que a vinda do Espírito sobre um Israel renovado e purificado vai, em última análise, apontar adiante para uma bênção universal como os profetas já tinham indicado (Is 42.6; 49.6).
O relato de Pentecostes acaba em Atos 2.41, mas temos que ler a continuidade de 2.42-47.
Aqui temos a figura da comunidade de Jerusalém – o remanescente de Israel, restaurado e que recebe nova vida do Cristo exaltado através do Espírito Santo. Esse grupo de pessoas se preocupa com o próximo (2.44,45); é caraterizado pela devoção ao ensino dos apóstolos, a comunhão, o partir do pão e a oração (42). Essa comunidade se torna o modelo que o Israel antigo deveria ter sido (Êx 19.5,6). Eles não somente estão juntos com alegria, com o coração sincero adorando a Deus, mas contam com a simpatia de todo povo, e diariamente o Senhor acrescenta outros israelitas que estão sendo salvos. Essa comunidade restaurada é apresentada por Lucas como um modelo dos propósitos de Deus para todo o mundo.
Angela Natel 

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Madonna - Dark Ballet (Official Music Video)





Balé Sombrio

É uma linda vida
Mas eu não estou preocupada
É um lindo sonho
Mas um sonho é conquistado
Eu posso me vestir como um garoto
Eu posso me vestir como uma garota
Guarde suas lindas palavras
Porque eu não estou preocupada
Porque o seu mundo é uma vergonha
Porque o seu mundo é obcecado pela fama
Porque o seu mundo está com tanta dor
Porque o seu mundo está
Porque o seu mundo está
Em chamas
É um lindo plano (hmm)
Mas eu não estou preocupada (oh, sim)
É um lindo jogo (hmm)
Que eu nunca aprendi
As pessoas me dizem pra calar a boca (cale a sua boca)
Que eu possa acabar me queimando
Guarde suas lindas mentiras (hmm)
Porque eu não estou preocupada
Porque o seu mundo é uma vergonha
Porque o seu mundo é obcecado pela fama
Porque o seu mundo está com tanta dor
Porque o seu mundo está
Porque o seu mundo está
Eu não vou trair as coisas que disse
Eu não vou renunciar a minha fé em meu doce Senhor
Ele me escolheu para lutar contra os ingleses
Eu não tenho medo de morrer, porque eu acredito em Você
Deus está do meu lado, e eu vou ficar bem
Eu não tenho medo porque eu tenho fé n'Ele
Vocês podem cortar meu cabelo e me jogar numa cela
Dizer que eu sou uma bruxa e me queimar viva, é tudo um grande erro
Vocês não sabem que duvidar d'Ele é um pecado?
Eu não vou me render
Eles são tão ingênuos
Eles acham que não estamos cientes de seus crimes
Nós sabemos
Mas ainda não estamos prontos para agir
A tempestade não está no ar
Está dentro de nós
Eu quero falar com vocês a respeito de amor e solidão
Mas está ficando tarde agora
Vocês não conseguem ouvir, além de seus moletons Supreme
O vento que está começando a uivar?
É uma linda vida

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Sede de Justiça

O mundo pode ser muito injusto. E a comunidade dos homens pode produzir injustiças que provocam a solidão absoluta de alguém injustiçado. Cada tiro dado no corpo de inocentes pelos agentes de segurança, cada inocente nas prisões, cada tribunal que condena um inocente, cada criança violentada por adultos, cada mentira que vira verdade na boca da opinião pública, revela quão terrível pode ser a experiência humana.

Sou cristão porque olho para Jesus e vejo a síntese dessas injustiças na maneira como o trataram e a ação de Deus para anular essas injustiças em um só ato: a ressurreição. Quando eu assumo que Jesus ressuscitou, eu confesso a minha fé na redenção, na porta aberta por Deus para a possibilidade de transformação de todo o lixo da experiência humana com a injustiça em redenção. Uma redenção feita por Deus!

A ressurreição é a declaração de que Deus reverteu o mal supremo provocado pelos homens e mulheres. Mal continuo, para o qual Deus disse, em Jesus: “Basta!”

Somos sangue, carne, fluidos diversos, dejetos. Mas somos capazes de transformar a insignificância de nossa realidade física em engajamento coletivo em favor de machucarmos a carne alheia. Matarmos o corpo, matarmos a alma.

Somos capazes de transformar a nossa insatisfação com nossa própria realidade em punição aos que estão vulneráveis à lapidação pública. Observando os piores que nós, tendemos a nos sentir melhores. Não é assim que falamos: “tem gente muito pior”? O nosso dispositivo de insignificação das pessoas é produtivo, e subjaz na maledicência, na punição, na indiferença.

Somos, todos, usinas de produção de injustiças mascaradas. E Deus, em Jesus, disse basta!

O fato é que os seres humanos produziram em milênios, e para bilhões, fome, opressão, assassinatos, prisões arbitrárias, estupros, preconceitos, infâncias roubadas. Cadáveres que se amontoaram e continuam se amontoando e chegariam até o sol caso fossem empilhados.

Os seres humanos também criaram no decorrer da história instrumentos para validar a injustiça. Atribuíram indignidade a pessoas, grupos, etnias, justificando massacres. Criaram meios de limpar a consciência de qualquer culpa produzindo maiores culpados.

A mídia, um desses meios de justificação, opera com aparente isenção, dando um verniz de realidade para suas narrativas, ainda que elas sejam caracterizadas por um desequilíbrio conivente. A mídia ilustra, não demonstra. Ela não informa: provoca tendências.

O mesmo acontece com as redes sociais, em que a insensibilidade impera, pois é o palco de pessoas manipuladas, lugar onde a catarse se manifesta de maneira irresponsável e animalesca, validando a lapidação coletiva antes de qualquer julgamento com direito à defesa.

Assim, a informação e as redes sociais são foices que cortam a honra de quem cai nas suas mãos.

Jesus, ele também, caiu nas mãos da opinião pública. Submetido a júri popular, mobilizado pela eficaz mídia religiosa, ele recebeu uma sentença desfavorável - e Jesus foi crucificado.

O assassinato de Jesus pelo Estado mostra que a justiça pode ser - e muitas vezes é - injusta.

Depois de Jesus, veio o cristianismo. Ainda assim, a situação eventualmente se agravou, especialmente quando o esforço de Jesus para melhorar a humanidade, o seu apelo ao equilíbrio e à generosidade, tornou-se, pela religião e pelos religiosos, algo criticado, diminuído, relativizado, punido em favor da sanha de continuar matando, destruindo, injustiçando - em nome da justiça. Em nome de Deus, em nome de Jesus.

Em nome de Jesus, o crucificado, muitos ousaram e ousam discriminar, perseguir, matar, validar “moralmente” a morte.

Um olhar atento para a história de Jesus, porém, desmascara quem se diz cristão e apoia a destruição, a morte, a fome e seu outro nome - meritocracia (ou “demeritocracia”).

Diante da justiça de Jesus, todos são nivelados no campo do demérito - “não há um justo, nem sequer um” / o salário do pecado é a morte (Romanos 3.10-23, 6.23).

E assim, o cristianismo se tornou na realidade de muitos que defendem a agenda da morte, uma variável do mesmo mecanismo que matou Jesus. E isso se tornou tão comum que é possível que todos nós tenhamos, em um dado momento, participado das injustiças que provocaram morte, angústia, desesperança, suicídio de tantos e tantas. A operação do mecanismo que matou Jesus contou, em algum momento, com o nosso trabalho!

O problema é que raramente aquele que promove a barbárie e a injustiça se sente responsável. Tal pessoa sente apenas que é parte da realidade óbvia, ou entende que fez parte de uma parcela insignificante do movimento que envolveu a tantos e tantas. É como se essa pessoa fosse parte de um quebra-cabeças de mil peças, em que uma peça não se sente parte do quadro porque não é possível reconhecer toda a cena vendo apenas aquela pequena parte. Mas sem ela, o quebra cabeças não estaria concluído.

A história de Jesus é a síntese do poder humano de fazer o mal como “cidadão de bem”. Quem gritou “crucifica-o” entendia estar cometendo justiça.

A vida de Jesus, inteira, foi de luta contra a injustiça.

Jesus era ainda um feto, quando esteve em meio a um conflito entre pai e mãe, e sobreviveu. Quando ele era bebê, foi perseguido pela força de Herodes, mas sobreviveu. Vivendo na miserável Nazaré, Jesus chegou à vida adulta, um desafio difícil de superar - fome, pobreza, violência. Jesus, respondeu a todo o mal que o cercava fazendo o bem por toda a parte.

Acusado injustamente, Jesus foi condenado e assassinado pelo Estado.

Sua tortura durou a vida toda... mas só o matou no fim.

Mas Deus ressuscitou Jesus!

É importante destacar que a ressurreição de Jesus não teve nada a ver com os homens e mulheres. A ressurreição de Jesus foi e é a declaração da força da vida que vem de Deus para vencer a injustiça! A ressurreição de Jesus é a declaração da falência da nossa capacidade de parar de amontoar cadáveres por causa da nossa injustiça, do nosso fastio e impaciência diante da necessidade de aprendê-la.

A ressurreição de Jesus é a prova de que Deus teve e tem, continuamente, se dedicado a consertar as desgraças que as pessoas fazem desde sempre.

E esse Deus colocou Jesus no mundo para pregar o Reino de Deus - o plano divino de frear o nosso ímpeto de governar a nossa vida e a dos outros multiplicando dores, lágrimas e cadáveres. O Reino de Deus pregado por Jesus é a chance de dar um fim à nossa incapacidade de preservar a vida. É a declaração e a ação de que não queremos e nem vamos continuas fazendo vítimas.

E Jesus, o assassinado, o que não tinha onde reclinar a cabeça, o órfão... aquele que foi na infância um refugiado, aquele que viveu no semiárido Palestino a vida quase toda, lembra a cada cristão a não cometer o mesmo erro que cometeram com ele. Ele conclamou cada um a abdicar de seu poder de destruir e aderir ao Reino de Deus.

A mais profunda falência do cristianismo acontece quando a história de Jesus vai para segundo plano, e em primeiro plano fica:
- pena de morte
- armamentismo
- incentivo ao punitivismo
- agressão contra seres humanos considerados indignos
- tentativa de perseguir hereges
- tentativa de declarar às vítimas a sua culpa em seus próprios males

Há ainda cristãos que apoiam a multiplicação de agrotóxicos, que lutam em favor da diminuição dos recursos previdenciários de pobres trabalhadores que contribuem a anos e têm direitos, que criticam mulheres violentadas por causa das roupas que usam etc. Esses cristãos não aderiram ao Reino, não entenderam a sua mensagem.

Tal cristianismo desconhece o Cristo, e conhece a cristandade. Aquela das Cruzadas. Aquela que foi um erro.

O mundo pode ser muito injusto. E a comunidade dos homens pode produzir injustiças que provocam a solidão absoluta de alguém injustiçado. Cada tiro dado no corpo de inocentes pelos agentes de segurança, cada inocente nas prisões, cada tribunal que condena um inocente, cada criança violentada por adultos, cada mentira que vira verdade na boca da opinião pública, revela quão terrível pode ser a experiência humana.

E Jesus simplesmente foi vítima disso. Desse sistema homicida feito por homens e mulheres que acham que não tem culpa porque chamam a si mesmos pelo epíteto “cidadãos de bem”.

“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem” (Romanos 12.21)
Brian Kibuuka

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Sobre os coronéis da fé.




Líderes que se apresentam quase como procuradores de Deus no mundo, como se Deus dependesse deles e de suas Igrejas para agir.
Líderes que reivindicam para si um lugar de privilégio na relação com Deus, fazendo com que as as pessoas dependam deles.
Líderes que criam uma cultura de medo e de culpa, gerando um ambiente de controle e de inibição da autonomia.
Líderes que brigam entre si para ver quem tem mais templos e fiéis. 
Líderes que falam com arrogância, prepotência e que não sabem ouvir nem aprender com as diferenças.
Líderes cujo deus é o próprio ego, o foco é o próprio bolso, o interesse é pelo poder.
Líderes que não estimulam uma leitura comunitária e reflexiva da Bíblia.
Líderes que não querem ser só pastores, querem ser apóstolos, não querem ser só apóstolos, querem ser super apóstolos, não querem ser só super apóstolos, querem ser...Deus.
Nada compatível com a vida simples, generosa, acolhedora e tão próxima do povo como a vida de Jesus Cristo de Nazaré. Ou seja, existem coronéis da fé em nome de Jesus enquanto o próprio Jesus só quis ter amigos, irmãos e irmãs. 
Que Deus guie nossos passos nos caminhos tão belos e simples de Jesus!

Pastor Henrique Vieira

#FéNaVida #PastorHenriqueVieira

Me perdoe se você se ofendeu...


Me perdoe se você se ofendeu...
Me perdoe
Se – condição
Você – não eu
Isso não é arrependimento
Não existe precedente bíblico para esse tipo de retratação:
Me perdoe se...
Se você,
Assim condiciono meu suposto arrependimento
Que mais parece fazer média para me sair bem na situação
E ainda coloco a responsabilidade pela mesma
Nas mãos do outro, ainda que seja eu a precisar me arrepender.

Me perdoe se você...
Me desculpe se você...
Se machucou, se ofendeu, se sentiu mal, se sentiu...
E assim não me arrependo,
Não confesso nem reconheço o que fiz
Porque depende SE...
Porque é com o outro, não comigo....
Não há arrependimento
Como ensinado na Bíblia
Tristeza pelo erro,
Mudança de mentalidade
Mudança de atitude
Metanoia.

Por isso, é preciso rever nossos conceitos
Parar de nos dizermos bíblicos
Quando não o somos
Quando criamos nossos atalhos
Para nos eximir da responsabilidade
Por nossos erros.
Pecamos contra Deus
Pecamos contra o próximo.
Reconheçamos.
Chega de transferir a responsabilidade,
Chega de condicionar nossos pedidos de perdão.
Me perdoe, eu fiz....
Me perdoe, eu errei.
Me perdoe, eu...
E mudemos de atitude
Já que nos reconhecemos errados.
Caso contrário, é só um teatro
Para mantermos as aparências de nossa capa de santidade
Que esconde a podridão de nosso mau caráter, nossa hipocrisia.

Preocupemo-nos com as consequências de nossos atos no coração alheio
E mudemos.
Arrependamo-nos.
Chega de condicionar nosso pedido de perdão, de desculpas.
Chega de transferir ao outro nossas responsabilidades.
As Escrituras falam de arrependimento
Não de “Me perdoe se você...”

Angela Natel – 24/06/2019

Quando a homilética vira idolatria

Se autodenomina conservador teológico mas prega de acordo com a própria cabeça, desprezando contexto e ferramentas exegéticas e hermenêuticas para a interpretação do texto bíblico.
Considera-se especialista no assunto por ter lido alguma coisa sobre ou assistido a um evento, ou escrito um texto a respeito.
Não, você não prega a Palavra de Deus.
Isso é exegese porca, hermenêutica imprestável.
Você põe palavras na boca de Deus.
Você se coloca no lugar de Deus.
Isso se chama idolatria.
Arrependa-se!

Angela Natel

Madonna - I Rise (Official Music Video) TIME MAGAZINE

“Vocês são teólogos liberais?”



A pergunta que temos ouvido muito é: “Vocês são teólogos liberais?”
Provavelmente pela nossa irreverência, pelo nosso posicionamento político, pela nossa defesa à igreja inclusiva, e outras questões, surge na cabeça da galera a dúvida: “Mas esse pessoal aí é crente mesmo?” rsrsrs.
Bem, para responder a essa dúvida sincera de alguns, fizemos uma live explicando nosso posicionamento teológico sobre inerrância das escrituras. O link da live está nos comentários, caso você queira assistir, mas vou deixar aqui um resumo sobre a nossa relação com a bíblia.
Primeiro vamos entender o que é um teólogo liberal.
Teologia liberal (ou liberalismo teológico) foi um movimento teológico cuja produção se deu entre o final do século XVIII e o início do século XX. Relativizando a autoridade da Bíblia, o liberalismo teológico estabeleceu uma mescla da doutrina bíblica com a filosofia e as ciências da religião. Ainda hoje, um autor que não reconhece a autoridade final da Bíblia em termos de fé e doutrina é denominado, pelo protestantismo ortodoxo, de "teólogo liberal".
Eu particularmente conheço vários liberais teológicos que dão de 10 em muitos ortodoxos, por isso meu texto não é uma crítica a esse movimento.
Mas NÃO! Nós dos INADEQUADOS não somos liberais teológicos, e por incrível que pareça, teologicamente somos conservadores.
Eu sei que a palavra “conservador” causa até arrepios, visto o que muitos “conservadores” têm pregado por aí. Mas não podemos nivelar o termo por baixo, e sim ir na essência do que ele representa.
Primeiro é preciso dizer que conservadorismo é diferente de fundamentalismo, ok?!
O conservador TEOLÓGICO, conserva sua base de fé nas escrituras, já o fundamentalista tem seus fundamentos na tradição da religião fazendo uma leitura literal dos textos bíblicos.
Nós dos INADEQUADOS, dentro da nossa irreverência e zueira, prezamos por uma leitura CONSERVADORA e fiel das escrturas, tanto é, que se juntar os currículos de todos que produzem material para o nosso movimento, temos teólogos, exegetas, fluentes em grego, antropólogos, filósofos, psicólogos, advogados, sociólogos, entre outros.
Mas perceba, nosso conservadorismo é das escrituras, e não da interpretação que a maioria dos evangélicos fazem da tradução em português. Pois nós SABEMOS que as versões que temos em nossa língua, que chegaram até nós, foram boa parte delas mal traduzidas, e outra parte até manipulada pelos fundamentalistas que as traduziram.
Por isso prezamos MUITO por uma exegese e hermenêutica IMPECÁVEL (dentro do possível) para as nossas interpretações.
Nós não nos detemos na tradução em português, e sim usamos a ciência da EXEGESE para fazer uma leitura fiel dentro da língua original em que cada texto foi escrito.
Também não fazemos um anacronismo, tentando ler uma sociedade de dois mil anos atrás a partir do que nós vivenciamos aqui e agora. Nesse caso usamos a ciência da HERMENÊUTICA para compreender o contexto de cada autor da bíblia.
Para você compreender como nós interpretamos TODA a bíblia, a imagem que está nesse post ilustra exatamente nossa visão.
Sim, nós acreditamos nas cinco solas, que são a base do protestantismo, porém, não as colocamos em pé de igualdade.
Nossa chave hermenêutica para leitura da nossa fé é o CRISTO. Todo o restante orbita em torno dele, servindo como uma ferramenta para nos ajudar a ler e compreender as escrituras à partir da perspectiva do CRISTO.
Parece complicado mas não é. Em resumo, para compreender QUALQUER passagem das escrituras, seja velho ou antigo testamento, nós fazemos isso a partir dos ensinamentos de JESUS.
Imagine a vida de Jesus como uma peneira, pois bem, pegue todo o restante das escrituras e passe por essa peneira, o que cair é a nossa interpretação.
Pronto, agora só não entende quem não quer né?!
Se você se identifica como nossa forma de ver a bíblia e o mundo, SEJA BEM VINDO(A).
Já, se você não gosta da forma que vivemos o evangelho, nós te respeitamos muito. Mas nesse caso, descurta nossa página e vá torrar a paciência de outro.

Em amor (e um bucadinho de sarcasmo)

Pr. João Paulo Berlofa e toda a equipe dos Inadequados

Scars and Labels (com tradução) - Cicatrizes e Rótulos


Scars and Labels

Embrace your scars,
Embrace your labels.
They're yours.

That's what I listened today
and what made me think about

My scars
My labels
That were given me from different people
in different situations.

in religious places
from religious people
in work places
from my bosses, my coworkers
from my students
who listened me in classes.

My scars
My labels

Each of one of them tells a story
about how I walked by a less travelled road
where I've found my humanity on different faces.
Each of one of my scars and labels remind me about my vulnerability and bounderies.
Each of one are built from a pain experience
or a choice toward another person.

A person, different people on the way of life,
different choices, different pain
and happiness.

People who I met on the way
who defied my theology
and helped me to be more relevant,
more honest with myself
before God.

People whom through dialogue
taught me to listen before build an idea about
and to learn before to teach.

I've put myself on people side
and decided to carry their pain,
so I've received their labels too.

Scars borned from pain
Labels of boxes which cannot contain me
neither to describe me ou represent me completly.

Scars and labels that bothers me.
But they're mine
because I've decided to share my life.
Scars and labels which represent an identification life,
of incarnation.
They're a part of me
because they're me.

Angela Natel – 20/06/2019

Tradução:

Cicatrizes e Rótulos

Abrace suas cicatrizes
Abrace seus rótulos.
São seus.

Isso é o que eu escutei hoje
e o que me fez pensar.

Minhas cicatrizes,
Meus rótulos
Que me foram dados por pessoas diferentes
em diferentes situações.

em lugares religiosos
de pessoas religiosas
em locais de trabalho
dos meus chefes, meus colegas de trabalho
dos meus alunos
que me ouviram em aulas.

Minhas cicatrizes,
Meus rótulos.

Cada um deles conta uma história
sobre como eu andei por uma estrada menos percorrida
Onde eu encontrei minha humanidade em diferentes faces.
Cada uma das minhas cicatrizes e rótulos me lembra de minha vulnerabilidade e limites.
Cada um deles é construído a partir de uma experiência dolorosa
ou uma escolha em relação a outra pessoa.

Uma pessoa, pessoas diferentes no caminho da vida,
escolhas diferentes, dor diferente
e felicidade.

Pessoas que conheci no caminho
que desafiaram minha teologia
e me ajudaram a ser mais relevante,
mais honesta comigo mesma
diante de Deus.

Pessoas que através do diálogo
me ensinaram a ouvir antes de construir uma ideia sobre
e aprender antes de ensinar.

Eu me coloquei no lado das pessoas
e decidi levar sua dor,
então eu recebi seus rótulos também.

Cicatrizes nascidas da dor.
Etiquetas de caixas que não podem me conter
nem me descrever ou representar-me completamente.

Cicatrizes e rótulos que me incomodam.
Mas eles são meus
porque eu decidi compartilhar minha vida.
Cicatrizes e rótulos que representam uma vida de identificação,
de encarnação.
Eles são uma parte de mim
porque eles são eu.

Angela Natel

Identificação

O assassinato de indígenas não mexe conosco;
o inquérito de anos referente à morte de centenas de pessoas na boate Kiss não nos importa;
o discurso de ódio que incita a violência sistemática contra pessoas da comunidade LGBTQ+ faz parte de nossa confissão de fé;
a fome, a discriminação, a desumanização e os constantes abusos direcionados, em sua maioria, à comunidade negra não nos afeta;
demonizamos outras religiões pelo simples fato de nos consideramos detentores de todo o conhecimento teológico;
rotulamos de hereges a todos os que confrontam nosso confortável assento entre os donos da verdade;
agimos como se a moralidade fosse a condição para uma pessoa ter direito a viver com dignidade, ignorando completamente a imagem de Deus em cada uma de suas criaturas;
nos consideramos padrão para o mundo, mesmo sem o mínimo de autocrítica e nem um pouco de esforço para pesquisa e verificação das informações que reproduzimos automaticamente;
e assim caminhamos, seguimos em nosso caminho proclamando da boca para fora o amor de um deus que sequer faz sentido às pessoas, uma vez que não encarna em suas realidades.

Nos distanciamos, porque não nos diz respeito.
Nos omitimos, porque não nos afeta.
Rebatemos, acusamos e nos defendemos porque nos sentimos ameaçados em nosso sistema religioso frágil e irrelevante.
Não lutamos suas causas, porque não estamos dispostos a nos identificar com essas pessoas - não como Jesus se identificou conosco.

Angela Natel

Porque dia da mentira é todo dia!


Meus parabéns a todos os que, com tanto esmero, tem se dedicado a espalhar notícias sem fontes seguras nem verificação da verdade,
a todos os que falam mal de mim, me desacreditam para terceiros, me julgam e rotulam com base em aparência ou postagens nas redes sociais,
a todos os dedicados a militar contra ameaças e que, para isso, usam de todo tipo de generalização, engano e informação infundada,
a todos os que preferem repetir um discurso do que pesquisar a fundo antes de formar a própria opinião,
sim, meus parabéns a todos os que chamam projetos racistas, exploradores e colonizadores de missão,
aos que destroem reputações, fazem piadinhas depreciativas, utilizam textos bíblicos para condenar outros,
meus parabéns a cada um que usa um título de líder religioso para parecer intocável e inquestionável, que combate confronto de ideias com violência e agressão pessoal, que é incoerente por dizer seguir um Cristo que não conhece nem imita,
a todos vocês, feliz dia da mentira - porque não adianta citar versículo bíblico nem querer dar lição de moral nas redes sociais quando, na verdade, os que os rodeiam sabem bem a que 'deus' servem.

Angela Natel

Discurso de vida ou de morte


Como Deus é?

Deus é severo, exigente, petulante? Deus é frequentemente descrito dessa maneira. Ou, para forçar um pouco mais, Deus é cruel e vingativo, malicioso e malévolo? Deus (ousamos dizer isso?) é monstruoso? Eu conheci muitos cristãos que pensam assim. Ou, no mínimo, eles acham que Deus tem um lado monstruoso. Para eles, a esperança da salvação é que Jesus os salvará do lado monstruoso de Deus. Jesus é amado como Aquele que os salvará de seu Pai raivoso. Eles geralmente não dizem isso, mas isso é essencialmente a sua teologia da cruz. Quando a cruz é vista através da lente teológica da punição, Deus é visto como um ser intrinsecamente violento que só pode ser aplacado por um sacrifício ritual violento.
Aqueles que são formados por esse tipo de teologia abrigarão um medo profundo de que Deus é uma divindade ameaçadora de quem eles precisam ser salvos.
Mas isso está certo? Eu sei que se estivermos inclinados a fazê-lo, podemos encontrar uma maneira de fazer a Bíblia apoiar uma teologia de Deus-monstro. Mas isso é verdade? Deus é um gigante vingativo cuja natureza essencial exige que ele libere sua ira sobre os pecadores com fúria onipotente? Ou o amor co-sofredor de Deus, cuja natureza é oferecer perdão incondicional?
Essas são perguntas honestas. O termo "Deus da Bíblia" não nos dá uma imagem coerente como gostaríamos de fingir. É o Deus a quem a Bíblia aponta principalmente revelado como ira infinita ou como amor incomensurável? É possível ler a Bíblia em apoio a ambos.
O que precisamos é uma maneira de centrar nossa leitura das Escrituras. Fazemos isso lendo a partir do centro da história da salvação: a cruz.
Quando vemos a cruz à luz da ressurreição, estamos olhando para a salvação, mas o que vemos? Estamos olhando para o apaziguamento de um Deus monstro através da barbárie do sacrifício de crianças? Não, estamos vendo exatamente o oposto.
A crucificação não é o que Deus inflige a Jesus para perdoar; a crucificação é o que Deus suporta em Cristo como ele perdoa. Os aspectos monstruosos da Sexta-Feira Santa são de origem inteiramente humana. O que é divino sobre a Sexta-feira Santa é a imagem completamente sem precedentes de um Deus crucificado que responde aos seus torturadores com amor e misericórdia. O Gólgota oferece à humanidade uma maneira genuinamente nova e inimaginável de conceber a natureza de Deus.
Por eras, os seres humanos conjuraram e internalizaram uma visão monstruosa de Deus. Toda inundação, tempestade, terremoto e peste eram interpretados como os inventos de um deus vingativo. Calamidades foram feitas um pouco mais suportáveis, atribuindo desastres inexplicáveis ​​à ira dos deuses. Esses deuses podiam ser adorados com medo e apaziguados por sacrifícios e rituais apropriados, mas esses deuses caprichosos nunca poderiam ser verdadeiramente amados. Só o amor gera amor.
Através dos tempos, a imaginação religiosa da humanidade foi assombrada por deuses monstruosos. E se o monoteísmo toma conta, os deuses monstruosos são absorvidos em um único deus monstro. (Ou pelo menos um deus com um lado monstruoso.)
Mas na cruz encontramos a morte do deus monstro. Com isto quero dizer que é na cruz de Cristo que a nossa ideia errada de Deus como um monstro vingativo finalmente morre. Entre os muitos significados da cruz está este: no corpo crucificado de Jesus, vemos a morte da nossa imagem equivocada de Deus. Deus não é um monstro. Deus não tem um lado monstruoso. Deus é quem encontramos na Palavra feita carne. Quando Jesus morre, ele não evoca vingança; em vez disso, ele confere perdão. Jesus faz isso por uma razão profunda: é assim que Deus é. Uma visão centrada no perdão da cruz nos salva de uma ansiedade patológica sobre Deus, que é tão prejudicial para a alma.
Agora podemos entender que o deus monstro é nossa própria criação - um monstro nascido de nossas questões projetadas de ansiedade, raiva e vergonha. Nós somos o Dr. Frankenstein que criou o deus monstro.
A imagem de um deus aterrorizante é criada nos corações das pessoas ansiosas. A imagem de um deus raivoso nasce nos corações das pessoas iradas. A imagem de um deus condenado é criada nos corações das pessoas envergonhadas.
Por sermos pessoas tão ansiosas, irritadas e envergonhadas, imaginamos horrores onde deveríamos estar vendo a salvação. Se persistirmos em olhar a cruz através das lentes distorcidas do medo, da raiva e da vergonha, imaginaremos que a cruz é o que Deus faz para perdoar, em vez de perceber a cruz como o que Deus suporta como perdoa.
Toda a vida de Jesus foi uma demonstração da verdadeira natureza de Deus. Quando Jesus cura os enfermos, perdoa o pecador, recebe o pária, restaura os caídos e, ao morrer na cruz, perdoando seus assassinos, ele revela como Deus é. Ver Jesus é ver o Pai.
Por fim, sabemos que Deus não é como Zeus, que ataca com o raio, ou qualquer outro deus raivoso no panteão da imaginação religiosa aterrorizada. Deus é como Jesus, pregado a um madeiro, oferecendo perdão. Deus não é um monstro. Deus é como Jesus!
A verdade é que existem monstros neste mundo, mas o Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo não é um deles. Nós temos uma imaginação para monstros porque sabemos da sua existência. Feras venenosas e cruéis eram um perigo diário para os nossos primeiros ancestrais. Vulcões e tsunamis podem engolir cidades inteiras. Furacões e tornados rugem dos céus, deixando o inferno em seu rastro. Epidemias de doença são predadores letais que levam seu pedágio impiedoso. Pior de tudo, há monstruosidades de homens - conquistadores e senhores da guerra, tiranos e déspotas - galopando através da história como espíritos-espinhos, trazendo conquistas, guerras, fome e morte. Podemos imaginar monstros porque os encontramos. Mas o Deus vivo não é um deles. Não o Deus a quem Jesus chamou Abba.
Oh, os deuses pagãos são monstruosos; claro que eles são. Eles são mercuriais e impiedosos, mesquinhos e vingativos. Eles precisam ser aplacados por uma virgem lançada em um vulcão ou uma vítima sacrificada em um altar de pedra. Eles sempre exigem um apaziguamento violento e sangrento ... ou então!
Mas nós sabemos sobre esses deuses agora; nós sabemos o que eles realmente são. Eles são personificações daqueles animais e desastres e epidemias e guerras e tiranos que nos assustam tanto. São projeções deificadas de nossa própria raiva e medo. Eles são a tentativa desesperada de lidar com nosso próprio pecado, sofrimento e vergonha.
A boa notícia é que o Deus revelado em Cristo não pertence à categoria de Marte e Moloque, de Ares e de Zeus. Estes são os falsos deuses das nossas imaginações assustadas e carregadas de vergonha.
O Deus Criador, o Único e Verdadeiro Deus, não é vingativo e retributivo como aqueles deuses do panteão primitivo. Em seu triunfo, Jesus colocou esses deuses mesquinhos e vingativos fora dos negócios. São apenas seus fantasmas que nos assombram hoje.
No pavor da noite, podemos ser tentados a pensar que o verdadeiro Deus compartilha os temíveis atributos dos deuses monstros vencidos. Em nosso horror, imaginamos como as Escrituras confirmam nossos pesadelos. Em nosso terror, podemos usar a Bíblia como uma paleta para pintar uma imagem macabra e monstruosa de Deus. Mas então o dia amanhece e ouvimos Jesus dizer: “Sou eu; não tenha medo.” Com a aurora de Cristo, os terrores da noite desaparecem.
Jesus é a teologia perfeita. E a perfeita teologia de Jesus nos salva de nossos pesadelos primitivos sobre o divino. As mãos de Deus não estão lançando raios. As mãos de Deus têm cicatrizes; elas foram pregadas a um madeiro enquanto ele perdoava o mal monstruoso.

Brian Zahnd
https://www.facebook.com/BrianZahnd

Não estou em guerra com ele



O atual momento mundial que vivemos semeia conflitos, pede polarizações e valoriza extremos. Este é um movimento perigoso que já está acordando fantasmas do passado como o ditaduras, fascismo, nazismo, exclusivismo, racismo, e os transformando em realidades concretas e terríveis mais uma vez. Não podemos fechar os olhos para isso.

Engana-se quem pensa que o Brasil e a América do Sul estão imunes; jamais estiveram! Chegaram perto, mas erraram ao ignorar a campainha do bonde da História. Todas as vezes que ignoramos a história corremos o risco de repetir seus erros - ainda que com roupagem moderna. Mas, e os cristãos o que tem a ver com isso?

PAULO HISTÓRICO

O apóstolo Paulo é um personagem histórico. Pudera, haja vista o fato do Cristianismo ter formado o mundo ocidental e firmado as bases de seu pensamento, leis, artes, ciência, educação e governo. Paulo continua sendo, embora muitas vezes no subconsciente coletivo, uma das mentes mais brilhantes da humanidade. Ele dizia:

"Pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais"
(Efésios 6:12, Bíblia NVI)

E, O CRISTÃO?

Ser cristão é olhar para o antagônico, seja o não-cristão, o soberbo, o diferente, o de opções diferentes das minhas, o de outro partido, comportamento, área acadêmica, denominação, ou qualquer outra posição e saber dizer: "Eu não estou em guerra com ele". É poder antes de mais nada ver na outra pessoa um ser humano valioso, precioso, imagem e semelhança de alguém maior, alguém único - um ser e não um inimigo a ser eliminado. Este é o desafio.

A mentalidade da atual massa evangélica mundial infelizmente desceu do bonde de Paulo e está subindo no da "paulada".

São ataques, manobras, agressões psicológicas e físicas, maracutaias financeiras, roubo, difamação, divisão, fofoca, falsos testemunhos, hinos de vingança, cânticos de humilhação, rejeição, ostracismo, tudo o que não presta. Todos realizados por cristãos que, tais como os cristãos das Cruzadas da Idade Média, abandonaram o primeiro amor e voluntariamente o trocaram por um Reino de Deus "visível" a ser conquistado à força e consequentemente ser forçado de cima para baixo sobre os outros. Nem Cristo nem Paulo concordam ou dão base para isto.

NOSSA LUTA

O texto de Paulo é entendido por muitos cristãos como uma luta espiritual - apenas - e, isso é detrimento à percepção de realidade de muitos. Na verdade Paulo está falando de sistemas, de idéias, de influências (ainda que de espíritos malignos), do conflito dessas idéias e forças nas regiões invisíveis o que também inclui a mente! As forças das "trevas" só podem interagir com o ser humano de acordo com a forma, design e função do ser humano. Temos, a grosso modo, uma estrutura física e uma psicológica. Qualquer acesso ao nosso ser tem que passar por elas. Uma influência é um apelo à nossa capacidade de escolha e se dá primariamente no intelecto, na psiquê, na mente. Há ideais que nos corrompem, de fato, há ideologias que provocam comportamentos nocivos - a história da humanidade está repleta delas! Muitas são inspiração das trevas? Sim, são! Ser humano é existir num mundo que é físico e espiritual, e o mundo das idéias também é invisível! Como combater?

Estudando (universidade, escola, cursos)lendo, pensando em coisas boas, alimentando o conhecimento, buscando soluções sustentáveis, colaboração humana baseada em princípios humanos universais, e também meditando, orando e buscando a Deus. O problema é que justamente os cristãos querem "atalhos". Não há atalhos para as escolhas de amor; elas devem ser feitas com urgência! Não há atalhos para viver o Evangelho, ele dever ser lido e vivido de acordo com Jesus.

Agora, pergunto: Quantas vezes você viu Jesus agindo como as Igrejas e pastores da atualidade? Quantas vezes Jesus ordenou atos proféticos? Quantas vezes Jesus ostentou? Quantas vezes Jesus ignorou a responsabilidade pessoal para com o ser humano ao lado? Quantas vezes ele condenou a mulher adúltera? Quantas vezes ignorou o negro? Quantas vezes Jesus discriminou? Quantas vezes ele foi intolerante para com pessoas? Quantas vezes ele agiu como os evangélicos da atualidade? Cristãos? Será que são mesmo?

OS TRILHOS DA HISTÓRIA

O bonde da história está sendo transformado num trem-bala, e se continuarmos ignorantes ele vai descarrilhar para os trilhos do ódio e destruição. As tropas de sabotagem ideológica já estão com seus ideais prontos para desviarem os trilhos! Em alguns países já tem conseguido!

NÃO ESTOU EM GUERRA COM ELE

Não estou em guerra com o gay. Não estou em guerra com o Presidente. Não estou em guerra com o deputado. Não estou em guerra com a dona-de-casa. Não estou em guerra com o ateu. Não estou em guerra com o comunista. Não estou em guerra com o direitão. Não estou em guerra com a feminista. Não estou em guerra com a ativista do meio ambiente. Não estou  em guerra com a Vegana. Não estou em guerra com o DJ.

Eu posso até discordar das idéias e práticas de muitas pessoas, mas não estou em guerra com elas!

Se discordo e, como cristão, vejo a influência das trevas em algumas de suas vidas, é minha obrigação colaborar com a formação de alternativas segundo o Evangelho, e o primeiro passo sempre é o amor! E, ao apresentar minha alternativa é escolha do indivíduo abraçá-la ou não. Não há obrigação da parte dele ou dela de concordar. Antes de mais nada quero estar com ele ou ela como ser humano amado e querido - a ponto de calar-me quando preciso for e falar apenas o necessário se necessário for.

Quanto às trevas aqui estou "acendendo a luz" pra mim e pra você! Nosso mundo precisa de alternativas de vida e não de morte! Precisa de soluções climáticas de vida e não de morte! Precisa de ajuda humanitária que gera vida e não morte! Precisa de canções de Paz e não de guerra! Precisa de mentes inovadores em todos os campos do saber que semeiem vida, paz, alegria, amor, mansidão, reflexão, autocontrole, sabedoria, ciência, conhecimento e luz!

Você poderia até jogar uma água nessa plantinha...

Embora sejamos poucos no bondinho da história, pode ser que não venhamos a descarrilhar como o trem lotado da brutalidade ignorante.

Ebenézer Paz.

Que a verdade nos liberte!

Um meio mau justifica um fim bom?
- quando não há menção de dízimo no contexto de igreja, muito menos ordenança para tal, mas em vez de serem honestos com a sociedade e dizer que se querem usar um prédio é preciso dividir as despesas do mesmo, os "pastores" preferem mentir a respeito do que a Bíblia ensina e estipular para a Igreja a obrigatoriedade do dízimo que só existia em contexto judaico na Bíblia;
- quando se interpreta texto bíblico fora de contexto para justificar regras e doutrinas que não estão claras nas Escrituras, se realizada uma exegese e uma hermenêutica adequadas;
- quando se omite que a única vez em que Jesus chamou algo de abominação foi em relação ao amor ao dinheiro, nada relacionado a questões sexuais;
- quando se ignora o contexto em que Paulo escreveu suas cartas e sua consequente construção teológica a fim de impôr aleatoriamente ordenanças para a igreja da atualidade no que diz respeito a usos, costumes e, principalmente, ao comportamento feminino;
- quando, com o fim de justificar o encontro entre cristãos (a Igreja), se faz campanha financeira para construção de prédios em vez de suprir as necessidades das pessoas;
- quando se prega que, como o Reino de Deus deve vir em primeiro lugar, você deve deixar de ter tempo com seus familiares para 'bater ponto' num evento semanal que chamam de culto da Igreja, como se Deus habitasse em templos construídos por mãos humanas e marcasse hora para estar com os seus;
- quando se usa texto em que se diz que 'Deus traz à existência as coisas por meio de Sua Palavra' para torcer as palavras e e ensinar que podemos trazer à existência o que declaramos com nossas palavras - ops, somos deuses!
- quando confundem um evento semanal num prédio com Igreja (que são pessoas) e, por isso, rotulam de 'desigrejados' quem não preza por sua frequência;
- quando não se incomodam que as pessoas estão se tornando analfabetos funcionais ao ponto de terem preguiça de pensar e estudar a Bíblia, pois assim fica mais fácil de manipular as pessoas através de músicas, falas e ações repetitivas;
- quando ensinam em suas escolas ministeriais que a Bíblia deve ser interpretada de forma cristocêntrica (Jesus como chave hermenêutica) mas não permitem que isso afete a interpretação satânica (vide Mateus 4) das Escrituras feitas nas pregações em púlpito;
- quando fazem vista grossa para a discriminação, discurso de ódio e violência que se sistematiza entre as pessoas da comunidade dos crentes;
- quando se busca paz a qualquer preço, sem confronto com a verdade, sem zelo para com o que a Bíblia de fato ensina, sem estender a mão aos que estão sendo marginalizados no meio dos que se dizem cristãos;
- quando os que são vistos como mais espirituais não são nada parecidos com Jesus, mas sim com empresários, animadores de circo, ditadores e/ou pessoas com discursos triunfalistas exclusivistas;
- quando a pregação mais parece uma maneira de marcar território e se colocar como dono da patente da graça de Deus, como se somente nossa teologia salvasse (ortodoxolatria), como se fôssemos donos de Deus e somente através de nossas práticas, dogmas e doutrinas é que alcançamos o Reino de Deus (como se este fosse algo palpável e não estivesse dentro de nós).

Que a verdade, Jesus, nos liberte!

Angela Natel

Desgraça e a síndrome da prostituta religiosa.



Já ouviu falar do provérbio popular: "Quem não chora não mama"? Ele é um dos maiores problemas da vida de missionários e outros trabalhadores religiosos e humanitários. 

A cada dia a mecânica da desgraça se espalha por igrejas e transforma as categorias citadas acima em prostitutas e prostitutos da religião, daqueles e daquelas que sonham em casar, mas nunca aparece alguém que se comprometa com eles/elas em amor - e não por uma "transa" religiosa, atividade gospel ou qualquer outra coisa/ ministério.

NECESSIDADES X AMOR

O foco da enfermidade está na própria igreja, ávida por conseguir as melhores bênçãos de Deus, sedenta por prosperidade a qualquer preço, ela investe recursos apenas no que parece ser mais "necessário", mais "espiritual", mais "urgente", mais "vistoso" aos olhos de Deus e dos homens. Assim se formam compromissos que sempre terminam quando a necessidade muda ou some, quando a urgência termina, ou quando o modismo espiritual e a popularidade do trabalho desaparecem.

Foi isso o que Deus pediu? Compromissos temporários orgásmicos que geram mais a masturbação da própria alma do que o amor que permanece?

Quem investe apenas por causa da necessidade segue a lógica de Judas - vai sempre arrumar alguma desculpa melhor, mais espiritual, mais necessária e mais importante para CORTAR os compromissos antes assumidos com missionários.

DESGRAÇA

Essa lógica também lança famílias missionárias numa vida de medo. Imagina se terão coragem de postar fotos de férias, falar de coisas boas e bonitas que viram, ou até enviar notícias positivas para seus mantenedores? Jamais! Se fizerem isso o sustento será sumariamente cortado! Então resta apelar, compartilhar apenas desgraças, necessidades urgentes, fotos só de tragédias, já que a competição é árdua. Ministérios sem vergonha, safados, muitos deles da África (continente mais evangelizado do mundo)lucram com essa lógica - afinal, onde se acha mais desgraça do que lá? Eles sabem e capitalizam. Fazem mal ao próprio povo da África, já que os recursos quase sempre não chegam neles.
Aí começa tudo de novo... Mais desgraça, mais problemas, mais urgência, é duro competir! Missionários sérios se veem tentados a usar da mesma técnica, já que na igreja impera a lógica da necessidade e não do amor.

INTEGRIDADE

A cultura da desgraça e da prostituição religiosa destrói a integridade e privacidade das famílias missionárias. A vida deles vira uma novela interativa na qual mantenedores se sentem no direito de escrever, editar ou dirigir os próximos capítulos - afinal estão "pagando". Daqui a pouco os membros da família já não vão mais saber nem de que pedaço da galinha gostam mais... Suas vidas expostas aos caprichos de líderes, concílios, conselhos, conchavos, comitês, Bispos, Arcebispos, e patronos ricos. O resultado? Depressão, suicídio, psicoses, fobias, pânico, perda de identidade e integridade.

CULPA

A culpa, a responsabilidade é dupla. Sua maior parte é da igreja mesmo, seus pastores e sua liderança. Porém não se pode excluir os falsos missionários que, conhecendo esta lógica satânica, aproveitam-se dela.
A igreja precisa arrepender-se e voltar a amar, precisa levar a sério aquilo que prega e sair do circo Gospel; precisa conhecer a Jesus e tê-lo como centro e senhor de todas as coisas.
As igrejas estão "inchadas" mas não há amor - nem para com os seus. Negaram a fé, negaram a cruz, e vivem uma farsa. São uma multidão e a cada dia se tornarão mais ignorantes e irrelevantes para o mundo se não voltarem à simplicidade do Evangelho do amor. Tenham coragem e hombridade: arrependam-se! Ele é fiel e justo para perdoar!

LÁGRIMAS DA PROSTITUTA

As lágrimas da prostituta religiosa enchem o cálice de Deus todos os dias enquanto os risos e críticas da igreja enchem o inferno. Quem liga pra uma quenga? Quem quer saber da família dela? Querem apenas que recebam uma miséria e ofereçam orgasmos religiosos em suas atividades para com os pagantes - quanto mais miséria e desgraça mais pagam. Deus não é assim. Jesus não é assim. O Espírito Santo não é assim. Como pode a "igreja" agir assim. Nada, plano de saúde não pagam, aposentadoria nem pensar, benefícios? Pra que? Missionário já sabe que se entrar nessa tem que sofrer!

Longe das garras da religiosidade doentia dos dias modernos, só podemos contar com quem realmente nos ama - pois quem ama permanece! Isto serve para todas as áreas da vida!

Chega de desgraça! Chega de prostiuição religiosa! Chega de hipocrisia! Chega de templos de 10.000 km de extensão lotados de pessoas com apenas 1 cm de profundidade!

Se vocês vão ser religiosos, arquem ao menos com as responsabilidades que assumiram diante de Deus. Leiam ao menos a Bíblia na qual professam crer. Sejam de verdade! Parem de manipular a própria religião de vocês e de destruir as vidas de outros!

Tenham a coragem de fazer compromissos de amor!


Ebenézer Paz

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2436972419667437&set=a.245225498842151&type=3&theater

Pentecostes e o testemunho às nações

Introdução
Originalmente, o dia de Pentecostes era a Festa das Primícias (Lv. 23.19-22), celebrada 7 semanas após a Páscoa no tempo da colheita do trigo. No tempo do Judaísmo do 2º. templo foi considerado o dia em que Moisés recebeu a lei no Monte Sinai e por isso atraía muitos peregrinos de todo lugar. Atos 2 nos mostra que havia ali judeus que moravam em Jerusalém, mas também judeus tementes a Deus de todas as partes do mundo – todo o Israel estava lá.

PARALELO 1 – Antigo Testamento
1)    Deus está interessado em todas as nações e não somente em um único povo.
Gn. 1-11 – a origem de toda a humanidade
Deus não é Deus somente de um grupo de pessoas, mas é Deus de todos os povos.
CRIAÇÃO – CORRUPÇÃO – DILÚVIO – NAÇÕES - Alternância entre Narrativas (todo) e Genealogias (zoom):
Caim e Abel – genealogia
Noé/Dilúvio – genealogia
Torre de Babel – genealogia
- Consciência de grupos de pessoas e sua importância
- tema teológico de inclusividade e não de exclusividade
A história de Babel trouxe um fim à esperança e às tentativas da humanidade de encontrar seus próprios meios de bênção.

2)    Chamado para testemunhar – a parte em prol do todo.
Gn. 12:1-3 – chamado de Abraão (a graça se manifestou antes da lei e das obras).
O plano de salvação de Deus é via eleição. Abraão é escolhido para que a bênção de Deus atinja as 70 nações espalhadas pela face da terra.
Deus quer abençoar todos os povos através de um mediador. - Isaías 42:6; 49:6.
Abraão não é chamado para ‘evangelizar’ e ‘converter’ os povos pagãos, mas para que sua presença seja uma bênção para eles. Abraão é chamado para ser bênção, em vez de uma atividade a ser exercida: SER e não FAZER.
Abraão se torna o referencial para quem é abençoado por Deus. 
As narrativas dos patriarcas mostram com eles se tornaram uma bênção para a sua época e potencialmente para todo o mundo.
Israel deveria ser missionário de Deus às nações. Para ser bênção para as nações, Israel precisa somente ser fiel a Javé.
Abraão e Israel foram chamados por causa do propósito missionário de Deus de se tornar uma bênção para todas as nações.
De acordo com o teólogo protestante alemão Horst Seebass (1934-2015), o conceito de eleição de uma parte em prol do todo já está implícito no termo bachar = escolher (eleição) no hebraico (AT). Sempre que o termo aparece relacionado a pessoas, trata-se da separação de um grupo de pessoas para servir o todo. Israel foi escolhido entre as nações para servi-las.

3)    O testemunho é este:
Modelo de missão no AT – as pessoas vêm para Israel para conhecer o Deus verdadeiro.
A escolha de Abraão tinha um propósito mais amplo de Deus: a salvação de todas as pessoas.
BÊNÇÃO – generosidade característica de Deus que dá de forma abundante tudo de bom para suas criaturas e sua contínua renovação da abundância da vida criada. Provisão para o florescimento humano. Não se restringe a coisas, é também relacional. Ser abençoado não significa apenas conhecer as dádivas de Deus, mas também o próprio Deus em suas ofertas generosas.
A bênção se dá através de um relacionamento com Deus. A bênção conecta a criação com a salvação.
À medida que as pessoas agradecem a Deus pelas suas dádivas, Deus se torna conhecido como o bom Criador que proporciona o desenvolvimento das pessoas.


PARALELO 2 – Novo Testamento
1b) Deus está interessado em todas as nações e não somente em um único povo.
O livro de Atos é uma narrativa da expansão missionária que inicia com um pequeno grupo de discípulos em Jerusalém e se expande através de limites étnicos, religiosos e geográficos significativos para terminar com o evangelho sendo anunciado para judeus e gentios em Roma, sem distinção.
Atos 2 nos mostra que Deus está intervindo com seu plano de salvação.

2b) Chamados para testemunhar – a parte em prol do todo.
At.1/Lc.24 – chamado dos discípulos (a graça se manifestou antes da lei e das obras).
O plano de salvação de Deus é via eleição. Deus quer abençoar todos os povos através de um mediador.
Os cristãos que são ricamente abençoados por Deus agora se doam e doam o que possuem para ajudar as pessoas ao seu redor. Não se trata de fazer algo para ter um retorno, mas de abençoar as pessoas. A presença da Igreja poderia ser conhecida por sua generosidade para com todas as pessoas.
Atos 1.8 precisa ser lido no contexto de Lucas 24.46-49.
Os estágios do testemunho dos discípulos devem ser vistos etnicamente e teologicamente, bem como geograficamente. O 1º. estágio é Jerusalém onde Jesus completou a sua obra e onde Israel deveria ser restaurado como o remanescente dos judeus que criam nele como Messias. O 2º. estágio era Judéia-Samaria – os dois locais estão interligados pelo mesmo artigo no grego – que se referem ao antigo reino de Judá e Israel. Finalmente o testemunho apostólico vai até os confins da terra, uma expressão chave que vem de Isaías 49.6 (citação dela em At 13.47) e mostra que Deus quer que sua salvação alcance a todos os povos.
Não somos chamados para convencer nem converter ninguém. Isso é obra do Espirito Santo.
Pentecostes é um evento central – sem a vinda do Espírito Santo não haveria profecia, nem pregação, nem missão, nem conversão e nenhum movimento do cristianismo por toda a terra.
Com a vinda do Espírito, os discípulos vão se envolver na missão de Deus (como está implícito nas palavras de Jesus em Lc.24:48; cf. At. 13:47), que está ministrando a toda a nação.
Para Lucas, os judeus presentes em Jerusalém no dia de Pentecostes (At.2) são representantes das nações de onde vieram e dos dialetos locais dessas nações.
A lista nas nações que temos em At.2.9-12 que amplia o v. 5 é similar à lista das nações da tradição judia das nações baseada em Gênesis 10 e que está presente parcialmente em Isaías 66.18,19, onde Javé promete reunir todas as nações e línguas.
Temos em Atos 2.2-4 alusões a Babel, além das alusões a Gênesis 10.
Pentecostes seria Babel ao contrário, ou seja, a presença do Espírito agora unindo outra vez as nações com uma linguagem comum.
Pedro interpreta o evento da vinda do Espírito Santo de acordo com Joel 2:28-32, onde Deus prometeu derramar Seu Espírito sobre toda a carne (todo o Israel).
A expressão “toda a carne” que em Joel se refere primariamente aos judeus recebe uma nova ênfase na pregação de Pedro quando ele fala do perdão dos pecados e o dom do Espírito para “todos os que estão longe” (Atos 2.39) (provavelmente se refere à promessa feita a Abraão, onde todas as nações serão abençoadas através dele).
A narrativa de Lucas mostra que o Espírito é recebido também em outras situações além do evento em Pentecostes: os samaritanos (At 8.14-17); os gentios (10.44-48; 11.15-18); e os discípulos de João Batista (19.1-7) - estágios cruciais da expansão missionária.

3b) O testemunho é este:
A bênção se dá através de um relacionamento com Deus. Somente pela graça é que as pessoas são abençoadas.
O Libertador veio da descendência de Abraão. Paulo interpreta a promessa a Abraão como se aplicando a um único descendente dele, Jesus Cristo, como bênção para Israel e para todas as nações. – Gálatas 3:6-9,16.
Em nome de Jesus se proclama “o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações” (Lc.24:47). Jesus é entronizado como Senhor e Cristo (At 2.34,35). O perdão dos pecados está disponível a todos através dele.
A mensagem missionária proclamada pelos discípulos são “as boas novas do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo” (8.12; 28.23,31).
O livro de Atos mostra que o Espírito Santo vem para a salvação das pessoas (2:38), para a adoração, oração, separação e envio específico de pessoas (Atos 13) entre outras coisas.
Em Atos 2.14-39, no seu sermão Pedro especifica o conteúdo do testemunho dos discípulos em Jerusalém. Esse testemunho é sobre a morte e ressurreição de Jesus e o perdão dos pecados de acordo com as Escrituras (cf. Lc 24.46,47).
Pedro caminha da passagem de Joel mencionando as pessoas que clamam pelo nome do Senhor que serão salvas (21), para enfatizar a crucificação de Jesus (22,23), depois a sua ressurreição e exaltação como Messias (33-36). Depois da exaltação Jesus derramou o seu Espírito. A salvação vem para todos os que clamam pelo nome do Senhor (Joel 2.32; Atos 2.21) e incentiva a clamarem pelo nome do Senhor Jesus se arrependendo e sendo batizado em seu nome para o perdão dos pecados (cf. Lc 24.47).
O testemunho de Pedro foi dado para o povo de Deus. Mas fica evidente nesse texto que a vinda do Espírito sobre um Israel renovado e purificado vai, em última análise, apontar adiante para uma bênção universal como os profetas já tinham indicado (Is 42.6; 49.6).
O relato de Pentecostes acaba em Atos 2.41, mas temos que ler a continuidade de 2.42-47.
Aqui temos a figura da comunidade de Jerusalém – o remanescente de Israel, restaurado e que recebe nova vida do Cristo exaltado através do Espírito Santo. Esse grupo de pessoas se preocupa com o próximo (2.44,45); é caraterizado pela devoção ao ensino dos apóstolos, a comunhão, o partir do pão e a oração (42). Essa comunidade se torna o modelo que o Israel antigo deveria ter sido (Êx 19.5,6). Eles não somente estão juntos com alegria, com o coração sincero adorando a Deus, mas contam com a simpatia de todo povo, e diariamente o Senhor acrescenta outros israelitas que estão sendo salvos. Essa comunidade restaurada é apresentada por Lucas como um modelo dos propósitos de Deus para todo o mundo.
Angela Natel 

Madonna - Dark Ballet (Official Music Video)





Balé Sombrio

É uma linda vida
Mas eu não estou preocupada
É um lindo sonho
Mas um sonho é conquistado
Eu posso me vestir como um garoto
Eu posso me vestir como uma garota
Guarde suas lindas palavras
Porque eu não estou preocupada
Porque o seu mundo é uma vergonha
Porque o seu mundo é obcecado pela fama
Porque o seu mundo está com tanta dor
Porque o seu mundo está
Porque o seu mundo está
Em chamas
É um lindo plano (hmm)
Mas eu não estou preocupada (oh, sim)
É um lindo jogo (hmm)
Que eu nunca aprendi
As pessoas me dizem pra calar a boca (cale a sua boca)
Que eu possa acabar me queimando
Guarde suas lindas mentiras (hmm)
Porque eu não estou preocupada
Porque o seu mundo é uma vergonha
Porque o seu mundo é obcecado pela fama
Porque o seu mundo está com tanta dor
Porque o seu mundo está
Porque o seu mundo está
Eu não vou trair as coisas que disse
Eu não vou renunciar a minha fé em meu doce Senhor
Ele me escolheu para lutar contra os ingleses
Eu não tenho medo de morrer, porque eu acredito em Você
Deus está do meu lado, e eu vou ficar bem
Eu não tenho medo porque eu tenho fé n'Ele
Vocês podem cortar meu cabelo e me jogar numa cela
Dizer que eu sou uma bruxa e me queimar viva, é tudo um grande erro
Vocês não sabem que duvidar d'Ele é um pecado?
Eu não vou me render
Eles são tão ingênuos
Eles acham que não estamos cientes de seus crimes
Nós sabemos
Mas ainda não estamos prontos para agir
A tempestade não está no ar
Está dentro de nós
Eu quero falar com vocês a respeito de amor e solidão
Mas está ficando tarde agora
Vocês não conseguem ouvir, além de seus moletons Supreme
O vento que está começando a uivar?
É uma linda vida

Sede de Justiça

O mundo pode ser muito injusto. E a comunidade dos homens pode produzir injustiças que provocam a solidão absoluta de alguém injustiçado. Cada tiro dado no corpo de inocentes pelos agentes de segurança, cada inocente nas prisões, cada tribunal que condena um inocente, cada criança violentada por adultos, cada mentira que vira verdade na boca da opinião pública, revela quão terrível pode ser a experiência humana.

Sou cristão porque olho para Jesus e vejo a síntese dessas injustiças na maneira como o trataram e a ação de Deus para anular essas injustiças em um só ato: a ressurreição. Quando eu assumo que Jesus ressuscitou, eu confesso a minha fé na redenção, na porta aberta por Deus para a possibilidade de transformação de todo o lixo da experiência humana com a injustiça em redenção. Uma redenção feita por Deus!

A ressurreição é a declaração de que Deus reverteu o mal supremo provocado pelos homens e mulheres. Mal continuo, para o qual Deus disse, em Jesus: “Basta!”

Somos sangue, carne, fluidos diversos, dejetos. Mas somos capazes de transformar a insignificância de nossa realidade física em engajamento coletivo em favor de machucarmos a carne alheia. Matarmos o corpo, matarmos a alma.

Somos capazes de transformar a nossa insatisfação com nossa própria realidade em punição aos que estão vulneráveis à lapidação pública. Observando os piores que nós, tendemos a nos sentir melhores. Não é assim que falamos: “tem gente muito pior”? O nosso dispositivo de insignificação das pessoas é produtivo, e subjaz na maledicência, na punição, na indiferença.

Somos, todos, usinas de produção de injustiças mascaradas. E Deus, em Jesus, disse basta!

O fato é que os seres humanos produziram em milênios, e para bilhões, fome, opressão, assassinatos, prisões arbitrárias, estupros, preconceitos, infâncias roubadas. Cadáveres que se amontoaram e continuam se amontoando e chegariam até o sol caso fossem empilhados.

Os seres humanos também criaram no decorrer da história instrumentos para validar a injustiça. Atribuíram indignidade a pessoas, grupos, etnias, justificando massacres. Criaram meios de limpar a consciência de qualquer culpa produzindo maiores culpados.

A mídia, um desses meios de justificação, opera com aparente isenção, dando um verniz de realidade para suas narrativas, ainda que elas sejam caracterizadas por um desequilíbrio conivente. A mídia ilustra, não demonstra. Ela não informa: provoca tendências.

O mesmo acontece com as redes sociais, em que a insensibilidade impera, pois é o palco de pessoas manipuladas, lugar onde a catarse se manifesta de maneira irresponsável e animalesca, validando a lapidação coletiva antes de qualquer julgamento com direito à defesa.

Assim, a informação e as redes sociais são foices que cortam a honra de quem cai nas suas mãos.

Jesus, ele também, caiu nas mãos da opinião pública. Submetido a júri popular, mobilizado pela eficaz mídia religiosa, ele recebeu uma sentença desfavorável - e Jesus foi crucificado.

O assassinato de Jesus pelo Estado mostra que a justiça pode ser - e muitas vezes é - injusta.

Depois de Jesus, veio o cristianismo. Ainda assim, a situação eventualmente se agravou, especialmente quando o esforço de Jesus para melhorar a humanidade, o seu apelo ao equilíbrio e à generosidade, tornou-se, pela religião e pelos religiosos, algo criticado, diminuído, relativizado, punido em favor da sanha de continuar matando, destruindo, injustiçando - em nome da justiça. Em nome de Deus, em nome de Jesus.

Em nome de Jesus, o crucificado, muitos ousaram e ousam discriminar, perseguir, matar, validar “moralmente” a morte.

Um olhar atento para a história de Jesus, porém, desmascara quem se diz cristão e apoia a destruição, a morte, a fome e seu outro nome - meritocracia (ou “demeritocracia”).

Diante da justiça de Jesus, todos são nivelados no campo do demérito - “não há um justo, nem sequer um” / o salário do pecado é a morte (Romanos 3.10-23, 6.23).

E assim, o cristianismo se tornou na realidade de muitos que defendem a agenda da morte, uma variável do mesmo mecanismo que matou Jesus. E isso se tornou tão comum que é possível que todos nós tenhamos, em um dado momento, participado das injustiças que provocaram morte, angústia, desesperança, suicídio de tantos e tantas. A operação do mecanismo que matou Jesus contou, em algum momento, com o nosso trabalho!

O problema é que raramente aquele que promove a barbárie e a injustiça se sente responsável. Tal pessoa sente apenas que é parte da realidade óbvia, ou entende que fez parte de uma parcela insignificante do movimento que envolveu a tantos e tantas. É como se essa pessoa fosse parte de um quebra-cabeças de mil peças, em que uma peça não se sente parte do quadro porque não é possível reconhecer toda a cena vendo apenas aquela pequena parte. Mas sem ela, o quebra cabeças não estaria concluído.

A história de Jesus é a síntese do poder humano de fazer o mal como “cidadão de bem”. Quem gritou “crucifica-o” entendia estar cometendo justiça.

A vida de Jesus, inteira, foi de luta contra a injustiça.

Jesus era ainda um feto, quando esteve em meio a um conflito entre pai e mãe, e sobreviveu. Quando ele era bebê, foi perseguido pela força de Herodes, mas sobreviveu. Vivendo na miserável Nazaré, Jesus chegou à vida adulta, um desafio difícil de superar - fome, pobreza, violência. Jesus, respondeu a todo o mal que o cercava fazendo o bem por toda a parte.

Acusado injustamente, Jesus foi condenado e assassinado pelo Estado.

Sua tortura durou a vida toda... mas só o matou no fim.

Mas Deus ressuscitou Jesus!

É importante destacar que a ressurreição de Jesus não teve nada a ver com os homens e mulheres. A ressurreição de Jesus foi e é a declaração da força da vida que vem de Deus para vencer a injustiça! A ressurreição de Jesus é a declaração da falência da nossa capacidade de parar de amontoar cadáveres por causa da nossa injustiça, do nosso fastio e impaciência diante da necessidade de aprendê-la.

A ressurreição de Jesus é a prova de que Deus teve e tem, continuamente, se dedicado a consertar as desgraças que as pessoas fazem desde sempre.

E esse Deus colocou Jesus no mundo para pregar o Reino de Deus - o plano divino de frear o nosso ímpeto de governar a nossa vida e a dos outros multiplicando dores, lágrimas e cadáveres. O Reino de Deus pregado por Jesus é a chance de dar um fim à nossa incapacidade de preservar a vida. É a declaração e a ação de que não queremos e nem vamos continuas fazendo vítimas.

E Jesus, o assassinado, o que não tinha onde reclinar a cabeça, o órfão... aquele que foi na infância um refugiado, aquele que viveu no semiárido Palestino a vida quase toda, lembra a cada cristão a não cometer o mesmo erro que cometeram com ele. Ele conclamou cada um a abdicar de seu poder de destruir e aderir ao Reino de Deus.

A mais profunda falência do cristianismo acontece quando a história de Jesus vai para segundo plano, e em primeiro plano fica:
- pena de morte
- armamentismo
- incentivo ao punitivismo
- agressão contra seres humanos considerados indignos
- tentativa de perseguir hereges
- tentativa de declarar às vítimas a sua culpa em seus próprios males

Há ainda cristãos que apoiam a multiplicação de agrotóxicos, que lutam em favor da diminuição dos recursos previdenciários de pobres trabalhadores que contribuem a anos e têm direitos, que criticam mulheres violentadas por causa das roupas que usam etc. Esses cristãos não aderiram ao Reino, não entenderam a sua mensagem.

Tal cristianismo desconhece o Cristo, e conhece a cristandade. Aquela das Cruzadas. Aquela que foi um erro.

O mundo pode ser muito injusto. E a comunidade dos homens pode produzir injustiças que provocam a solidão absoluta de alguém injustiçado. Cada tiro dado no corpo de inocentes pelos agentes de segurança, cada inocente nas prisões, cada tribunal que condena um inocente, cada criança violentada por adultos, cada mentira que vira verdade na boca da opinião pública, revela quão terrível pode ser a experiência humana.

E Jesus simplesmente foi vítima disso. Desse sistema homicida feito por homens e mulheres que acham que não tem culpa porque chamam a si mesmos pelo epíteto “cidadãos de bem”.

“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem” (Romanos 12.21)
Brian Kibuuka

Sobre os coronéis da fé.




Líderes que se apresentam quase como procuradores de Deus no mundo, como se Deus dependesse deles e de suas Igrejas para agir.
Líderes que reivindicam para si um lugar de privilégio na relação com Deus, fazendo com que as as pessoas dependam deles.
Líderes que criam uma cultura de medo e de culpa, gerando um ambiente de controle e de inibição da autonomia.
Líderes que brigam entre si para ver quem tem mais templos e fiéis. 
Líderes que falam com arrogância, prepotência e que não sabem ouvir nem aprender com as diferenças.
Líderes cujo deus é o próprio ego, o foco é o próprio bolso, o interesse é pelo poder.
Líderes que não estimulam uma leitura comunitária e reflexiva da Bíblia.
Líderes que não querem ser só pastores, querem ser apóstolos, não querem ser só apóstolos, querem ser super apóstolos, não querem ser só super apóstolos, querem ser...Deus.
Nada compatível com a vida simples, generosa, acolhedora e tão próxima do povo como a vida de Jesus Cristo de Nazaré. Ou seja, existem coronéis da fé em nome de Jesus enquanto o próprio Jesus só quis ter amigos, irmãos e irmãs. 
Que Deus guie nossos passos nos caminhos tão belos e simples de Jesus!

Pastor Henrique Vieira

#FéNaVida #PastorHenriqueVieira