domingo, 31 de março de 2019

Suspeita




Tempos de desconfiança:
Olha aquele tatuado!
Você ouviu o que ele disse?
Tinha que ser professor!
Lá só tem heresia!

Sim, como confiar
Em gente desse tipo?
Olha onde ela estudou!
Tinha que ser mulher!
Deve estar naqueles dias!
É louca!

Não estude lá,
São subversivos,
Não leia esse autor
Pode te programar,
Te manipular.
Não assista esse filme,
É do diabo!

Não dá pra confiar,
Olhas as redes sociais dele!
Olha o que ele posta!
E criticou quem admiro,
Sabia que não prestava!

Desconfie
É herege,
Liberal,
Impulsivo,
Diagnosticado,
Toma remédio,
Ouve tal pessoa,
Sabia que não prestava!

É militante, quer nos manipular,
Escreve para dar indiretas,
Como confiar?
Se acha superior,
Melhor que os outros,
Pensa que sabe mais,
Só quer causar!

Não dá para ouvir,
Nem prestar atenção,
Prega um evangelho
Da libertinagem,
Disse que somos salvos pela graça,
Então disse que podemos pecar!
Que heresia!

Não, não dê ouvidos,
Aquela teologia
Não tem nada de bom,
Nada que se aproveite,
Não precisamos analisar,
Nem ver se há o que se aproveite.
É preciso jogar fora
Tudo, todos, qualquer um,
Que discorde de nós.

Tempos difíceis,
Não de 64, não de ditadura,
De hoje, numa conversa
Após um programa de sábado à noite,
Um comentário numa aula,
Ou nos corredores,
Uma mensagem de whatsapp,
Uma conversa no privado.
É suficiente
Para queimar as reputações,
Rotular, categorizar,
Acusar, generalizar.

Sim, tempos difíceis.
Como desprogramar?
Em quem confiar?

Angela Natel – 31/03/2019

quarta-feira, 27 de março de 2019

QUEM É O SEU PAI?


"QUEM É O SEU PAI?

"[...] Replicaram-lhe eles: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus. 
Respondeu-lhes Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, vós me amaríeis [...].
Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira."
João 8. 41, 42, 43.

A passagem bíblica relata que logo após Jesus ter defendido uma mulher que foi pego em ato de adultério, Ele fala para um povo que estava ao redor, fazendo a menção do "EU SOU" (Eu Serei o que Serei: segundo a tradição judaica, termo exclusivo de Deus) a Luz do Mundo.

Os fariseus se encontravam entre esses que ouviram o discurso e, querendo arrumar alguma formar de prender Jesus, começaram a querer fomentar o povo.

Jesus continua o seu discurso, começa a fazer uma defesa da sua missão e da autoridade que havia recebido para realizar essa missão, dizendo que Ele era um enviado de Deus, que era seu Pai.

Depois dos judeus tentarem mostrar alguma superioridade, baseado em sua tradição-história, falando que eram filho de Abraão, e terem os seus argumentos derrubado por Jesus, eles apelam dizendo que tem a Deus como Pai.

Jesus, conhecendo o coração dos homens, sabendo que na verdade os judeus queriam matá-lo, dá essa resposta nos versículos acima.

Jesus está dizendo: como pode alguém dizer que tem Deus como pai, não amar o seu próximo?

Como pode alguém que diz ter Deus no coração sentir prazer na tortura?

Como pode alguém que diz ser filho de Deus e desejar a morte do outro?

Como pode alguém dizer que ama a Deus, com os lábios, mas o coração está entregue a violência, vivendo uma vida de intolerância?

Jesus diz quem na verdade é o pai deles, baseado em dois pilares: homicídio e mentira.

Jesus vai dizer que eles são os filhos do diabo, por que quererem satisfazer o desejo do próprio, deixando bem claro que ele é homicida (lat. homicidĭum. HOMO, “homem”, mais -CIDIUM, “ato de matar”, relacionado a CAEDERE, “cortar, derrubar, matar”), desde o início, ou seja, uma das bases dele é o homicídio.

Jesus vai dizer que eles são os filhos do diabo, porque, assim como o diabo, eles mentem! Dizem com a boca que são filhos de Deus, que amam a Deus, mas o coração está cheio de violência, querendo derramamento de sangue e não dá para falar sobre Deus sem viver Deus, pois ele HABITA no seus.

O diabo não consegue ter sua base na verdade, pois a verdade não provém dele, sua base é na mentira.Fato dele falar do que lhe é próprio.

Não vi Jesus chamar a mulher que foi pega em ato de adultério de "filha do diabo"; não vi Jesus chamando o ladrão da cruz de "filho do diabo"; mas vi Jesus chamando de "filhos do diabo" aqueles que se diziam serem puros ("não somos nascidos de prostituição") e se diziam "filhos de Deus", pois as suas vidas estavam baseada em assassinatos e mentiras.

Tantos os que sentem prazer nisso (homicídio e mentira), quanto aos que se omitem a falar sobre, ou não denunciam, carregam os mesmos pesos de pecado.

Bom dia!"
Max Cassin

segunda-feira, 25 de março de 2019

Fé cristocêntrica

"Não quero falar sobre a carnificina do Velho Testamento e sua Jihad hebraica, nem sobre os reis psicopatas de Israel e suas maldades extremas com outros povos, nem sobre as leis impiedosas que legitimavam execuções em série, nem sobre um dos reis psicopatas que colecionava mulheres como se fossem coisas, moedas, troféus. Não quero falar sobre a mula falante de Balaão (conheço tantas da minha geração), nem sobre a terra se abrindo para engolir um militar culpado e todos os inocentes ligados a ele. Não quero falar sobre estupro silenciado no palácio real, nem sobre uma rainha deposta por ter se recusado a se apresentar, mais uma vez, como troféu do marido bebum, e por isso substituída por uma menina hebreia submissa. Não quero falar de apedrejamentos ou de um menino enaltecido por decapitar um inimigo, nem das riquezas de Abraão e seus descendentes ou do poder bélico de Josué. Hoje, como sempre, quero falar do Novo Testamento, em especial de Jesus Cristo. A minha fé é mais cristocêntrica que bibliocêntrica. Os dez mandamentos foram importantes para controle daquela sociedade, e seus princípios continuaram sendo importantes para a sociedade em que o Cristo viveu e para os nossos dias. É um código de comportamento e não um código penal. Eu, humano demais que sou, não posso dar conta dos dez mandamentos. Não posso dar conta das mais de seiscentas leis do Pentateuco e da Torá. Mas posso dar conta dos evangelhos, da leveza da mensagem do Cristo. A maioria dos evangélicos brasileiros tornaram-se aquilo que o apóstolo Paulo já combatia no Novo Testamento, ou seja, JUDAIZANTES. Como tal, são bibliocêntricos, mas não cristocêntricos. São, na verdade, evangélicos da Torá. Na prática, consideram sagrado apenas o Velho Testamento. E porque são hipócritas, liderados por "déspotas não esclarecidos" , cobram do outro a observância das leis veterotestamentárias, mas reivindicam para si, somente para si, as benesses da graça. Na sagradice do texto inquestionável e inatualizável que utilizam, uma mulher adúltera deveria ser apedrejada, inclusive com a possível participação do homem adúltero, com quem transou, "perdido" na multidão apedrejante. Em Cristo, o Deus "fraco" dos evangelhos, a mulher adúltera foi absolvida, porque ninguém da multidão era suficientemente puro para puni-la. A contrapartida era o arrependimento, a mudança de atitude, mas sem contrato assinado. No Velho Testamento, "a alma que pecar, esta morrerá." Em Cristo, "filhinhos, não pequeis; mas se pecares, tens um advogado: Jesus Cristo". Outro dia, li um comentário de um sacrossanto evangélico judaizante brasileiro, na postagem de uma "ímpia, pecadora apedrejável" que estava defendendo o Cristo, que dizia assim: "Não importa o que Jesus fez ou o que Jesus disse, importa é que em tal lugar da Bíblia está escrito..." E o tal lugar era no Velho Testamento. E ler aquilo me deu uma tristeza tão grande! Os evangélicos judaizantes querem pregar, evangelizar, mas também querem matar. Usando o Velho Testamento como base, todo mundo pode matar todo mundo. Usando o Novo Testamento como base, ninguém pode matar ninguém. E é no Novo Testamento que está o Cristo, o Deus humanizado para viver as sensações humanas, para amar os humanos em suas imperfeições. No Velho Testamento, "a lei é dura, mas é lei". No Novo Testamento, "a lei continua dura, mas a graça nos liberta." Aquele "não importa o que Jesus disse ou fez" me fez entender, enfim, o óbvio: Não é a Jesus que seguem, mas a lei assassina do Velho Testamento. Seguindo a Jesus, não poderiam mesmo estar defendendo armas e execuções. Mas seguindo a lei do Velho Testamento sim. Um seguidor do condenado Jesus, portanto, bandido, jamais repetiria que "bandido bom é bandido morto". O Cristo da minha fé é o meu "bandido de estimação", o condenado mais fofo que passou por este planeta, assassinado por tanta fofeza. Ele queria deixar leve a vida, desburocratizar o sagrado. E justamente por isso os burocratas do sagrado o mataram. E o matariam de novo. É o Cristo marginal condenado que alimenta a minha fé."
Isac Machado de Moura
 

sexta-feira, 22 de março de 2019

Tudo bem

"Tudo bem se há desigualdade,
tudo bem se não há justiça social.
Matar mulher insubmissa
é até normal,
coisa do momento.
Tudo bem ser hetero violento;
o que não pode mesmo
é ser gay,
é abortar,
é andar de roupa curta,
é beijar por beijar,
é transar por transar.
Matar, tudo bem;
tanta gente morria
nas páginas
do Velho Testamento,
e era tão normal.
Somente pecado sexual
é intolerável,
imoral.
Quando a missão religiosa
de alguém
é tomar conta do orgão sexual
do outro,
de seus desejos,
de sua libido,
é porque tudo está perdido
realmente.
Quando ser crente
é tomar conta do corpo
do outro,
é sentir-se chamado
para a moralidade
de outra pessoa,
parece a toa
qualquer sacrifício
na cruz.
Que Cruz?
Jesus quem é?
Para viver minha fé
não preciso ser fiscal.
Os chamados para o bem
precisam combater o mal.
Apenas a minha vida sexual
me diz respeito,
somente o meu corpo é meu.
O corpo do outro
não me diz respeito.
Tudo bem conversar,
aconselhar,
orientar,
se preciso e pedido for.
Quem foi chamado para o amor
tem como missão exclusiva amar.
Se alguém vai dar
ou não,
não me diz respeito.
É preciso lutar pelo direito
do outro viver como quiser.
Posso apresentar a minha fé,
mas não me cabe controlar
quem quer que seja.
Não sou a cereja
do bolo divino.
Sou apenas um menino,
humano demais
para ser perfeito,
sempre na luta
por direitos iguais."

quinta-feira, 21 de março de 2019

O trabalho das minhas mãos (meditação sobre Isaías 44:15-18)



"Embora possamos celebrar o trabalho de nossas mãos como a boa dádiva de Deus, nunca devemos depender disso. Pois é somente Deus quem nos sustenta e deve ser o foco de nossa adoração.
Estamos tão frequentemente preocupados com as coisas que fazemos e construímos, pois somos marcados por conquistas e temos um desejo inato de produzir, moldar, fazer mudanças e moldar nosso mundo. Isso em si é bom. Deus nos chamou para sermos vice-regentes e para cuidar de Seu mundo. Mas o nosso trabalho pode tornar-se um devorador. Pode nos tornar idólatras.
Assim, precisamos ser libertos não da responsabilidade do trabalho, mas de sua dominação. Jacques Ellul observa que "o aspecto final da libertação do eu é a libertação em relação ao 'trabalho das minhas mãos'". O que eu faço e alcanço não pode ser o núcleo do que sou.
Enquanto Deus me chama à parceria com Ele para mudar o mundo, Ele primeiramente me ama por quem eu sou. Na verdade, Ele me ama em toda minha vulnerabilidade e necessidade. E é essa aceitação que constitui o núcleo central de quem eu sou. Eu sou uma pessoa incrivelmente amada pelo Deus de toda a graça e misericórdia, e como tal posso viver confiantemente para agradar a Deus plenamente em tudo o que faço.
Embora eu possa querer ser conhecido pelo que faço, sou amado por Deus por quem eu sou."
Charles Ringma

quarta-feira, 20 de março de 2019

Boa notícia



A boa notícia a respeito de Jesus é uma ameaça
Para nossas estruturas de poder
Nossos sistemas religiosos
Baseadas em nosso entendimento
E vontades.

Sim, Jesus confronta toda forma de conquista
Das coisas espirituais através de coisas que façamos
Ou deixemos de fazer.

Seguir a Jesus é abrir mão de nós mesmos
Nossos planos, nossas vontades,
Do que achamos certo, do que fazemos
De mau ou de bom,
De nossas boas ideias.

É agradável e nos faz sentir bem
Quando falamos da vida de alguém
Que consideramos inferior a nós.
É gostoso e nos faz sentir superiores,
Melhores, quando destacamos o pecado alheio,
“olha como é pecador”, “parece um demônio”.
Mas religiosidade é tão pecado quanto qualquer outro
E se dizemos que não temos pecado somos mentirosos.
Não somos melhores do que ninguém.

Por isso é desgraça (sim, falta de graça)
Afirmar que precisamos estar sem pecado
Para sermos salvos.
Não é possível,
Não há quem consiga.
É mentira.
Só através da graça de Cristo
Que pagou o preço de todo pecado
Passado, presente e futuro,
Todo pecado,
Para tornar possível a nossa salvação
E fazer Deus tornar-se propício,
Favorável,
A nós.

É graça, é boa notícia,
Isso é Evangelho.
Não é mentira,
É a verdade, em pessoa:
Jesus Cristo.

Angela Natel – 20/03/2019

Cristianismo como ideologia



"A ideologia tenta tecer uma imagem consistente da realidade que então se torna a base de todo o nosso pensamento e ação.

O cristianismo quase sempre mostrou a necessidade de construir sistemas e estruturas. Não apenas construiu instituições eclesiásticas poderosas, mas também todos os sistemas teológicos abrangentes. Sua fome de empreender foi monumental.
O raciocínio para isso é mais intrigante. Por um lado, a igreja justifica sua centralização de poder alegando que, dessa maneira, pode servir melhor ao mundo. Por outro lado, justifica seus sistemas teológicos como mapear uma visão de como o mundo deveria ser e como a vida deveria ser vivida. Em ambos os casos, a lógica é servir melhor ao mundo.

A realidade é que a igreja tão frequentemente serve a si mesma. E a ideologia proposta pela igreja tanto une quanto cega. Pois podemos muito bem questionar o que é, na melhor das hipóteses, um mito de que o poder centralizado aumenta a servidão. A experiência indicaria que as duas ideias estão em radical oposição.

O lamento de Jacques Ellul, portanto, precisa ser ouvido: "O cristianismo também pode claramente se tornar uma ideologia. De fato, ele se tornou uma", pois as ideologias não servem a ninguém além de si mesmas.

Obedecer à pessoa de Cristo é mais radicalmente significativo do que seguir os ditames de nossas criações eclesiásticas."
Charles Ringma

terça-feira, 19 de março de 2019

Tá embaçado


Mano RB me inspira,
Suas postagens são catárticas.
Respiro,
Não estou só.
Me indigno
Com falso ensino
Tá embaçado.

“Tudo posso naquele que me fortalece”
Não é carta branca para realização de sonhos.
Como quebrar uma maldição que foi Deus quem lançou?
As bênçãos e as maldições são lançadas por Deus.
Quebra de maldições - É queda de braço, agora?

Culto de curas, culto de libertação.
Hora marcada para Deus
obedecer a nossa agenda.
A cruz não é suficiente
Não levou toda maldição,
Não liberta de uma vez por todas?

A obra de Jesus é incompleta
E precisa da nossa ajuda?

“Deus habita nos louvores do seu povo”
Mas somente lá?
Ele não é onipresente?
Precisamos trazer Sua presença?
Onde Deus não está?

Oramos: “Que o Senhor possa...”
Mas o que Ele não pode fazer
Que precisamos orar para que Ele possa?

Colocam pesos insuportáveis
Nas costas de crentes
Trazendo ordenanças judaicas
Como dízimos e outras regras
Para dentro do contexto de igreja,
Regras mentirosas, textos manipulados
Fora de contexto.
E os crentes dão dízimo, enganados,
Aliviando a própria consciência,
E não se responsabilizando
Pelos necessitados em seu meio,
Que independe de valor.

Cultos movidos a pregações enganosas
Usando de mentira quando colocam no texto bíblico
O que ele, de fato, não ensina.
Usam a Bíblia manipulando ideias, palavras
Tirando de contexto para programar as mentes
E assim, quando leem, não entendem, não sabem,
E não podem obedecer.

Usam “Assim diz o Senhor”, “Deus me falou”,
“tive uma revelação da parte de Deus”
Para que ninguém os questione,
Ninguém julgue a profecia
Como a Bíblia orienta que a Igreja o faça.

Assim encaminham na estrada do erro,
Usando Antigo Testamento sem apontar para Jesus,
Sem que a justiça de Deus, na cruz, seja o centro da pregação.

Maldição hereditária... o que o texto bíblico
Ao ser analisado com cuidado, não ensina.
Cobertura espiritual, sem base bíblica nenhuma.
O homem como sacerdote do lar – invenção.

E assim apontam para os de fora
Como se fossem inimigos
E não alvos de amor.
Não oram por quem os perseguem,
Não sofrem como Cristo sofreu,
Não perdoam, se armam
De todas as formas
Numa vingança e numa “guerra santa”
Em nome de Deus matam, roubam e destroem
E depois colocam a culpa no diabo.

Tantas ideias, doutrinas de pessoas,
Invenções, acréscimos à verdade.
Usam meios maus, manipulações,
Justificando que é para edificar,
Para consolar e ajudar corações.

Mentira para aliviar o ego.
Querem ser cristãos, não seguidores de Jesus Cristo.
Não se parecem com Ele,
Não creem que o que Ele fez na cruz foi único e suficiente.
Precisam ajudar Deus a concluir a obra.

Colocam suas irresponsabilidades na conta de demônios,
Demônios de estimação que dizem criar como suas desculpas
Para comportamentos doentios e maus hábitos.
Não se responsabilizam pela mudança de atitude,
Precisam provar algo o tempo todo,
Defender Deus, explicar o inexplicável.

Falsos profetas
Que não estudam a Bíblia
Com o coração de entender e aprender.
Acham que já sabem,
Inquestionáveis,
Papas evangélicos.
Não colocam sua palavra à disposição
Para ser julgada, como diz a Palavra.
Não admitem a possibilidade
De estarem errados,
De causarem estrago.

Mano RB me inspira,
Suas postagens são catárticas.
Respiro,
Não estou só.
Me indigno
Com falso ensino,
Com falsos profetas,
Tá embaçado.

Angela Natel – 10/03/2019

segunda-feira, 18 de março de 2019

Escândalo!

Estou escandalizada
Pelas palavras que tenho ouvido saíndo da boca de quem diz pregar a verdade,
de quem se diz seguidor de Cristo.
Perguntas capciosas,
Racismo, discurso de ódio,
Desprezo, desinformação,
Preconceito, fundamentalismo
e generalização.

Ouvi que africanos são mais lentos na aprendizagem
Por causa da precária alimentação
Por isso quem os ensina
O deve fazer de forma simplificada.

Ouvi para tomar cuidado
Porque todos os professores do curso de teologia da PUC/PR são adeptos da teologia da libertação e esquerdistas.

Ouvi da mesma boca que defende o uso de armas que devemos proibir filmes, séries e jogos de guerra.

Ainda ouvi que minha intenção é causar,
Que sou liberal,
Que me sinto superior.

Ouvi a Bíblia sendo usada
para cercear a liberdade,
manipular as mentes,
programar os corações.

Ainda mastigo as palavras,
E outras acusações mais,
Feridas feitas
Inconsequentemente,
Desconhecimento, dogmatismo,
Falta de amor
Descaso em aprender.

Escândalo para o testemunho cristão,
Vergonha, tristeza.
Estou escandalizada.
Preciso confessar, colocar prá fora,
Antes que me apodreça a alma em dor.

Angela Natel - 17/03/2019

sábado, 16 de março de 2019

Quantos mais?


Quantos já morreram
Sob o peso acusatório
Bruxaria, heresia, judaizante,
Quantos já pagaram com a vida
Por sua discordância?

E os corpos se multiplicam
Condenados em seus erros
E as feridas se multiplicam
Na alma dos párias.

E os que respeitam a lei civil
Não jogam às fogueiras,
Mas queimam reputações
Acusam publicamente
Envergonham, testam
Com perguntas capciosas.

São condenações certeiras
Aos que desafiam
 a escravização da consciência.

Minhas motivações e intenções
Do coração são contundentemente rotuladas
Definidas por quem não me conhece
E condenadas diante de alunos.

Sou chamada liberal por quem não sabe
O que é liberalismo.
Sou ouvida apenas quando acalento o ego
Dos que dizem me amar.

São corpos queimados nas fogueiras da sociedade
Reputações queimadas, marcadas, rotuladas,
Sem um pingo de misericórdia.
São vidas que pagaram o preço da liberdade
Na mira de armas letais.
Não há justificativa.
São armas
Feitas para ferir, para matar.
Armas.
É o fogo das acusações
Das justificativas
Para as modernas inquisições.

Pecados publicados
Dogmas e cabrestos
Tornando homens em máquinas,
Androides obedientes e mansos.

Vidas que pagaram
por nossa omissão política
Por nosso descaso
 e nossas desculpas esfarrapadas.

Crianças, muçulmanos, negros, pobres,
Violentos, hereges, desobedientes, bandidos,
Vidas que devem pagar
Para que nossos pecados nãos sejam descobertos
E nossa hipocrisia não seja revelada.

Armas na mão
Dedos em riste.
Que outro pague.
Que outro morra em nosso lugar.
Que eles morram
Para que vivamos
E sejamos os donos da verdade.

Quantas vidas ainda têm que pagar
Pelo preço de nossa imprudência
Em julgar as motivações dos corações
Às quais, de fato, não temos acesso?
Quantas reputações ainda vamos manchar
E queimar
Pela desonestidade de nossos argumentos?

Quanto veneno ainda vamos lançar
Por trás de um sorriso e um título de líder espiritual
Acobertando os abusos recorrentes?

Quantas vidas ainda vão pagar
Porque não assumimos nossa história de sangue,
Carne queimada presa nas estacas de nossas palavras?

Quanto de orgulho ainda sentiremos
Ao usar o nome de Deus para fazer declarações
De ódio, vingança e condenação?

Quantas vidas ainda irão pagar
Pela nossa desonestidade
Em falar de uma revelação que não passa
De fruto de nossa lógica deturpada?

Argumentos, argumentos,
Vidas ceifadas.
E o sangue continua em nossas mãos.

Angela Natel – 16/03/2019.

domingo, 10 de março de 2019

Conversa



Deixe seus rótulos para lá
senta aqui, vamos conversar!
A caixa do feminismo
é pequena, não pode me aguentar.
Nem a de liberal, ou a de inadequada,
muito menos a caixa do drama
ou a da desleixada.
São caixas que me apertam
são insuficientes
para me comportar.

Vem cá, vamos conversar!
O que entendo por um conceito
pode ser diferente
em seu pensamento...
essa diferença dificulta
o dialogar.
Precisamos perceber
as diferenças, estabelecer pontes
não deixemos essa distância nos determinar.

Opiniões que chamamos verdade
podem ferir, podem matar.
Como você é capaz
de afirmar que não posso dizer algo,
que não posso ensinar?
Que soberania você clama sobre si mesmo
a ponto de a vida dos outros querer controlar?
Deixe de lados os rótulos
as falas repetidas e condicionadas.
Saia da caixa, venha me encontrar.

Já é tempo
de nos desprogramarmos
de nossas defesas e ataques condicionados
os rótulos e as caixas onde colocamos as vidas.
São pessoas, são complexas,
são experiências e dores diferentes,
não somos iguais,
somos todos doentes.
Por isso senta aqui, vamos conversar.

Vamos lutar juntos para que a menção de uma palavra
não nos ponha na resposta automática
no ataque gratuito
na sensação de ameaça.
Vamos tomar cuidado para não encaixotarmos
a imagem de Deus em cada um de nós.
Um rótulo, uma caixa, um adjetivo mortal.
Ofensas trocadas, calúnias, bofetadas.

Sentemos juntos à mesa,
comamos e bebamos juntos,
sintamos o prazer de não estarmos sozinhos,
sejamos cúmplices nessa busca desesperada
por sermos ouvidos,
compreendidos,
não mais sejamos solitários,
arranhando-nos uns aos outros.
Você não é meu inimigo.
Vem cá, vamos conversar.

Angela Natel – 10/03/2019


My Fairy Tail


segunda-feira, 4 de março de 2019

UNIDOS DA TIJUCA, PROMETE LEVAR A MENSAGEM DE AMOR AO SAMBÓDROMO.



Em quanto Jesus adentrava em Jerusalém, o povo que ali estava, clamava por ELE e os fariseus diziam: Mestre não vai repreende-los? Isso porque clamavam Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; Hosana nas Alturas. Então Jesus fitou-lhes os olhos e disse: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão. Lucas 19:37-40.
A escola de Samba, Unidos da Tijuca, encerrou o primeiro dia do desfile, falando de amor, de preconceito e da falta de humanidade. É notório que aqueles que bolaram o enredo, procuraram também entender o Evangelho, procuravam a autenticidade da mensagem de Boas Novas anunciadas por Jesus. Assim falou de pão para quem tem fome e água para quem tem sede e amor para quem é maltratado no chão da vida. Ora Jesus disse que onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome ELE estaria. Ora, vejo muito mais de Deus em atitudes como essa do que a teologia da prosperidade, nos rodopios e gritarias causadas por distúrbios psicológicos de gente arrebentada no recôndito de sua alma. Entre bizarrices e entrevistas com o capeta e fogueiras santas. Entre os cultos de libertação e maldição, quando o verdadeiro cultuado deveria ser Deus. Vejo mais de Jesus nos personagens sensibilizados pela mensagem da cruz no sambódromo da Marques de Sapucaí, do que aqueles que possuem pedigree religiosa. Sim o Jesus das escrituras sempre andou ao largo de tudo isso, em movimentos marginais, entre desvalidos, sem religião e sem preconceito. Ele se preocupava em dar e não em receber. Assim a escola mostrou que o pão da vida e quem comer dele jamais sentira fome estava ali representado. Assim se as igrejas não clamarem as escolas de samba clamarão.
Fernando Barroso

#teologiadalibertação #teologia #filosofia #amor #jesus #evangelho #fernandobarrosoeoevangelhocomodeveriaser

Suspeita




Tempos de desconfiança:
Olha aquele tatuado!
Você ouviu o que ele disse?
Tinha que ser professor!
Lá só tem heresia!

Sim, como confiar
Em gente desse tipo?
Olha onde ela estudou!
Tinha que ser mulher!
Deve estar naqueles dias!
É louca!

Não estude lá,
São subversivos,
Não leia esse autor
Pode te programar,
Te manipular.
Não assista esse filme,
É do diabo!

Não dá pra confiar,
Olhas as redes sociais dele!
Olha o que ele posta!
E criticou quem admiro,
Sabia que não prestava!

Desconfie
É herege,
Liberal,
Impulsivo,
Diagnosticado,
Toma remédio,
Ouve tal pessoa,
Sabia que não prestava!

É militante, quer nos manipular,
Escreve para dar indiretas,
Como confiar?
Se acha superior,
Melhor que os outros,
Pensa que sabe mais,
Só quer causar!

Não dá para ouvir,
Nem prestar atenção,
Prega um evangelho
Da libertinagem,
Disse que somos salvos pela graça,
Então disse que podemos pecar!
Que heresia!

Não, não dê ouvidos,
Aquela teologia
Não tem nada de bom,
Nada que se aproveite,
Não precisamos analisar,
Nem ver se há o que se aproveite.
É preciso jogar fora
Tudo, todos, qualquer um,
Que discorde de nós.

Tempos difíceis,
Não de 64, não de ditadura,
De hoje, numa conversa
Após um programa de sábado à noite,
Um comentário numa aula,
Ou nos corredores,
Uma mensagem de whatsapp,
Uma conversa no privado.
É suficiente
Para queimar as reputações,
Rotular, categorizar,
Acusar, generalizar.

Sim, tempos difíceis.
Como desprogramar?
Em quem confiar?

Angela Natel – 31/03/2019

QUEM É O SEU PAI?


"QUEM É O SEU PAI?

"[...] Replicaram-lhe eles: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus. 
Respondeu-lhes Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, vós me amaríeis [...].
Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira."
João 8. 41, 42, 43.

A passagem bíblica relata que logo após Jesus ter defendido uma mulher que foi pego em ato de adultério, Ele fala para um povo que estava ao redor, fazendo a menção do "EU SOU" (Eu Serei o que Serei: segundo a tradição judaica, termo exclusivo de Deus) a Luz do Mundo.

Os fariseus se encontravam entre esses que ouviram o discurso e, querendo arrumar alguma formar de prender Jesus, começaram a querer fomentar o povo.

Jesus continua o seu discurso, começa a fazer uma defesa da sua missão e da autoridade que havia recebido para realizar essa missão, dizendo que Ele era um enviado de Deus, que era seu Pai.

Depois dos judeus tentarem mostrar alguma superioridade, baseado em sua tradição-história, falando que eram filho de Abraão, e terem os seus argumentos derrubado por Jesus, eles apelam dizendo que tem a Deus como Pai.

Jesus, conhecendo o coração dos homens, sabendo que na verdade os judeus queriam matá-lo, dá essa resposta nos versículos acima.

Jesus está dizendo: como pode alguém dizer que tem Deus como pai, não amar o seu próximo?

Como pode alguém que diz ter Deus no coração sentir prazer na tortura?

Como pode alguém que diz ser filho de Deus e desejar a morte do outro?

Como pode alguém dizer que ama a Deus, com os lábios, mas o coração está entregue a violência, vivendo uma vida de intolerância?

Jesus diz quem na verdade é o pai deles, baseado em dois pilares: homicídio e mentira.

Jesus vai dizer que eles são os filhos do diabo, por que quererem satisfazer o desejo do próprio, deixando bem claro que ele é homicida (lat. homicidĭum. HOMO, “homem”, mais -CIDIUM, “ato de matar”, relacionado a CAEDERE, “cortar, derrubar, matar”), desde o início, ou seja, uma das bases dele é o homicídio.

Jesus vai dizer que eles são os filhos do diabo, porque, assim como o diabo, eles mentem! Dizem com a boca que são filhos de Deus, que amam a Deus, mas o coração está cheio de violência, querendo derramamento de sangue e não dá para falar sobre Deus sem viver Deus, pois ele HABITA no seus.

O diabo não consegue ter sua base na verdade, pois a verdade não provém dele, sua base é na mentira.Fato dele falar do que lhe é próprio.

Não vi Jesus chamar a mulher que foi pega em ato de adultério de "filha do diabo"; não vi Jesus chamando o ladrão da cruz de "filho do diabo"; mas vi Jesus chamando de "filhos do diabo" aqueles que se diziam serem puros ("não somos nascidos de prostituição") e se diziam "filhos de Deus", pois as suas vidas estavam baseada em assassinatos e mentiras.

Tantos os que sentem prazer nisso (homicídio e mentira), quanto aos que se omitem a falar sobre, ou não denunciam, carregam os mesmos pesos de pecado.

Bom dia!"
Max Cassin

Fé cristocêntrica

"Não quero falar sobre a carnificina do Velho Testamento e sua Jihad hebraica, nem sobre os reis psicopatas de Israel e suas maldades extremas com outros povos, nem sobre as leis impiedosas que legitimavam execuções em série, nem sobre um dos reis psicopatas que colecionava mulheres como se fossem coisas, moedas, troféus. Não quero falar sobre a mula falante de Balaão (conheço tantas da minha geração), nem sobre a terra se abrindo para engolir um militar culpado e todos os inocentes ligados a ele. Não quero falar sobre estupro silenciado no palácio real, nem sobre uma rainha deposta por ter se recusado a se apresentar, mais uma vez, como troféu do marido bebum, e por isso substituída por uma menina hebreia submissa. Não quero falar de apedrejamentos ou de um menino enaltecido por decapitar um inimigo, nem das riquezas de Abraão e seus descendentes ou do poder bélico de Josué. Hoje, como sempre, quero falar do Novo Testamento, em especial de Jesus Cristo. A minha fé é mais cristocêntrica que bibliocêntrica. Os dez mandamentos foram importantes para controle daquela sociedade, e seus princípios continuaram sendo importantes para a sociedade em que o Cristo viveu e para os nossos dias. É um código de comportamento e não um código penal. Eu, humano demais que sou, não posso dar conta dos dez mandamentos. Não posso dar conta das mais de seiscentas leis do Pentateuco e da Torá. Mas posso dar conta dos evangelhos, da leveza da mensagem do Cristo. A maioria dos evangélicos brasileiros tornaram-se aquilo que o apóstolo Paulo já combatia no Novo Testamento, ou seja, JUDAIZANTES. Como tal, são bibliocêntricos, mas não cristocêntricos. São, na verdade, evangélicos da Torá. Na prática, consideram sagrado apenas o Velho Testamento. E porque são hipócritas, liderados por "déspotas não esclarecidos" , cobram do outro a observância das leis veterotestamentárias, mas reivindicam para si, somente para si, as benesses da graça. Na sagradice do texto inquestionável e inatualizável que utilizam, uma mulher adúltera deveria ser apedrejada, inclusive com a possível participação do homem adúltero, com quem transou, "perdido" na multidão apedrejante. Em Cristo, o Deus "fraco" dos evangelhos, a mulher adúltera foi absolvida, porque ninguém da multidão era suficientemente puro para puni-la. A contrapartida era o arrependimento, a mudança de atitude, mas sem contrato assinado. No Velho Testamento, "a alma que pecar, esta morrerá." Em Cristo, "filhinhos, não pequeis; mas se pecares, tens um advogado: Jesus Cristo". Outro dia, li um comentário de um sacrossanto evangélico judaizante brasileiro, na postagem de uma "ímpia, pecadora apedrejável" que estava defendendo o Cristo, que dizia assim: "Não importa o que Jesus fez ou o que Jesus disse, importa é que em tal lugar da Bíblia está escrito..." E o tal lugar era no Velho Testamento. E ler aquilo me deu uma tristeza tão grande! Os evangélicos judaizantes querem pregar, evangelizar, mas também querem matar. Usando o Velho Testamento como base, todo mundo pode matar todo mundo. Usando o Novo Testamento como base, ninguém pode matar ninguém. E é no Novo Testamento que está o Cristo, o Deus humanizado para viver as sensações humanas, para amar os humanos em suas imperfeições. No Velho Testamento, "a lei é dura, mas é lei". No Novo Testamento, "a lei continua dura, mas a graça nos liberta." Aquele "não importa o que Jesus disse ou fez" me fez entender, enfim, o óbvio: Não é a Jesus que seguem, mas a lei assassina do Velho Testamento. Seguindo a Jesus, não poderiam mesmo estar defendendo armas e execuções. Mas seguindo a lei do Velho Testamento sim. Um seguidor do condenado Jesus, portanto, bandido, jamais repetiria que "bandido bom é bandido morto". O Cristo da minha fé é o meu "bandido de estimação", o condenado mais fofo que passou por este planeta, assassinado por tanta fofeza. Ele queria deixar leve a vida, desburocratizar o sagrado. E justamente por isso os burocratas do sagrado o mataram. E o matariam de novo. É o Cristo marginal condenado que alimenta a minha fé."
Isac Machado de Moura
 

Tudo bem

"Tudo bem se há desigualdade,
tudo bem se não há justiça social.
Matar mulher insubmissa
é até normal,
coisa do momento.
Tudo bem ser hetero violento;
o que não pode mesmo
é ser gay,
é abortar,
é andar de roupa curta,
é beijar por beijar,
é transar por transar.
Matar, tudo bem;
tanta gente morria
nas páginas
do Velho Testamento,
e era tão normal.
Somente pecado sexual
é intolerável,
imoral.
Quando a missão religiosa
de alguém
é tomar conta do orgão sexual
do outro,
de seus desejos,
de sua libido,
é porque tudo está perdido
realmente.
Quando ser crente
é tomar conta do corpo
do outro,
é sentir-se chamado
para a moralidade
de outra pessoa,
parece a toa
qualquer sacrifício
na cruz.
Que Cruz?
Jesus quem é?
Para viver minha fé
não preciso ser fiscal.
Os chamados para o bem
precisam combater o mal.
Apenas a minha vida sexual
me diz respeito,
somente o meu corpo é meu.
O corpo do outro
não me diz respeito.
Tudo bem conversar,
aconselhar,
orientar,
se preciso e pedido for.
Quem foi chamado para o amor
tem como missão exclusiva amar.
Se alguém vai dar
ou não,
não me diz respeito.
É preciso lutar pelo direito
do outro viver como quiser.
Posso apresentar a minha fé,
mas não me cabe controlar
quem quer que seja.
Não sou a cereja
do bolo divino.
Sou apenas um menino,
humano demais
para ser perfeito,
sempre na luta
por direitos iguais."

O trabalho das minhas mãos (meditação sobre Isaías 44:15-18)



"Embora possamos celebrar o trabalho de nossas mãos como a boa dádiva de Deus, nunca devemos depender disso. Pois é somente Deus quem nos sustenta e deve ser o foco de nossa adoração.
Estamos tão frequentemente preocupados com as coisas que fazemos e construímos, pois somos marcados por conquistas e temos um desejo inato de produzir, moldar, fazer mudanças e moldar nosso mundo. Isso em si é bom. Deus nos chamou para sermos vice-regentes e para cuidar de Seu mundo. Mas o nosso trabalho pode tornar-se um devorador. Pode nos tornar idólatras.
Assim, precisamos ser libertos não da responsabilidade do trabalho, mas de sua dominação. Jacques Ellul observa que "o aspecto final da libertação do eu é a libertação em relação ao 'trabalho das minhas mãos'". O que eu faço e alcanço não pode ser o núcleo do que sou.
Enquanto Deus me chama à parceria com Ele para mudar o mundo, Ele primeiramente me ama por quem eu sou. Na verdade, Ele me ama em toda minha vulnerabilidade e necessidade. E é essa aceitação que constitui o núcleo central de quem eu sou. Eu sou uma pessoa incrivelmente amada pelo Deus de toda a graça e misericórdia, e como tal posso viver confiantemente para agradar a Deus plenamente em tudo o que faço.
Embora eu possa querer ser conhecido pelo que faço, sou amado por Deus por quem eu sou."
Charles Ringma

Boa notícia



A boa notícia a respeito de Jesus é uma ameaça
Para nossas estruturas de poder
Nossos sistemas religiosos
Baseadas em nosso entendimento
E vontades.

Sim, Jesus confronta toda forma de conquista
Das coisas espirituais através de coisas que façamos
Ou deixemos de fazer.

Seguir a Jesus é abrir mão de nós mesmos
Nossos planos, nossas vontades,
Do que achamos certo, do que fazemos
De mau ou de bom,
De nossas boas ideias.

É agradável e nos faz sentir bem
Quando falamos da vida de alguém
Que consideramos inferior a nós.
É gostoso e nos faz sentir superiores,
Melhores, quando destacamos o pecado alheio,
“olha como é pecador”, “parece um demônio”.
Mas religiosidade é tão pecado quanto qualquer outro
E se dizemos que não temos pecado somos mentirosos.
Não somos melhores do que ninguém.

Por isso é desgraça (sim, falta de graça)
Afirmar que precisamos estar sem pecado
Para sermos salvos.
Não é possível,
Não há quem consiga.
É mentira.
Só através da graça de Cristo
Que pagou o preço de todo pecado
Passado, presente e futuro,
Todo pecado,
Para tornar possível a nossa salvação
E fazer Deus tornar-se propício,
Favorável,
A nós.

É graça, é boa notícia,
Isso é Evangelho.
Não é mentira,
É a verdade, em pessoa:
Jesus Cristo.

Angela Natel – 20/03/2019

Cristianismo como ideologia



"A ideologia tenta tecer uma imagem consistente da realidade que então se torna a base de todo o nosso pensamento e ação.

O cristianismo quase sempre mostrou a necessidade de construir sistemas e estruturas. Não apenas construiu instituições eclesiásticas poderosas, mas também todos os sistemas teológicos abrangentes. Sua fome de empreender foi monumental.
O raciocínio para isso é mais intrigante. Por um lado, a igreja justifica sua centralização de poder alegando que, dessa maneira, pode servir melhor ao mundo. Por outro lado, justifica seus sistemas teológicos como mapear uma visão de como o mundo deveria ser e como a vida deveria ser vivida. Em ambos os casos, a lógica é servir melhor ao mundo.

A realidade é que a igreja tão frequentemente serve a si mesma. E a ideologia proposta pela igreja tanto une quanto cega. Pois podemos muito bem questionar o que é, na melhor das hipóteses, um mito de que o poder centralizado aumenta a servidão. A experiência indicaria que as duas ideias estão em radical oposição.

O lamento de Jacques Ellul, portanto, precisa ser ouvido: "O cristianismo também pode claramente se tornar uma ideologia. De fato, ele se tornou uma", pois as ideologias não servem a ninguém além de si mesmas.

Obedecer à pessoa de Cristo é mais radicalmente significativo do que seguir os ditames de nossas criações eclesiásticas."
Charles Ringma

Tá embaçado


Mano RB me inspira,
Suas postagens são catárticas.
Respiro,
Não estou só.
Me indigno
Com falso ensino
Tá embaçado.

“Tudo posso naquele que me fortalece”
Não é carta branca para realização de sonhos.
Como quebrar uma maldição que foi Deus quem lançou?
As bênçãos e as maldições são lançadas por Deus.
Quebra de maldições - É queda de braço, agora?

Culto de curas, culto de libertação.
Hora marcada para Deus
obedecer a nossa agenda.
A cruz não é suficiente
Não levou toda maldição,
Não liberta de uma vez por todas?

A obra de Jesus é incompleta
E precisa da nossa ajuda?

“Deus habita nos louvores do seu povo”
Mas somente lá?
Ele não é onipresente?
Precisamos trazer Sua presença?
Onde Deus não está?

Oramos: “Que o Senhor possa...”
Mas o que Ele não pode fazer
Que precisamos orar para que Ele possa?

Colocam pesos insuportáveis
Nas costas de crentes
Trazendo ordenanças judaicas
Como dízimos e outras regras
Para dentro do contexto de igreja,
Regras mentirosas, textos manipulados
Fora de contexto.
E os crentes dão dízimo, enganados,
Aliviando a própria consciência,
E não se responsabilizando
Pelos necessitados em seu meio,
Que independe de valor.

Cultos movidos a pregações enganosas
Usando de mentira quando colocam no texto bíblico
O que ele, de fato, não ensina.
Usam a Bíblia manipulando ideias, palavras
Tirando de contexto para programar as mentes
E assim, quando leem, não entendem, não sabem,
E não podem obedecer.

Usam “Assim diz o Senhor”, “Deus me falou”,
“tive uma revelação da parte de Deus”
Para que ninguém os questione,
Ninguém julgue a profecia
Como a Bíblia orienta que a Igreja o faça.

Assim encaminham na estrada do erro,
Usando Antigo Testamento sem apontar para Jesus,
Sem que a justiça de Deus, na cruz, seja o centro da pregação.

Maldição hereditária... o que o texto bíblico
Ao ser analisado com cuidado, não ensina.
Cobertura espiritual, sem base bíblica nenhuma.
O homem como sacerdote do lar – invenção.

E assim apontam para os de fora
Como se fossem inimigos
E não alvos de amor.
Não oram por quem os perseguem,
Não sofrem como Cristo sofreu,
Não perdoam, se armam
De todas as formas
Numa vingança e numa “guerra santa”
Em nome de Deus matam, roubam e destroem
E depois colocam a culpa no diabo.

Tantas ideias, doutrinas de pessoas,
Invenções, acréscimos à verdade.
Usam meios maus, manipulações,
Justificando que é para edificar,
Para consolar e ajudar corações.

Mentira para aliviar o ego.
Querem ser cristãos, não seguidores de Jesus Cristo.
Não se parecem com Ele,
Não creem que o que Ele fez na cruz foi único e suficiente.
Precisam ajudar Deus a concluir a obra.

Colocam suas irresponsabilidades na conta de demônios,
Demônios de estimação que dizem criar como suas desculpas
Para comportamentos doentios e maus hábitos.
Não se responsabilizam pela mudança de atitude,
Precisam provar algo o tempo todo,
Defender Deus, explicar o inexplicável.

Falsos profetas
Que não estudam a Bíblia
Com o coração de entender e aprender.
Acham que já sabem,
Inquestionáveis,
Papas evangélicos.
Não colocam sua palavra à disposição
Para ser julgada, como diz a Palavra.
Não admitem a possibilidade
De estarem errados,
De causarem estrago.

Mano RB me inspira,
Suas postagens são catárticas.
Respiro,
Não estou só.
Me indigno
Com falso ensino,
Com falsos profetas,
Tá embaçado.

Angela Natel – 10/03/2019

Escândalo!

Estou escandalizada
Pelas palavras que tenho ouvido saíndo da boca de quem diz pregar a verdade,
de quem se diz seguidor de Cristo.
Perguntas capciosas,
Racismo, discurso de ódio,
Desprezo, desinformação,
Preconceito, fundamentalismo
e generalização.

Ouvi que africanos são mais lentos na aprendizagem
Por causa da precária alimentação
Por isso quem os ensina
O deve fazer de forma simplificada.

Ouvi para tomar cuidado
Porque todos os professores do curso de teologia da PUC/PR são adeptos da teologia da libertação e esquerdistas.

Ouvi da mesma boca que defende o uso de armas que devemos proibir filmes, séries e jogos de guerra.

Ainda ouvi que minha intenção é causar,
Que sou liberal,
Que me sinto superior.

Ouvi a Bíblia sendo usada
para cercear a liberdade,
manipular as mentes,
programar os corações.

Ainda mastigo as palavras,
E outras acusações mais,
Feridas feitas
Inconsequentemente,
Desconhecimento, dogmatismo,
Falta de amor
Descaso em aprender.

Escândalo para o testemunho cristão,
Vergonha, tristeza.
Estou escandalizada.
Preciso confessar, colocar prá fora,
Antes que me apodreça a alma em dor.

Angela Natel - 17/03/2019

Quantos mais?


Quantos já morreram
Sob o peso acusatório
Bruxaria, heresia, judaizante,
Quantos já pagaram com a vida
Por sua discordância?

E os corpos se multiplicam
Condenados em seus erros
E as feridas se multiplicam
Na alma dos párias.

E os que respeitam a lei civil
Não jogam às fogueiras,
Mas queimam reputações
Acusam publicamente
Envergonham, testam
Com perguntas capciosas.

São condenações certeiras
Aos que desafiam
 a escravização da consciência.

Minhas motivações e intenções
Do coração são contundentemente rotuladas
Definidas por quem não me conhece
E condenadas diante de alunos.

Sou chamada liberal por quem não sabe
O que é liberalismo.
Sou ouvida apenas quando acalento o ego
Dos que dizem me amar.

São corpos queimados nas fogueiras da sociedade
Reputações queimadas, marcadas, rotuladas,
Sem um pingo de misericórdia.
São vidas que pagaram o preço da liberdade
Na mira de armas letais.
Não há justificativa.
São armas
Feitas para ferir, para matar.
Armas.
É o fogo das acusações
Das justificativas
Para as modernas inquisições.

Pecados publicados
Dogmas e cabrestos
Tornando homens em máquinas,
Androides obedientes e mansos.

Vidas que pagaram
por nossa omissão política
Por nosso descaso
 e nossas desculpas esfarrapadas.

Crianças, muçulmanos, negros, pobres,
Violentos, hereges, desobedientes, bandidos,
Vidas que devem pagar
Para que nossos pecados nãos sejam descobertos
E nossa hipocrisia não seja revelada.

Armas na mão
Dedos em riste.
Que outro pague.
Que outro morra em nosso lugar.
Que eles morram
Para que vivamos
E sejamos os donos da verdade.

Quantas vidas ainda têm que pagar
Pelo preço de nossa imprudência
Em julgar as motivações dos corações
Às quais, de fato, não temos acesso?
Quantas reputações ainda vamos manchar
E queimar
Pela desonestidade de nossos argumentos?

Quanto veneno ainda vamos lançar
Por trás de um sorriso e um título de líder espiritual
Acobertando os abusos recorrentes?

Quantas vidas ainda vão pagar
Porque não assumimos nossa história de sangue,
Carne queimada presa nas estacas de nossas palavras?

Quanto de orgulho ainda sentiremos
Ao usar o nome de Deus para fazer declarações
De ódio, vingança e condenação?

Quantas vidas ainda irão pagar
Pela nossa desonestidade
Em falar de uma revelação que não passa
De fruto de nossa lógica deturpada?

Argumentos, argumentos,
Vidas ceifadas.
E o sangue continua em nossas mãos.

Angela Natel – 16/03/2019.

Conversa



Deixe seus rótulos para lá
senta aqui, vamos conversar!
A caixa do feminismo
é pequena, não pode me aguentar.
Nem a de liberal, ou a de inadequada,
muito menos a caixa do drama
ou a da desleixada.
São caixas que me apertam
são insuficientes
para me comportar.

Vem cá, vamos conversar!
O que entendo por um conceito
pode ser diferente
em seu pensamento...
essa diferença dificulta
o dialogar.
Precisamos perceber
as diferenças, estabelecer pontes
não deixemos essa distância nos determinar.

Opiniões que chamamos verdade
podem ferir, podem matar.
Como você é capaz
de afirmar que não posso dizer algo,
que não posso ensinar?
Que soberania você clama sobre si mesmo
a ponto de a vida dos outros querer controlar?
Deixe de lados os rótulos
as falas repetidas e condicionadas.
Saia da caixa, venha me encontrar.

Já é tempo
de nos desprogramarmos
de nossas defesas e ataques condicionados
os rótulos e as caixas onde colocamos as vidas.
São pessoas, são complexas,
são experiências e dores diferentes,
não somos iguais,
somos todos doentes.
Por isso senta aqui, vamos conversar.

Vamos lutar juntos para que a menção de uma palavra
não nos ponha na resposta automática
no ataque gratuito
na sensação de ameaça.
Vamos tomar cuidado para não encaixotarmos
a imagem de Deus em cada um de nós.
Um rótulo, uma caixa, um adjetivo mortal.
Ofensas trocadas, calúnias, bofetadas.

Sentemos juntos à mesa,
comamos e bebamos juntos,
sintamos o prazer de não estarmos sozinhos,
sejamos cúmplices nessa busca desesperada
por sermos ouvidos,
compreendidos,
não mais sejamos solitários,
arranhando-nos uns aos outros.
Você não é meu inimigo.
Vem cá, vamos conversar.

Angela Natel – 10/03/2019


My Fairy Tail


Game of Thrones | Season 8 | Official Trailer (HBO)





O trailer oficial da última temporada saiu hoje... #morri

UNIDOS DA TIJUCA, PROMETE LEVAR A MENSAGEM DE AMOR AO SAMBÓDROMO.



Em quanto Jesus adentrava em Jerusalém, o povo que ali estava, clamava por ELE e os fariseus diziam: Mestre não vai repreende-los? Isso porque clamavam Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; Hosana nas Alturas. Então Jesus fitou-lhes os olhos e disse: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão. Lucas 19:37-40.
A escola de Samba, Unidos da Tijuca, encerrou o primeiro dia do desfile, falando de amor, de preconceito e da falta de humanidade. É notório que aqueles que bolaram o enredo, procuraram também entender o Evangelho, procuravam a autenticidade da mensagem de Boas Novas anunciadas por Jesus. Assim falou de pão para quem tem fome e água para quem tem sede e amor para quem é maltratado no chão da vida. Ora Jesus disse que onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome ELE estaria. Ora, vejo muito mais de Deus em atitudes como essa do que a teologia da prosperidade, nos rodopios e gritarias causadas por distúrbios psicológicos de gente arrebentada no recôndito de sua alma. Entre bizarrices e entrevistas com o capeta e fogueiras santas. Entre os cultos de libertação e maldição, quando o verdadeiro cultuado deveria ser Deus. Vejo mais de Jesus nos personagens sensibilizados pela mensagem da cruz no sambódromo da Marques de Sapucaí, do que aqueles que possuem pedigree religiosa. Sim o Jesus das escrituras sempre andou ao largo de tudo isso, em movimentos marginais, entre desvalidos, sem religião e sem preconceito. Ele se preocupava em dar e não em receber. Assim a escola mostrou que o pão da vida e quem comer dele jamais sentira fome estava ali representado. Assim se as igrejas não clamarem as escolas de samba clamarão.
Fernando Barroso

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