segunda-feira, 25 de março de 2019

Fé cristocêntrica

"Não quero falar sobre a carnificina do Velho Testamento e sua Jihad hebraica, nem sobre os reis psicopatas de Israel e suas maldades extremas com outros povos, nem sobre as leis impiedosas que legitimavam execuções em série, nem sobre um dos reis psicopatas que colecionava mulheres como se fossem coisas, moedas, troféus. Não quero falar sobre a mula falante de Balaão (conheço tantas da minha geração), nem sobre a terra se abrindo para engolir um militar culpado e todos os inocentes ligados a ele. Não quero falar sobre estupro silenciado no palácio real, nem sobre uma rainha deposta por ter se recusado a se apresentar, mais uma vez, como troféu do marido bebum, e por isso substituída por uma menina hebreia submissa. Não quero falar de apedrejamentos ou de um menino enaltecido por decapitar um inimigo, nem das riquezas de Abraão e seus descendentes ou do poder bélico de Josué. Hoje, como sempre, quero falar do Novo Testamento, em especial de Jesus Cristo. A minha fé é mais cristocêntrica que bibliocêntrica. Os dez mandamentos foram importantes para controle daquela sociedade, e seus princípios continuaram sendo importantes para a sociedade em que o Cristo viveu e para os nossos dias. É um código de comportamento e não um código penal. Eu, humano demais que sou, não posso dar conta dos dez mandamentos. Não posso dar conta das mais de seiscentas leis do Pentateuco e da Torá. Mas posso dar conta dos evangelhos, da leveza da mensagem do Cristo. A maioria dos evangélicos brasileiros tornaram-se aquilo que o apóstolo Paulo já combatia no Novo Testamento, ou seja, JUDAIZANTES. Como tal, são bibliocêntricos, mas não cristocêntricos. São, na verdade, evangélicos da Torá. Na prática, consideram sagrado apenas o Velho Testamento. E porque são hipócritas, liderados por "déspotas não esclarecidos" , cobram do outro a observância das leis veterotestamentárias, mas reivindicam para si, somente para si, as benesses da graça. Na sagradice do texto inquestionável e inatualizável que utilizam, uma mulher adúltera deveria ser apedrejada, inclusive com a possível participação do homem adúltero, com quem transou, "perdido" na multidão apedrejante. Em Cristo, o Deus "fraco" dos evangelhos, a mulher adúltera foi absolvida, porque ninguém da multidão era suficientemente puro para puni-la. A contrapartida era o arrependimento, a mudança de atitude, mas sem contrato assinado. No Velho Testamento, "a alma que pecar, esta morrerá." Em Cristo, "filhinhos, não pequeis; mas se pecares, tens um advogado: Jesus Cristo". Outro dia, li um comentário de um sacrossanto evangélico judaizante brasileiro, na postagem de uma "ímpia, pecadora apedrejável" que estava defendendo o Cristo, que dizia assim: "Não importa o que Jesus fez ou o que Jesus disse, importa é que em tal lugar da Bíblia está escrito..." E o tal lugar era no Velho Testamento. E ler aquilo me deu uma tristeza tão grande! Os evangélicos judaizantes querem pregar, evangelizar, mas também querem matar. Usando o Velho Testamento como base, todo mundo pode matar todo mundo. Usando o Novo Testamento como base, ninguém pode matar ninguém. E é no Novo Testamento que está o Cristo, o Deus humanizado para viver as sensações humanas, para amar os humanos em suas imperfeições. No Velho Testamento, "a lei é dura, mas é lei". No Novo Testamento, "a lei continua dura, mas a graça nos liberta." Aquele "não importa o que Jesus disse ou fez" me fez entender, enfim, o óbvio: Não é a Jesus que seguem, mas a lei assassina do Velho Testamento. Seguindo a Jesus, não poderiam mesmo estar defendendo armas e execuções. Mas seguindo a lei do Velho Testamento sim. Um seguidor do condenado Jesus, portanto, bandido, jamais repetiria que "bandido bom é bandido morto". O Cristo da minha fé é o meu "bandido de estimação", o condenado mais fofo que passou por este planeta, assassinado por tanta fofeza. Ele queria deixar leve a vida, desburocratizar o sagrado. E justamente por isso os burocratas do sagrado o mataram. E o matariam de novo. É o Cristo marginal condenado que alimenta a minha fé."
Isac Machado de Moura
 

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Fé cristocêntrica

"Não quero falar sobre a carnificina do Velho Testamento e sua Jihad hebraica, nem sobre os reis psicopatas de Israel e suas maldades extremas com outros povos, nem sobre as leis impiedosas que legitimavam execuções em série, nem sobre um dos reis psicopatas que colecionava mulheres como se fossem coisas, moedas, troféus. Não quero falar sobre a mula falante de Balaão (conheço tantas da minha geração), nem sobre a terra se abrindo para engolir um militar culpado e todos os inocentes ligados a ele. Não quero falar sobre estupro silenciado no palácio real, nem sobre uma rainha deposta por ter se recusado a se apresentar, mais uma vez, como troféu do marido bebum, e por isso substituída por uma menina hebreia submissa. Não quero falar de apedrejamentos ou de um menino enaltecido por decapitar um inimigo, nem das riquezas de Abraão e seus descendentes ou do poder bélico de Josué. Hoje, como sempre, quero falar do Novo Testamento, em especial de Jesus Cristo. A minha fé é mais cristocêntrica que bibliocêntrica. Os dez mandamentos foram importantes para controle daquela sociedade, e seus princípios continuaram sendo importantes para a sociedade em que o Cristo viveu e para os nossos dias. É um código de comportamento e não um código penal. Eu, humano demais que sou, não posso dar conta dos dez mandamentos. Não posso dar conta das mais de seiscentas leis do Pentateuco e da Torá. Mas posso dar conta dos evangelhos, da leveza da mensagem do Cristo. A maioria dos evangélicos brasileiros tornaram-se aquilo que o apóstolo Paulo já combatia no Novo Testamento, ou seja, JUDAIZANTES. Como tal, são bibliocêntricos, mas não cristocêntricos. São, na verdade, evangélicos da Torá. Na prática, consideram sagrado apenas o Velho Testamento. E porque são hipócritas, liderados por "déspotas não esclarecidos" , cobram do outro a observância das leis veterotestamentárias, mas reivindicam para si, somente para si, as benesses da graça. Na sagradice do texto inquestionável e inatualizável que utilizam, uma mulher adúltera deveria ser apedrejada, inclusive com a possível participação do homem adúltero, com quem transou, "perdido" na multidão apedrejante. Em Cristo, o Deus "fraco" dos evangelhos, a mulher adúltera foi absolvida, porque ninguém da multidão era suficientemente puro para puni-la. A contrapartida era o arrependimento, a mudança de atitude, mas sem contrato assinado. No Velho Testamento, "a alma que pecar, esta morrerá." Em Cristo, "filhinhos, não pequeis; mas se pecares, tens um advogado: Jesus Cristo". Outro dia, li um comentário de um sacrossanto evangélico judaizante brasileiro, na postagem de uma "ímpia, pecadora apedrejável" que estava defendendo o Cristo, que dizia assim: "Não importa o que Jesus fez ou o que Jesus disse, importa é que em tal lugar da Bíblia está escrito..." E o tal lugar era no Velho Testamento. E ler aquilo me deu uma tristeza tão grande! Os evangélicos judaizantes querem pregar, evangelizar, mas também querem matar. Usando o Velho Testamento como base, todo mundo pode matar todo mundo. Usando o Novo Testamento como base, ninguém pode matar ninguém. E é no Novo Testamento que está o Cristo, o Deus humanizado para viver as sensações humanas, para amar os humanos em suas imperfeições. No Velho Testamento, "a lei é dura, mas é lei". No Novo Testamento, "a lei continua dura, mas a graça nos liberta." Aquele "não importa o que Jesus disse ou fez" me fez entender, enfim, o óbvio: Não é a Jesus que seguem, mas a lei assassina do Velho Testamento. Seguindo a Jesus, não poderiam mesmo estar defendendo armas e execuções. Mas seguindo a lei do Velho Testamento sim. Um seguidor do condenado Jesus, portanto, bandido, jamais repetiria que "bandido bom é bandido morto". O Cristo da minha fé é o meu "bandido de estimação", o condenado mais fofo que passou por este planeta, assassinado por tanta fofeza. Ele queria deixar leve a vida, desburocratizar o sagrado. E justamente por isso os burocratas do sagrado o mataram. E o matariam de novo. É o Cristo marginal condenado que alimenta a minha fé."
Isac Machado de Moura