quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Leitura da semana: trecho de "Joana d'Arc", de Helen Castor.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 31. Fabiane Maria de Jesus

Neste mês de outubro lancei a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita. 

31. Fabiane Maria de Jesus 



Fabiane Maria de Jesus foi uma mulher linchada por moradores do bairro de Morrinhos IV, na periferia do município de Guarujá, no litoral do estado brasileiro de São Paulo, em 3 de maio de 2014.

 A mulher tinha 33 anos, era uma dona de casa casada, mãe de duas crianças e morava no bairro em que foi espancada e assassinada. O linchamento ocorreu porque a vítima foi confundida com uma suposta sequestradora de crianças, cujo retrato falado que havia sido feito dois anos antes, passou a circular nas mídias sociais.

O fato causou forte comoção nacional, principalmente por ter sido motivado por notícias falsas, disseminadas pelas redes sociais. Foi a vigésima morte por linchamento no Brasil, no ano de 2014. O caso foi listado pelo portal Brasil Online (BOL, 2015), O Estado de S. Paulo (2014) e a revista Veja (2014) ao lado de outros crimes que "chocaram" o Brasil.

Fabiana Maria de Jesus não foi acusada formalmente de bruxaria como as outras mulheres de nossa série, mas foi "julgada e condenada" covardemente por populares por causa de um boato sobre magia.
A história de uma mulher que sequestrava crianças para realizar rituais de magia negra circulou na internet como sendo verdadeira, com direito até a retrato falado da suspeita. Tudo não passava de um boato, mas Fabiana de Jesus, de 33 anos, foi vista dando frutas para um garoto em Guarujá (SP), e a mãe do menino a achou parecida com a imagem do retrato falado.
Cerca de 100 pessoas que estavam nos arredores lincharam Fabiana, que morreu segurando uma Bíblia. Posteriormente foi provado que ela era inocente. O fato aconteceu em 3 de maio de 2014, e cinco dos acusados de linchamento foram presos. O líder da agressão foi condenado a 30 anos de prisão.
Fonte: biografia mulher 500 anos

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 30. Varvara Genatulina


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



30.  Varvara Genatulina



Uma jovem mãe de apenas 26 anos foi forçada a procurar abrigo com o seu filho após ter a casa queimada por vizinhos que a acusam de bruxaria. O caso aconteceu no Extremo Oriente da Rússia.

Varvara Genatulina, moradora da vila de Pobedino, na Sacalina, extremo Oriente da Rússia, foi acusada por outros habitantes da localidade de estar por trás do suicídio de seu marido e de outras duas pessoas da comunidade ligadas de alguma forma a ela. Por conta dessa situação, ela foi declarada bruxa e, como pena, teve sua residência incendiada.

A história, ocorrida recentemente, ganhou publicidade após ser relatada em carta por outro morador da região, Oleg Vnukov, que escreveu para a Associação de Advogados da Rússia, culpando as autoridades locais por negligência, sobretudo ao não oferecer oportunidades de trabalho suficientes, o que teria deixado a população de Pobedino desesperada e insana.

 Os advogados, por sua vez, segundo o Mir 24, disseram que casos como esse, de caça às bruxas, não são tão raros assim em áreas rurais remotas do país, principalmente quando as condições de vida são difíceis por conta do desemprego e da pobreza.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 29. Mima Renard

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.

29. Mima Renard 



Mima Renard (falecida em 1692, em São Paulo), foi uma suposta bruxa franco-brasileira, sendo a vítima mais conhecida no Brasil do período da Caça às Bruxas.
Mima Renard era uma imigrante francesa, que se mudou para o Brasil com seu marido, René. O casal foi morar na então vila de São Paulo. Mima era vista como uma mulher bela e atraente, despertando atenção nos homens, fato que fez com que seu marido fosse atacado e assassinado por um de seus pretendentes. Assim, ela passou a prostituir-se para sobreviver.
As demais mulheres da vila passaram a acusá-la de jogar feitiço nos homens, com o propósito de atraí-los. Em data desconhecida, um conflito entre dois de seus clientes resultou no assassinato de um deles. Os dois clientes eram casados, o que foi malvisto na época. Mima foi denunciada ao padre da paróquia local, pelas várias mulheres de seus clientes, recebendo acusação de feitiçaria e bruxaria, por supostamente lançar feitiço nos homens. Ela foi julgada, condenada e executada na fogueira em público.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 28. Bruxas de Salém


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.


28. Bruxas de Salém 


Bruxas de Salém refere-se ao episódio gerado pela superstição e pela credulidade que levaram, na América do Norte, aos últimos julgamentos por bruxaria na pequena povoação de SalémMassachusetts, numa noite de outubro de 1692.
O medo da bruxaria começou quando uma escrava negra chamada Tituba contou algumas histórias vudus (religião tradicional da África Ocidental) a amigas praticantes do ocultismo, tanto que algumas tiveram a ajuda da mesma para terem pactos como Davina , por esse pacto, tiveram pesadelos. Um médico que foi chamado para as examinar declarou que as moças deveriam estar "embruxadas".
Os julgamentos de Tituba e de outras foram realizados perante o juiz Samuel SewallCotton Mather, um pregador colonial que acreditava em bruxaria, encarregou-se das acusações. Após a morte de sua serva, Diz que Davina foi passando de corpo em corpo a cada morte. O medo da bruxaria durou cerca de um ano, durante o qual vinte pessoas, na sua maioria mulheres, foram declaradas culpadas de realizar bruxaria e executadas. Um dos homens, Giles Corey, morreu de acordo com o bárbaro costume medieval de comprimir a vítima por rochas, com uma tábua sobre o seu corpo, até sua morte ao fim de 3 dias. Foram presas cerca de cento e cinquenta pessoas. Mais tarde, o juiz Sewall confessou que as suas sentenças haviam sido um erro. Há suspeitas de que foram intoxicadas pelo consumo do esporão-de-centeio (principal ingrediente do pão), um fungo que extrai alcaloides na produção de produtos medicinais incluindo o LSD. Se ingerido, o parasita pode causar uma doença conhecida hoje como Ergotismo.
As principais testemunhas da acusação foram as primas Elizabeth "Betty" Parris e Abigail Williams, com, respectivamente, 9 e 11 anos.

domingo, 27 de outubro de 2019

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 27. Isabel Pedrosa de Alvarenga

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.


27.  Isabel Pedrosa de Alvarenga




Outro dos vários casos marcantes de bruxaria no Brasil aconteceu em 1750, quando Isabel Pedrosa de Alvarenga foi acusada por um dos "familiares do Santo Ofício", os espiões da igreja. O espião alegava que a mulher carregava um saco cheio de umbigos de crianças, tufos de cabelo, panos ensopados de sangue humano, bicos de pássaros, e que todos esses itens eram usados para a prática de feitiçaria.
A mulher, que era muito pobre e vivia nas ruas às custas de esmolas, nunca admitiu envolvimento com a prática de bruxaria, mas ainda assim foi condenada à morte.
Durante essa época, um total de 1076 pessoas foram investigadas por bruxaria, das quais 29 delas foram levadas às fogueiras.

sábado, 26 de outubro de 2019

Teologia analógica

Toda nossa linguagem teológica é analógica. Mas temos preferências nessa construção. Por isso que de forma mais ampla Deus é visto como sendo do gênero masculino, pois no discurso teológico bíblico e contemporâneo, usa-se analogias como rei, senhor, pai, guerreiro, etc. Como as pessoas dificilmente percebem o uso de analogia, elas acham que Deus é realmente um rei, um senhor, um pai, um guerreiro, etc. Mais ainda, acham que Deus é homem. Apesar de Deus nunca ser chamado de mulher ou mãe na Bíblia, ainda há usos analógicos que apontam para essa identidade. Por exemplo, Deuteronômio 32.18 diz que Deus "gerou" e "pariu" Israel. Agora, vá na sua Bíblia e veja se a tradução deixa claro o caráter feminino da ação ou se há uma amenização dos termos para que possam ser aplicados a uma identidade masculina também (gerar, fazer nascer, etc.). Não se enganem, Deus não é homem, nem mulher, nem rei, nem pai. Nós construímos essas identidades a partir de como experimentamos a ação de Deus em nossas vidas. Ele é pai porque cuida de nós como um pai cuida de seu filho; ele é mãe porque nos gerou e formou. Toda nossa linguagem teológica é analógica.
Caio Peres

"Interessante pensar tais aspectos. O protestantismo se orgulha muito de ter unicamente as Escrituras como base de suas doutrinas, mas, por vezes, parece ser um "Sola Scriptura desde que minha Teologia esteja de acordo..."
Flávio Macedo Pinheiro

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 26. Elisabeth Plainacher


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



26. Elisabeth Plainacher





Em 27 de setembro de 1583, Elisabeth Plainacher foi queimada na fogueira em Viena, Áustria. Acusada de ser uma bruxa. Elisabeth criara a neta, Anna Schlutterbauer, cuja mãe havia morrido. Quando Anna chegou à adolescência, começou a ter convulsões.

Seu pai acreditava que as convulsões foram causadas por uma má sorte colocada na menina por sua avó. Elisabeth e Anna foram levadas para Viena, onde seu caso foi "investigado" por Georg Scherer, o inquisidor jesuíta. Scherer conduziu exorcismos em Anna que, segundo ele, causaram a expulsão de 12.652 demônios do corpo da menina.

 Ele também conduziu "interrogatórios" de Elisabeth durante os quais ela confessou tudo, sob tortura. Elisabeth tinha cerca de 70 anos na época de sua execução. Suas cinzas foram jogadas no Danúbio.
~ Fonte: A série de heróis do movimento matriarcal Menonita.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Geração corrupta



Os ministros que estão no governo representam perfeitamente grande parcela da população, que está programada a repetir informações sem pensar, sem analisar por si mesma, sem checar fatos.
São robôs treinados a fazer deboche do que não entendem, superficiais em suas análises, incapazes de dialogar, mestres em ataques pessoais para evitar aprofundamento e compreensão de quem pensa diferente, recusam-se a aprender.
São servos do dinheiro e da fama, confundindo seus dogmas com a
 verdade e cauterizados em suas consciências.
Usam posição de privilégio e violência para falar e agir como querem, sem medir as consequências de sua postura na desumanização do outro. Assim, atropelam quem se colocar em seu caminho para os desafiar.
Revelam, com essas atitudes, sua insegurança, seu medo e sua falta de profundidade. Pensam-se exemplo, mas são cópias de cópias, guias cegos, inúteis em suas postulações.
A voz das massas os representam, com sua inabilidade de interpretar os mais simples enunciados, pois são habilitados apenas a atacar pessoalmente, promovendo linchamentos virtuais, injúrias e distribuindo difamações por onde passam.
Essas pessoas ouvem uma frase e em suas mentes já se armam para rebater ou injuriar, sem levar em conta a totalidade da fala, sem analisar contexto, sem se dar ao trabalho de ouvir para compreender e interpretar.
São preguiçosos de mente, rápidos em julgar e emitir condenação.
Tal postura demonstra a maior falta de caráter, pois se enxergam como donos da verdade, não percebem seu óculos ideológico nem a impossibilidade de discursos neutros.
Etnocentrismo é uma de suas principais marcas, condenando os demais com base em si mesmos, ignorando falhas próprias e recusando-se a trilhar o caminho do arrependimento e da empatia.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 25. Adolfina Ocampos

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.

25. Adolfina Ocampos




No Paraguai, as acusações de ser uma bruxa não fazem parte da dramatização relacionada ao Halloween. Em vez disso, é uma alegação séria que pode custar sua vida.

Mais recentemente, os moradores do país sul-americano acusaram uma mulher indígena de ser uma bruxa. Adolfina Ocampos, 45 anos, foi amarrada a uma estaca, atingida com flechas e enterrada viva após ser acusada de bruxa. Ela foi condenada à morte pelo chefe da comunidade da etnia Mbyá Guarani. O Daily Mail relata que, quando ela morreu, não foi confirmada, mas sua morte ocorreu na vila de Tahehyi, localizada a 320 quilômetros ao norte da capital Assunção.

Embora possa parecer chocante e bárbaro matar uma mulher por causa dessas alegações, a Agência de Refugiados da ONU estimou que milhares de pessoas em todo o mundo são acusadas de serem bruxas a cada ano. As alegações resultam em abuso, sendo evitadas de sua comunidade e família e, na pior das hipóteses, morte.

Mesmo assim, houve um aumento significativo de acusações de bruxa no Paraguai. Segundo o antropólogo italiano e padre católico José Zanardini, a morte de Ocampos é sem precedentes.

"Trabalho no Paraguai há 40 anos e não me lembro de um episódio semelhante de uma execução por alegada feitiçaria", disse Zanardini. "A morte trágica dessa mulher é isolada e fora do comum na coexistência dos 20 grupos étnicos do Paraguai. Em geral, os índios são muito pacíficos e tolerantes".

A promotora local Fany Aguilera acusou nove homens de assassinato em primeiro grau e eles teriam admitido ter matado a vítima.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Leitura da semana: trecho de "As bruxas", de Stacy Schiff.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 24. Magdalena Francisco


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



24. Magdalena Francisco





Moradores de uma aldeia na região oeste da Guatemala lincharam uma mulher de 43 anos acusada de praticar bruxaria.
O episódio ocorreu na terça-feira, dia 6 de agosto de 2013, no povoado de Calhitz, no departamento de Huehuetenango, cerca de 375 km da capital guatemalteca, próximo à fronteira com o México.
Segundo o jornal Nosso Diário, 2.000 vizinhos enfurecidos espancaram e jogaram pedras em Magdalena Francisco, 43 anos, após entrarem em sua casa.
A polícia que estava no local não pode evitar o linchamento diante da fúria do grande número de pessoas.
Os linchamentos são comuns na Guatemala, onde a população faz justiça com as próprias mãos devido à desconfiança das autoridades.
Na semana anterior, moradores de uma aldeia do departamento de Zacapa lincharam um casal acusado de assassinar uma mãe para sequestrar seu filho.
Entre janeiro e junho do mesmo ano, cerca de 23 pessoas morreram vítimas de linchamentos na Guatemala, segundo boletim da Procuradoria de Direitos Humanos do país.
O dado se assemelha ao total de casos reportados para 2012, enquanto em 2011 foram registrados 51 linchamentos.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 23. Kepari Leniata

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.

 23. Kepari Leniata



Em 6 de fevereiro de 2013, os moradores da vila de Paiala, na Papua Nova Guiné, torturaram sua vizinha Kepari Leniata para confessar o assassinato através de bruxaria de uma criança local, e a queimaram viva em um depósito de lixo. A feitiçaria é amplamente temida e praticada em Papua Nova Guiné.

Kepari Leniata, 20, "confessou" depois que foi arrastada de sua cabana, despida e torturada com barras de ferro em brasa.

Ela foi então arrastada para um depósito de lixo local, embebida em gasolina e, com as mãos e os pés amarrados, jogada no fogo de pneus em chamas. Enquanto a mãe de dois gritava em agonia, mais pneus encharcados de gasolina foram jogados em cima dela.

A tragédia se desenrolou depois que o jovem vizinho de Leniata ficou doente na manhã de terça-feira. Ele se queixou de dores no estômago e no peito e foi levado ao hospital Mt Hagen, onde morreu poucas horas depois.

Parentes do garoto suspeitavam que a bruxaria estivesse envolvida na morte e descobriram que duas mulheres haviam se escondido na selva.

Depois de serem rastreados, o casal admitiu que praticava feitiçaria, mas não tinha nada a ver com a morte do garoto. Leniata, eles disseram, era a pessoa responsável.

A família do menino foi à sua cabana às 7h da quarta-feira, tirou a roupa e a arrastou para tortura e morte.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

"Santa Dica" de Goiás, a Joana d'Arc brasileira

O marido cristão é um "sacerdote do lar"? Uma crítica teológica a esse conceito

A teologia judaico-cristã é fruto de um contexto social e histórico pautado no patriarcalismo, que por sua vez traz uma compreensão assimétrica de gênero, ou seja, a mulher era tida como inferior ao homem, e até mesmo incapaz de exercer atividades que no passado eram tidas como "naturalmente" masculinas. Não por acaso, a atividade sacerdotal, no contexto hebraico da Antiguidade, era exclusivamente masculina. Até aí, uma boa hermenêutica já possibilita fazer uma crítica. Contudo, chama a atenção uma das tentativas teológicas para legitimar a superioridade espiritual masculina nos dias de hoje, com o uso do conceito de "sacerdote do lar", uma responsabilidade dos homens em conduzir suas famílias no caminho cristão.
O problema, para além de todo debate hermenêutico, é que esse conceito de "sacerdote do lar" não tem sentido algum, e teologicamente não se sustenta. Claro que o sacerdócio no mundo judaico, como já dito, era exclusivamente masculino, mas em momento algum o Antigo Testamento apresenta o homem/marido/pai como um sacerdote para a sua família, dentro de sua casa. O sacerdócio, na verdade, era uma prática restrita a uma linhagem familiar, não sendo nunca uma possibilidade a todo e qualquer homem. Religiosamente falando, o sacerdote é a pessoa que faz uma mediação entre o fiel e o sagrado, sendo alguém separado dos demais e tendo a capacidade de conduzir os rituais que os leigos participam.
Logo, ainda que um homem/marido/pai fosse tido, dentro de um contexto patriarcal, como hierarquicamente superior e "governante" da casa (vale notar que a mulher israelita chamava o marido de "baal", isto é, o "senhor" e mesmo seu "dono"), sendo o dever deste homem conduzir sua família ao culto no templo, ele nunca foi tido na Bíblia como um mediador espiritual entre sua família e Deus, como uma pessoa necessária e intermediária para a espiritualidade dos demais de sua casa. Já no Novo Testamento, esse conceito de "sacerdote do lar" se torna ainda mais absurdo. Se tomarmos a tradição protestante reformada como referência, devemos entender que não existe mais o ofício sacerdotal. Nem mesmo um pastor/bispo é um sacerdote na teologia reformada. Toda pessoa cristã é sacerdote (1 Pedro 2.9; Apocalipse 1.6), sendo Cristo o único mediador por meio de quem é possível ter acesso direto a Deus (1 Timóteo 2.5). Não há outros sacerdotes nem mediadores, seja Maria, outros "santos", ou mesmo pastores/bispos/padres/papas (pretensos sacerdotes em muitas denominações cristãs). O Novo Testamento apresenta o "sacerdócio universal dos cristãos", um dos pontos defendidos na Reforma Protestante.
Portanto, a compreensão de que o sexo masculino teria a incumbência de exercer um "sacerdócio no lar" é teologicamente errada, e só se mantém porque muitos homens insistem em uma necessidade de afirmação de poder, e não de serviço e submissão recíproca. Sei que há outros textos bíblicos que são usados para justificar uma assimetria entre homens e mulheres, que podem ser interpretados para legitimar a liderança masculina e seu governo sobre a casa, mas não pretendo debater tais textos. Essa minha crítica não tem o objetivo de fazer um estudo exaustivo sobre esse tema, e sim de mostrar como a expressão de sacerdote do lar, além de não estar na Bíblia, é anti-bíblica, e deveria ser rejeitada por quem afirma ter como "regra de fé e prática" os livros bíblicos. No fundo, esse pessoal que precisa ficar afirmando essa suposta superioridade masculina o tempo todo deveria tentar resolver isso fazendo terapia...

Flávio Macedo Pinheiro

Fonte: https://www.facebook.com/flavio.m.pinheiro/posts/2618389928241870

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 22. María Verenice Martínez


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



22. María Verenice Martínez





Uma colombiana, 47 anos de idade, foi assassinada e queimada por desconhecidos depois de ser acusada de bruxaria e por ter realizado feitiços contra as mulheres de sua comunidade.
A vítima, María Verenice Martínez, aparentemente recebeu um golpe mortal em sua cabeça, com uma ferramenta sem corte, e logo depois fizeram uma fogueira com seu corpo em um município de Santa Bárbara, no nordeste do país.
Embora os detalhes do crime não estejam totalmente esclarecidas, alguns vizinhos da vítima afirmaram que a mulher foi despida, tiraram-lhe os pêlos, arrancaram seus cabelos, pegaram suas roupas e fotos e fizeram uma fogueira em sua casa e a queimaram.
O primeiro ato de violência contra Martinez aconteceu há alguns meses atrás, quando ela foi espancada fora de sua casa.
A irmã da vítima explicou mais tarde que um “bruxo ou curandeiro”, havia instigado a população contra Maria, e que alguns membros da comunidade e seus próprios vizinhos a acusaram de “fazer magias, aparecer nos sonhos de suas vítimas de deixá-las doentes”.
O prefeito de Santa Bárbara, Jorge Hernan Ramirez disse que a polícia já prendeu um suspeito e avisou que não é o primeiro incidente deste tipo a ser registrado em seu município, como há seis anos, outra mulher foi morta pelos mesmos motivos.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 21. Maili Tamang e Kanchhi Tamang

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.


21. Maili Tamang e Kanchhi Tamang





Duas mulheres nepalesas foram acusadas de bruxaria e torturadas em um mosteiro budista, batidas e torturadas a noite toda por vizinhos por suspeita de praticar magia negra. A polícia prendeu apenas dois dos responsáveis. No Nepal, tradicionalmente as mulheres mais velhas ou as viúvas são frequentemente acusadas de bruxas, e por isso são torturadas e queimadas vivas.

Kathmandu (AsiaNews) - Arrastada para um mosteiro budista, espancada e forçada a comer fezes humanas: foi o que aconteceu com duas mulheres étnicas de Tamang, acusadas de bruxaria por alguns moradores do distrito de Sindhupalchok, no norte do Nepal. A polícia prendeu duas pessoas, mas está na trilha dos outros culpados. Monges budistas na área se distanciaram da tortura infligida às mulheres.

As vítimas são Maili Tamang, 40, e Kanchhi Tamang, 27, da vila de Ichok. Na noite do ocorrido, um grupo de pessoas - principalmente budistas - arrastou as mulheres para o mosteiro local, onde começaram a torturá-las. "Quando chegamos lá - Maili disse à AsiaNews - fomos espancados e torturados antes que eles nos obrigassem a comer fezes humanas".

A multidão - que incluía muitos jovens - as acusou de praticar magia negra contra os outros moradores. "Depois - ela continua - eles nos fizeram prometer não revelar o incidente à polícia. Mas nós o fizemos, porque somos inocentes."

No momento, a polícia prendeu Man Singh Tamang e Sunita Tamang, como instigadores de violência contra elas. Os outros envolvidos ainda estão à solta. Os líderes budistas apelaram a toda a comunidade, convidando todos a manter a disciplina na fé e pedindo aos outros monges que evitem qualquer envolvimento.

Madhav Puodel, ministro da Informação e porta-voz do governo, chamou o que aconteceu de "um incidente humilhante para toda a sociedade nepalesa" e garantiu que os culpados sejam levados à justiça.

A agressão faz parte da cultura tradicional das comunidades hindu e budista do Nepal. Muitas vezes, mulheres mais velhas ou viúvas são acusadas de praticar magia negra e são espancadas, torturadas e às vezes queimadas vivas.

domingo, 20 de outubro de 2019

Susan Boyle: A Vida Por Trás da Fama (Dublado)

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 20. Amina Abdul Halim Salem Nasser


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



20. Amina Abdul Halim Salem Nasser





Uma mulher saudita foi executada por praticar "bruxaria e feitiçaria", segundo o Ministério do Interior do país. Um comunicado publicado pela agência de notícias estatal disse que Amina bint Abdul Halim bin Salem Nasser foi decapitada na província de Jawf, no norte.
O ministério não deu mais detalhes das acusações que a mulher enfrentou.
A mulher foi a segunda pessoa a ser executada por bruxaria na Arábia Saudita no mesmo ano. Um sudanês foi executado em setembro.
O analista regionalista da BBC Sebastian Usher diz que o Ministério do Interior afirmou que o veredicto contra Nasser foi confirmado pelos mais altos tribunais da Arábia Saudita, mas não deu detalhes específicos das acusações.
O jornal de Londres, al-Hayat, citou um membro da polícia religiosa dizendo que ela tinha mais de 60 anos e havia enganado as pessoas a lhe dar dinheiro, alegando que ela poderia curar suas doenças. Segundo fontes, ela foi presa em abril de 2009.
Mas o grupo de direitos humanos Anistia Internacional, que fez campanha para sauditas anteriormente condenados à morte por acusações de feitiçaria, disse que nunca tinha ouvido falar do caso dela até o ocorrido.
Um homem sudanês foi executado em setembro do mesmo ano por acusações semelhantes, apesar das ligações lideradas pela Anistia por sua libertação.
Em 2007, um cidadão egípcio foi decapitado por supostamente lançar feitiços para tentar separar um casal.
Recentemente, um libanês que enfrentava a pena de morte sob acusações de feitiçaria, relacionado a um programa de televisão que ele apresentou, foi libertado depois que o Supremo Tribunal Saudita decretou que suas ações não haviam prejudicado ninguém.
A Anistia diz que a Arábia Saudita na verdade não define feitiçaria como uma ofensa capital. No entanto, alguns de seus clérigos conservadores pediram as punições mais fortes possíveis contra adivinhos e curandeiros como uma ameaça ao Islã.

sábado, 19 de outubro de 2019

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 19. Mara'i al-Naqshabandi

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.


19. Mara'i al-Naqshabandi





Em forte contraste com a tendência mundial de abolição da pena de morte, na Arábia Saudita seu uso se tornou cada vez mais frequente. Desde 1990, pelo menos 540 pessoas foram executadas na Arábia Saudita, geralmente por decapitação pública; pelo menos cem pessoas foram executadas apenas nos primeiros nove meses de 1997.
A maioria era de estrangeiros acusados ​​de qualquer tipo de crime, incluindo tráfico de drogas, assassinato, assalto à mão armada e crimes sexuais. Em pelo menos alguns casos, havia ampla evidência para apoiar as alegações de inocência das vítimas.
Na sexta-feira, 13 de dezembro de 1996 (3 Sha'ban 1417), 'Abd al-Karim Mara'i al-Naqshabandi, quarenta anos, foi executada em Riad. Uma cidadã síria que trabalhou para o príncipe saudita Salman bin Sa'ud bin 'Abd al-'Aziz por mais de catorze anos, al-Naqshabandi foi condenada por praticar bruxaria (sihr) contra seu empregador, que é filho do ex-rei da Arábia Saudita e sobrinho do atual rei.
As informações que a Human Rights Watch conseguiu coletar sobre o caso de al-Naqshabandi indica que houve violações graves dos direitos humanos e que al-Naqshabandi pode ter sido executada sem justa causa.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 18. Kael Merrie


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



18. Kael Merrie




Durante os julgamentos das bruxas de Roermond, na Holanda espanhola, Kael Merrie, uma mulher holandesa, foi acusada de paralisar um porco, evitar leite de ser batido em manteiga, e deixar as crianças doentes. Os julgamentos de bruxas de Roermond, dirigido por católicos espanhóis, foram os maiores da Holanda.
    O acusado, muitas vezes vinha a Roermond com esperanças de absolvição, mas mercenários zelosos eram propensos a linchar ou afogar as mulheres libertas de qualquer maneira. Nos ensaios iniciais, como o de Merrie, o tribunal holandês manteve ceticismo em relação a denúncias de camponeses e não iria usar a tortura para extrair confissões. Merrie só foi banida porque se declarou inocente, mas ao sair de Roermond, saqueadores mercenários a encontraram e afogaram no rio Maas.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Leitura da semana: trecho de "Uma consciência contra a violência - Caste...

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 17. Hypatia de Alexandria

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.


17. Hypatia de Alexandria



Nascida em Alexandria, no Egito, Hypatia foi uma filósofa, astrônoma e professora — aliás, ela foi a primeira mulher documentada na História como sendo matemática! — que, por volta do ano 415, foi executada simplesmente por conta de suas crenças pagãs. Hypatia era filha de Téon de Alexandria, um respeitado filósofo, astrônomo e matemático, e foi ele quem a educou e lhe transmitiu sua paixão pelas Ciências.

Por azar, Hypatia viveu em uma época de grande atrito entre as três principais religiões seguidas no Egito — o judaísmo, o paganismo e o cristianismo —, e os conflitos entre os seguidores eram constantes. Então, o cristianismo foi adotado como religião oficial e, depois de Cirilo de Alexandria ser nomeado Patriarca, os seguidores de outras crenças passaram a sofrer perseguição.

Para piorar as coisas, Cirilo começou a competir com Orestes, o então governador de Alexandria, pelo controle da cidade, e Hypatia era muito amiga de Orestes. Os homens do Patriarca inclusive tentaram assassinar o governador, mas, depois de o plano não dar certo, as atenções se voltaram para a filósofa — que era um alvo muito mais fácil.

Os aliados de Cirilo começaram a espalhar rumores sobre Hypatia — incluindo acusações de que ela praticava a bruxaria para influenciar Orestes —, e um dia, enquanto ela se dirigia ao trabalho, um grupo de cristãos revoltados a capturaram. Ela foi arrastada pelas ruas até uma igreja e, lá, a multidão a deixou completamente nua antes de matá-la por apedrejamento. Depois, seu corpo foi esquartejado — os pedaços exibidos em triunfo por Alexandria — e, então, incinerado.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 16. Katharina Henot


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



16. Katharina Henot





Primeira mulher chefe dos correios da Alemanha, foi julgada por bruxaria em Colônia, em 1627. No meio de um dos invernos frios de Colónia, uma freira do convento local, acusou Katharina de causar doença e morte entre as freiras e o arcebispo prendeu Henot com base nas suspeitas da freira. Durante sua prisão, Henot foi torturada, mas nunca confessou nada.
   Apesar das tentativas de seu irmão para provar sua inocência, ela foi condenada a ser queimada viva em maio. Sua exoneração não foi alcançada até pouco tempo. Em 28 de junho de 2012, o Conselho da Cidade de Colônia abriu o nome de Henot, bem como as outras vítimas dos julgamentos das bruxas de Colónia, porque eles acreditavam que as execuções foram o resultado de conspirações políticas.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 15. Alse Young

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.


15. Alse Young





Primeira bruxa na América

A primeira a ser condenada por ser uma bruxa durante as Caças às Bruxas de Connecticut foi uma mulher chamada Alse Young (também chamada Alice Young ou Achsah Young) de Windsor, Connecticut.

Ela nasceu em cerca de 1600 em Kent, Inglaterra, de um homem chamado Robert Stokes. Quando ela cresceu, casou-se com John Young e eles tiveram uma filha chamada Alice, nascida em 1640. Em 1641, John Young comprou uma pequena parcela de terra em Windsor, Connecticut.

Embora não haja registros de acusação ou julgamento, ela foi enforcada em Hartford, Connecticut, pelo crime de bruxaria em 26 de maio de 1647. Ela foi a primeira pessoa executada por bruxaria nas 13 colônias americanas. Ela provavelmente foi executada em um local anteriormente conhecido como Gallows Hill, onde atualmente fica o Trinity College, ou pode ter sido enforcado na Meeting House Square, que é o local atual da Old State House.

Muitos especularam por que ela pode ter sido acusada.

Ela tinha mais de 40 anos e não tinha filho quando a acusação foi apresentada, o que implicava que ela seria elegível para receber uma herança se o marido a precedeu na morte. Houve também uma epidemia de gripe, com uma alta taxa de mortalidade em Windsor, Connecticut, no início de 1647, pela qual ela pode ter sido culpada. Ou poderia ter sido algo tão simples quanto fazer remédios de ervas para seus colegas colonos.

Mas, a verdade nunca será conhecida como os únicos registros de sua execução foram duas frases curtas. Um estava em um diário do então governador de Massachusetts John Winthrop, que afirmou que “Um de Windsor foi enforcado”. O segundo foi do secretário da cidade de Windsor, Matthew Grant, que registrou em seu diário em 26 de maio de 1647: “Alse Young foi enforcado . ”

Os registros de terras indicam que John Young vendeu sua terra em 1649 e deixou a comunidade.

A filha deles, Alice Young Beamon, também seria acusada cerca de 30 anos depois em Springfield, Massachusetts, apesar de não ter sido executada.

Leitura da semana: trecho de "Joana d'Arc", de Helen Castor.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 31. Fabiane Maria de Jesus

Neste mês de outubro lancei a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita. 

31. Fabiane Maria de Jesus 



Fabiane Maria de Jesus foi uma mulher linchada por moradores do bairro de Morrinhos IV, na periferia do município de Guarujá, no litoral do estado brasileiro de São Paulo, em 3 de maio de 2014.

 A mulher tinha 33 anos, era uma dona de casa casada, mãe de duas crianças e morava no bairro em que foi espancada e assassinada. O linchamento ocorreu porque a vítima foi confundida com uma suposta sequestradora de crianças, cujo retrato falado que havia sido feito dois anos antes, passou a circular nas mídias sociais.

O fato causou forte comoção nacional, principalmente por ter sido motivado por notícias falsas, disseminadas pelas redes sociais. Foi a vigésima morte por linchamento no Brasil, no ano de 2014. O caso foi listado pelo portal Brasil Online (BOL, 2015), O Estado de S. Paulo (2014) e a revista Veja (2014) ao lado de outros crimes que "chocaram" o Brasil.

Fabiana Maria de Jesus não foi acusada formalmente de bruxaria como as outras mulheres de nossa série, mas foi "julgada e condenada" covardemente por populares por causa de um boato sobre magia.
A história de uma mulher que sequestrava crianças para realizar rituais de magia negra circulou na internet como sendo verdadeira, com direito até a retrato falado da suspeita. Tudo não passava de um boato, mas Fabiana de Jesus, de 33 anos, foi vista dando frutas para um garoto em Guarujá (SP), e a mãe do menino a achou parecida com a imagem do retrato falado.
Cerca de 100 pessoas que estavam nos arredores lincharam Fabiana, que morreu segurando uma Bíblia. Posteriormente foi provado que ela era inocente. O fato aconteceu em 3 de maio de 2014, e cinco dos acusados de linchamento foram presos. O líder da agressão foi condenado a 30 anos de prisão.
Fonte: biografia mulher 500 anos

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 30. Varvara Genatulina


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



30.  Varvara Genatulina



Uma jovem mãe de apenas 26 anos foi forçada a procurar abrigo com o seu filho após ter a casa queimada por vizinhos que a acusam de bruxaria. O caso aconteceu no Extremo Oriente da Rússia.

Varvara Genatulina, moradora da vila de Pobedino, na Sacalina, extremo Oriente da Rússia, foi acusada por outros habitantes da localidade de estar por trás do suicídio de seu marido e de outras duas pessoas da comunidade ligadas de alguma forma a ela. Por conta dessa situação, ela foi declarada bruxa e, como pena, teve sua residência incendiada.

A história, ocorrida recentemente, ganhou publicidade após ser relatada em carta por outro morador da região, Oleg Vnukov, que escreveu para a Associação de Advogados da Rússia, culpando as autoridades locais por negligência, sobretudo ao não oferecer oportunidades de trabalho suficientes, o que teria deixado a população de Pobedino desesperada e insana.

 Os advogados, por sua vez, segundo o Mir 24, disseram que casos como esse, de caça às bruxas, não são tão raros assim em áreas rurais remotas do país, principalmente quando as condições de vida são difíceis por conta do desemprego e da pobreza.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 29. Mima Renard

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.

29. Mima Renard 



Mima Renard (falecida em 1692, em São Paulo), foi uma suposta bruxa franco-brasileira, sendo a vítima mais conhecida no Brasil do período da Caça às Bruxas.
Mima Renard era uma imigrante francesa, que se mudou para o Brasil com seu marido, René. O casal foi morar na então vila de São Paulo. Mima era vista como uma mulher bela e atraente, despertando atenção nos homens, fato que fez com que seu marido fosse atacado e assassinado por um de seus pretendentes. Assim, ela passou a prostituir-se para sobreviver.
As demais mulheres da vila passaram a acusá-la de jogar feitiço nos homens, com o propósito de atraí-los. Em data desconhecida, um conflito entre dois de seus clientes resultou no assassinato de um deles. Os dois clientes eram casados, o que foi malvisto na época. Mima foi denunciada ao padre da paróquia local, pelas várias mulheres de seus clientes, recebendo acusação de feitiçaria e bruxaria, por supostamente lançar feitiço nos homens. Ela foi julgada, condenada e executada na fogueira em público.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 28. Bruxas de Salém


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.


28. Bruxas de Salém 


Bruxas de Salém refere-se ao episódio gerado pela superstição e pela credulidade que levaram, na América do Norte, aos últimos julgamentos por bruxaria na pequena povoação de SalémMassachusetts, numa noite de outubro de 1692.
O medo da bruxaria começou quando uma escrava negra chamada Tituba contou algumas histórias vudus (religião tradicional da África Ocidental) a amigas praticantes do ocultismo, tanto que algumas tiveram a ajuda da mesma para terem pactos como Davina , por esse pacto, tiveram pesadelos. Um médico que foi chamado para as examinar declarou que as moças deveriam estar "embruxadas".
Os julgamentos de Tituba e de outras foram realizados perante o juiz Samuel SewallCotton Mather, um pregador colonial que acreditava em bruxaria, encarregou-se das acusações. Após a morte de sua serva, Diz que Davina foi passando de corpo em corpo a cada morte. O medo da bruxaria durou cerca de um ano, durante o qual vinte pessoas, na sua maioria mulheres, foram declaradas culpadas de realizar bruxaria e executadas. Um dos homens, Giles Corey, morreu de acordo com o bárbaro costume medieval de comprimir a vítima por rochas, com uma tábua sobre o seu corpo, até sua morte ao fim de 3 dias. Foram presas cerca de cento e cinquenta pessoas. Mais tarde, o juiz Sewall confessou que as suas sentenças haviam sido um erro. Há suspeitas de que foram intoxicadas pelo consumo do esporão-de-centeio (principal ingrediente do pão), um fungo que extrai alcaloides na produção de produtos medicinais incluindo o LSD. Se ingerido, o parasita pode causar uma doença conhecida hoje como Ergotismo.
As principais testemunhas da acusação foram as primas Elizabeth "Betty" Parris e Abigail Williams, com, respectivamente, 9 e 11 anos.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 27. Isabel Pedrosa de Alvarenga

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.


27.  Isabel Pedrosa de Alvarenga




Outro dos vários casos marcantes de bruxaria no Brasil aconteceu em 1750, quando Isabel Pedrosa de Alvarenga foi acusada por um dos "familiares do Santo Ofício", os espiões da igreja. O espião alegava que a mulher carregava um saco cheio de umbigos de crianças, tufos de cabelo, panos ensopados de sangue humano, bicos de pássaros, e que todos esses itens eram usados para a prática de feitiçaria.
A mulher, que era muito pobre e vivia nas ruas às custas de esmolas, nunca admitiu envolvimento com a prática de bruxaria, mas ainda assim foi condenada à morte.
Durante essa época, um total de 1076 pessoas foram investigadas por bruxaria, das quais 29 delas foram levadas às fogueiras.

Teologia analógica

Toda nossa linguagem teológica é analógica. Mas temos preferências nessa construção. Por isso que de forma mais ampla Deus é visto como sendo do gênero masculino, pois no discurso teológico bíblico e contemporâneo, usa-se analogias como rei, senhor, pai, guerreiro, etc. Como as pessoas dificilmente percebem o uso de analogia, elas acham que Deus é realmente um rei, um senhor, um pai, um guerreiro, etc. Mais ainda, acham que Deus é homem. Apesar de Deus nunca ser chamado de mulher ou mãe na Bíblia, ainda há usos analógicos que apontam para essa identidade. Por exemplo, Deuteronômio 32.18 diz que Deus "gerou" e "pariu" Israel. Agora, vá na sua Bíblia e veja se a tradução deixa claro o caráter feminino da ação ou se há uma amenização dos termos para que possam ser aplicados a uma identidade masculina também (gerar, fazer nascer, etc.). Não se enganem, Deus não é homem, nem mulher, nem rei, nem pai. Nós construímos essas identidades a partir de como experimentamos a ação de Deus em nossas vidas. Ele é pai porque cuida de nós como um pai cuida de seu filho; ele é mãe porque nos gerou e formou. Toda nossa linguagem teológica é analógica.
Caio Peres

"Interessante pensar tais aspectos. O protestantismo se orgulha muito de ter unicamente as Escrituras como base de suas doutrinas, mas, por vezes, parece ser um "Sola Scriptura desde que minha Teologia esteja de acordo..."
Flávio Macedo Pinheiro

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 26. Elisabeth Plainacher


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



26. Elisabeth Plainacher





Em 27 de setembro de 1583, Elisabeth Plainacher foi queimada na fogueira em Viena, Áustria. Acusada de ser uma bruxa. Elisabeth criara a neta, Anna Schlutterbauer, cuja mãe havia morrido. Quando Anna chegou à adolescência, começou a ter convulsões.

Seu pai acreditava que as convulsões foram causadas por uma má sorte colocada na menina por sua avó. Elisabeth e Anna foram levadas para Viena, onde seu caso foi "investigado" por Georg Scherer, o inquisidor jesuíta. Scherer conduziu exorcismos em Anna que, segundo ele, causaram a expulsão de 12.652 demônios do corpo da menina.

 Ele também conduziu "interrogatórios" de Elisabeth durante os quais ela confessou tudo, sob tortura. Elisabeth tinha cerca de 70 anos na época de sua execução. Suas cinzas foram jogadas no Danúbio.
~ Fonte: A série de heróis do movimento matriarcal Menonita.

Geração corrupta



Os ministros que estão no governo representam perfeitamente grande parcela da população, que está programada a repetir informações sem pensar, sem analisar por si mesma, sem checar fatos.
São robôs treinados a fazer deboche do que não entendem, superficiais em suas análises, incapazes de dialogar, mestres em ataques pessoais para evitar aprofundamento e compreensão de quem pensa diferente, recusam-se a aprender.
São servos do dinheiro e da fama, confundindo seus dogmas com a
 verdade e cauterizados em suas consciências.
Usam posição de privilégio e violência para falar e agir como querem, sem medir as consequências de sua postura na desumanização do outro. Assim, atropelam quem se colocar em seu caminho para os desafiar.
Revelam, com essas atitudes, sua insegurança, seu medo e sua falta de profundidade. Pensam-se exemplo, mas são cópias de cópias, guias cegos, inúteis em suas postulações.
A voz das massas os representam, com sua inabilidade de interpretar os mais simples enunciados, pois são habilitados apenas a atacar pessoalmente, promovendo linchamentos virtuais, injúrias e distribuindo difamações por onde passam.
Essas pessoas ouvem uma frase e em suas mentes já se armam para rebater ou injuriar, sem levar em conta a totalidade da fala, sem analisar contexto, sem se dar ao trabalho de ouvir para compreender e interpretar.
São preguiçosos de mente, rápidos em julgar e emitir condenação.
Tal postura demonstra a maior falta de caráter, pois se enxergam como donos da verdade, não percebem seu óculos ideológico nem a impossibilidade de discursos neutros.
Etnocentrismo é uma de suas principais marcas, condenando os demais com base em si mesmos, ignorando falhas próprias e recusando-se a trilhar o caminho do arrependimento e da empatia.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 25. Adolfina Ocampos

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.

25. Adolfina Ocampos




No Paraguai, as acusações de ser uma bruxa não fazem parte da dramatização relacionada ao Halloween. Em vez disso, é uma alegação séria que pode custar sua vida.

Mais recentemente, os moradores do país sul-americano acusaram uma mulher indígena de ser uma bruxa. Adolfina Ocampos, 45 anos, foi amarrada a uma estaca, atingida com flechas e enterrada viva após ser acusada de bruxa. Ela foi condenada à morte pelo chefe da comunidade da etnia Mbyá Guarani. O Daily Mail relata que, quando ela morreu, não foi confirmada, mas sua morte ocorreu na vila de Tahehyi, localizada a 320 quilômetros ao norte da capital Assunção.

Embora possa parecer chocante e bárbaro matar uma mulher por causa dessas alegações, a Agência de Refugiados da ONU estimou que milhares de pessoas em todo o mundo são acusadas de serem bruxas a cada ano. As alegações resultam em abuso, sendo evitadas de sua comunidade e família e, na pior das hipóteses, morte.

Mesmo assim, houve um aumento significativo de acusações de bruxa no Paraguai. Segundo o antropólogo italiano e padre católico José Zanardini, a morte de Ocampos é sem precedentes.

"Trabalho no Paraguai há 40 anos e não me lembro de um episódio semelhante de uma execução por alegada feitiçaria", disse Zanardini. "A morte trágica dessa mulher é isolada e fora do comum na coexistência dos 20 grupos étnicos do Paraguai. Em geral, os índios são muito pacíficos e tolerantes".

A promotora local Fany Aguilera acusou nove homens de assassinato em primeiro grau e eles teriam admitido ter matado a vítima.

Leitura da semana: trecho de "As bruxas", de Stacy Schiff.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 24. Magdalena Francisco


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



24. Magdalena Francisco





Moradores de uma aldeia na região oeste da Guatemala lincharam uma mulher de 43 anos acusada de praticar bruxaria.
O episódio ocorreu na terça-feira, dia 6 de agosto de 2013, no povoado de Calhitz, no departamento de Huehuetenango, cerca de 375 km da capital guatemalteca, próximo à fronteira com o México.
Segundo o jornal Nosso Diário, 2.000 vizinhos enfurecidos espancaram e jogaram pedras em Magdalena Francisco, 43 anos, após entrarem em sua casa.
A polícia que estava no local não pode evitar o linchamento diante da fúria do grande número de pessoas.
Os linchamentos são comuns na Guatemala, onde a população faz justiça com as próprias mãos devido à desconfiança das autoridades.
Na semana anterior, moradores de uma aldeia do departamento de Zacapa lincharam um casal acusado de assassinar uma mãe para sequestrar seu filho.
Entre janeiro e junho do mesmo ano, cerca de 23 pessoas morreram vítimas de linchamentos na Guatemala, segundo boletim da Procuradoria de Direitos Humanos do país.
O dado se assemelha ao total de casos reportados para 2012, enquanto em 2011 foram registrados 51 linchamentos.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 23. Kepari Leniata

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.

 23. Kepari Leniata



Em 6 de fevereiro de 2013, os moradores da vila de Paiala, na Papua Nova Guiné, torturaram sua vizinha Kepari Leniata para confessar o assassinato através de bruxaria de uma criança local, e a queimaram viva em um depósito de lixo. A feitiçaria é amplamente temida e praticada em Papua Nova Guiné.

Kepari Leniata, 20, "confessou" depois que foi arrastada de sua cabana, despida e torturada com barras de ferro em brasa.

Ela foi então arrastada para um depósito de lixo local, embebida em gasolina e, com as mãos e os pés amarrados, jogada no fogo de pneus em chamas. Enquanto a mãe de dois gritava em agonia, mais pneus encharcados de gasolina foram jogados em cima dela.

A tragédia se desenrolou depois que o jovem vizinho de Leniata ficou doente na manhã de terça-feira. Ele se queixou de dores no estômago e no peito e foi levado ao hospital Mt Hagen, onde morreu poucas horas depois.

Parentes do garoto suspeitavam que a bruxaria estivesse envolvida na morte e descobriram que duas mulheres haviam se escondido na selva.

Depois de serem rastreados, o casal admitiu que praticava feitiçaria, mas não tinha nada a ver com a morte do garoto. Leniata, eles disseram, era a pessoa responsável.

A família do menino foi à sua cabana às 7h da quarta-feira, tirou a roupa e a arrastou para tortura e morte.

"Santa Dica" de Goiás, a Joana d'Arc brasileira

O marido cristão é um "sacerdote do lar"? Uma crítica teológica a esse conceito

A teologia judaico-cristã é fruto de um contexto social e histórico pautado no patriarcalismo, que por sua vez traz uma compreensão assimétrica de gênero, ou seja, a mulher era tida como inferior ao homem, e até mesmo incapaz de exercer atividades que no passado eram tidas como "naturalmente" masculinas. Não por acaso, a atividade sacerdotal, no contexto hebraico da Antiguidade, era exclusivamente masculina. Até aí, uma boa hermenêutica já possibilita fazer uma crítica. Contudo, chama a atenção uma das tentativas teológicas para legitimar a superioridade espiritual masculina nos dias de hoje, com o uso do conceito de "sacerdote do lar", uma responsabilidade dos homens em conduzir suas famílias no caminho cristão.
O problema, para além de todo debate hermenêutico, é que esse conceito de "sacerdote do lar" não tem sentido algum, e teologicamente não se sustenta. Claro que o sacerdócio no mundo judaico, como já dito, era exclusivamente masculino, mas em momento algum o Antigo Testamento apresenta o homem/marido/pai como um sacerdote para a sua família, dentro de sua casa. O sacerdócio, na verdade, era uma prática restrita a uma linhagem familiar, não sendo nunca uma possibilidade a todo e qualquer homem. Religiosamente falando, o sacerdote é a pessoa que faz uma mediação entre o fiel e o sagrado, sendo alguém separado dos demais e tendo a capacidade de conduzir os rituais que os leigos participam.
Logo, ainda que um homem/marido/pai fosse tido, dentro de um contexto patriarcal, como hierarquicamente superior e "governante" da casa (vale notar que a mulher israelita chamava o marido de "baal", isto é, o "senhor" e mesmo seu "dono"), sendo o dever deste homem conduzir sua família ao culto no templo, ele nunca foi tido na Bíblia como um mediador espiritual entre sua família e Deus, como uma pessoa necessária e intermediária para a espiritualidade dos demais de sua casa. Já no Novo Testamento, esse conceito de "sacerdote do lar" se torna ainda mais absurdo. Se tomarmos a tradição protestante reformada como referência, devemos entender que não existe mais o ofício sacerdotal. Nem mesmo um pastor/bispo é um sacerdote na teologia reformada. Toda pessoa cristã é sacerdote (1 Pedro 2.9; Apocalipse 1.6), sendo Cristo o único mediador por meio de quem é possível ter acesso direto a Deus (1 Timóteo 2.5). Não há outros sacerdotes nem mediadores, seja Maria, outros "santos", ou mesmo pastores/bispos/padres/papas (pretensos sacerdotes em muitas denominações cristãs). O Novo Testamento apresenta o "sacerdócio universal dos cristãos", um dos pontos defendidos na Reforma Protestante.
Portanto, a compreensão de que o sexo masculino teria a incumbência de exercer um "sacerdócio no lar" é teologicamente errada, e só se mantém porque muitos homens insistem em uma necessidade de afirmação de poder, e não de serviço e submissão recíproca. Sei que há outros textos bíblicos que são usados para justificar uma assimetria entre homens e mulheres, que podem ser interpretados para legitimar a liderança masculina e seu governo sobre a casa, mas não pretendo debater tais textos. Essa minha crítica não tem o objetivo de fazer um estudo exaustivo sobre esse tema, e sim de mostrar como a expressão de sacerdote do lar, além de não estar na Bíblia, é anti-bíblica, e deveria ser rejeitada por quem afirma ter como "regra de fé e prática" os livros bíblicos. No fundo, esse pessoal que precisa ficar afirmando essa suposta superioridade masculina o tempo todo deveria tentar resolver isso fazendo terapia...

Flávio Macedo Pinheiro

Fonte: https://www.facebook.com/flavio.m.pinheiro/posts/2618389928241870

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 22. María Verenice Martínez


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



22. María Verenice Martínez





Uma colombiana, 47 anos de idade, foi assassinada e queimada por desconhecidos depois de ser acusada de bruxaria e por ter realizado feitiços contra as mulheres de sua comunidade.
A vítima, María Verenice Martínez, aparentemente recebeu um golpe mortal em sua cabeça, com uma ferramenta sem corte, e logo depois fizeram uma fogueira com seu corpo em um município de Santa Bárbara, no nordeste do país.
Embora os detalhes do crime não estejam totalmente esclarecidas, alguns vizinhos da vítima afirmaram que a mulher foi despida, tiraram-lhe os pêlos, arrancaram seus cabelos, pegaram suas roupas e fotos e fizeram uma fogueira em sua casa e a queimaram.
O primeiro ato de violência contra Martinez aconteceu há alguns meses atrás, quando ela foi espancada fora de sua casa.
A irmã da vítima explicou mais tarde que um “bruxo ou curandeiro”, havia instigado a população contra Maria, e que alguns membros da comunidade e seus próprios vizinhos a acusaram de “fazer magias, aparecer nos sonhos de suas vítimas de deixá-las doentes”.
O prefeito de Santa Bárbara, Jorge Hernan Ramirez disse que a polícia já prendeu um suspeito e avisou que não é o primeiro incidente deste tipo a ser registrado em seu município, como há seis anos, outra mulher foi morta pelos mesmos motivos.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 21. Maili Tamang e Kanchhi Tamang

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.


21. Maili Tamang e Kanchhi Tamang





Duas mulheres nepalesas foram acusadas de bruxaria e torturadas em um mosteiro budista, batidas e torturadas a noite toda por vizinhos por suspeita de praticar magia negra. A polícia prendeu apenas dois dos responsáveis. No Nepal, tradicionalmente as mulheres mais velhas ou as viúvas são frequentemente acusadas de bruxas, e por isso são torturadas e queimadas vivas.

Kathmandu (AsiaNews) - Arrastada para um mosteiro budista, espancada e forçada a comer fezes humanas: foi o que aconteceu com duas mulheres étnicas de Tamang, acusadas de bruxaria por alguns moradores do distrito de Sindhupalchok, no norte do Nepal. A polícia prendeu duas pessoas, mas está na trilha dos outros culpados. Monges budistas na área se distanciaram da tortura infligida às mulheres.

As vítimas são Maili Tamang, 40, e Kanchhi Tamang, 27, da vila de Ichok. Na noite do ocorrido, um grupo de pessoas - principalmente budistas - arrastou as mulheres para o mosteiro local, onde começaram a torturá-las. "Quando chegamos lá - Maili disse à AsiaNews - fomos espancados e torturados antes que eles nos obrigassem a comer fezes humanas".

A multidão - que incluía muitos jovens - as acusou de praticar magia negra contra os outros moradores. "Depois - ela continua - eles nos fizeram prometer não revelar o incidente à polícia. Mas nós o fizemos, porque somos inocentes."

No momento, a polícia prendeu Man Singh Tamang e Sunita Tamang, como instigadores de violência contra elas. Os outros envolvidos ainda estão à solta. Os líderes budistas apelaram a toda a comunidade, convidando todos a manter a disciplina na fé e pedindo aos outros monges que evitem qualquer envolvimento.

Madhav Puodel, ministro da Informação e porta-voz do governo, chamou o que aconteceu de "um incidente humilhante para toda a sociedade nepalesa" e garantiu que os culpados sejam levados à justiça.

A agressão faz parte da cultura tradicional das comunidades hindu e budista do Nepal. Muitas vezes, mulheres mais velhas ou viúvas são acusadas de praticar magia negra e são espancadas, torturadas e às vezes queimadas vivas.

Susan Boyle: A Vida Por Trás da Fama (Dublado)

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 20. Amina Abdul Halim Salem Nasser


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



20. Amina Abdul Halim Salem Nasser





Uma mulher saudita foi executada por praticar "bruxaria e feitiçaria", segundo o Ministério do Interior do país. Um comunicado publicado pela agência de notícias estatal disse que Amina bint Abdul Halim bin Salem Nasser foi decapitada na província de Jawf, no norte.
O ministério não deu mais detalhes das acusações que a mulher enfrentou.
A mulher foi a segunda pessoa a ser executada por bruxaria na Arábia Saudita no mesmo ano. Um sudanês foi executado em setembro.
O analista regionalista da BBC Sebastian Usher diz que o Ministério do Interior afirmou que o veredicto contra Nasser foi confirmado pelos mais altos tribunais da Arábia Saudita, mas não deu detalhes específicos das acusações.
O jornal de Londres, al-Hayat, citou um membro da polícia religiosa dizendo que ela tinha mais de 60 anos e havia enganado as pessoas a lhe dar dinheiro, alegando que ela poderia curar suas doenças. Segundo fontes, ela foi presa em abril de 2009.
Mas o grupo de direitos humanos Anistia Internacional, que fez campanha para sauditas anteriormente condenados à morte por acusações de feitiçaria, disse que nunca tinha ouvido falar do caso dela até o ocorrido.
Um homem sudanês foi executado em setembro do mesmo ano por acusações semelhantes, apesar das ligações lideradas pela Anistia por sua libertação.
Em 2007, um cidadão egípcio foi decapitado por supostamente lançar feitiços para tentar separar um casal.
Recentemente, um libanês que enfrentava a pena de morte sob acusações de feitiçaria, relacionado a um programa de televisão que ele apresentou, foi libertado depois que o Supremo Tribunal Saudita decretou que suas ações não haviam prejudicado ninguém.
A Anistia diz que a Arábia Saudita na verdade não define feitiçaria como uma ofensa capital. No entanto, alguns de seus clérigos conservadores pediram as punições mais fortes possíveis contra adivinhos e curandeiros como uma ameaça ao Islã.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 19. Mara'i al-Naqshabandi

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.


19. Mara'i al-Naqshabandi





Em forte contraste com a tendência mundial de abolição da pena de morte, na Arábia Saudita seu uso se tornou cada vez mais frequente. Desde 1990, pelo menos 540 pessoas foram executadas na Arábia Saudita, geralmente por decapitação pública; pelo menos cem pessoas foram executadas apenas nos primeiros nove meses de 1997.
A maioria era de estrangeiros acusados ​​de qualquer tipo de crime, incluindo tráfico de drogas, assassinato, assalto à mão armada e crimes sexuais. Em pelo menos alguns casos, havia ampla evidência para apoiar as alegações de inocência das vítimas.
Na sexta-feira, 13 de dezembro de 1996 (3 Sha'ban 1417), 'Abd al-Karim Mara'i al-Naqshabandi, quarenta anos, foi executada em Riad. Uma cidadã síria que trabalhou para o príncipe saudita Salman bin Sa'ud bin 'Abd al-'Aziz por mais de catorze anos, al-Naqshabandi foi condenada por praticar bruxaria (sihr) contra seu empregador, que é filho do ex-rei da Arábia Saudita e sobrinho do atual rei.
As informações que a Human Rights Watch conseguiu coletar sobre o caso de al-Naqshabandi indica que houve violações graves dos direitos humanos e que al-Naqshabandi pode ter sido executada sem justa causa.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 18. Kael Merrie


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



18. Kael Merrie




Durante os julgamentos das bruxas de Roermond, na Holanda espanhola, Kael Merrie, uma mulher holandesa, foi acusada de paralisar um porco, evitar leite de ser batido em manteiga, e deixar as crianças doentes. Os julgamentos de bruxas de Roermond, dirigido por católicos espanhóis, foram os maiores da Holanda.
    O acusado, muitas vezes vinha a Roermond com esperanças de absolvição, mas mercenários zelosos eram propensos a linchar ou afogar as mulheres libertas de qualquer maneira. Nos ensaios iniciais, como o de Merrie, o tribunal holandês manteve ceticismo em relação a denúncias de camponeses e não iria usar a tortura para extrair confissões. Merrie só foi banida porque se declarou inocente, mas ao sair de Roermond, saqueadores mercenários a encontraram e afogaram no rio Maas.

Leitura da semana: trecho de "Uma consciência contra a violência - Caste...

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 17. Hypatia de Alexandria

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.


17. Hypatia de Alexandria



Nascida em Alexandria, no Egito, Hypatia foi uma filósofa, astrônoma e professora — aliás, ela foi a primeira mulher documentada na História como sendo matemática! — que, por volta do ano 415, foi executada simplesmente por conta de suas crenças pagãs. Hypatia era filha de Téon de Alexandria, um respeitado filósofo, astrônomo e matemático, e foi ele quem a educou e lhe transmitiu sua paixão pelas Ciências.

Por azar, Hypatia viveu em uma época de grande atrito entre as três principais religiões seguidas no Egito — o judaísmo, o paganismo e o cristianismo —, e os conflitos entre os seguidores eram constantes. Então, o cristianismo foi adotado como religião oficial e, depois de Cirilo de Alexandria ser nomeado Patriarca, os seguidores de outras crenças passaram a sofrer perseguição.

Para piorar as coisas, Cirilo começou a competir com Orestes, o então governador de Alexandria, pelo controle da cidade, e Hypatia era muito amiga de Orestes. Os homens do Patriarca inclusive tentaram assassinar o governador, mas, depois de o plano não dar certo, as atenções se voltaram para a filósofa — que era um alvo muito mais fácil.

Os aliados de Cirilo começaram a espalhar rumores sobre Hypatia — incluindo acusações de que ela praticava a bruxaria para influenciar Orestes —, e um dia, enquanto ela se dirigia ao trabalho, um grupo de cristãos revoltados a capturaram. Ela foi arrastada pelas ruas até uma igreja e, lá, a multidão a deixou completamente nua antes de matá-la por apedrejamento. Depois, seu corpo foi esquartejado — os pedaços exibidos em triunfo por Alexandria — e, então, incinerado.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 16. Katharina Henot


Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.



16. Katharina Henot





Primeira mulher chefe dos correios da Alemanha, foi julgada por bruxaria em Colônia, em 1627. No meio de um dos invernos frios de Colónia, uma freira do convento local, acusou Katharina de causar doença e morte entre as freiras e o arcebispo prendeu Henot com base nas suspeitas da freira. Durante sua prisão, Henot foi torturada, mas nunca confessou nada.
   Apesar das tentativas de seu irmão para provar sua inocência, ela foi condenada a ser queimada viva em maio. Sua exoneração não foi alcançada até pouco tempo. Em 28 de junho de 2012, o Conselho da Cidade de Colônia abriu o nome de Henot, bem como as outras vítimas dos julgamentos das bruxas de Colónia, porque eles acreditavam que as execuções foram o resultado de conspirações políticas.

Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 15. Alse Young

Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa, com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados, posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso nunca mais se repita.


15. Alse Young





Primeira bruxa na América

A primeira a ser condenada por ser uma bruxa durante as Caças às Bruxas de Connecticut foi uma mulher chamada Alse Young (também chamada Alice Young ou Achsah Young) de Windsor, Connecticut.

Ela nasceu em cerca de 1600 em Kent, Inglaterra, de um homem chamado Robert Stokes. Quando ela cresceu, casou-se com John Young e eles tiveram uma filha chamada Alice, nascida em 1640. Em 1641, John Young comprou uma pequena parcela de terra em Windsor, Connecticut.

Embora não haja registros de acusação ou julgamento, ela foi enforcada em Hartford, Connecticut, pelo crime de bruxaria em 26 de maio de 1647. Ela foi a primeira pessoa executada por bruxaria nas 13 colônias americanas. Ela provavelmente foi executada em um local anteriormente conhecido como Gallows Hill, onde atualmente fica o Trinity College, ou pode ter sido enforcado na Meeting House Square, que é o local atual da Old State House.

Muitos especularam por que ela pode ter sido acusada.

Ela tinha mais de 40 anos e não tinha filho quando a acusação foi apresentada, o que implicava que ela seria elegível para receber uma herança se o marido a precedeu na morte. Houve também uma epidemia de gripe, com uma alta taxa de mortalidade em Windsor, Connecticut, no início de 1647, pela qual ela pode ter sido culpada. Ou poderia ter sido algo tão simples quanto fazer remédios de ervas para seus colegas colonos.

Mas, a verdade nunca será conhecida como os únicos registros de sua execução foram duas frases curtas. Um estava em um diário do então governador de Massachusetts John Winthrop, que afirmou que “Um de Windsor foi enforcado”. O segundo foi do secretário da cidade de Windsor, Matthew Grant, que registrou em seu diário em 26 de maio de 1647: “Alse Young foi enforcado . ”

Os registros de terras indicam que John Young vendeu sua terra em 1649 e deixou a comunidade.

A filha deles, Alice Young Beamon, também seria acusada cerca de 30 anos depois em Springfield, Massachusetts, apesar de não ter sido executada.