sábado, 26 de outubro de 2019

Teologia analógica

Toda nossa linguagem teológica é analógica. Mas temos preferências nessa construção. Por isso que de forma mais ampla Deus é visto como sendo do gênero masculino, pois no discurso teológico bíblico e contemporâneo, usa-se analogias como rei, senhor, pai, guerreiro, etc. Como as pessoas dificilmente percebem o uso de analogia, elas acham que Deus é realmente um rei, um senhor, um pai, um guerreiro, etc. Mais ainda, acham que Deus é homem. Apesar de Deus nunca ser chamado de mulher ou mãe na Bíblia, ainda há usos analógicos que apontam para essa identidade. Por exemplo, Deuteronômio 32.18 diz que Deus "gerou" e "pariu" Israel. Agora, vá na sua Bíblia e veja se a tradução deixa claro o caráter feminino da ação ou se há uma amenização dos termos para que possam ser aplicados a uma identidade masculina também (gerar, fazer nascer, etc.). Não se enganem, Deus não é homem, nem mulher, nem rei, nem pai. Nós construímos essas identidades a partir de como experimentamos a ação de Deus em nossas vidas. Ele é pai porque cuida de nós como um pai cuida de seu filho; ele é mãe porque nos gerou e formou. Toda nossa linguagem teológica é analógica.
Caio Peres

"Interessante pensar tais aspectos. O protestantismo se orgulha muito de ter unicamente as Escrituras como base de suas doutrinas, mas, por vezes, parece ser um "Sola Scriptura desde que minha Teologia esteja de acordo..."
Flávio Macedo Pinheiro

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Teologia analógica

Toda nossa linguagem teológica é analógica. Mas temos preferências nessa construção. Por isso que de forma mais ampla Deus é visto como sendo do gênero masculino, pois no discurso teológico bíblico e contemporâneo, usa-se analogias como rei, senhor, pai, guerreiro, etc. Como as pessoas dificilmente percebem o uso de analogia, elas acham que Deus é realmente um rei, um senhor, um pai, um guerreiro, etc. Mais ainda, acham que Deus é homem. Apesar de Deus nunca ser chamado de mulher ou mãe na Bíblia, ainda há usos analógicos que apontam para essa identidade. Por exemplo, Deuteronômio 32.18 diz que Deus "gerou" e "pariu" Israel. Agora, vá na sua Bíblia e veja se a tradução deixa claro o caráter feminino da ação ou se há uma amenização dos termos para que possam ser aplicados a uma identidade masculina também (gerar, fazer nascer, etc.). Não se enganem, Deus não é homem, nem mulher, nem rei, nem pai. Nós construímos essas identidades a partir de como experimentamos a ação de Deus em nossas vidas. Ele é pai porque cuida de nós como um pai cuida de seu filho; ele é mãe porque nos gerou e formou. Toda nossa linguagem teológica é analógica.
Caio Peres

"Interessante pensar tais aspectos. O protestantismo se orgulha muito de ter unicamente as Escrituras como base de suas doutrinas, mas, por vezes, parece ser um "Sola Scriptura desde que minha Teologia esteja de acordo..."
Flávio Macedo Pinheiro