terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Tantos... Tão poucos...

Tanta gente disposta a discutir sobre política..
e a refutar quem considera equivocado.

Tão poucos que se colocam ao nosso lado
e se dispõem a calçar nosso sapato.

Imagens que recebo diariamente,
textos unilaterais, de fonte duvidosa.

Imposição que recebo no horário, no rito,
no cabelo e na roupa valorosa.

Um trato desrespeitoso ao qual
sou submetida.

Um olhar de desprezo tentou
prejudicar minha vida.

Tento, me esforço, compartilho, reforço.
Mesmo assim decepciono.

tropeço, escrevo, combato, revivo.
E ainda assim levo ao choro.

São palavras que me custaram a sair,
escorrendo-me pelos dedos.

São traços de vida destinados a cair
tecendo-se em relevo.

Tantos que se prezam a dedicar seu tempo, sua vida
às insignificâncias.

Tão poucos dispostos a desgastar-se até a morte em meio
às discordâncias.



Angela Natel - 23/01/2018

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A imagem te incomoda?



Pois é exatamente isso que a Igreja espera de seus obreiros, e espera de seus missionários, senão eles até podem perder o sustento!
Dá para acreditar?
Se você faz um trabalho voluntário intercultural
e não divulga uma imagem em que você pareça a solução para aquele grupo, o "salvador estrangeiro", é como se não prestasse contas do dinheiro recebido para o trabalho.
Então, parece que o missionário/voluntário é constrangido a produzir esse tipo de imagem, esse tipo de agressão àqueles que são o alvo de seu serviço.
Trata-se de uma cultura criada sem se pensar nas implicações: quando se expõe o outro em benefício próprio, quando se fotografa sem pedir permissão, quando o missionário/voluntário se coloca numa posição de superioridade em relação ao outro, simplesmente com a justificativa de prestação de contas aos financiadores de um projeto, ou de arrecadação financeira para manutenção do mesmo - ou, pior, apenas para própria sobrevivência.
Sim, porque se o resultado não é visível, aquilo que mantenedores/financiadores esperam, de acordo com os moldes esperados, corre-se o risco de ser deixado de lado e até a perda da própria subsistência.
Já fiz muito disso em minha vida e trabalho. Hoje percebo com um pouco mais de clareza essas questões... me arrependo, reflito, tento corrigir.
Ainda há um longo caminho ao repensarmos nosso serviço ao próximo, tanto na maneira como nos vemos quanto na forma como decidimos servir.
Situação ainda incômoda?
Que tal refletirmos sobre isso em nossas comunidades, falarmos abertamente sobre isso, buscarmos juntos melhores maneiras de sermos como Jesus em nossa vida e serviço, sem exposição do outro, sem parecermos melhores que ninguém, sem condicionarmos nosso engajamento a uma maneira única e fechada de prestação de contas.
Vamos juntos nessa?
Angela Natel​
Reflexão inspirada em comentário de Cleber Sá Dos Santos​ à imagem - obrigada!
10/01/2018

Tantos... Tão poucos...

Tanta gente disposta a discutir sobre política..
e a refutar quem considera equivocado.

Tão poucos que se colocam ao nosso lado
e se dispõem a calçar nosso sapato.

Imagens que recebo diariamente,
textos unilaterais, de fonte duvidosa.

Imposição que recebo no horário, no rito,
no cabelo e na roupa valorosa.

Um trato desrespeitoso ao qual
sou submetida.

Um olhar de desprezo tentou
prejudicar minha vida.

Tento, me esforço, compartilho, reforço.
Mesmo assim decepciono.

tropeço, escrevo, combato, revivo.
E ainda assim levo ao choro.

São palavras que me custaram a sair,
escorrendo-me pelos dedos.

São traços de vida destinados a cair
tecendo-se em relevo.

Tantos que se prezam a dedicar seu tempo, sua vida
às insignificâncias.

Tão poucos dispostos a desgastar-se até a morte em meio
às discordâncias.



Angela Natel - 23/01/2018

A imagem te incomoda?



Pois é exatamente isso que a Igreja espera de seus obreiros, e espera de seus missionários, senão eles até podem perder o sustento!
Dá para acreditar?
Se você faz um trabalho voluntário intercultural
e não divulga uma imagem em que você pareça a solução para aquele grupo, o "salvador estrangeiro", é como se não prestasse contas do dinheiro recebido para o trabalho.
Então, parece que o missionário/voluntário é constrangido a produzir esse tipo de imagem, esse tipo de agressão àqueles que são o alvo de seu serviço.
Trata-se de uma cultura criada sem se pensar nas implicações: quando se expõe o outro em benefício próprio, quando se fotografa sem pedir permissão, quando o missionário/voluntário se coloca numa posição de superioridade em relação ao outro, simplesmente com a justificativa de prestação de contas aos financiadores de um projeto, ou de arrecadação financeira para manutenção do mesmo - ou, pior, apenas para própria sobrevivência.
Sim, porque se o resultado não é visível, aquilo que mantenedores/financiadores esperam, de acordo com os moldes esperados, corre-se o risco de ser deixado de lado e até a perda da própria subsistência.
Já fiz muito disso em minha vida e trabalho. Hoje percebo com um pouco mais de clareza essas questões... me arrependo, reflito, tento corrigir.
Ainda há um longo caminho ao repensarmos nosso serviço ao próximo, tanto na maneira como nos vemos quanto na forma como decidimos servir.
Situação ainda incômoda?
Que tal refletirmos sobre isso em nossas comunidades, falarmos abertamente sobre isso, buscarmos juntos melhores maneiras de sermos como Jesus em nossa vida e serviço, sem exposição do outro, sem parecermos melhores que ninguém, sem condicionarmos nosso engajamento a uma maneira única e fechada de prestação de contas.
Vamos juntos nessa?
Angela Natel​
Reflexão inspirada em comentário de Cleber Sá Dos Santos​ à imagem - obrigada!
10/01/2018