sexta-feira, 27 de abril de 2012

O caso de uma mulher cega e seu manuscrito invisível


Quando ficou cega por consequência de diabetes, Trish Vickers decidiu que preencheria esse vácuo em sua vida escrevendo poemas.
Depois, ela decidiu escrever um romance, com sua caneta guiada por um sistema de elásticos esticados ao longo do papel. Com 26 páginas concluídas e um enredo que versava sobre uma mulher cuja vida desmorona, ela começou a sonhar em encontrar uma editora.
Então seu sonho também desmoronou.
Quando seu filho Simon a visitou em sua casa, perto da cidade de Lyme Regis, em Dorset, ela mostrou o que havia escrito e ele lhe deu a má notícia: todas as páginas estavam em branco. A caneta tinha ficado sem tinta antes mesmo de ela começar, e o que lhe restou não passava de um manuscrito vazio. Nenhuma parte daquilo criado por sua imaginação havia sido capturada.
Reviravolta
Então aconteceu uma reviravolta na história, do tipo que serviria bem em um romance policial cheio de mistério. Vickers, 59 anos, e seu filho apelaram para a equipe forense do Departamento de Polícia de Dorset.
Após cinco meses de trabalho realizado voluntariamente durante o horário do almoço, uma das especialistas de lá, uma mulher que normalmente ajuda a solucionar crimes, desvendou o mistério, entregando o texto em páginas datilografadas.
Um porta-voz do Departamento da Polícia de Dorset disse que a recuperação do texto foi realizada com uma luz forense que colocada sob o papel reflete traços feitos com a caneta.
“Foi bom fazer algo por alguém e foi bom ler o livro também”, disse Kerry Savage, a especialista forense.
Vickers disse aos repórteres que seu livro, cujo título temporário é “O Legado Grannifer”, gira em torno da vida de uma mulher chamada Jennifer que perde o emprego, o namorado e sua avó e mentora, apenas para reconstruir sua vida em seguida.
Hoje, uma voluntária digita seu livro em uma visita semanal e Vickers diz que planeja apresentar o romance acabado para uma editora.
*Por John F. Burns

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Tarefa Inacabada

Eu não passo de uma tarefa inacabada
quadro meio pintado
página meio virada.

Sou carro que parou no meio da estrada
toque quase sentido
pele ainda não bronzeada.

Estrofe da música não toda cantada
curso interrompido
a bala na arma emperrada.

Casamento que acaba e não dá em nada
emprego que satura
comida entalada.

É uma pia cheia de louça por lavar
uma prova meio feita
viagem que fiz mas não pude ficar.

Não passo de uma tarefa inacabada.
Vontade de desistir
Coisas por fazer, coisas prá falar.

Casas onde vivi mas não consegui permanecer
amizades perdidas
igreja que não aceitou me receber.

Carteira de motorista vencida
contas que não consigo pagar
visão parcial da vida.

Parei no espaço e no tempo
série que deixei de baixar e assistir
vontade de lançar tudo ao vento
e me deixar por inteiro sucumbir.

(Angela Natel - 25/04/2012)

terça-feira, 24 de abril de 2012

R.I.P.


Não mais lamento
O choro parou
Memórias ao vento
Que tudo levou.

Enterro o passado
Aceito a vida
Me desembaraço
Inocência perdida.

Velório de tudo
Insistência vazia
Descarto o escudo
E a guerra fria.

São cravos colados
à sepultura
Na alma lançados
perdão sem ternura.

Sim, vá em paz
Ordem da minha vida
Entrego vergonha atroz
E toda dor já sentida.

(Angela Natel – 23/04/2012)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

23 de Abril, Dia Mundial do Livro


Imagem: Google
Publicado por EBOOKSGRATIS.

Faz sentido que o Dia Internacional do Livro  seja comemorado dia 23, pelo mundo afora. A data, estabelecida em  caráter definitivo pela Unesco em 1996, homenageia dois gigantes máximos da  literatura ocidental. O 23 de abril seria, por uma lenda repetida  universalmente, o dia em que morreram, no mesmo ano, o espanhol Miguel de  Cervantes (1547 – 1616), o inventor do romance moderno comDom Quixote,  e o inglês William Shakespeare (1564 – 1616), o inventor do humano, como o chama  Harold Bloom.
Trata-se de uma das mais instigantes mitologias  do universo literário, uma lenda que dota o terreno profano da literatura de uma  data mágica ao estilo das Vidas de Santos (que antes eram muito mais comuns em  livro). Dois dos pilares da literatura mundial viveram de fato na mesma época,  mas a predestinação histórica que os teria feito partir ao mesmo tempo é  ficção.
Para começar, da biografia de Shakespeare, autor  de obras onipresentes em praticamente todo o mundo, sabe-se muito pouco. Embora  tenha deixado quase 1 milhão de palavras de texto, apenas 14 delas são  comprovadamente de seu próprio punho: o nome assinado seis vezes e as palavras “por mim” em seu testamento, como conta um de seus biógrafos, Bill Bryson, em Shakespeare: a Vida É um Palco. Há pouca informação mesmo sobre o dia  de seu falecimento – têm-se registros de seus funerais, mas não a data  exata do óbito.
Mesmo que tenha sido 23 de abril a data da morte  de Shakespeare, não teria sido no mesmo 23 de abril de Cervantes pelo simples  motivo de que, na época, a Espanha, onde Cervantes vivia, havia adotado, como  bom país católico, o calendário imposto pelo papa Gregório em 1582. E  Shakespeare vivia na Inglaterra protestante, frequentemente hostilizada pelo  reino espanhol a serviço do Vaticano, e que ainda marcava o tempo pelo  Calendário Juliano. A Inglaterra só adotaria o Calendário Gregoriano em 1751.  Shakespeare, portanto, teria morrido no dia 3 de maio – 10 dias após o  espanhol.
Mas quem vai dizer que a história não é boa?  Sendo assim, para que insistir tanto na picuinha das datas? Para lembrar,  talvez, que a literatura é em última instância uma construção paradoxalmente  individual (na mente e no coração de cada leitor) e coletiva (na transmissão de  leituras e cânones, de intepretações e até mesmo mitologias literárias com as  quais os leitores se comprazem).

Ajude Oziel




Para ajudar:
www.vaka.me/133424


domingo, 22 de abril de 2012

Perdida no espaço


Desempregada
Sigo a estrada
Da solidão
E da ilusão.

São promessas
Palavras vazias
De quem me apóia
Mas não compromete.

Como um soco na cara
A resposta me atinge
Se vinga e finge
Se importar.

Mas o oferecido
Não ajuda, é inútil
Não resolve, é fútil
Só alivia a consciência de quem dá.

No fim das contas eu fico
Sem resposta, sem ajuda
Sem passado nem futuro
O tempo esgotando, a se apressar.

Perco o sentido
Não sei o que faço
Sem casa, sem marido
Sem dinheiro ou trabalho.

Agora me diga
Se não valorizo
Se jogo no lixo
O que todos me dão.

Me diga se eu tenho
Emprego ou caminho
Uma casa ou um ninho
Alguém que me estenda a mão.

(Angela Natel – 19/04/2012)

sábado, 21 de abril de 2012

O jogo que as pessoas jogam

Todas as caras que as pessoas fazem
sua atenção e gentileza voltados para mim
será que não passam de jogos de manipulação
para que eu faça o que eles querem?

Será paranóia da minha parte
ou faz parte de seus jogos
as máscaras que usam
e que não sou capaz de decifrar.

Sei que não posso julgar as intenções
e seus sentimentos me são ocultos
mas vejo jogadas ensaiadas
que culminam em um xeque-mate.

As orações que são feitas
que propósito tem?
Me levar a algum lugar
ou me tirar algum bem?

São palavras, gestos e expressões
que me excluem caso não não aceite seu jogo
regras sociais mentirosas
que controlam e mantém o seu posto.

Sim, estou falando do que vejo ao meu redor
das caras e bocas que faço
só para manter meu espaço
e poder sobreviver.

Estou falando das oportunidades perdidas
porque recusei seguir um padrão estético
porque dei minha opinião
e, mesmo dentro da lei, decidi me manifestar.

Estou falando de uma marca que recebi
por ter escolhido a sanidade
e as guerras que irei comprar
enchendo a consciência com a verdade.

Como se não bastasse, inconscientemente,
pedem-me constantemente
para que eu prove quem sou
e o que sou capaz de fazer.

Preciso provar que valorizo o que ganho?
Preciso provar que não sou igual a meus pais?
Preciso provar que sou diferente,
que não estou ali para julgar ninguém?

Entristeço, nesse jogo que as pessoas costumam jogar
umas com as outras
e se escrevo sou recriminada
já fui punida, não perco mais nada.

Hoje a dor vem anestesiada
pelos comprimidos e pelo cansaço
porque não tenho
que provar mais nada.

E se nada tenho é porque não quero mais jogar
com essas regras inúteis
esse jogo mesquinho
de máscaras e manipulações.

Pois quem me julga ainda quer controlar
e decidir, e determinar
e é tão infeliz quanto aqueles que já condenou.

Será que essas atitudes ao meu redor
 não passam de um joguinho barato
em um tabuleiro de barro
que em breve vai se espatifar?


(Angela Natel - 21/04/2012)


Marcha contra a corrupção


sexta-feira, 20 de abril de 2012

EU TAMBÉM APRENDI.



Lembro-me no início de minha vida como discípulo de Jesus de Nazaré, eu devia ter uns dois anos de cristão praticante e uns 21 anos de idade, quando bati com o veículo da empresa e fui duramente confrontado pelos meus sócios quando disseram: “Este é o seu Deus? Se Deus estivesse realmente contigo você não teria destruído o carro da firma. Este papo de crente não faz sentido”.
Fiquei muito confuso na época, não tinha resposta para dar, nem a eles e nem a mim mesmo. Mas algo me dizia que Deus não tinha errado. “Um dia entenderei isto”, pensava. Hoje, alguns anos de problemas, oração e leitura do Evangelho depois, eu consigo entender mais algumas coisas, mas sei que muito ainda tenho que aprender.
Aprendi algumas coisas:
Aprendi que Jó somente se deu mal na vida porque ele era um homem bom e fiel ao Senhor, o seu Deus. Ele foi alvo de uma discussão entre Deus e um dos seus servos, o diabo. Para provar que estava certo em sua opinião, Deus permitiu que o diabo aprontasse “o diabo” na vida de Jó, que permaneceu fiel, mesmo sem nunca ter entendido nada do que acontecera.
Aprendi também que Lázaro somente sofreu tanto com sua enfermidade, a ponto de morrer doente, porque ele era amigão de Jesus. Paradoxal novamente. Jesus, quando foi chamado pelos familiares por causa da grave enfermidade do amigo Lázaro, demorou-se propositalmente para aguardar o óbito. Só depois ele partiu para o vilarejo de Betânia, para ver duas irmãs chorosas pela perda do irmão, arrimo de família, que já era um cadáver sepultado. Aprendi que Jesus não queria a cura de Lázaro, queria algo muito maior, algo inusitado, inesperado, não-planejado, imprevisível, impossível, queria o impensável. Aprendi que Jesus não queria atender às orações das pessoas, pedindo cura, mas queria que vissem que ele, Jesus, não era apenas mais um andarilho curandeiro, mas que em suas mãos repousavam o poder que nenhum outro “iluminado” tinha: o de extrapolar os limites da vida e da morte. A morte, pânico para os reis, imperadores e famosos em geral, está submissa às ordens de Jesus.
Aprendi que pessoas que estão próximas de Deus têm problemas, como todas as outras, com a diferença que os problemas não estão fora do controle de Deus, mas Deus os vê e os permite visando um bem maior. No caso de Jó e Lázaro, o ganho foi a ampliação da fé deles e a oportunidade de saberem que Deus não é um conceito, mas um fato.
Aprendi que os problemas nos aproximam de Deus.
Aprendi também que na dor nosso coração amolece.
Aprendi que após os problemas passamos a ser mais compreensivos com a dor alheia.
Aprendi que ninguém sai de uma experiência dolorosa da mesma forma.
Aprendi que é verdade o adágio popular: “Crescer dói.”
Aprendi que os problemas da minha vida não estão fora do controle de Deus, mas que alguns deles foram até permitidos ou planejados por Deus, para o meu doloroso, mas necessário, crescimento como pessoa. Por isso, posso minimizar minhas angústias, medos e ansiedades, pois aprendi que não estou sozinho enfrentando a vida, estou sim, sendo treinado, pelo coach dos coachs, que não quer o meu mal, mas me ver maduro, forte e preparado. Uma pessoa melhor.
Aprendi que, assim como a cura não fazia parte dos planos de Deus para a vida de Lázaro, algumas vezes também não somos ouvidos em nossas orações, posto que Deus tem algo surpreendentemente melhor lá na frente. Algo que não podemos suspeitar. Algo impensável. Bom demais para ser verdade.
Aprenda isto.
————————————-
Este texto abaixo é legal e muito difundido na internet. Mas é um texto apócrifo, como tantos que são atribuídos a Veríssimo, Drummond, Quintana, e sei lá. Talvez os autores sejam tímidos, ou quem sabe usando esses nomes famosos o texto ganha status e anda mais rápido. Portanto, o texto abaixo, apesar de útil, inspirador e lindo, não pertence a William Shakespeare. (Se alguém tiver informações complementares, me informe.)
VÍDEO SENDO BAIXADO – MAS JÁ PODE SER ASSISTIDO CLICANDO NESTE LINK ABAIXO:





http://www.cafecomdeus.com.br/eu-tambem-aprendi/

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Desejo


Queria ir ao teatro
Mas agora vou à pé
Chuva molha meu telhado
Sem saber de onde ela é.

Sou alérgica a criança
Me arrepio só de ver
Já se apagou a tal lembrança
E me fiz logo crescer.

Rosto bonito já não me engana
Digo não prá ser lembrada
Mulher de trinta ainda se inflama
Mas escolhe bem a sua estrada.

Estendo a mão prá ser tocada
Calor na pele, desejo em flor
Diga-me, imploro, se sou amada
Porque amar é choro se não amada for.

Agora quero ver o mar
E rir de meus erros como rio dos teus
Não, nunca hei de me calar
A não ser que me veja diante do próprio Deus.

(Angela Natel – 05/04/2012)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Madrugada


Marcas de meus pés sobre a areia
Luz da lua reluzindo em mim
Rastro de estrelas circundando a ceia
Noite que justifica porque vim.

Não me envergonho de minha humanidade
Selvagem e serena,sou livre a lutar
Me olho no espelho da pura verdade
Estilhaços da imagem que eu preciso mostrar.

Me deito na areia, são horas de amor
O choro me pega, me calo a esperar
Não ouço mais nada, buscando o porquê
É uma nova estrada, só penso em você.

Ondas que vão, ondas que vêm
Como erros e acertos que todos têm
O mar testemunha meu novo apreço
Por alguém que não tenho muito acesso.

Mente que brilha, fala correta
Conhece, argumenta, logo acerta
Sorriso assim só me traz confiança
Beleza que nunca se vê semelhança.

Molho os meus pés prá lavar minha alma
Difícil caminho que não me acalma
tanto perdi que já não mais sinto
e depois de tudo sei que não minto.

Lua no céu, em meus pés, areia
O mar providenciando a trilha sonora
Bebo de cada imagem que me rodeia
Esqueço o passado, vivo o agora.

Por isso, não me tire dessa realidade
Troquei a Lei pelo Caminho de Cristo
Busco relacionamentos, não barganhar com a divindade
E sigo um roteiro jamais visto.

Por isso não retorno sobre minhas pegadas
Quero o novo, e o quero sem demora
Que me julguem, são páginas viradas
Por isso mudo no despertar da aurora.

Novas marcas dos meus pés posso fazer
Na areia reluzente pelo sol aquecida
Temor dentro de mim vejo crescer
Porque vida que vale a pena tem que ser sofrida.

(Angela Natel – 04/04/2012)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Bye, bye, verão


Bye, bye, verão
E leve consigo a escuridão
De meus medos e temores
Que me prenderam ao chão.

Bye, bye, calor amargo
Leve consigo a indiferença,
Maus tratos, incoerência,
Que sua dor passe de largo.

Eu me despeço da antiga vida
Que ela derreta feito chocolate
E escorra antes que me mate
Prá iniciar nova lida.

São necessárias substituições
Nessa mudança de estação
Calor que dispara meu coração
Dá lugar às folhas caídas das emoções.

Deixe-me viajar, mudar de ares, viver,
Porque o verão se vai e preciso continuar
Não me impeça de me despir e experimentar
Esse outono que já se faz transparecer.

(Angela Natel – 19/03/2012)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

"Não existe gramática universal", diz linguista americano



MISSIONÁRIO E LINGUISTA AMERICANO DIZ QUE A PRIMEIRA FASE DA TRADUÇÃO DA BÍBLIA É ENTENDER BEM COMO FUNCIONA A LÍNGUA
Daniel Everett é um linguista conhecido principalmente por ter estudado a língua do povo pirahã, que vive na bacia amazônica.
Seu novo livro, "Language: The Cultural Tool" (Profile Books, £ 14,99), explora sua teoria da linguagem.

Para Everett, ela não é inata, e sim uma ferramenta desenvolvida pelos humanos para solucionar problemas.
"GUARDIAN"- Você começou como missionário e então tornou-se linguista. Como isso aconteceu?
*DANIEL EVERETT - * Entrei para uma organização chamada Wycliffe Tradutores Bíblicos, cujo objetivo era traduzir a Bíblia para todas as línguas do mundo. Para isso, era preciso estudar linguística, então foi essa minha exposição inicial à linguística.
A primeira fase da tradução da Bíblia é entender como funciona a língua [para a qual se vai traduzir]. Eu me dei conta de que queria levar meus estudos adiante, com uma pós-graduação.
Você poderia fazer um resumo muito breve da afirmação essencial deste livro?
Há duas afirmações; a primeira é que a gramática universal não parece funcionar, que não parece haver muita evidência em favor dela. E o que podemos colocar em seu lugar? Uma interação complexa de fatores na qual a cultura --os valores que os seres humanos compartilham-- exerce um papel preponderante na estruturação do modo como falamos e das coisas sobre as quais falamos.
A partir de sua experiência na Amazônia, e de modo geral, o que é que possibilita a linguagem?
A linguagem é possível graças a uma série de características cognitivas e físicas que são singulares dos humanos, mas nenhuma das quais pertence exclusivamente à linguagem. Quando elas se juntam, possibilitam a linguagem. Mas o elemento fundamental a partir do qual a linguagem é construída é a comunidade.
O linguista americano Daniel Everett (dir.) no rio Maici, no Amazonas, posa para foto com um pescador pirahã

Nós, humanos, somos uma espécie social, mais do que qualquer outra, e, para construir uma comunidade, algo que por algum motivo os humanos precisam fazer para poderem viver, temos que resolver o problema da comunicação. A linguagem é uma ferramenta que foi inventada para solucionar esse problema.
Você estudou a comunidade pirahã, na Amazônia central. Existe algo de especialmente interessante na língua pirahã?
Fui enviado para lá para traduzir a Bíblia para a língua deles, porque ninguém tinha conseguido decifrar a língua; ela não guarda relação com nenhuma outra língua viva conhecida. Todas as línguas possuem características singulares, mas a pirahã parece ter muitas características únicas. Coisas que não esperávamos.
Me refiro à ausência de números, a ausência da contagem e das cores, a ausência de mitos de criação e a recusa em falar do passado distante ou do futuro distante. Várias coisas como essa, incluindo a característica especial da recursividade, a possibilidade de manter um processo em andamento na sintaxe para sempre.
Essa constelação de características realmente pedia uma explicação, e levei cerca de 20 anos para me dar conta de que poderia haver uma explicação unificadora de todas essas coisas. Minha experiência com os pirahãs foi absolutamente fundamental para moldar minhas ideias sobre a linguagem humana.
Quanto tempo levou para aprender a língua?
Não existe idioma em comum, então comecei simplesmente apontando e aprendendo substantivos e verbos. Inicialmente passei um ano na aldeia com minha família, e ao cabo desse ano eu já conseguia falar, conseguia dizer várias coisas. Depois dos dois anos seguintes eu já conseguia dizer praticamente qualquer coisa que quisesse, e hoje, depois de um total cumulativo de quase oito anos passados na aldeia, falo a língua pirahã muito bem.
E como os pirahãs enxergaram você?
Inicialmente me viram como uma espécie de papagaio falador. Quando eu estava aprendendo a língua, era difícil para eles compreenderem que eu realmente entendia parte do que eles estavam dizendo. Pensavam que eu estava apenas os imitando, como um animal da selva. Eu dizia algo a eles e eles comentavam "veja, ele soa como nós", e falavam a meu respeito. E eu dizia: "Mas eu estou entendendo vocês, sim. Eu falo pirahã".
Num primeiro momento foi difícil para eles se darem conta disso, e as crianças me olhavam boquiabertas. Mas hoje eles me aceitam muito bem.
Você fala de uma gramática da felicidade. É uma ideia bela, mas será que você está apenas perpetuando mais um mito?
Penso que não. Em meu primeiro livro, "Don't Sleep, There Are Snakes", descrevo os pirahãs como pessoas muito felizes. Isso não significa que todo o mundo viva feliz o tempo inteiro: eles enfrentam dificuldades, têm inseguranças, se irritam, enfrentam perigos.
Mas na realidade foi outro pesquisador do MIT que foi lá comigo e, olhando para o povo, comentou: "Devem ser as pessoas mais felizes do mundo", e eu disse: "Como você mediria isso?". Ele respondeu: "Poderíamos medir quanto tempo eles passam rindo e sorrindo e comparar isso com qualquer outra sociedade. Não vejo ninguém aqui que não passe a maior parte do tempo rindo ou sorrindo."
Existe entre os pirahãs um contentamento grande que não vi igualado por nenhuma outra sociedade.
Então você não esteve em risco?
Inicialmente, sim, é claro. Num primeiro momento eles não me enxergavam como um ser humano do mesmo tipo que eles são. E se sentiram um pouco ameaçados, inicialmente, quando comecei a trabalhar ali, apesar de eu ser o terceiro grupo missionário com que tinham tido contato. Eles chegaram a ameaçar nossas vidas em nossa primeira visita.
De que maneira?
Acordei por volta de meia-noite e os ouvi dizer que um comerciante brasileiro lhes tinha dado uísque e uma espingarda nova para matar minha família. Eles estavam dizendo: "Não tenho medo. Vou matar o americano." Então eu me levantei e andei pelo mato até chegar ao lugar onde estavam conversando.
Eu sabia que todos tinham bebido, então eu simplesmente entrei na roda, falei "oi, como vão vocês?" e comecei a recolher os arcos e flechas e a espingarda. Quando eles se deram conta do que estava acontecendo, eu já estava com tudo em meus braços e tinha voltado para minha casa. Quando estava voltando para minha casa, ouvi uma voz de meu lado, saindo do meio do mato, dizendo "vou matar você agora mesmo". Era um homem pirahã.
Eu me virei e pensei que receberia uma flecha na cara ou um tiro de espingarda, mas ele estava simplesmente em pé ali, desarmado. E bêbado. Assim, não fui morto. Mas no dia seguinte todos pediram desculpas e disseram: "O álcool faz coisas estranhas em nossas cabeças". Eu disse "faz coisas estranhas nas cabeças de todo o mundo, mas não quero isto daqui perto de minha família. Ou a gente pode ir embora, ou então vocês não fazem isso de novo." Eles disseram "ok, prometemos não fazer de novo". Mas fizeram!
Fizeram mesmo?
Sim, eles têm problemas com álcool. Os índios americanos, da América do Norte e do Sul, não possuem a enzima necessária para decompor o álcool, e por isso não conseguem processar o álcool como nós fazemos. Um pouco de álcool tem um efeito muito maior. Eles têm um problema real com isso.
Mas o governo brasileiro vem reprimindo esse comércio, de modo que os índios não têm mais muito acesso ao álcool. O governo brasileiro acredita que as pessoas não deveriam poder levar álcool a índios.
E quando você retorna, como os pirahãs o recebem?
Não existe saudação. O mais perto que eles chegam de saudar alguém é dizer "bem, você chegou". Isso é o que existe na língua deles que mais se aproxima de uma saudação. Todos eles me conhecem, todos os pirahãs vivos me conhecem. Há cerca de 750 deles hoje.
Como eles o chamam?
Meu nome em pirahã é Paouisa, que significa um velho pirahã que morreu, que é muito respeitado --eles me dizem que tenho esse nome porque sou tão velho. A expectativa média de vida deles é 45 anos, principalmente devido à malária.
Qual é a lição a tirar de tudo isso do ponto de vista linguístico, a seu ver?
A lição é que a linguagem não é algo misterioso que é está fora dos limites da seleção natural ou que simplesmente apareceu por meio de algum gene que passou por uma mutação. Que a linguagem é uma invenção humana que surgiu para trazer uma solução a um problema humano.
Outros seres não podem usá-la pela mesma razão que não podem usar uma pá: a linguagem foi inventada por humanos, para humanos, e seu êxito é avaliado por humanos.
Suas teorias sobre as origens da linguagem diferem da ideia de gramática universal postulada por Noam Chomsky.
Minha ideia de linguagem dificilmente poderia ser mais diferente da de Chomsky. Procuro não atacar ou dizer coisas destemperadas no livro, apesar dos ataques dele contra mim.
Não quero ser visto como alguém que tem rixas pessoais a resolver. Estas são conclusões às quais cheguei depois de 30 anos de trabalho. Acho que Chomsky está totalmente equivocado em suas afirmações mais importantes e tentei fundamentar meus argumentos com provas.
Olhando para isso tudo com um pouco de recuo, é Aristóteles e Platão, tudo de novo?
As raízes destas teorias vêm de muito tempo atrás: a teoria de Chomsky remete a Platão, e a minha, a Aristóteles. É incrível, não é? Quantas boas ideias os gregos já não tiveram milhares de anos atrás?
Fonte: GuardianTradução Folha.com.br


http://artureduardo.blogspot.com.br/2012/04/nao-existe-gramatica-universal-diz.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+blogspot/GnsYG+(Fatos+em+Foco+-+Com+o+Pr.+Artur+Eduardo)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Para impactar sua páscoa: Paixão de Cristo: Um vídeo impactante!


páscoa: a paixão do CristoUm vídeo emocionante, fascinante e impactante sobre a paixão de Cristo! Com certeza vale a pena assistir para aflorar o sentido da páscoa em nossos corações!
*Algumas cenas fortes
INFORMAÇÕES SOBRE O VÍDEO
INTRODUÇÃO
Antes de celebrarmos Jesus Cristo ressurreto na Páscoa, nos reunimos como igreja para lembrar sua morte sangrenta e sacrificial na cruz da Sexta-Feira Santa. “Sexta Santa” é um filme fascinante e curto, descrevendo as horas finais da vida de Jesus, e é mostrado no culto da Mars Hill Church para essa lembrança.
Este mês, estamos lançando o filme de 30 minutos online pela primeira vez como um download gratuito para as igrejas que desejam usá-lo nos seus cultos de Sexta-Feira Santa. A nossa oração é que seja benéfico para os pastores e para as congregações em todo o mundo, enquanto nós, cristãos, preparamos os nossos corações de forma fúnebre para lembrar a morte de nosso Jesus.
Nota: O filme contém cenas fortes e não é recomendado para menores de dez anos de idade. Por favor, considere, em oração, a permanência de seus filhos nas classes bíblicas durante a exibição.
Importante: Por favor, sinta-se incentivado a compartilhar e exibir em sua igreja. Só pedimos que siga as permissões abaixo:
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que adicione as informações supracitadas, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
Fonte: Blog Pastor Renato Vargens e Blog Voltemos

O caso de uma mulher cega e seu manuscrito invisível


Quando ficou cega por consequência de diabetes, Trish Vickers decidiu que preencheria esse vácuo em sua vida escrevendo poemas.
Depois, ela decidiu escrever um romance, com sua caneta guiada por um sistema de elásticos esticados ao longo do papel. Com 26 páginas concluídas e um enredo que versava sobre uma mulher cuja vida desmorona, ela começou a sonhar em encontrar uma editora.
Então seu sonho também desmoronou.
Quando seu filho Simon a visitou em sua casa, perto da cidade de Lyme Regis, em Dorset, ela mostrou o que havia escrito e ele lhe deu a má notícia: todas as páginas estavam em branco. A caneta tinha ficado sem tinta antes mesmo de ela começar, e o que lhe restou não passava de um manuscrito vazio. Nenhuma parte daquilo criado por sua imaginação havia sido capturada.
Reviravolta
Então aconteceu uma reviravolta na história, do tipo que serviria bem em um romance policial cheio de mistério. Vickers, 59 anos, e seu filho apelaram para a equipe forense do Departamento de Polícia de Dorset.
Após cinco meses de trabalho realizado voluntariamente durante o horário do almoço, uma das especialistas de lá, uma mulher que normalmente ajuda a solucionar crimes, desvendou o mistério, entregando o texto em páginas datilografadas.
Um porta-voz do Departamento da Polícia de Dorset disse que a recuperação do texto foi realizada com uma luz forense que colocada sob o papel reflete traços feitos com a caneta.
“Foi bom fazer algo por alguém e foi bom ler o livro também”, disse Kerry Savage, a especialista forense.
Vickers disse aos repórteres que seu livro, cujo título temporário é “O Legado Grannifer”, gira em torno da vida de uma mulher chamada Jennifer que perde o emprego, o namorado e sua avó e mentora, apenas para reconstruir sua vida em seguida.
Hoje, uma voluntária digita seu livro em uma visita semanal e Vickers diz que planeja apresentar o romance acabado para uma editora.
*Por John F. Burns

Tarefa Inacabada

Eu não passo de uma tarefa inacabada
quadro meio pintado
página meio virada.

Sou carro que parou no meio da estrada
toque quase sentido
pele ainda não bronzeada.

Estrofe da música não toda cantada
curso interrompido
a bala na arma emperrada.

Casamento que acaba e não dá em nada
emprego que satura
comida entalada.

É uma pia cheia de louça por lavar
uma prova meio feita
viagem que fiz mas não pude ficar.

Não passo de uma tarefa inacabada.
Vontade de desistir
Coisas por fazer, coisas prá falar.

Casas onde vivi mas não consegui permanecer
amizades perdidas
igreja que não aceitou me receber.

Carteira de motorista vencida
contas que não consigo pagar
visão parcial da vida.

Parei no espaço e no tempo
série que deixei de baixar e assistir
vontade de lançar tudo ao vento
e me deixar por inteiro sucumbir.

(Angela Natel - 25/04/2012)

R.I.P.


Não mais lamento
O choro parou
Memórias ao vento
Que tudo levou.

Enterro o passado
Aceito a vida
Me desembaraço
Inocência perdida.

Velório de tudo
Insistência vazia
Descarto o escudo
E a guerra fria.

São cravos colados
à sepultura
Na alma lançados
perdão sem ternura.

Sim, vá em paz
Ordem da minha vida
Entrego vergonha atroz
E toda dor já sentida.

(Angela Natel – 23/04/2012)

23 de Abril, Dia Mundial do Livro


Imagem: Google
Publicado por EBOOKSGRATIS.

Faz sentido que o Dia Internacional do Livro  seja comemorado dia 23, pelo mundo afora. A data, estabelecida em  caráter definitivo pela Unesco em 1996, homenageia dois gigantes máximos da  literatura ocidental. O 23 de abril seria, por uma lenda repetida  universalmente, o dia em que morreram, no mesmo ano, o espanhol Miguel de  Cervantes (1547 – 1616), o inventor do romance moderno comDom Quixote,  e o inglês William Shakespeare (1564 – 1616), o inventor do humano, como o chama  Harold Bloom.
Trata-se de uma das mais instigantes mitologias  do universo literário, uma lenda que dota o terreno profano da literatura de uma  data mágica ao estilo das Vidas de Santos (que antes eram muito mais comuns em  livro). Dois dos pilares da literatura mundial viveram de fato na mesma época,  mas a predestinação histórica que os teria feito partir ao mesmo tempo é  ficção.
Para começar, da biografia de Shakespeare, autor  de obras onipresentes em praticamente todo o mundo, sabe-se muito pouco. Embora  tenha deixado quase 1 milhão de palavras de texto, apenas 14 delas são  comprovadamente de seu próprio punho: o nome assinado seis vezes e as palavras “por mim” em seu testamento, como conta um de seus biógrafos, Bill Bryson, em Shakespeare: a Vida É um Palco. Há pouca informação mesmo sobre o dia  de seu falecimento – têm-se registros de seus funerais, mas não a data  exata do óbito.
Mesmo que tenha sido 23 de abril a data da morte  de Shakespeare, não teria sido no mesmo 23 de abril de Cervantes pelo simples  motivo de que, na época, a Espanha, onde Cervantes vivia, havia adotado, como  bom país católico, o calendário imposto pelo papa Gregório em 1582. E  Shakespeare vivia na Inglaterra protestante, frequentemente hostilizada pelo  reino espanhol a serviço do Vaticano, e que ainda marcava o tempo pelo  Calendário Juliano. A Inglaterra só adotaria o Calendário Gregoriano em 1751.  Shakespeare, portanto, teria morrido no dia 3 de maio – 10 dias após o  espanhol.
Mas quem vai dizer que a história não é boa?  Sendo assim, para que insistir tanto na picuinha das datas? Para lembrar,  talvez, que a literatura é em última instância uma construção paradoxalmente  individual (na mente e no coração de cada leitor) e coletiva (na transmissão de  leituras e cânones, de intepretações e até mesmo mitologias literárias com as  quais os leitores se comprazem).

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Perdida no espaço


Desempregada
Sigo a estrada
Da solidão
E da ilusão.

São promessas
Palavras vazias
De quem me apóia
Mas não compromete.

Como um soco na cara
A resposta me atinge
Se vinga e finge
Se importar.

Mas o oferecido
Não ajuda, é inútil
Não resolve, é fútil
Só alivia a consciência de quem dá.

No fim das contas eu fico
Sem resposta, sem ajuda
Sem passado nem futuro
O tempo esgotando, a se apressar.

Perco o sentido
Não sei o que faço
Sem casa, sem marido
Sem dinheiro ou trabalho.

Agora me diga
Se não valorizo
Se jogo no lixo
O que todos me dão.

Me diga se eu tenho
Emprego ou caminho
Uma casa ou um ninho
Alguém que me estenda a mão.

(Angela Natel – 19/04/2012)

O jogo que as pessoas jogam

Todas as caras que as pessoas fazem
sua atenção e gentileza voltados para mim
será que não passam de jogos de manipulação
para que eu faça o que eles querem?

Será paranóia da minha parte
ou faz parte de seus jogos
as máscaras que usam
e que não sou capaz de decifrar.

Sei que não posso julgar as intenções
e seus sentimentos me são ocultos
mas vejo jogadas ensaiadas
que culminam em um xeque-mate.

As orações que são feitas
que propósito tem?
Me levar a algum lugar
ou me tirar algum bem?

São palavras, gestos e expressões
que me excluem caso não não aceite seu jogo
regras sociais mentirosas
que controlam e mantém o seu posto.

Sim, estou falando do que vejo ao meu redor
das caras e bocas que faço
só para manter meu espaço
e poder sobreviver.

Estou falando das oportunidades perdidas
porque recusei seguir um padrão estético
porque dei minha opinião
e, mesmo dentro da lei, decidi me manifestar.

Estou falando de uma marca que recebi
por ter escolhido a sanidade
e as guerras que irei comprar
enchendo a consciência com a verdade.

Como se não bastasse, inconscientemente,
pedem-me constantemente
para que eu prove quem sou
e o que sou capaz de fazer.

Preciso provar que valorizo o que ganho?
Preciso provar que não sou igual a meus pais?
Preciso provar que sou diferente,
que não estou ali para julgar ninguém?

Entristeço, nesse jogo que as pessoas costumam jogar
umas com as outras
e se escrevo sou recriminada
já fui punida, não perco mais nada.

Hoje a dor vem anestesiada
pelos comprimidos e pelo cansaço
porque não tenho
que provar mais nada.

E se nada tenho é porque não quero mais jogar
com essas regras inúteis
esse jogo mesquinho
de máscaras e manipulações.

Pois quem me julga ainda quer controlar
e decidir, e determinar
e é tão infeliz quanto aqueles que já condenou.

Será que essas atitudes ao meu redor
 não passam de um joguinho barato
em um tabuleiro de barro
que em breve vai se espatifar?


(Angela Natel - 21/04/2012)


Marcha contra a corrupção


EU TAMBÉM APRENDI.



Lembro-me no início de minha vida como discípulo de Jesus de Nazaré, eu devia ter uns dois anos de cristão praticante e uns 21 anos de idade, quando bati com o veículo da empresa e fui duramente confrontado pelos meus sócios quando disseram: “Este é o seu Deus? Se Deus estivesse realmente contigo você não teria destruído o carro da firma. Este papo de crente não faz sentido”.
Fiquei muito confuso na época, não tinha resposta para dar, nem a eles e nem a mim mesmo. Mas algo me dizia que Deus não tinha errado. “Um dia entenderei isto”, pensava. Hoje, alguns anos de problemas, oração e leitura do Evangelho depois, eu consigo entender mais algumas coisas, mas sei que muito ainda tenho que aprender.
Aprendi algumas coisas:
Aprendi que Jó somente se deu mal na vida porque ele era um homem bom e fiel ao Senhor, o seu Deus. Ele foi alvo de uma discussão entre Deus e um dos seus servos, o diabo. Para provar que estava certo em sua opinião, Deus permitiu que o diabo aprontasse “o diabo” na vida de Jó, que permaneceu fiel, mesmo sem nunca ter entendido nada do que acontecera.
Aprendi também que Lázaro somente sofreu tanto com sua enfermidade, a ponto de morrer doente, porque ele era amigão de Jesus. Paradoxal novamente. Jesus, quando foi chamado pelos familiares por causa da grave enfermidade do amigo Lázaro, demorou-se propositalmente para aguardar o óbito. Só depois ele partiu para o vilarejo de Betânia, para ver duas irmãs chorosas pela perda do irmão, arrimo de família, que já era um cadáver sepultado. Aprendi que Jesus não queria a cura de Lázaro, queria algo muito maior, algo inusitado, inesperado, não-planejado, imprevisível, impossível, queria o impensável. Aprendi que Jesus não queria atender às orações das pessoas, pedindo cura, mas queria que vissem que ele, Jesus, não era apenas mais um andarilho curandeiro, mas que em suas mãos repousavam o poder que nenhum outro “iluminado” tinha: o de extrapolar os limites da vida e da morte. A morte, pânico para os reis, imperadores e famosos em geral, está submissa às ordens de Jesus.
Aprendi que pessoas que estão próximas de Deus têm problemas, como todas as outras, com a diferença que os problemas não estão fora do controle de Deus, mas Deus os vê e os permite visando um bem maior. No caso de Jó e Lázaro, o ganho foi a ampliação da fé deles e a oportunidade de saberem que Deus não é um conceito, mas um fato.
Aprendi que os problemas nos aproximam de Deus.
Aprendi também que na dor nosso coração amolece.
Aprendi que após os problemas passamos a ser mais compreensivos com a dor alheia.
Aprendi que ninguém sai de uma experiência dolorosa da mesma forma.
Aprendi que é verdade o adágio popular: “Crescer dói.”
Aprendi que os problemas da minha vida não estão fora do controle de Deus, mas que alguns deles foram até permitidos ou planejados por Deus, para o meu doloroso, mas necessário, crescimento como pessoa. Por isso, posso minimizar minhas angústias, medos e ansiedades, pois aprendi que não estou sozinho enfrentando a vida, estou sim, sendo treinado, pelo coach dos coachs, que não quer o meu mal, mas me ver maduro, forte e preparado. Uma pessoa melhor.
Aprendi que, assim como a cura não fazia parte dos planos de Deus para a vida de Lázaro, algumas vezes também não somos ouvidos em nossas orações, posto que Deus tem algo surpreendentemente melhor lá na frente. Algo que não podemos suspeitar. Algo impensável. Bom demais para ser verdade.
Aprenda isto.
————————————-
Este texto abaixo é legal e muito difundido na internet. Mas é um texto apócrifo, como tantos que são atribuídos a Veríssimo, Drummond, Quintana, e sei lá. Talvez os autores sejam tímidos, ou quem sabe usando esses nomes famosos o texto ganha status e anda mais rápido. Portanto, o texto abaixo, apesar de útil, inspirador e lindo, não pertence a William Shakespeare. (Se alguém tiver informações complementares, me informe.)
VÍDEO SENDO BAIXADO – MAS JÁ PODE SER ASSISTIDO CLICANDO NESTE LINK ABAIXO:





http://www.cafecomdeus.com.br/eu-tambem-aprendi/

Desejo


Queria ir ao teatro
Mas agora vou à pé
Chuva molha meu telhado
Sem saber de onde ela é.

Sou alérgica a criança
Me arrepio só de ver
Já se apagou a tal lembrança
E me fiz logo crescer.

Rosto bonito já não me engana
Digo não prá ser lembrada
Mulher de trinta ainda se inflama
Mas escolhe bem a sua estrada.

Estendo a mão prá ser tocada
Calor na pele, desejo em flor
Diga-me, imploro, se sou amada
Porque amar é choro se não amada for.

Agora quero ver o mar
E rir de meus erros como rio dos teus
Não, nunca hei de me calar
A não ser que me veja diante do próprio Deus.

(Angela Natel – 05/04/2012)

Madrugada


Marcas de meus pés sobre a areia
Luz da lua reluzindo em mim
Rastro de estrelas circundando a ceia
Noite que justifica porque vim.

Não me envergonho de minha humanidade
Selvagem e serena,sou livre a lutar
Me olho no espelho da pura verdade
Estilhaços da imagem que eu preciso mostrar.

Me deito na areia, são horas de amor
O choro me pega, me calo a esperar
Não ouço mais nada, buscando o porquê
É uma nova estrada, só penso em você.

Ondas que vão, ondas que vêm
Como erros e acertos que todos têm
O mar testemunha meu novo apreço
Por alguém que não tenho muito acesso.

Mente que brilha, fala correta
Conhece, argumenta, logo acerta
Sorriso assim só me traz confiança
Beleza que nunca se vê semelhança.

Molho os meus pés prá lavar minha alma
Difícil caminho que não me acalma
tanto perdi que já não mais sinto
e depois de tudo sei que não minto.

Lua no céu, em meus pés, areia
O mar providenciando a trilha sonora
Bebo de cada imagem que me rodeia
Esqueço o passado, vivo o agora.

Por isso, não me tire dessa realidade
Troquei a Lei pelo Caminho de Cristo
Busco relacionamentos, não barganhar com a divindade
E sigo um roteiro jamais visto.

Por isso não retorno sobre minhas pegadas
Quero o novo, e o quero sem demora
Que me julguem, são páginas viradas
Por isso mudo no despertar da aurora.

Novas marcas dos meus pés posso fazer
Na areia reluzente pelo sol aquecida
Temor dentro de mim vejo crescer
Porque vida que vale a pena tem que ser sofrida.

(Angela Natel – 04/04/2012)

Bye, bye, verão


Bye, bye, verão
E leve consigo a escuridão
De meus medos e temores
Que me prenderam ao chão.

Bye, bye, calor amargo
Leve consigo a indiferença,
Maus tratos, incoerência,
Que sua dor passe de largo.

Eu me despeço da antiga vida
Que ela derreta feito chocolate
E escorra antes que me mate
Prá iniciar nova lida.

São necessárias substituições
Nessa mudança de estação
Calor que dispara meu coração
Dá lugar às folhas caídas das emoções.

Deixe-me viajar, mudar de ares, viver,
Porque o verão se vai e preciso continuar
Não me impeça de me despir e experimentar
Esse outono que já se faz transparecer.

(Angela Natel – 19/03/2012)

"Não existe gramática universal", diz linguista americano



MISSIONÁRIO E LINGUISTA AMERICANO DIZ QUE A PRIMEIRA FASE DA TRADUÇÃO DA BÍBLIA É ENTENDER BEM COMO FUNCIONA A LÍNGUA
Daniel Everett é um linguista conhecido principalmente por ter estudado a língua do povo pirahã, que vive na bacia amazônica.
Seu novo livro, "Language: The Cultural Tool" (Profile Books, £ 14,99), explora sua teoria da linguagem.

Para Everett, ela não é inata, e sim uma ferramenta desenvolvida pelos humanos para solucionar problemas.
"GUARDIAN"- Você começou como missionário e então tornou-se linguista. Como isso aconteceu?
*DANIEL EVERETT - * Entrei para uma organização chamada Wycliffe Tradutores Bíblicos, cujo objetivo era traduzir a Bíblia para todas as línguas do mundo. Para isso, era preciso estudar linguística, então foi essa minha exposição inicial à linguística.
A primeira fase da tradução da Bíblia é entender como funciona a língua [para a qual se vai traduzir]. Eu me dei conta de que queria levar meus estudos adiante, com uma pós-graduação.
Você poderia fazer um resumo muito breve da afirmação essencial deste livro?
Há duas afirmações; a primeira é que a gramática universal não parece funcionar, que não parece haver muita evidência em favor dela. E o que podemos colocar em seu lugar? Uma interação complexa de fatores na qual a cultura --os valores que os seres humanos compartilham-- exerce um papel preponderante na estruturação do modo como falamos e das coisas sobre as quais falamos.
A partir de sua experiência na Amazônia, e de modo geral, o que é que possibilita a linguagem?
A linguagem é possível graças a uma série de características cognitivas e físicas que são singulares dos humanos, mas nenhuma das quais pertence exclusivamente à linguagem. Quando elas se juntam, possibilitam a linguagem. Mas o elemento fundamental a partir do qual a linguagem é construída é a comunidade.
O linguista americano Daniel Everett (dir.) no rio Maici, no Amazonas, posa para foto com um pescador pirahã

Nós, humanos, somos uma espécie social, mais do que qualquer outra, e, para construir uma comunidade, algo que por algum motivo os humanos precisam fazer para poderem viver, temos que resolver o problema da comunicação. A linguagem é uma ferramenta que foi inventada para solucionar esse problema.
Você estudou a comunidade pirahã, na Amazônia central. Existe algo de especialmente interessante na língua pirahã?
Fui enviado para lá para traduzir a Bíblia para a língua deles, porque ninguém tinha conseguido decifrar a língua; ela não guarda relação com nenhuma outra língua viva conhecida. Todas as línguas possuem características singulares, mas a pirahã parece ter muitas características únicas. Coisas que não esperávamos.
Me refiro à ausência de números, a ausência da contagem e das cores, a ausência de mitos de criação e a recusa em falar do passado distante ou do futuro distante. Várias coisas como essa, incluindo a característica especial da recursividade, a possibilidade de manter um processo em andamento na sintaxe para sempre.
Essa constelação de características realmente pedia uma explicação, e levei cerca de 20 anos para me dar conta de que poderia haver uma explicação unificadora de todas essas coisas. Minha experiência com os pirahãs foi absolutamente fundamental para moldar minhas ideias sobre a linguagem humana.
Quanto tempo levou para aprender a língua?
Não existe idioma em comum, então comecei simplesmente apontando e aprendendo substantivos e verbos. Inicialmente passei um ano na aldeia com minha família, e ao cabo desse ano eu já conseguia falar, conseguia dizer várias coisas. Depois dos dois anos seguintes eu já conseguia dizer praticamente qualquer coisa que quisesse, e hoje, depois de um total cumulativo de quase oito anos passados na aldeia, falo a língua pirahã muito bem.
E como os pirahãs enxergaram você?
Inicialmente me viram como uma espécie de papagaio falador. Quando eu estava aprendendo a língua, era difícil para eles compreenderem que eu realmente entendia parte do que eles estavam dizendo. Pensavam que eu estava apenas os imitando, como um animal da selva. Eu dizia algo a eles e eles comentavam "veja, ele soa como nós", e falavam a meu respeito. E eu dizia: "Mas eu estou entendendo vocês, sim. Eu falo pirahã".
Num primeiro momento foi difícil para eles se darem conta disso, e as crianças me olhavam boquiabertas. Mas hoje eles me aceitam muito bem.
Você fala de uma gramática da felicidade. É uma ideia bela, mas será que você está apenas perpetuando mais um mito?
Penso que não. Em meu primeiro livro, "Don't Sleep, There Are Snakes", descrevo os pirahãs como pessoas muito felizes. Isso não significa que todo o mundo viva feliz o tempo inteiro: eles enfrentam dificuldades, têm inseguranças, se irritam, enfrentam perigos.
Mas na realidade foi outro pesquisador do MIT que foi lá comigo e, olhando para o povo, comentou: "Devem ser as pessoas mais felizes do mundo", e eu disse: "Como você mediria isso?". Ele respondeu: "Poderíamos medir quanto tempo eles passam rindo e sorrindo e comparar isso com qualquer outra sociedade. Não vejo ninguém aqui que não passe a maior parte do tempo rindo ou sorrindo."
Existe entre os pirahãs um contentamento grande que não vi igualado por nenhuma outra sociedade.
Então você não esteve em risco?
Inicialmente, sim, é claro. Num primeiro momento eles não me enxergavam como um ser humano do mesmo tipo que eles são. E se sentiram um pouco ameaçados, inicialmente, quando comecei a trabalhar ali, apesar de eu ser o terceiro grupo missionário com que tinham tido contato. Eles chegaram a ameaçar nossas vidas em nossa primeira visita.
De que maneira?
Acordei por volta de meia-noite e os ouvi dizer que um comerciante brasileiro lhes tinha dado uísque e uma espingarda nova para matar minha família. Eles estavam dizendo: "Não tenho medo. Vou matar o americano." Então eu me levantei e andei pelo mato até chegar ao lugar onde estavam conversando.
Eu sabia que todos tinham bebido, então eu simplesmente entrei na roda, falei "oi, como vão vocês?" e comecei a recolher os arcos e flechas e a espingarda. Quando eles se deram conta do que estava acontecendo, eu já estava com tudo em meus braços e tinha voltado para minha casa. Quando estava voltando para minha casa, ouvi uma voz de meu lado, saindo do meio do mato, dizendo "vou matar você agora mesmo". Era um homem pirahã.
Eu me virei e pensei que receberia uma flecha na cara ou um tiro de espingarda, mas ele estava simplesmente em pé ali, desarmado. E bêbado. Assim, não fui morto. Mas no dia seguinte todos pediram desculpas e disseram: "O álcool faz coisas estranhas em nossas cabeças". Eu disse "faz coisas estranhas nas cabeças de todo o mundo, mas não quero isto daqui perto de minha família. Ou a gente pode ir embora, ou então vocês não fazem isso de novo." Eles disseram "ok, prometemos não fazer de novo". Mas fizeram!
Fizeram mesmo?
Sim, eles têm problemas com álcool. Os índios americanos, da América do Norte e do Sul, não possuem a enzima necessária para decompor o álcool, e por isso não conseguem processar o álcool como nós fazemos. Um pouco de álcool tem um efeito muito maior. Eles têm um problema real com isso.
Mas o governo brasileiro vem reprimindo esse comércio, de modo que os índios não têm mais muito acesso ao álcool. O governo brasileiro acredita que as pessoas não deveriam poder levar álcool a índios.
E quando você retorna, como os pirahãs o recebem?
Não existe saudação. O mais perto que eles chegam de saudar alguém é dizer "bem, você chegou". Isso é o que existe na língua deles que mais se aproxima de uma saudação. Todos eles me conhecem, todos os pirahãs vivos me conhecem. Há cerca de 750 deles hoje.
Como eles o chamam?
Meu nome em pirahã é Paouisa, que significa um velho pirahã que morreu, que é muito respeitado --eles me dizem que tenho esse nome porque sou tão velho. A expectativa média de vida deles é 45 anos, principalmente devido à malária.
Qual é a lição a tirar de tudo isso do ponto de vista linguístico, a seu ver?
A lição é que a linguagem não é algo misterioso que é está fora dos limites da seleção natural ou que simplesmente apareceu por meio de algum gene que passou por uma mutação. Que a linguagem é uma invenção humana que surgiu para trazer uma solução a um problema humano.
Outros seres não podem usá-la pela mesma razão que não podem usar uma pá: a linguagem foi inventada por humanos, para humanos, e seu êxito é avaliado por humanos.
Suas teorias sobre as origens da linguagem diferem da ideia de gramática universal postulada por Noam Chomsky.
Minha ideia de linguagem dificilmente poderia ser mais diferente da de Chomsky. Procuro não atacar ou dizer coisas destemperadas no livro, apesar dos ataques dele contra mim.
Não quero ser visto como alguém que tem rixas pessoais a resolver. Estas são conclusões às quais cheguei depois de 30 anos de trabalho. Acho que Chomsky está totalmente equivocado em suas afirmações mais importantes e tentei fundamentar meus argumentos com provas.
Olhando para isso tudo com um pouco de recuo, é Aristóteles e Platão, tudo de novo?
As raízes destas teorias vêm de muito tempo atrás: a teoria de Chomsky remete a Platão, e a minha, a Aristóteles. É incrível, não é? Quantas boas ideias os gregos já não tiveram milhares de anos atrás?
Fonte: GuardianTradução Folha.com.br


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Para impactar sua páscoa: Paixão de Cristo: Um vídeo impactante!


páscoa: a paixão do CristoUm vídeo emocionante, fascinante e impactante sobre a paixão de Cristo! Com certeza vale a pena assistir para aflorar o sentido da páscoa em nossos corações!
*Algumas cenas fortes
INFORMAÇÕES SOBRE O VÍDEO
INTRODUÇÃO
Antes de celebrarmos Jesus Cristo ressurreto na Páscoa, nos reunimos como igreja para lembrar sua morte sangrenta e sacrificial na cruz da Sexta-Feira Santa. “Sexta Santa” é um filme fascinante e curto, descrevendo as horas finais da vida de Jesus, e é mostrado no culto da Mars Hill Church para essa lembrança.
Este mês, estamos lançando o filme de 30 minutos online pela primeira vez como um download gratuito para as igrejas que desejam usá-lo nos seus cultos de Sexta-Feira Santa. A nossa oração é que seja benéfico para os pastores e para as congregações em todo o mundo, enquanto nós, cristãos, preparamos os nossos corações de forma fúnebre para lembrar a morte de nosso Jesus.
Nota: O filme contém cenas fortes e não é recomendado para menores de dez anos de idade. Por favor, considere, em oração, a permanência de seus filhos nas classes bíblicas durante a exibição.
Importante: Por favor, sinta-se incentivado a compartilhar e exibir em sua igreja. Só pedimos que siga as permissões abaixo:
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que adicione as informações supracitadas, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
Fonte: Blog Pastor Renato Vargens e Blog Voltemos