sábado, 21 de abril de 2012

O jogo que as pessoas jogam

Todas as caras que as pessoas fazem
sua atenção e gentileza voltados para mim
será que não passam de jogos de manipulação
para que eu faça o que eles querem?

Será paranóia da minha parte
ou faz parte de seus jogos
as máscaras que usam
e que não sou capaz de decifrar.

Sei que não posso julgar as intenções
e seus sentimentos me são ocultos
mas vejo jogadas ensaiadas
que culminam em um xeque-mate.

As orações que são feitas
que propósito tem?
Me levar a algum lugar
ou me tirar algum bem?

São palavras, gestos e expressões
que me excluem caso não não aceite seu jogo
regras sociais mentirosas
que controlam e mantém o seu posto.

Sim, estou falando do que vejo ao meu redor
das caras e bocas que faço
só para manter meu espaço
e poder sobreviver.

Estou falando das oportunidades perdidas
porque recusei seguir um padrão estético
porque dei minha opinião
e, mesmo dentro da lei, decidi me manifestar.

Estou falando de uma marca que recebi
por ter escolhido a sanidade
e as guerras que irei comprar
enchendo a consciência com a verdade.

Como se não bastasse, inconscientemente,
pedem-me constantemente
para que eu prove quem sou
e o que sou capaz de fazer.

Preciso provar que valorizo o que ganho?
Preciso provar que não sou igual a meus pais?
Preciso provar que sou diferente,
que não estou ali para julgar ninguém?

Entristeço, nesse jogo que as pessoas costumam jogar
umas com as outras
e se escrevo sou recriminada
já fui punida, não perco mais nada.

Hoje a dor vem anestesiada
pelos comprimidos e pelo cansaço
porque não tenho
que provar mais nada.

E se nada tenho é porque não quero mais jogar
com essas regras inúteis
esse jogo mesquinho
de máscaras e manipulações.

Pois quem me julga ainda quer controlar
e decidir, e determinar
e é tão infeliz quanto aqueles que já condenou.

Será que essas atitudes ao meu redor
 não passam de um joguinho barato
em um tabuleiro de barro
que em breve vai se espatifar?


(Angela Natel - 21/04/2012)


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O jogo que as pessoas jogam

Todas as caras que as pessoas fazem
sua atenção e gentileza voltados para mim
será que não passam de jogos de manipulação
para que eu faça o que eles querem?

Será paranóia da minha parte
ou faz parte de seus jogos
as máscaras que usam
e que não sou capaz de decifrar.

Sei que não posso julgar as intenções
e seus sentimentos me são ocultos
mas vejo jogadas ensaiadas
que culminam em um xeque-mate.

As orações que são feitas
que propósito tem?
Me levar a algum lugar
ou me tirar algum bem?

São palavras, gestos e expressões
que me excluem caso não não aceite seu jogo
regras sociais mentirosas
que controlam e mantém o seu posto.

Sim, estou falando do que vejo ao meu redor
das caras e bocas que faço
só para manter meu espaço
e poder sobreviver.

Estou falando das oportunidades perdidas
porque recusei seguir um padrão estético
porque dei minha opinião
e, mesmo dentro da lei, decidi me manifestar.

Estou falando de uma marca que recebi
por ter escolhido a sanidade
e as guerras que irei comprar
enchendo a consciência com a verdade.

Como se não bastasse, inconscientemente,
pedem-me constantemente
para que eu prove quem sou
e o que sou capaz de fazer.

Preciso provar que valorizo o que ganho?
Preciso provar que não sou igual a meus pais?
Preciso provar que sou diferente,
que não estou ali para julgar ninguém?

Entristeço, nesse jogo que as pessoas costumam jogar
umas com as outras
e se escrevo sou recriminada
já fui punida, não perco mais nada.

Hoje a dor vem anestesiada
pelos comprimidos e pelo cansaço
porque não tenho
que provar mais nada.

E se nada tenho é porque não quero mais jogar
com essas regras inúteis
esse jogo mesquinho
de máscaras e manipulações.

Pois quem me julga ainda quer controlar
e decidir, e determinar
e é tão infeliz quanto aqueles que já condenou.

Será que essas atitudes ao meu redor
 não passam de um joguinho barato
em um tabuleiro de barro
que em breve vai se espatifar?


(Angela Natel - 21/04/2012)