quarta-feira, 20 de março de 2019

Cristianismo como ideologia



"A ideologia tenta tecer uma imagem consistente da realidade que então se torna a base de todo o nosso pensamento e ação.

O cristianismo quase sempre mostrou a necessidade de construir sistemas e estruturas. Não apenas construiu instituições eclesiásticas poderosas, mas também todos os sistemas teológicos abrangentes. Sua fome de empreender foi monumental.
O raciocínio para isso é mais intrigante. Por um lado, a igreja justifica sua centralização de poder alegando que, dessa maneira, pode servir melhor ao mundo. Por outro lado, justifica seus sistemas teológicos como mapear uma visão de como o mundo deveria ser e como a vida deveria ser vivida. Em ambos os casos, a lógica é servir melhor ao mundo.

A realidade é que a igreja tão frequentemente serve a si mesma. E a ideologia proposta pela igreja tanto une quanto cega. Pois podemos muito bem questionar o que é, na melhor das hipóteses, um mito de que o poder centralizado aumenta a servidão. A experiência indicaria que as duas ideias estão em radical oposição.

O lamento de Jacques Ellul, portanto, precisa ser ouvido: "O cristianismo também pode claramente se tornar uma ideologia. De fato, ele se tornou uma", pois as ideologias não servem a ninguém além de si mesmas.

Obedecer à pessoa de Cristo é mais radicalmente significativo do que seguir os ditames de nossas criações eclesiásticas."
Charles Ringma

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Cristianismo como ideologia



"A ideologia tenta tecer uma imagem consistente da realidade que então se torna a base de todo o nosso pensamento e ação.

O cristianismo quase sempre mostrou a necessidade de construir sistemas e estruturas. Não apenas construiu instituições eclesiásticas poderosas, mas também todos os sistemas teológicos abrangentes. Sua fome de empreender foi monumental.
O raciocínio para isso é mais intrigante. Por um lado, a igreja justifica sua centralização de poder alegando que, dessa maneira, pode servir melhor ao mundo. Por outro lado, justifica seus sistemas teológicos como mapear uma visão de como o mundo deveria ser e como a vida deveria ser vivida. Em ambos os casos, a lógica é servir melhor ao mundo.

A realidade é que a igreja tão frequentemente serve a si mesma. E a ideologia proposta pela igreja tanto une quanto cega. Pois podemos muito bem questionar o que é, na melhor das hipóteses, um mito de que o poder centralizado aumenta a servidão. A experiência indicaria que as duas ideias estão em radical oposição.

O lamento de Jacques Ellul, portanto, precisa ser ouvido: "O cristianismo também pode claramente se tornar uma ideologia. De fato, ele se tornou uma", pois as ideologias não servem a ninguém além de si mesmas.

Obedecer à pessoa de Cristo é mais radicalmente significativo do que seguir os ditames de nossas criações eclesiásticas."
Charles Ringma