04/06/05
Mas preciso aguentar, faltam apenas 20 dias prá isso tudo acabar, e eu ficar livre de vê-lo todos os dias e ainda correr o risco de me delatar. Preciso ficar sozinha, em paz, para pensar, ler, trabalhar.
Sonhei nesta noite com a T. e a S. que, no sonho, vieram aqui. Que saudade delas! Não vejo a hora de poder dar um abraço nelas. Como eu gostaria que elas soubessem que não sou tudo aquilo que elas pensam que sou. Sou tão falha...
Estou escrevendo hoje, recuperando o que vivi nas duas últimas semanas, e sei que exagerei um pouco nas palavras, já que ficarei menstruada amanhã, mas não posso deixar de escrever só por causa disso, ainda mais porque escrever é uma vontade que vem e vai de repente, não posso deixar passar esses momentos.
Tenho saudades de tudo e de todos, mas não desejo, de modo algum, voltar atrás, tenho saudades do que está à minha frente, da África, de um filho a quem, sinto que estou escrevendo estas páginas. Tenho saudades de tudo, até de mim mesma em alguns momento. É como eu disse prá L. nesta semana, e acho que nem ela tem noção do que exatamente eu quis dizer, quando falei que sinto que sou a mesma pessoa que um dia teve quinze anos, e não penso que mudei tanto assim, não vejo necessidade de ser outra só porque envelheci. Penso, para muitas coisas, a mesma coisa, então prá que fingir? Vejo os olhares de muitos achando que sou apenas uma criança grande, quando não tenho mais vergonha de rir alto, de ouvir música alta, de fazer brincadeiras, de deixar que riam de mim, é tão bom, tão desestressante, e as pessoas parecem sentir pena de mim, sem saberem que são nesses momentos que sou eu mesma e por isso me sinto feliz.
Terminei de ler “Magia e divinações do Antigo Egito”, de Eleanor L. Harris (auto intitulada de ‘A Sacerdotisa de Thot’). Um manual básico de magia egípcia para os dias de hoje, fundamentada naquilo que realmente era a magia do Antigo Egito. Muito esclarecedor.
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