quinta-feira, 21 de março de 2013

Preocupação


Então de repente
era casada e não sou mais
era missionária
e não sou mais
era assídua aos cultos
não sou mais
era professora de ensino fundamental
não sou mais
era estrangeira
não sou mais.

Remédio que me mantém no controle
duas faculdades, um mestrado
aulas que posso ministrar
Teologia, Sociologia, Antropologia.

Mas agora tenho um desafio
de vencer o luto do divórcio.
Nem sei explicar o que sinto
então como vou me declarar?

Não sei se estou preparada
para trabalhar nesta área tão delicada
onde fui tão machucada
(e ninguém faz idéia do quanto),
mexer em velhos gatilhos
que me põem em alerta.

Penso no sorriso
uma nova esperança.
Queria tanto que fosse verdade,
poder recomeçar com quem posso confiar
um companheiro, um amigo
alguém que me conhece
um cúmplice, um amante,
alguém que me desafie
e que não tem medo de crescer
e de mudar, que tem coração de servo, de pai
que ama adotar,
que cuida, e sabe se relacionar.

É bom demais prá ser verdade,
mas a coragem, onde está?

Nem sei exatamente o que sinto,
mas preciso saber, e escrever,
porque não vivo em meio a tanta indefinição.
Que Deus me dê sabedoria,
e prepare nossos corações
para que não nos percamos um do outro no processo.

(Angela Natel - 21/03/2013)

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Preocupação


Então de repente
era casada e não sou mais
era missionária
e não sou mais
era assídua aos cultos
não sou mais
era professora de ensino fundamental
não sou mais
era estrangeira
não sou mais.

Remédio que me mantém no controle
duas faculdades, um mestrado
aulas que posso ministrar
Teologia, Sociologia, Antropologia.

Mas agora tenho um desafio
de vencer o luto do divórcio.
Nem sei explicar o que sinto
então como vou me declarar?

Não sei se estou preparada
para trabalhar nesta área tão delicada
onde fui tão machucada
(e ninguém faz idéia do quanto),
mexer em velhos gatilhos
que me põem em alerta.

Penso no sorriso
uma nova esperança.
Queria tanto que fosse verdade,
poder recomeçar com quem posso confiar
um companheiro, um amigo
alguém que me conhece
um cúmplice, um amante,
alguém que me desafie
e que não tem medo de crescer
e de mudar, que tem coração de servo, de pai
que ama adotar,
que cuida, e sabe se relacionar.

É bom demais prá ser verdade,
mas a coragem, onde está?

Nem sei exatamente o que sinto,
mas preciso saber, e escrever,
porque não vivo em meio a tanta indefinição.
Que Deus me dê sabedoria,
e prepare nossos corações
para que não nos percamos um do outro no processo.

(Angela Natel - 21/03/2013)