quarta-feira, 2 de maio de 2012

Julgamento de cotas raciais, pensamento da semana que passou


                               

Rô Moreira

Nesta semana vivemos um marco na história do Brasil, mas poderia ter sido mais bem aproveitado este momento. As questões das cotas raciais nos trazem alguns questionamentos quanto à igualdade das “raças”, pois a cada votação se ouvia curiosos argumentos como ponte de afirmação para essas decisões.

Pegando como exemplo e de forma aleatória, a justificativa do voto de um dos juízes, o Ministro Luiz Fux. Entre as suas argumentações, ele chegou a citar o feito no atletismo de um americano negro nos jogos olímpicos de 1936, em Berlim. Dizendo o quanto àquele atleta irritou Hitler por sua vitória, pois o líder nazista tinha já planos de uma raça ariana, isso não tem nada a ver com o pleito. Ele também citou os tempos do período colonial brasileiro, onde ocorreram às concessões aos poucos, até uma libertação por completo dos escravos, que até hoje é reclamada, por parte dos negros, da forma como tudo ocorreu, isto é, sem amparo algum para eles. Vale ressaltar que aos Nazistas Alemãs escravizaram e exterminaram os judeus e os europeus escravizaram os africanos e não os brancos escravizaram os negros, por serem simplesmente negros. Daí vai muita diferença, pois do jeito que colocam, parece que os brasileiros brancos escravizaram seus irmãos negros por conta da cor de sua pele, além do mais, todo proletariado brasileiro é tratado com o princípio da igualdade, ou seja, os mesmos direitos trabalhistas.

Numa analise mais profunda, mesmo sendo leiga em parte, confesso não ter entendido a não ampliação aos índios (verdadeiros donos destas terras) e a camada mais pobre da sociedade. Nada contra a tentativa de reparação dos danos, mas no Brasil não existe uma discriminação velada e direcionada por conta da cor da pele. É notório que os filhos das pessoas mais ricas e abastardas da sociedade, abocanham a maioria das vagas nas universidades públicas, por terem um melhor preparo. Porém, vejo uma grande massa de jovens brancos pobres sendo lesados com essa decisão, daí, no meu entender as cotas sociais seriam mais justas e alcançariam a maioria dos negros, como foi à intenção dos ministros.
Da forma como foi decidido, acredito que no futuro haverá algumas resistências, pois a universidade pública é alcançada por méritos e não simplesmente pela cor da pele. Ocorreu em algumas universidades que tem o sistema de cotas, que alguns negros alcançaram vagas com notas baixíssimas, em detrimento a brancos e negros, que optaram pelo método convencional. Essa discrepância estará mais visível e com mais frequência no futuro, onde jovens brancos pobres em condições financeiras iguais a jovens negros pobres, perderão suas vagas para os brancos riquinhos, enquanto os negros com situação de abastança, abocanharão as vagas dos negros pobres e quanto aos índios, esses é melhor exterminá-los: 
Veja o que aconteceu com o Índio guarani Araju Sepeti que foi retirado à força do plenário do STF após se manifestar contra a posição do Supremo Tribunal Federal de julgar apenas as cotas para negros. Disse ele: "Vocês violam os direitos de todos e não respeitam a Constituição. O Brasil é composto de três raças: raça indígena, raça branca e raça negra”, afirmou Sepeti. Sendo preso logo em seguida.

 Quando assisto na televisão comissões ou debates, que dizem que a grande maioria do analfabetismo brasileiro é fruto de uma discriminação racial, eu realmente fico preocupada. Pelo menos no Rio de Janeiro, ninguém proíbe as crianças de estudarem por serem negras e pobres, além do mais, a mais de uma década são distribuídos materiais escolares para as crianças dessa camada da sociedade. Portanto, se não estudam a culpa é dos seus pais que são irresponsáveis, mas quando se fala em escola de samba, pagode, funk, botequim ou maracanã, esses mesmos pais estão sempre prontos, não faltam um evento sequer.


Paz e bom final de semana a todos!

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Julgamento de cotas raciais, pensamento da semana que passou


                               

Rô Moreira

Nesta semana vivemos um marco na história do Brasil, mas poderia ter sido mais bem aproveitado este momento. As questões das cotas raciais nos trazem alguns questionamentos quanto à igualdade das “raças”, pois a cada votação se ouvia curiosos argumentos como ponte de afirmação para essas decisões.

Pegando como exemplo e de forma aleatória, a justificativa do voto de um dos juízes, o Ministro Luiz Fux. Entre as suas argumentações, ele chegou a citar o feito no atletismo de um americano negro nos jogos olímpicos de 1936, em Berlim. Dizendo o quanto àquele atleta irritou Hitler por sua vitória, pois o líder nazista tinha já planos de uma raça ariana, isso não tem nada a ver com o pleito. Ele também citou os tempos do período colonial brasileiro, onde ocorreram às concessões aos poucos, até uma libertação por completo dos escravos, que até hoje é reclamada, por parte dos negros, da forma como tudo ocorreu, isto é, sem amparo algum para eles. Vale ressaltar que aos Nazistas Alemãs escravizaram e exterminaram os judeus e os europeus escravizaram os africanos e não os brancos escravizaram os negros, por serem simplesmente negros. Daí vai muita diferença, pois do jeito que colocam, parece que os brasileiros brancos escravizaram seus irmãos negros por conta da cor de sua pele, além do mais, todo proletariado brasileiro é tratado com o princípio da igualdade, ou seja, os mesmos direitos trabalhistas.

Numa analise mais profunda, mesmo sendo leiga em parte, confesso não ter entendido a não ampliação aos índios (verdadeiros donos destas terras) e a camada mais pobre da sociedade. Nada contra a tentativa de reparação dos danos, mas no Brasil não existe uma discriminação velada e direcionada por conta da cor da pele. É notório que os filhos das pessoas mais ricas e abastardas da sociedade, abocanham a maioria das vagas nas universidades públicas, por terem um melhor preparo. Porém, vejo uma grande massa de jovens brancos pobres sendo lesados com essa decisão, daí, no meu entender as cotas sociais seriam mais justas e alcançariam a maioria dos negros, como foi à intenção dos ministros.
Da forma como foi decidido, acredito que no futuro haverá algumas resistências, pois a universidade pública é alcançada por méritos e não simplesmente pela cor da pele. Ocorreu em algumas universidades que tem o sistema de cotas, que alguns negros alcançaram vagas com notas baixíssimas, em detrimento a brancos e negros, que optaram pelo método convencional. Essa discrepância estará mais visível e com mais frequência no futuro, onde jovens brancos pobres em condições financeiras iguais a jovens negros pobres, perderão suas vagas para os brancos riquinhos, enquanto os negros com situação de abastança, abocanharão as vagas dos negros pobres e quanto aos índios, esses é melhor exterminá-los: 
Veja o que aconteceu com o Índio guarani Araju Sepeti que foi retirado à força do plenário do STF após se manifestar contra a posição do Supremo Tribunal Federal de julgar apenas as cotas para negros. Disse ele: "Vocês violam os direitos de todos e não respeitam a Constituição. O Brasil é composto de três raças: raça indígena, raça branca e raça negra”, afirmou Sepeti. Sendo preso logo em seguida.

 Quando assisto na televisão comissões ou debates, que dizem que a grande maioria do analfabetismo brasileiro é fruto de uma discriminação racial, eu realmente fico preocupada. Pelo menos no Rio de Janeiro, ninguém proíbe as crianças de estudarem por serem negras e pobres, além do mais, a mais de uma década são distribuídos materiais escolares para as crianças dessa camada da sociedade. Portanto, se não estudam a culpa é dos seus pais que são irresponsáveis, mas quando se fala em escola de samba, pagode, funk, botequim ou maracanã, esses mesmos pais estão sempre prontos, não faltam um evento sequer.


Paz e bom final de semana a todos!