"Esta afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior" (1 Timóteo 1:15).
Fim de trimestre, fim de uma etapa, início de outra. Deus mostrando Sua graça, Seu favor. Vidas sendo transformadas por Ele, inclusive a minha. Foram dias tremendos da ação de Deus em Moçambique. Ele tem sido fiel em cumprir a Sua Palavra, nós temos experimentado Seu amor.
Louvo a Deus a cada dia pela bênção de poder usar a internet (mesmo que seja num computador da missão) e poder me comunicar com vocês com certa freqüência. Louvo a Deus pelas pessoas que Ele tem chamado e levantado aí para que esta obra seja possível.
Louvo a Deus por chamar e levantar pessoas que são vasos para honra do nome de Jesus aqui em Moçambique, que lutam pela verdade e pela justiça e que, com um caráter íntegro, têm transformado o destino de muitos jovens moçambicanos.
Louvo a Deus pelas palavras de John Pitt no livro "Quando vem a perseguição": "Deus não tem problemas, Ele tem apenas planos. É por isso que não existe pânico no céu." São nas horas mais atribuladas que percebemos que nenhum sacrifício é grande demais quando se trata do destino de toda uma nação perdida em sua própria miséria e destruição.
O trabalho não diminuiu, e as batalhas se intensificaram em todos os sentidos: física, emocional e espiritualmente. Continuo contando com suas orações.
Neste mês tive a oportunidade de compartilhar a Palavra de Deus num culto dirigido aos funcionários, líderes e missionários deste trabalho. Foi um momento difícil pois um dos trabalhadores tinha acabado de falecer e a notícia chegou aproximadamente cinco minutos antes de eu receber o microfone. A morte é tratada aqui com muita solenidade e pesar. O culto aos ancestrais ainda é muito forte e foram 3 dias de velório e cerimônias. Mesmo assim Deus foi fiel, usou (e ainda está usando) desta situação para transformar o caráter de muitos aqui. É uma bênção.
Ainda nestes dias ganhei um presente maravilhoso: uma Bíblia na língua macua. Cheguei a estudar sobre a sociedade macua quando estive em Brasília fazendo o curso da ALEM (Associação Lingüística Evangélica Missionária). Eles são um povo do norte de Moçambique e têm uma cultura muito curiosa e muito bonita, mas nunca imaginei que iria conhecer dois pastores macua, receber oração deles e ainda ganhar uma Bíblia em sua língua. Que maravilha!
Tive dores fortíssimas de estômago e de cabeça por várias vezes neste mês. Além disso a rinite alérgica voltou a incomodar. Peço que os irmãos intercedam, porque temos discernido de Deus a intensidade da batalha espiritual neste lugar, o que tem refletido na saúde de muitos missionários.
Mesmo assim as últimas aulas do trimestre foram uma verdadeira lição de vida para nós professores. Por mais de uma vez tivemos a oportunidade de ouvir testemunhos dos alunos quanto à diferença que o curso fez nas suas vidas, e o que ouvimos nos encoraja a cada dia. Um dos exemplos foi um aluno do primeiro ano que contou sua história: Quando ele era pequeno, sua mãe não tinha dinheiro para pagar um trabalho feito pelo feiticeiro e
resolveu entregá-lo como pagamento. Ele cresceu como a "mulher" do feiticeiro, cozinhando, lavando, fazendo todos os serviços domésticos e mantendo relações sexuais com ele. Hoje, quem o vê não imagina que isso possa ter lhe acontecido. Foi um dos melhores alunos no trimestre em questão de conduta, notas e participação dentro e fora da sala de aula. Esses são os verdadeiros milagres que queremos ver em nossos dias: MUDANÇA DE ATITUDE! Qualidade de vida, não apenas demonstração de poder (cf. Mateus 7:15 a 23)!
Outras bênçãos chegaram aqui vindas do Brasil: três visitantes do estado de São Paulo, um deles, o pastor F. L., presidente do Ministério Internacional Restauração. Vale mencioná-los porque deixaram rastros de muita sede de Deus, tanto entre missionários quanto entre moçambicanos. Foram dias de muitas ministrações, palavras específicas de Deus para os nossos corações e um refrigério para nós que passamos muitas madrugadas só
recebendo o renovo do Senhor sobre as nossas vidas. Glória a Deus por Sua fidelidade e Seu cuidado. Deus mais uma vez me falou que Ele me trouxe para cá para me encher do conhecimento dEle e da Sua Palavra.
Temos entendido como Corpo aqui e Moçambique que precisamos ser filhos maduros para tomar posse da herança, daquilo que Deus já conquistou para nós, porque filhos imaturos são escravos da carne, dos nossos próprios desejos, servem àquele que deve ser nosso servo. Deus nos tem dado promessas, mas precisamos ser maduros a fim de administrar o que Ele tem para nos dar.
Temos o costume de perguntar se este é o tempo de Deus para fazer as coisas, mas entendemos agora que sabemos que está na época (estação) certa quando há fruto em abundância. Que esta palavra sirva de grande encorajamento para vocês, queridos irmãos e amigos, e que Deus dê sabedoria a cada um para discernir o tempo e o modo de avançar para a Sua obra. Vamos em frente! Há muito o que fazer!
As aulas de português para os missionários falantes de inglês têm sido um dos maiores desafios para mim, por incrível que pareça. Orem também por capacitação e fluência no inglês (que já está bem melhor se comparado com quando eu cheguei). O preparo para estas aulas tem me tomado mais tempo do que eu gostaria, por isso tenho me desgastado um pouco. Apesar de muito trabalho, tenho aprendido a não fazer mais para Deus do que ouço dEle. Isso tem me ajudado a não me sobrecarregar assumindo tarefas que outros foram capacitados para realizar.
Pastor E. U. já distribuiu o plano de aulas para o próximo trimestre
que, provavelmente se iniciará no dia 11 de agosto. Recebi quatro matérias: Velho Testamento (livros históricos e poéticos), Igreja e os Cinco Ministérios, Evangelismo e Israel na Profecia. Fiquei feliz com a diversidade de assuntos com os quais posso trabalhar para a edificação do Reino de Deus.
Mais cópias do livro de discipulado que escrevi têm sido produzidas e já estou preparando um novo livro, só que abordando a área de autoridade espiritual, como uma continuação do trabalho do primeiro. Conto com as suas orações também a esse respeito, para que o material venha a atender às reais necessidades do povo moçambicano.
O trabalho de comparação e pesquisa com a língua changana tem sido realizado,mas foi necessário diminuir a velocidade, devido à atenção que preciso dar neste estudo.
E, finalmente, nesta última semana, foi um tempo de rever planos, organizar materiais e nos despedir da antiga turma de líderes moçambicanos para receber a nova. Foram momentos muito emocionantes, dos quais pretendo "scannear" algumas fotos a fim de tentar ajudar os irmãos na compreensão do que realmente tem sido esse tempo para mim.
O mês de agosto chegou, e já são oito meses que estou aqui em Moçambique, oito meses que passaram muito rápido. Provavelmente este próximo trimestre finalize na semana do dia 15 de novembro, data a partir da qual poderei me preparar para o retorno ao Brasil. Escrever sobre isso me enche mais o coração de saudades e de uma nítida sensação de que apenas uma etapa passou, e outra se iniciará, com novos desafios e novos níveis de intimidade com Deus.
Gostaria de deixar registrado aqui o meu muito obrigado pelo pacote com mais de 100 exemplares de "O Mensageiro" que a AMB (Associação Menonita Beneficente) me enviou através do meu grande amigo A. S. C. (também responsável pela minha página na internet). Moçambique agradece imensamente as sementes que foram enviadas e lançadas sobre esta terra fértil a qual o Senhor nos enviou. Deus os abençoe ricamente por isso. Muito obrigada, A.!
Também o meu muito obrigada por todo o apoio e incentivo que a JMMI (Junta Menonita de Missões Internacionais) tem me dado através dos queridos irmãos P.e V. Deus é fiel para recompensá-los cem vezes mais. Glória a Deus por isso!
Um último pedido de oração é pelo visto para esses meses que faltam aqui em Moçambique. Muitas situações têm se mostrado difíceis, mas cremos na provisão de Deus para que tudo saia conforme Sua boa, perfeita e agradável vontade.
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