domingo, 5 de abril de 2009

Situação em 2009







Voltando do túnel do tempo - porque estou publicando minha história passada - meu marido ligou ontem.



Ele tem mantido o ritmo de ligar uma vez por semana, sondar a situação, repetir as mesmas decisões só para deixar bem claro que é que manda. Fazia tempo que não nos falávamos, já que nas últimas vezes eu só chorava e tinha crises.



Aí ele ligou, parei de lavar a louça e atendi, consciente do que viria. Quase não falei, de início. Ele fez milhares de perguntas, resumi ao máximo, para evitar que minhas emoções assumissem o controle, afinal são 4 meses de tratamento em que ele deveria estar aqui, etc...



4 meses já passaram em que um oceano nos separa, e eu pensei que não aguentaria. Ele gastou todo o dinheiro que eu nem sabia que ele tinha, viajando para Dubai, comprando e vendendo autopeças. Gastou até o que deveria ter usado para a passagem dele para cá, por isso não veio no início de março, como combinamos.



Quis me fazer mais uma lista de promessas, como sempre, e eu disse que não quero mais promessas, porque ele não consegue cumprir nada do que promete.



Ele não quis emprestar dinheiro para a passagem de vinda ao Brasil, mas emprestou dinheiro para aluguel de casa lá em Moçambique, e só quer me ligar uma vez por semana, não mais do que isso.



O que eu disse é que não quero mais essa vida. Não quero mais sofrer por causa dele. Quando ele comprar a passagem (que disse ser no mês que vem) ele ligue para meu pai dizendo o dia e a hora que chega no aeroporto e meu pai vai buscá-lo. Não quero mais falar com ele por telefone. É perda de tempo e só me machuca mais.



Não preciso ouvir que ele não quer me ligar mais do que uma vez por semana. Não preciso saber que ele gasta dinheiro com outras coisas e pessoas enquanto eu estou passando necessidade e lutando para sobreviver aqui.



Não preciso.






Quando ele chegar, aí será a hora da decisão.



Por enquanto, é só tentar ficar bem, porque Deus cuida de mim, mesmo quando todos me abandonam.






Sinto falta da minha irmã. Faz um mês que a gente não conversa e só hoje a vi.



De tudo o que ela já me acusou ela faz o mesmo. Somos feitas da mesma matéria. Somos iguais, mesmo sendo tão diferentes.



Cansei de ter que ficar cuidando com as palavras e gestos perto dela. Qualquer coisa pode ser motivo para uma cara feia, uma reprovação, um distanciamento. Sempre foi assim. Eu nunca pude ter opinião perto dela, a não ser quando a minha opinião combinava com a dela. Nos assuntos que a gente concorda a gente se dá muito bem.



Queria que independente de todas essas coisas, o amor que a gente tem uma pela outra fosse maior. Cansei de ter que sempre ir atrás.
Então, para acabar com meu dia ontem, terminar de destruir, assisti um filme que estava há tempo curiosa para ver "À prova de fogo" - dos mesmos produtores de "Desafiando os gigantes".
É de matar. Cada cena, uma emoção, um desafio, uma luta. O tema? Casamento. Tem até um livro já publicado a respeito do filme - "O desafio do amor" - lançado apenas em inglês.
Será que realmente quero continuar?

Eu não sei ser irmã. Não sei ser esposa. Não sei viver.

Um comentário:

Lúcia disse...

Mas pode aprender, com certeza pode. Todos nascemos sem saber nada, estudamos isso, pesquisamos aquilo... até que percebemos que nossos pais não nos prepararam para a vida. Temos que aprender a viver, batendo cabeça, chutando pedras, ralando o joelho e o coração... más escolhas todos fazemos e elas trazem consequencias. Cada um tem uma opinião, mas quem sofre as consequencias somos nós... porisso, só Deus para nos ajudar, mudar nosso rumo, colocar tudo no lugar, pq se depender a gente, a coisa só piora. Que nosso paizinho querido sente aí contigo e te ensine, com paciência, os passos a dar, te capacitando a cada momento. Te amo, amiga. Bjins

Situação em 2009







Voltando do túnel do tempo - porque estou publicando minha história passada - meu marido ligou ontem.



Ele tem mantido o ritmo de ligar uma vez por semana, sondar a situação, repetir as mesmas decisões só para deixar bem claro que é que manda. Fazia tempo que não nos falávamos, já que nas últimas vezes eu só chorava e tinha crises.



Aí ele ligou, parei de lavar a louça e atendi, consciente do que viria. Quase não falei, de início. Ele fez milhares de perguntas, resumi ao máximo, para evitar que minhas emoções assumissem o controle, afinal são 4 meses de tratamento em que ele deveria estar aqui, etc...



4 meses já passaram em que um oceano nos separa, e eu pensei que não aguentaria. Ele gastou todo o dinheiro que eu nem sabia que ele tinha, viajando para Dubai, comprando e vendendo autopeças. Gastou até o que deveria ter usado para a passagem dele para cá, por isso não veio no início de março, como combinamos.



Quis me fazer mais uma lista de promessas, como sempre, e eu disse que não quero mais promessas, porque ele não consegue cumprir nada do que promete.



Ele não quis emprestar dinheiro para a passagem de vinda ao Brasil, mas emprestou dinheiro para aluguel de casa lá em Moçambique, e só quer me ligar uma vez por semana, não mais do que isso.



O que eu disse é que não quero mais essa vida. Não quero mais sofrer por causa dele. Quando ele comprar a passagem (que disse ser no mês que vem) ele ligue para meu pai dizendo o dia e a hora que chega no aeroporto e meu pai vai buscá-lo. Não quero mais falar com ele por telefone. É perda de tempo e só me machuca mais.



Não preciso ouvir que ele não quer me ligar mais do que uma vez por semana. Não preciso saber que ele gasta dinheiro com outras coisas e pessoas enquanto eu estou passando necessidade e lutando para sobreviver aqui.



Não preciso.






Quando ele chegar, aí será a hora da decisão.



Por enquanto, é só tentar ficar bem, porque Deus cuida de mim, mesmo quando todos me abandonam.






Sinto falta da minha irmã. Faz um mês que a gente não conversa e só hoje a vi.



De tudo o que ela já me acusou ela faz o mesmo. Somos feitas da mesma matéria. Somos iguais, mesmo sendo tão diferentes.



Cansei de ter que ficar cuidando com as palavras e gestos perto dela. Qualquer coisa pode ser motivo para uma cara feia, uma reprovação, um distanciamento. Sempre foi assim. Eu nunca pude ter opinião perto dela, a não ser quando a minha opinião combinava com a dela. Nos assuntos que a gente concorda a gente se dá muito bem.



Queria que independente de todas essas coisas, o amor que a gente tem uma pela outra fosse maior. Cansei de ter que sempre ir atrás.
Então, para acabar com meu dia ontem, terminar de destruir, assisti um filme que estava há tempo curiosa para ver "À prova de fogo" - dos mesmos produtores de "Desafiando os gigantes".
É de matar. Cada cena, uma emoção, um desafio, uma luta. O tema? Casamento. Tem até um livro já publicado a respeito do filme - "O desafio do amor" - lançado apenas em inglês.
Será que realmente quero continuar?

Eu não sei ser irmã. Não sei ser esposa. Não sei viver.