quinta-feira, 6 de julho de 2023

Um desabafo

 


Sou autista de nível 1 de suporte (está em todas as minhas BIOS), tenho histórico de abuso por décadas da minha vida, estou recomeçando minha vida há um ano e meio. Ninguém tem o direito de exigir nada que eu não tenha me comprometido a fazer. Não preciso de admiração. Exijo respeito. Identidade de gênero não é sinônimo de caráter, muito menos de respeito. Hoje uma pessoa que desconheço mandou mensagem no privado do Instagram fazendo uma recomendação não solicitada. Quando não respondi de acordo com as expectativas que a pessoa criou a meu respeito, virei a arrogante. A pessoa continuou me xingando, desrespeitando e insistindo por horas. Até, por fim, eu bloqueá-la. Agora recebo comentário em meu canal me chamando de ridícula porque bloqueei uma pessoa não binária que só queria recomendar algo sobre a Palestina, mostrando que desconhece meu posicionamento, fontes e ensino. Estou há 2 dias respondendo a mensagens abusivas e comentários desnecessários. Tem mais de um vídeo em meu canal em que detalhou os avisos que sofri. Ninguém tem o direito de vir em minhas redes a fim de que eu atenda suas expectativas. Não sou obrigada. Trabalho incessantemente para poder construir minha vida e trabalho e ainda oferecer conteúdo acessível e fundamentado. Mesmo assim acham que tenho que estar disponível ou aberta a contactar quem quer que me mande mensagem no privado. Não dou conta. Não me é possível. Podem rotular. Podem espalhar mentiras. Aqui está minha autorização por escrito; inventem e suponham o que quiserem. Não sou obrigada a nada. Ninguém está em meu lugar. Não tenho responsabilidade sobre as expectativas que você cria a meu respeito. Me elogia num dia e quando recebe um 'não' começa a espalhar ódio contra mim? Não preciso desse tipo de admiração. Muito obrigada pelas mensagens de apoio e carinho de quem não invade espaços e não é palestrinhss pro meu lado. Já tenho que trabalhar dobrado por ser mulher em minha área de pesquisa, não preciso de paternalismo, recomendações e ajuda não solicitada. Prefiro que me odeiem do que me endeusem a ponto de achar que não tenho limites. Quero ver se disporem a lidar com pessoas com deficiência invisível, respeitando o espaço pessoal e construindo sobre os limites de cada um.

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Um desabafo

 


Sou autista de nível 1 de suporte (está em todas as minhas BIOS), tenho histórico de abuso por décadas da minha vida, estou recomeçando minha vida há um ano e meio. Ninguém tem o direito de exigir nada que eu não tenha me comprometido a fazer. Não preciso de admiração. Exijo respeito. Identidade de gênero não é sinônimo de caráter, muito menos de respeito. Hoje uma pessoa que desconheço mandou mensagem no privado do Instagram fazendo uma recomendação não solicitada. Quando não respondi de acordo com as expectativas que a pessoa criou a meu respeito, virei a arrogante. A pessoa continuou me xingando, desrespeitando e insistindo por horas. Até, por fim, eu bloqueá-la. Agora recebo comentário em meu canal me chamando de ridícula porque bloqueei uma pessoa não binária que só queria recomendar algo sobre a Palestina, mostrando que desconhece meu posicionamento, fontes e ensino. Estou há 2 dias respondendo a mensagens abusivas e comentários desnecessários. Tem mais de um vídeo em meu canal em que detalhou os avisos que sofri. Ninguém tem o direito de vir em minhas redes a fim de que eu atenda suas expectativas. Não sou obrigada. Trabalho incessantemente para poder construir minha vida e trabalho e ainda oferecer conteúdo acessível e fundamentado. Mesmo assim acham que tenho que estar disponível ou aberta a contactar quem quer que me mande mensagem no privado. Não dou conta. Não me é possível. Podem rotular. Podem espalhar mentiras. Aqui está minha autorização por escrito; inventem e suponham o que quiserem. Não sou obrigada a nada. Ninguém está em meu lugar. Não tenho responsabilidade sobre as expectativas que você cria a meu respeito. Me elogia num dia e quando recebe um 'não' começa a espalhar ódio contra mim? Não preciso desse tipo de admiração. Muito obrigada pelas mensagens de apoio e carinho de quem não invade espaços e não é palestrinhss pro meu lado. Já tenho que trabalhar dobrado por ser mulher em minha área de pesquisa, não preciso de paternalismo, recomendações e ajuda não solicitada. Prefiro que me odeiem do que me endeusem a ponto de achar que não tenho limites. Quero ver se disporem a lidar com pessoas com deficiência invisível, respeitando o espaço pessoal e construindo sobre os limites de cada um.