domingo, 30 de abril de 2023

Que seu amor chegue de mansinho

 


Chegue com cuidado nas minhas dores,
elas vêm de muito antes de você
Faça o esforço de lembrar que histórias milenares de feridas coloniais não se iniciam nem terminam em você
Tente não me reduzir aos meus medos, isso também dói
Meu povo está em guerra, não estranhe minha desconfiança
Não sou fria, egoísta ou indisponível emocionalmente,
mas não te ensinarei meu pulo do gato
Eu te amo e te demonstrarei isso da melhor maneira que conseguir e se isso for pouco, entendo sua partida
Mas não me faça dizer mais do que consigo
Não me arranque palavras que não tenho
Prometer o que não posso e dar o que não tenho me faz sentir roubado de mim
Eu sou forte, mas não queria usar minha força apenas para aguentar dor e sofrimento
Por favor, não abuse da minha força,
não teste meus limites
Meus sorrisos nascem do asfalto do ódio que o mundo me destina
No meio de tanta amargura, eu ainda estou aqui, tentando todo dia não repetir as violências que recebi
Pisa levinho no meu terreiro
Chega de mansinho nas minhas memórias
Me ajude a lembrar que as vozes estão erradas e que tenho o direito de amar e ser amada em paz.

Geni Nuñez - @genipapos no Instagram
Assista a live “Descatequizar para descolonizar”, com Geni Nuñez em meu canal no Youtube (Angela Natel) -
https://www.youtube.com/watch?v=mhtXVH-kO3I&t=2113s 


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Que seu amor chegue de mansinho

 


Chegue com cuidado nas minhas dores,
elas vêm de muito antes de você
Faça o esforço de lembrar que histórias milenares de feridas coloniais não se iniciam nem terminam em você
Tente não me reduzir aos meus medos, isso também dói
Meu povo está em guerra, não estranhe minha desconfiança
Não sou fria, egoísta ou indisponível emocionalmente,
mas não te ensinarei meu pulo do gato
Eu te amo e te demonstrarei isso da melhor maneira que conseguir e se isso for pouco, entendo sua partida
Mas não me faça dizer mais do que consigo
Não me arranque palavras que não tenho
Prometer o que não posso e dar o que não tenho me faz sentir roubado de mim
Eu sou forte, mas não queria usar minha força apenas para aguentar dor e sofrimento
Por favor, não abuse da minha força,
não teste meus limites
Meus sorrisos nascem do asfalto do ódio que o mundo me destina
No meio de tanta amargura, eu ainda estou aqui, tentando todo dia não repetir as violências que recebi
Pisa levinho no meu terreiro
Chega de mansinho nas minhas memórias
Me ajude a lembrar que as vozes estão erradas e que tenho o direito de amar e ser amada em paz.

Geni Nuñez - @genipapos no Instagram
Assista a live “Descatequizar para descolonizar”, com Geni Nuñez em meu canal no Youtube (Angela Natel) -
https://www.youtube.com/watch?v=mhtXVH-kO3I&t=2113s