Morrer é ser esquecido
Partir definitivamente
Ainda que respirando
Desaparecer.
Às vezes sinto-me morrendo
Sendo esquecida
Apagada da mente
E do coração.
Pessoas com quem não tenho contato
Aqueles que me deixam no vácuo
Ou simplesmente ignoram
Sem nenhuma reação.
Há os que prontamente respondem,
Demonstram preocupação.
Porém logo silenciam
Como se nada tivesse acontecido.
Ainda há os que me fizeram promessas,
Falam de amor
Porém não possibilitam uma conversa saudável
Sem acusações.
E finalmente aqueles
Para quem devo algo,
É como se por causa disso
Eu deixasse de existir.
Estou morta para os que me vêem
somente pelo que posso fazer,
Pelo que posso oferecer.
Para estes não existo.
Morro quando sou lembrada
Somente quando sou útil
E quando sou ignorada
Desapareci.
E ao compartilhar algo
Não vejo empatia
Apenas competição
Ou uma distorcida relação.
Assim vou morrendo aos poucos
Sendo esquecida
Sem lar aqui nem lá
Sou pó.
Angela Natel
Este poema é parte integrante do meu e-book 'Pedaços de Humanidade", publicado em formato Kindle, disponível na Amazon.
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Foto sobre a ponte do rio Zambeze, Moçambique, 2006.
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