segunda-feira, 22 de agosto de 2022

o que a gente faz

 


A gente se afasta pra manter a sanidade
E sai de onde está largando tudo para trás
A fim de parar um processo de morte
Do eu, da esperança, da nossa humanidade.

A gente para de manter contato
E não fica mais conversando
Com quem só tira sarro da nossa cara
E faz questão de nos manter por baixo
Ridicularizando, chamando a atenção, corrigindo,
Ou que nos trata como banco de dados, livros ou respostas,
Quem não nos trata como gente, com respeito e dignidade.

A gente sai de onde é sabotado
Pra não alimentar desejo de vingança nem maldade.
A gente sai de onde percebe que está sendo sugado
Nas energias, no trabalho, no desgaste de dedicação e nenhum reconhecimento.

A gente deixa pra trás um casamento abusivo
No qual se viveu todo tipo de violência
E deixa pra trás quem achou que era mentira
E nem se importou com a nossa sobrevivência.

A gente larga toda religiosidade

Que mesmo sem instituição continua violentando consciências

Continua manipulando

Então a gente larga mão de tudo isso
E de seu hábito de controlar vidas.
A gente para de defender o indefensável
Prá ajustar o foco do nosso olhar perdido.

A gente deixa de responder mensagens
Com perguntas e textos invasivos.
E para de tentar se justificar pros outros
E de tentar provar que merece respeito.

A gente não faz mais questão de ganhar uma discussão
Nem de prestar contas pra quem não caminha ao nosso lado.
A gente para de alimentar falsa esperança
De que os hipócritas e incoerentes vão reconhecer seu passo em falso.

A gente, finalmente, para de alimentar relação abusiva
Fundamentada em pedidos de perdão que não se responsabilizam pelos danos
Nem que buscam reparação.
A gente desliga o coração de quem só nos mata por dentro
Justificando violência e dor ainda que nos perca aos poucos.

Assim a gente segue em busca de paz.
Não tranquilidade, mas paz consigo mesmo.
Não há nada que pague o passo alinhado à consciência
Sem a necessidade de andar mal acompanhado.

Angela Natel


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o que a gente faz

 


A gente se afasta pra manter a sanidade
E sai de onde está largando tudo para trás
A fim de parar um processo de morte
Do eu, da esperança, da nossa humanidade.

A gente para de manter contato
E não fica mais conversando
Com quem só tira sarro da nossa cara
E faz questão de nos manter por baixo
Ridicularizando, chamando a atenção, corrigindo,
Ou que nos trata como banco de dados, livros ou respostas,
Quem não nos trata como gente, com respeito e dignidade.

A gente sai de onde é sabotado
Pra não alimentar desejo de vingança nem maldade.
A gente sai de onde percebe que está sendo sugado
Nas energias, no trabalho, no desgaste de dedicação e nenhum reconhecimento.

A gente deixa pra trás um casamento abusivo
No qual se viveu todo tipo de violência
E deixa pra trás quem achou que era mentira
E nem se importou com a nossa sobrevivência.

A gente larga toda religiosidade

Que mesmo sem instituição continua violentando consciências

Continua manipulando

Então a gente larga mão de tudo isso
E de seu hábito de controlar vidas.
A gente para de defender o indefensável
Prá ajustar o foco do nosso olhar perdido.

A gente deixa de responder mensagens
Com perguntas e textos invasivos.
E para de tentar se justificar pros outros
E de tentar provar que merece respeito.

A gente não faz mais questão de ganhar uma discussão
Nem de prestar contas pra quem não caminha ao nosso lado.
A gente para de alimentar falsa esperança
De que os hipócritas e incoerentes vão reconhecer seu passo em falso.

A gente, finalmente, para de alimentar relação abusiva
Fundamentada em pedidos de perdão que não se responsabilizam pelos danos
Nem que buscam reparação.
A gente desliga o coração de quem só nos mata por dentro
Justificando violência e dor ainda que nos perca aos poucos.

Assim a gente segue em busca de paz.
Não tranquilidade, mas paz consigo mesmo.
Não há nada que pague o passo alinhado à consciência
Sem a necessidade de andar mal acompanhado.

Angela Natel