Estátua dedicada à
rainha Jinga (ou Nzinga) de Matamba, em Angola. Por quatro décadas, a poderosa
soberana africana usou a guerra e a diplomacia para impedir o avanço do
colonialismo português em seus territórios, no século XVII. Embora tenha sido
uma das mulheres mais importantes da história da África, não existe qualquer
retrato ou ilustração contemporânea do rosto da rainha Jinga de Angola, que
reinou entre os anos de 1622 a 1663. A maioria das imagens produzidas sobre ela
são baseadas nos escritos de Frei Cavazzi, que viveu na corte de Ndongo durante
o governo da soberana. Numa litogravura clássica, feita muitos anos depois de
sua morte, Jinga aparece de forma bastante europeizada, para não dizer também
sexualizada, com o seio esquerdo à mostra. Levando isso em consideração, a
estátua da soberana oferece ao apreciador outro perfil, mais imponente. A
soberana está vestida em ricos tecidos, com um machado de guerra na mão
direita, símbolo de sua realeza e coragem em batalha.
Texto: Renato Drummond Neto
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