sábado, 16 de abril de 2022

Não vou me contentar

 


Não vou me contentar com o chão raso das redes sociais,

com as respostas e explicações simplistas,

com o acalento do ego.


Não vou alimentar Narciso, muito menos sossegar com as curtidas, os seguidores, os aplausos.

Se eu estivesse aqui para agradar, não seria pesquisadora,

não me aventuraria a ter um diagnóstico,

nem a aprender a me aceitar e me amar,

não escolheria o caminho mais difícil, o de ser fiel à própria consciência,

muito menos mostraria quem sou.


Se estivesse em busca de seguidores,

de dinheiro,

poder,

acataria às palavras dos inúmeros palestrinhas

sem pestanejar,

e ainda agradeceria "a contribuição",

sem nunca me posicionar contra os preconceitos,

os estereótipos,

contra a superficialidade do saber,

contra os "sabe-tudo" da internet,

que apenas repetem as lacrações que ouvem

e se acham o máximo,

se acham no direito de vir tomar satisfações

quando algo que posto desafia o que supostamente sabem,

acham que tenho obrigação de explicar o que posto, gratuitamente.


Não, não estou aqui pra te agradar.

Principalmente porque decidi pôr à prova tudo o que tinha aprendido e fui mais fundo,

porque vivi décadas colocando panos quentes sobre relacionamentos fundamentados na mentira, no abuso, na conveniência, no agradar e sempre sorrir, ainda que situações me deixassem desconfortável, ainda que ultrapassassem limites do respeito, do meu espaço, da minha vontade.


Não vou mais fingir concordar, não vou mais me calar.

E tudo o que ensinei com tanta veemência por décadas, repetindo discursos, dogmas e doutrinas, hoje provoco, ensino, questiono, numa constante desconstrução de mim mesma, com base em pesquisa.


E pesquisa não é um ponto final, absoluto.

É um constante desafiar-se,

uma constante elaboração de tese e antítese,

"até que se prove o contrário".


Estou cansada da superficialidade dessas interações, que se contenta com respostas simplistas, interpretações rasas e condicionadas.


Quero ir mais fundo,

pra poder mudar,

mudar a mim,

a mim somente.

Angela Natel

.

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Não vou me contentar

 


Não vou me contentar com o chão raso das redes sociais,

com as respostas e explicações simplistas,

com o acalento do ego.


Não vou alimentar Narciso, muito menos sossegar com as curtidas, os seguidores, os aplausos.

Se eu estivesse aqui para agradar, não seria pesquisadora,

não me aventuraria a ter um diagnóstico,

nem a aprender a me aceitar e me amar,

não escolheria o caminho mais difícil, o de ser fiel à própria consciência,

muito menos mostraria quem sou.


Se estivesse em busca de seguidores,

de dinheiro,

poder,

acataria às palavras dos inúmeros palestrinhas

sem pestanejar,

e ainda agradeceria "a contribuição",

sem nunca me posicionar contra os preconceitos,

os estereótipos,

contra a superficialidade do saber,

contra os "sabe-tudo" da internet,

que apenas repetem as lacrações que ouvem

e se acham o máximo,

se acham no direito de vir tomar satisfações

quando algo que posto desafia o que supostamente sabem,

acham que tenho obrigação de explicar o que posto, gratuitamente.


Não, não estou aqui pra te agradar.

Principalmente porque decidi pôr à prova tudo o que tinha aprendido e fui mais fundo,

porque vivi décadas colocando panos quentes sobre relacionamentos fundamentados na mentira, no abuso, na conveniência, no agradar e sempre sorrir, ainda que situações me deixassem desconfortável, ainda que ultrapassassem limites do respeito, do meu espaço, da minha vontade.


Não vou mais fingir concordar, não vou mais me calar.

E tudo o que ensinei com tanta veemência por décadas, repetindo discursos, dogmas e doutrinas, hoje provoco, ensino, questiono, numa constante desconstrução de mim mesma, com base em pesquisa.


E pesquisa não é um ponto final, absoluto.

É um constante desafiar-se,

uma constante elaboração de tese e antítese,

"até que se prove o contrário".


Estou cansada da superficialidade dessas interações, que se contenta com respostas simplistas, interpretações rasas e condicionadas.


Quero ir mais fundo,

pra poder mudar,

mudar a mim,

a mim somente.

Angela Natel

.

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