sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Sojourner Truth

 


Nas décadas de 1830 e 1870, um notável grupo de mulheres espíritas e profetas negras apareceu na costa leste, onde tinham carreiras públicas ativas. A mais conhecida delas foi Isabella Baumfree, que depois de uma experiência reveladora se renomeou Sojourner Truth (c. 1979-1883).

Nascida como escravizada no Estado de Nova York, ela viu seus irmãos sendo vendidos e foi vendida quando criança. Seu mestre a estuprou e mais tarde a forçou a se casar com um escravo mais velho de quem ela teve 5 filhos. Libertada pela lei do estado de Nova York em 1827, ela resgatou um de seus filhos da escravidão. Enquanto ainda era escrava, tinha conversas frequentes com Deus, e a partir delas se esforçava para aguentar seu destino. Sua rica vida religiosa interior culminou em uma visão, durante o tempo em que ela morava na cidade de Nova York e se sustentava no trabalho doméstico. Essa visão a ordenou a deixar a cidade e "declarar a verdade ao povo". A partir de então, ela viajou como pregadora itinerante no Norte, defendendo a abolição, os direitos das mulheres, a proteção dos pobres e sua própria marca de cristianismo pragmático.

Como místicos e profetas depois dela, Sojourner Truth derivou sua autoridade de sua comunicação direta com Deus. Ela era uma oradora carismática que teve um forte efeito sobre o público e muitas vezes domava multidões hostis por sua atitude destemida e comentários expressivos. Sojourner Truth está entre as mulheres negras no século 19, combinando firmemente a defesa de sua raça com a defesa de seu gênero. Mesmo na velhice, ela insistia em enfatizar a dualidade da opressão das mulheres negras, como membros da raça e como mulheres. Ela era bem diferente das outras místicas afro-americanas de seu tempo em operar na comunidade de reforma geral e não em uma igreja específica, apesar de ter tido contato com várias igrejas evangélicas no início de sua carreira.

~ Extraído de "The Creation of Feminist Consciousness: From the Middle Age to 1870" por Gerda Lerner (Oxford University Press, 1993), pp. 105-110.


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Sojourner Truth

 


Nas décadas de 1830 e 1870, um notável grupo de mulheres espíritas e profetas negras apareceu na costa leste, onde tinham carreiras públicas ativas. A mais conhecida delas foi Isabella Baumfree, que depois de uma experiência reveladora se renomeou Sojourner Truth (c. 1979-1883).

Nascida como escravizada no Estado de Nova York, ela viu seus irmãos sendo vendidos e foi vendida quando criança. Seu mestre a estuprou e mais tarde a forçou a se casar com um escravo mais velho de quem ela teve 5 filhos. Libertada pela lei do estado de Nova York em 1827, ela resgatou um de seus filhos da escravidão. Enquanto ainda era escrava, tinha conversas frequentes com Deus, e a partir delas se esforçava para aguentar seu destino. Sua rica vida religiosa interior culminou em uma visão, durante o tempo em que ela morava na cidade de Nova York e se sustentava no trabalho doméstico. Essa visão a ordenou a deixar a cidade e "declarar a verdade ao povo". A partir de então, ela viajou como pregadora itinerante no Norte, defendendo a abolição, os direitos das mulheres, a proteção dos pobres e sua própria marca de cristianismo pragmático.

Como místicos e profetas depois dela, Sojourner Truth derivou sua autoridade de sua comunicação direta com Deus. Ela era uma oradora carismática que teve um forte efeito sobre o público e muitas vezes domava multidões hostis por sua atitude destemida e comentários expressivos. Sojourner Truth está entre as mulheres negras no século 19, combinando firmemente a defesa de sua raça com a defesa de seu gênero. Mesmo na velhice, ela insistia em enfatizar a dualidade da opressão das mulheres negras, como membros da raça e como mulheres. Ela era bem diferente das outras místicas afro-americanas de seu tempo em operar na comunidade de reforma geral e não em uma igreja específica, apesar de ter tido contato com várias igrejas evangélicas no início de sua carreira.

~ Extraído de "The Creation of Feminist Consciousness: From the Middle Age to 1870" por Gerda Lerner (Oxford University Press, 1993), pp. 105-110.