quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Choro



Me diz, meu Deus
Como é que se vive neste mundo
Porque acho que não sei mais.

Queria pintar, criar, produzir
Viver uma vida sem medo
Viver
Sem ser recriminada
Quando peço ajuda
Quando as coisas saem do controle.
Queria conseguir escrever
E terminar o que comecei.
Não fugir, mudar
Sem desistir,
Sem parar
No meio do caminho.
Me ensina a viver, Deus,
Porque acho que não sei mais.
Tremi minha voz
Não ensinei como devia,
Sufoquei minha dor
Por coisas que parecem nada
Para os outros são nada,
Mas são vida prá mim.
Não sei mais explicar
Não quero mais ir
Aos lugares que quis
Quero gritar
Não consigo pensar.
Sou verme,
Sou nada,
Um vento a soprar.
Transborda meu cálice
De lágrimas, pesar.
Me sinto culpada,
Intrusa onde moro,
Estorvo num canto
Tropeçam em mim.
Não sei prá onde ir,
Não quero ficar,
Tristeza sem fim
Um barco sem mar.

Angela Natel – 19/07/2014

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Choro



Me diz, meu Deus
Como é que se vive neste mundo
Porque acho que não sei mais.

Queria pintar, criar, produzir
Viver uma vida sem medo
Viver
Sem ser recriminada
Quando peço ajuda
Quando as coisas saem do controle.
Queria conseguir escrever
E terminar o que comecei.
Não fugir, mudar
Sem desistir,
Sem parar
No meio do caminho.
Me ensina a viver, Deus,
Porque acho que não sei mais.
Tremi minha voz
Não ensinei como devia,
Sufoquei minha dor
Por coisas que parecem nada
Para os outros são nada,
Mas são vida prá mim.
Não sei mais explicar
Não quero mais ir
Aos lugares que quis
Quero gritar
Não consigo pensar.
Sou verme,
Sou nada,
Um vento a soprar.
Transborda meu cálice
De lágrimas, pesar.
Me sinto culpada,
Intrusa onde moro,
Estorvo num canto
Tropeçam em mim.
Não sei prá onde ir,
Não quero ficar,
Tristeza sem fim
Um barco sem mar.

Angela Natel – 19/07/2014