quarta-feira, 15 de outubro de 2014

(C)Omissão


Hoje li um dizer de Eduardo Galeano: "Temos guardado um silêncio bastante parecido com estupidez" (Eduardo Galeano, do livro "As Veias abertas da América Latina")
Isso me impulsionou a não manter-me mais em silêncio diante das injustiças, dos abusos, da opressão e da intimidação que tenho presenciado.
São pessoas que se dizem ‘de confiança’, mas anunciam publicamente informações confidenciadas, humilham e em seguida dizem que se trata de brincadeira, exploram os subordinados ‘por amizade’...
Pessoas que ocupam a maior parte do tempo em assuntos que gravitem em torno de si mesmos, deixando e pondo de lado o que importa ao outro.
São pessoas que não pensam antes de comentar nossos erros, de dar nomes às nossas falhas e explicar nossas faltas, mas que falam e agem como se fossem os ‘donos da verdade’, ainda que fundamentem a maior parte de sua opinião no que veem e ouvem na televisão.
São pessoas que cobram presença, reclamam de serem ‘os últimos a saber das coisas’, vivem competindo e intimidando, e ainda fazem questão de anunciar nossas falhas, mesmo as que cometemos na infância.
São pessoas controladoras, manipuladoras, falsas, intolerantes, que mantém seus subordinados no cabresto, exigindo e determinando as escolhas alheias.
São pessoas que pedem coisas ‘para ontem’, mas não têm pressa alguma em ajudar quando requisitados.
São pessoas que vivem reclamando de sua condição, mas quando ouvem uma reclamação, tratam-na com insignificância, comparando a dor alheia com algo que julgam pior, para que o outro se envergonhe de ter reclamado.
São pessoas que consideram as bandeiras que defendem como únicas e melhores, ignorando que os outros podem servir e atuar em diferentes áreas sem o seu conhecimento.
São pessoas que se autoproclamam profetas de Deus, mas baseiam suas palavras e atitudes em fontes duvidosas – seja uma distorção clara de textos bíblicos, seja em informações obtidas em ‘entrevistas com demônios’, seja em material extra bíblico – muito até mesmo de cunho ocultista.
São líderes, pastores, amigos, familiares, profetas, chefes, diretores, secretários, professores, pessoas de todas as idades, credos, posturas e perfis, cujo objetivo é servir ao seu próprio umbigo, lutar por um controle da situação e do outro, e que não sabem perder.
São pessoas que ensinam torcendo a verdade, que buscam um bode expiatório prá tudo, que não reconhecem o próprio erro, não cedem, não mudam, preferem manter sua postura e forçar o outro a mudar, não perdoam, não compreendem, não deixam passar.
Pessoas que exigem explicação para tudo, que não aceitam a correção, que perdem a oportunidade da comunhão pelo simples fato de priorizarem as relações que lhes trarão maior retribuição.
Pessoas que defendem o ‘profeta’ a despeito da verdade, incoerentes que querem liberdade de expressão somente quando a manifestação não atingir suas crenças pessoais.
Pessoas que falam e agem como se conhecessem o coração alheio, como se fossem Deus.
Sim, denuncio quem quer que se apresente, ainda que sutilmente, manifestando estes comportamentos.
Uma denúncia, um desabafo, um ato de liberdade. Não consigo mais me calar, não posso, não quero e não vou mais me conformar.
Desfaço-me do silêncio e, com isso, desta estupidez.

Angela Natel – outubro/2014


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(C)Omissão


Hoje li um dizer de Eduardo Galeano: "Temos guardado um silêncio bastante parecido com estupidez" (Eduardo Galeano, do livro "As Veias abertas da América Latina")
Isso me impulsionou a não manter-me mais em silêncio diante das injustiças, dos abusos, da opressão e da intimidação que tenho presenciado.
São pessoas que se dizem ‘de confiança’, mas anunciam publicamente informações confidenciadas, humilham e em seguida dizem que se trata de brincadeira, exploram os subordinados ‘por amizade’...
Pessoas que ocupam a maior parte do tempo em assuntos que gravitem em torno de si mesmos, deixando e pondo de lado o que importa ao outro.
São pessoas que não pensam antes de comentar nossos erros, de dar nomes às nossas falhas e explicar nossas faltas, mas que falam e agem como se fossem os ‘donos da verdade’, ainda que fundamentem a maior parte de sua opinião no que veem e ouvem na televisão.
São pessoas que cobram presença, reclamam de serem ‘os últimos a saber das coisas’, vivem competindo e intimidando, e ainda fazem questão de anunciar nossas falhas, mesmo as que cometemos na infância.
São pessoas controladoras, manipuladoras, falsas, intolerantes, que mantém seus subordinados no cabresto, exigindo e determinando as escolhas alheias.
São pessoas que pedem coisas ‘para ontem’, mas não têm pressa alguma em ajudar quando requisitados.
São pessoas que vivem reclamando de sua condição, mas quando ouvem uma reclamação, tratam-na com insignificância, comparando a dor alheia com algo que julgam pior, para que o outro se envergonhe de ter reclamado.
São pessoas que consideram as bandeiras que defendem como únicas e melhores, ignorando que os outros podem servir e atuar em diferentes áreas sem o seu conhecimento.
São pessoas que se autoproclamam profetas de Deus, mas baseiam suas palavras e atitudes em fontes duvidosas – seja uma distorção clara de textos bíblicos, seja em informações obtidas em ‘entrevistas com demônios’, seja em material extra bíblico – muito até mesmo de cunho ocultista.
São líderes, pastores, amigos, familiares, profetas, chefes, diretores, secretários, professores, pessoas de todas as idades, credos, posturas e perfis, cujo objetivo é servir ao seu próprio umbigo, lutar por um controle da situação e do outro, e que não sabem perder.
São pessoas que ensinam torcendo a verdade, que buscam um bode expiatório prá tudo, que não reconhecem o próprio erro, não cedem, não mudam, preferem manter sua postura e forçar o outro a mudar, não perdoam, não compreendem, não deixam passar.
Pessoas que exigem explicação para tudo, que não aceitam a correção, que perdem a oportunidade da comunhão pelo simples fato de priorizarem as relações que lhes trarão maior retribuição.
Pessoas que defendem o ‘profeta’ a despeito da verdade, incoerentes que querem liberdade de expressão somente quando a manifestação não atingir suas crenças pessoais.
Pessoas que falam e agem como se conhecessem o coração alheio, como se fossem Deus.
Sim, denuncio quem quer que se apresente, ainda que sutilmente, manifestando estes comportamentos.
Uma denúncia, um desabafo, um ato de liberdade. Não consigo mais me calar, não posso, não quero e não vou mais me conformar.
Desfaço-me do silêncio e, com isso, desta estupidez.

Angela Natel – outubro/2014