quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Lutas


Se tenho uma família?
Se vivo em minha casa?
Se tenho uma conta no banco?
Ou se garanto o sustento do mês?

Se recebo tranquilamente
O que me foi prometido?
Se o estudo e o trabalho
Vêm como bênçãos naturais?

Então me acusam de falta de fé.
Ansiedade, desvio, pecado e colheita do mal.
Ignorância que me tortura a alma.
Falta de amor e de conhecimento de Deus.

Não, não tenho família.
Vivo do favor dos meus pais.
Dependo do bom humor e vontade deles
Para me alimentar e pagar minhas contas.

Não, não tenho uma casa.
Vivo numa peça ao fundo da casa de meus pais.
Enche d’agua quando chove.
Tudo numa peça só.

Não, não tenho conta no banco.
Parei de receber ajuda alheia.
Tive que fechar para pagar contas.
Agora que preciso de uma, não posso porque tenho dívidas.

Meu sustento mensal depende dos outros.
Meus pais, na maioria das vezes.
Nunca sei quando terei dinheiro.
Apesar das pessoas agirem como se nada estivesse acontecendo comigo.

Quando algo de bom acontece,
 o processo é longo e torturador.
A cada etapa sou desafiada a desistir,
a cada passo sou confrontada com minhas limitações.

Nada é natural, tudo é um parto
A cada decisão, uma humilhação.
Cada presente vem seguido
de um momento de tensão.

Então não posso chorar,
Não posso mostrar fraqueza, ansiedade,
Porque parece que somente eu tenho esses problemas,
E que Deus se ofende com minha total incapacidade.

Como se as pessoas conhecessem Deus
Como a palma de suas mãos.
Como se as pessoas me conhecessem
Somente por meus momentos sãos.

Não, ninguém me conhece.
Nem mesmo meus pais,
que ora me acusam, ora fogem de mim.
Ninguém calçou meus sapatos.

E quem tem uma família,
Quem tem uma casa,
Um emprego,
Estudo e sustento próprio.

Quem recebe tranquilamente as bênçãos de Deus
Como chuva que cai levemente sobre a cabeça
Que se assente para conhecer a Deus
No sofrimento, onde a alma é cortada por Sua presença.

(Angela Natel – 03/01/2013)

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Lutas


Se tenho uma família?
Se vivo em minha casa?
Se tenho uma conta no banco?
Ou se garanto o sustento do mês?

Se recebo tranquilamente
O que me foi prometido?
Se o estudo e o trabalho
Vêm como bênçãos naturais?

Então me acusam de falta de fé.
Ansiedade, desvio, pecado e colheita do mal.
Ignorância que me tortura a alma.
Falta de amor e de conhecimento de Deus.

Não, não tenho família.
Vivo do favor dos meus pais.
Dependo do bom humor e vontade deles
Para me alimentar e pagar minhas contas.

Não, não tenho uma casa.
Vivo numa peça ao fundo da casa de meus pais.
Enche d’agua quando chove.
Tudo numa peça só.

Não, não tenho conta no banco.
Parei de receber ajuda alheia.
Tive que fechar para pagar contas.
Agora que preciso de uma, não posso porque tenho dívidas.

Meu sustento mensal depende dos outros.
Meus pais, na maioria das vezes.
Nunca sei quando terei dinheiro.
Apesar das pessoas agirem como se nada estivesse acontecendo comigo.

Quando algo de bom acontece,
 o processo é longo e torturador.
A cada etapa sou desafiada a desistir,
a cada passo sou confrontada com minhas limitações.

Nada é natural, tudo é um parto
A cada decisão, uma humilhação.
Cada presente vem seguido
de um momento de tensão.

Então não posso chorar,
Não posso mostrar fraqueza, ansiedade,
Porque parece que somente eu tenho esses problemas,
E que Deus se ofende com minha total incapacidade.

Como se as pessoas conhecessem Deus
Como a palma de suas mãos.
Como se as pessoas me conhecessem
Somente por meus momentos sãos.

Não, ninguém me conhece.
Nem mesmo meus pais,
que ora me acusam, ora fogem de mim.
Ninguém calçou meus sapatos.

E quem tem uma família,
Quem tem uma casa,
Um emprego,
Estudo e sustento próprio.

Quem recebe tranquilamente as bênçãos de Deus
Como chuva que cai levemente sobre a cabeça
Que se assente para conhecer a Deus
No sofrimento, onde a alma é cortada por Sua presença.

(Angela Natel – 03/01/2013)