quarta-feira, 9 de junho de 2010

Revisão geral

05/10/05

Bem, estou me sentindo bem mais leve agora, depois de uma reunião entre 8:30 h e 11:30 h hoje pela manhã.

Foi muito interessante que, logo de início, fui indagada a respeito de meu tempo em Moçambique, do que exatamente fiz lá (apesar da missão ter acompanhado na época, através dos relatórios mensais que enviei também para eles), de como foi minha adaptação e demais assuntos relacionados a isso. Falaram do meu isolamento aqui na base, e que não tenho tido todas as refeições diárias que preciso (isso até comentei que achei estranho, e que estava testando meu organismo para ter menos refeições diárias - 3 - exatamente para ver se eu daria conta numa situação de alimentação reduzida em Guiné Bissau). Achei realmente engraçado eles estarem observando até quantas vezes eu como por dia.

Me perguntaram como está meu relacionamento com a equipe do Projeto P., se tenho algum receio, alguma preocupação, ou coisa parecida.

Expus tudo o que venho sentindo nos últimos tempos, sem esconder nada, a situação atual, meu coração dividido entre Guiné Bissau e Moçambique, etc.

O presidente me perguntou se eu voltaria para Moçambique, caso sentisse ser essa a direção de Deus e afirmei claramente que sim.

Eles me expuseram a situação de Guiné Bissau e da equipe do P.. I. e B. ainda não possuem sustento e não têm condições de dar uma previsão de quando poderão ir definitivamente para lá. Disseram que essa é a terceira data de previsão que I. dá (fevereiro de 2006) e que, caso eu permaneça na equipe, há duas possibilidades: Uma é eu ter de esperar para que eles tenham sustento ficando aqui na base no próximo ano e esperando. Outra é eu ir para Guiné Bissau para servir à Igreja da capital, como adaptação - mas com o risco de que os Guineenses são muito exigentes com as coisas nesse sentido e poderão me ver como a líder da equipe pelo fato de eu ter chegado antes - o que os desagradaria, pois mulheres solteiras não devem ter muita voz ativa por lá.

A possibilidade de eu retornar a Moçambique, mas ainda filiada a ALEM, existe, e a diretoria deixou isso em aberto, dando-me a oportunidade de esperar e decidir o que se deve fazer.

O presidente J. pediu o número de telefone do A. e e-mail para trocar idéias a meu respeito, e eles me liberaram se eu quiser passar uma semana no fim de outubro em Curitiba para reuniões, conversas e demais explicações.

Em qualquer decisão terei trabalho para assumir as consequências: caso permaneça no P. dependerei de I. para, não sei quando, trabalharmos em Guiné Bissau. Caso vá para Moçambique, precisarei refazer contatos e dar satisfações às igrejas que estão comigo me apoiando.

A diretoria ficou um pouco dividida também, dois concordaram que é escolher entre o bom e o melhor, que nas duas decisões saio com a bênção de Deus e que é minha responsabilidade decidir. O presidente e sua esposa, a secretária, acham que devo ir para Guiné Bissau sozinha e trabalhar com a Igreja da capital para 'ver se é isso que Deus quer de mim' (se não for, volto para Moçambique) e outro membro da diretoria disse que, como as portas em Moçambique me estão abertas, devo ir para onde Deus me abre o caminho. Outro membro não se pronunciou a respeito.

I. (aquele que é o diretor de cursos), colocou que, chegando em Guíné Bissau, já estarei em desvantagem por causa do meu temperamento (mais séria, que não tem habilidade com música nem acostumada a dançar) em contraposição a I., que é bem mais expansivo e já está adaptado, com grande aceitação por parte do povo guineense.

Coloquei que reconheço essas características, mas que estou sendo tratada e disposta a mudar, dentro daquilo que o Senhor exigir de mim.

Me perguntaram a respeito de sustento, saúde e recomendaram que eu continuasse o tratamento com a psicóloga (com quem ainda não me encontrei desde que voltei de Curitiba).

O J. também me pediu o endereço de e-mail do Pastor E. de Moçambique, mas não achei-o. Mas já pedi para o A. enviar para ele assim que puder.

Passei para J. o telefone e o e-mail do S. (diretor do trabalho em Moçambique que também escreveu uma carta de recomendação prá mim) e o presidente demonstrou interesse em saber sobre meus antecedentes (só achei meio tarde, mas tudo bem).

Bom, sinceramente, estou disposta a assumir as consequências de uma decisão caso eu tenha convicção de que ela é a vontade de Deus perfeita para a minha vida.

Contei que não percebia uma unidade na equipe aqui da base e as questões que estavam me incomodando com relação a isso. Foi uma conversa muito boa, pois fui bem aberta e transparente, falei como nunca antes, e eles se mostraram dispostos e interessados a me ouvir.

Pensando em tudo, inclusive na situação financeira da S., e tudo o mais, tenho muitas razões a mais para voltar a Moçambique, mas sinto enfaticamente que ainda preciso organizar algumas questões em minha vida, ainda este ano.

Contei à diretoria os meus sentimentos quanto à necessidade de me casar e eles concordaram comigo de que esta é uma preocupação pertinente, dadas as circunstâncias num trabalho na África e sua cultura com relação às mulheres solteiras.

Também eles demonstraram preocupação quanto à minha saúde e a stuação de Guiné Bissau - muito mais perigosa e difícil do que Moçambique.

Acho que é isso. Claro que não poderia resumir uma conversa de três horas. Fui interrogada em todas as questões possíveis e imagináveis com relação a esses tópicos que expus acima. A orientação que me deram, por fim, é que conversasse com a Igreja (liderança) deixando tudo mais flexível para possíveis mudanças e estivesse buscando uma decisão final quanto ao campo específico. Mas que eles ainda teriam outras reuniões, até mesmo com I. e B. (quando ele voltar de Guiné Bissau) com relação a esses mesmos tópicos.

Sinto-me mais leve, mas ao mesmo tempo na expectativa do que Deus tem preparado para a minha vida. Foram tantas as experiências que vivi até hoje e cada uma sob a direção e a convicção clara de Deus. Lembro que minha ida a Moçambique foi até surpresa na época para mim, já que estava fazendo faculdade. É como se o tempo agora fosse para outra coisa, e no tempo certo irei para onde Ele quer.

Mas as decisões precisam ser tomadas. O que sei é que o trabalho aqui na base está muito mais tranquilo, e que agora posso expressar com muito mais liberdade o que sinto sem receio de ser incompreendida.

Deus é fiel, e sei que onde Ele me colocar, os frutos aparecerão para testificar de Sua fidelidade e cuidado sobre minha vida, como sempre tem acontecido.

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Revisão geral

05/10/05

Bem, estou me sentindo bem mais leve agora, depois de uma reunião entre 8:30 h e 11:30 h hoje pela manhã.

Foi muito interessante que, logo de início, fui indagada a respeito de meu tempo em Moçambique, do que exatamente fiz lá (apesar da missão ter acompanhado na época, através dos relatórios mensais que enviei também para eles), de como foi minha adaptação e demais assuntos relacionados a isso. Falaram do meu isolamento aqui na base, e que não tenho tido todas as refeições diárias que preciso (isso até comentei que achei estranho, e que estava testando meu organismo para ter menos refeições diárias - 3 - exatamente para ver se eu daria conta numa situação de alimentação reduzida em Guiné Bissau). Achei realmente engraçado eles estarem observando até quantas vezes eu como por dia.

Me perguntaram como está meu relacionamento com a equipe do Projeto P., se tenho algum receio, alguma preocupação, ou coisa parecida.

Expus tudo o que venho sentindo nos últimos tempos, sem esconder nada, a situação atual, meu coração dividido entre Guiné Bissau e Moçambique, etc.

O presidente me perguntou se eu voltaria para Moçambique, caso sentisse ser essa a direção de Deus e afirmei claramente que sim.

Eles me expuseram a situação de Guiné Bissau e da equipe do P.. I. e B. ainda não possuem sustento e não têm condições de dar uma previsão de quando poderão ir definitivamente para lá. Disseram que essa é a terceira data de previsão que I. dá (fevereiro de 2006) e que, caso eu permaneça na equipe, há duas possibilidades: Uma é eu ter de esperar para que eles tenham sustento ficando aqui na base no próximo ano e esperando. Outra é eu ir para Guiné Bissau para servir à Igreja da capital, como adaptação - mas com o risco de que os Guineenses são muito exigentes com as coisas nesse sentido e poderão me ver como a líder da equipe pelo fato de eu ter chegado antes - o que os desagradaria, pois mulheres solteiras não devem ter muita voz ativa por lá.

A possibilidade de eu retornar a Moçambique, mas ainda filiada a ALEM, existe, e a diretoria deixou isso em aberto, dando-me a oportunidade de esperar e decidir o que se deve fazer.

O presidente J. pediu o número de telefone do A. e e-mail para trocar idéias a meu respeito, e eles me liberaram se eu quiser passar uma semana no fim de outubro em Curitiba para reuniões, conversas e demais explicações.

Em qualquer decisão terei trabalho para assumir as consequências: caso permaneça no P. dependerei de I. para, não sei quando, trabalharmos em Guiné Bissau. Caso vá para Moçambique, precisarei refazer contatos e dar satisfações às igrejas que estão comigo me apoiando.

A diretoria ficou um pouco dividida também, dois concordaram que é escolher entre o bom e o melhor, que nas duas decisões saio com a bênção de Deus e que é minha responsabilidade decidir. O presidente e sua esposa, a secretária, acham que devo ir para Guiné Bissau sozinha e trabalhar com a Igreja da capital para 'ver se é isso que Deus quer de mim' (se não for, volto para Moçambique) e outro membro da diretoria disse que, como as portas em Moçambique me estão abertas, devo ir para onde Deus me abre o caminho. Outro membro não se pronunciou a respeito.

I. (aquele que é o diretor de cursos), colocou que, chegando em Guíné Bissau, já estarei em desvantagem por causa do meu temperamento (mais séria, que não tem habilidade com música nem acostumada a dançar) em contraposição a I., que é bem mais expansivo e já está adaptado, com grande aceitação por parte do povo guineense.

Coloquei que reconheço essas características, mas que estou sendo tratada e disposta a mudar, dentro daquilo que o Senhor exigir de mim.

Me perguntaram a respeito de sustento, saúde e recomendaram que eu continuasse o tratamento com a psicóloga (com quem ainda não me encontrei desde que voltei de Curitiba).

O J. também me pediu o endereço de e-mail do Pastor E. de Moçambique, mas não achei-o. Mas já pedi para o A. enviar para ele assim que puder.

Passei para J. o telefone e o e-mail do S. (diretor do trabalho em Moçambique que também escreveu uma carta de recomendação prá mim) e o presidente demonstrou interesse em saber sobre meus antecedentes (só achei meio tarde, mas tudo bem).

Bom, sinceramente, estou disposta a assumir as consequências de uma decisão caso eu tenha convicção de que ela é a vontade de Deus perfeita para a minha vida.

Contei que não percebia uma unidade na equipe aqui da base e as questões que estavam me incomodando com relação a isso. Foi uma conversa muito boa, pois fui bem aberta e transparente, falei como nunca antes, e eles se mostraram dispostos e interessados a me ouvir.

Pensando em tudo, inclusive na situação financeira da S., e tudo o mais, tenho muitas razões a mais para voltar a Moçambique, mas sinto enfaticamente que ainda preciso organizar algumas questões em minha vida, ainda este ano.

Contei à diretoria os meus sentimentos quanto à necessidade de me casar e eles concordaram comigo de que esta é uma preocupação pertinente, dadas as circunstâncias num trabalho na África e sua cultura com relação às mulheres solteiras.

Também eles demonstraram preocupação quanto à minha saúde e a stuação de Guiné Bissau - muito mais perigosa e difícil do que Moçambique.

Acho que é isso. Claro que não poderia resumir uma conversa de três horas. Fui interrogada em todas as questões possíveis e imagináveis com relação a esses tópicos que expus acima. A orientação que me deram, por fim, é que conversasse com a Igreja (liderança) deixando tudo mais flexível para possíveis mudanças e estivesse buscando uma decisão final quanto ao campo específico. Mas que eles ainda teriam outras reuniões, até mesmo com I. e B. (quando ele voltar de Guiné Bissau) com relação a esses mesmos tópicos.

Sinto-me mais leve, mas ao mesmo tempo na expectativa do que Deus tem preparado para a minha vida. Foram tantas as experiências que vivi até hoje e cada uma sob a direção e a convicção clara de Deus. Lembro que minha ida a Moçambique foi até surpresa na época para mim, já que estava fazendo faculdade. É como se o tempo agora fosse para outra coisa, e no tempo certo irei para onde Ele quer.

Mas as decisões precisam ser tomadas. O que sei é que o trabalho aqui na base está muito mais tranquilo, e que agora posso expressar com muito mais liberdade o que sinto sem receio de ser incompreendida.

Deus é fiel, e sei que onde Ele me colocar, os frutos aparecerão para testificar de Sua fidelidade e cuidado sobre minha vida, como sempre tem acontecido.