sexta-feira, 14 de maio de 2010

Influências e limitações


Escrito por M.:

“Em 27 de setembro de 2005.

Durando aproximadamente uns 10 minutos, por volta das 11:00hs.

Na casa de oração tive a visão de que o Senhor enviou legiões de anjos para junto da Â. no lugar onde ela ministra, na África. ‘Anjos magníficos em poder, que cumprem as suas ordens e obedecem a sua voz’, conforme o Salmo 103:20. Eles estavam libertando, curando, anulando pactos, altares, removendo idolatria, feitiçaria, macumbaria, pomba-gira, vícios, doenças, sarando a terra, para fazê-la dar bons frutos. Estavam levantando Profetas, Pastores, Apóstolos, Missionários e Evangelistas. Muita chuva, terra fértil. Os anjos tocavam a cabeça de cada pessoa, enquanto elas estavam de joelhos orando, em súplicas, chorando, num estado de quebrantamento, em adoração, e promoviam a cura, libertação, sinais e prodígios, e Â. à frente como que no púlpito, debaixo de uma tremenda unção de Alegria.

Amada irmã em Cristo, que essa unção te acompanhe invadindo a África, e o lugar onde você estará seja a fonte de água viva, a nascente do avivamento para toda aquela nação.

Com amor,

Em Jesus,

Por M..”

F. me ligou no horário em que eu esperava que meus pais me ligassem. Ele estava chorando durante quase toda a ligação, e me pediu desculpas caso tenha me magoado. Falou que acha que o pai está bravo com ele, pois tiveram uma conversa séria a meu respeito em que ele disse que achou que F. passou dos limites comigo.

Ele também me contou que ouviu uma ministração do A. sobre corte. Falou de suas saudades da família, sua dor por ter de abrir mão da C. (ele não citou seu nome, mas eu sabia quem era), pois não é a vontade de Deus prá ele.

Eu disse (verdadeiramente) que não tinha ficado chateada, magoada nem iludida com ele. Que deveria compreender meu pai, pois se preocupa comigo e só quer o meu bem. Eu lhe disse também que eu entendia que a personalidade dele era de ser atencioso com as pessoas e isso é normal. Ele pareceu mais aliviado depois de eu dizer essas coisas, então me perguntou como eu estava por aqui.

Contei-lhe sobre as dúvidas e questionamentos (resumidamente, é claro) a respeito de Guiné Bissau e Moçambique, sobre as dores de estômago e a solidão. Ele me disse compreender muitas dessas emoções – e eu sabia que compreendia. Ele disse que quer que nos comuniquemos nas segundas, quartas e sextas e que é para eu escrever minhas necessidades e pedidos de oração especificamente.

Ele chorava, e eu comecei a tremer (e estou ainda com as mãos e pernas tremendo, não sei do quê), tentando colocar meus pensamentos em ordem. Tantas emoções indo e vindo, e o F. me parecendo uma criança carente necessitando desesperadamente de um ombro amigo. E cá estou eu, como sempre, sendo amiga, mesmo que eu me ache uma péssima amiga. Ah, se ele soubesse...

Se ele soubesse como me sinto, só, abandonada, impotente, rejeitada. Se ele soubesse que estou verdadeiramente cansada de ser amiga e não me sentir amada, de ser esquecida e marginalizada.

Se ele soubesse que eu desejava poder enxugar suas lágrimas, só isso, sem receber nada em troca, apenas estar lá a consolá-lo. Se ele soubesse...

Escrevi o seguinte e-mail prá ele:

Não sei se te contei, mas estou escrevendo um livro, e esse tem sido meu maior trabalho por enquanto - uma autobiografia. Tenho muitos poemas também, e tenho enviado para meus amigos do orkut (se você entrar na sua página do orkut e entrar em mensagens lá estão alguns de meus poemas - espero que goste.

Escrever é algo que sempre fiz, desde a minha infância, e meu livro agora tem 876 páginas (isso mesmo, 876), mas ainda não está acabado.

Tenho sentido muita necessidade de oração. Atualmente estou trabalhando cada fim de semana em uma igreja diferente fazendo divulgação do trabalho de tradução da Bíblia e isso faz com que eu não tenha oportunidade de ir a uma igreja para ter comunhão ou apenas receber na presença do Senhor junto com outros irmãos. Estou sempre trabalhando, escrevendo, gravando material de divulgação, pregando ou ensinando, e isso me desgasta bastante. Muitas vezes tenho de lutar contra a solidão e ainda consolar outros missionários que passam por lutas.

Enquanto não consigo publicar nada do que escrevo, vou divulgando meus poemas no orkut. E tem sido mais do que uma bênção, porque ganhei inúmeros amigos e convites prá novas comunidades. Até um rapaz cristão que é ministro de louvor pediu autorização prá musicar uma de meus poemas. Legal, né? Glória a Deus! Estou muito feliz com isso. Deus tem me ensinado a ser bênção de todas as formas possíveis, e me sinto mais do que abençoada com isso. Deus é maravilhoso, não é?

Creio que a nossa maior batalha é crer que Deus realmente tem o melhor para as nossas vidas e assim deixarmos nosso querer de lado para receber o que Ele tem para nós.

Eu já sofri muito na área sentimental. Acho que meus maiores sofrimentos foram nessa área. Tive de deixar uma pessoa com quem eu ía me casar porque ele não desejava servir ao Senhor fora do país, tive de largar muitos amigos no Brasil e na África, e conviver com a situação de nunca me apegar a ninguém para não sofrer tanto na despedida. É muito difícil. Sinto-me cansada de sofrer, na verdade, e sei que você compreende esses sentimentos. Poucos compreendem.

Obrigada, F., por se importar.

Espero, do fundo do meu coração, que você se lance nos braços do Pai, e receba dEle todo o suprimento para as suas necessidades, e também seja renovado no seu entendimento.

Saiba que o Pai não nos conta tudo o que planejou prá nós para que não nos deseperemos. Ele nos dá um passo de cada vez, como o maná dado ao povo de Israel no deserto - Deus dava somente para aquele dia. Hoje é uma preocupação suficiente para nós. Não aguentaríamos decidir toda a nossa vida agora. Deus sabe o que faz.

Gostaria que você me escrevesse mais. Se você escrevesse tanto quanto fala eu poderia saber melhor como orar por você.

Mas se não quiser escrever, tudo bem , tem pessoas que se expressam melhor falando, eu entendo.

Um grande abraço

Fui com a R. visitar o Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal. Ela me pediu que fosse fotografar revistas por ela selecionadas dos anos 70 para um trabalho da D., sua filha. Que privilégio! Aproveitei para fotografar a história de JK e vi registros importantes da história de nosso país.

Em conversa, na volta, ainda no carro, relembrei livros que ajudaram a contrui minha infância: ‘O pequeno príncipe’, ‘Se houver amanhã’, ‘Papai Pernilongo’... – e como esse me marcou.

Depois de tanto tempo, lembrei da história de Jerusa (protagonista de ‘Papai Pernilongo’), e hoje foi que me dei conta da influência que sofri com a leitura desse livro saindo da infância e entrando na adolescência. È a história de uma jovem escritora com suas complexidades existenciais na formação de outra escritora, não menos complexa nesse sentido.

Consegui localizar esse livro no site da Submarino na internet, qu está à venda por menos de dez reais!

Nenhum comentário:

Influências e limitações


Escrito por M.:

“Em 27 de setembro de 2005.

Durando aproximadamente uns 10 minutos, por volta das 11:00hs.

Na casa de oração tive a visão de que o Senhor enviou legiões de anjos para junto da Â. no lugar onde ela ministra, na África. ‘Anjos magníficos em poder, que cumprem as suas ordens e obedecem a sua voz’, conforme o Salmo 103:20. Eles estavam libertando, curando, anulando pactos, altares, removendo idolatria, feitiçaria, macumbaria, pomba-gira, vícios, doenças, sarando a terra, para fazê-la dar bons frutos. Estavam levantando Profetas, Pastores, Apóstolos, Missionários e Evangelistas. Muita chuva, terra fértil. Os anjos tocavam a cabeça de cada pessoa, enquanto elas estavam de joelhos orando, em súplicas, chorando, num estado de quebrantamento, em adoração, e promoviam a cura, libertação, sinais e prodígios, e Â. à frente como que no púlpito, debaixo de uma tremenda unção de Alegria.

Amada irmã em Cristo, que essa unção te acompanhe invadindo a África, e o lugar onde você estará seja a fonte de água viva, a nascente do avivamento para toda aquela nação.

Com amor,

Em Jesus,

Por M..”

F. me ligou no horário em que eu esperava que meus pais me ligassem. Ele estava chorando durante quase toda a ligação, e me pediu desculpas caso tenha me magoado. Falou que acha que o pai está bravo com ele, pois tiveram uma conversa séria a meu respeito em que ele disse que achou que F. passou dos limites comigo.

Ele também me contou que ouviu uma ministração do A. sobre corte. Falou de suas saudades da família, sua dor por ter de abrir mão da C. (ele não citou seu nome, mas eu sabia quem era), pois não é a vontade de Deus prá ele.

Eu disse (verdadeiramente) que não tinha ficado chateada, magoada nem iludida com ele. Que deveria compreender meu pai, pois se preocupa comigo e só quer o meu bem. Eu lhe disse também que eu entendia que a personalidade dele era de ser atencioso com as pessoas e isso é normal. Ele pareceu mais aliviado depois de eu dizer essas coisas, então me perguntou como eu estava por aqui.

Contei-lhe sobre as dúvidas e questionamentos (resumidamente, é claro) a respeito de Guiné Bissau e Moçambique, sobre as dores de estômago e a solidão. Ele me disse compreender muitas dessas emoções – e eu sabia que compreendia. Ele disse que quer que nos comuniquemos nas segundas, quartas e sextas e que é para eu escrever minhas necessidades e pedidos de oração especificamente.

Ele chorava, e eu comecei a tremer (e estou ainda com as mãos e pernas tremendo, não sei do quê), tentando colocar meus pensamentos em ordem. Tantas emoções indo e vindo, e o F. me parecendo uma criança carente necessitando desesperadamente de um ombro amigo. E cá estou eu, como sempre, sendo amiga, mesmo que eu me ache uma péssima amiga. Ah, se ele soubesse...

Se ele soubesse como me sinto, só, abandonada, impotente, rejeitada. Se ele soubesse que estou verdadeiramente cansada de ser amiga e não me sentir amada, de ser esquecida e marginalizada.

Se ele soubesse que eu desejava poder enxugar suas lágrimas, só isso, sem receber nada em troca, apenas estar lá a consolá-lo. Se ele soubesse...

Escrevi o seguinte e-mail prá ele:

Não sei se te contei, mas estou escrevendo um livro, e esse tem sido meu maior trabalho por enquanto - uma autobiografia. Tenho muitos poemas também, e tenho enviado para meus amigos do orkut (se você entrar na sua página do orkut e entrar em mensagens lá estão alguns de meus poemas - espero que goste.

Escrever é algo que sempre fiz, desde a minha infância, e meu livro agora tem 876 páginas (isso mesmo, 876), mas ainda não está acabado.

Tenho sentido muita necessidade de oração. Atualmente estou trabalhando cada fim de semana em uma igreja diferente fazendo divulgação do trabalho de tradução da Bíblia e isso faz com que eu não tenha oportunidade de ir a uma igreja para ter comunhão ou apenas receber na presença do Senhor junto com outros irmãos. Estou sempre trabalhando, escrevendo, gravando material de divulgação, pregando ou ensinando, e isso me desgasta bastante. Muitas vezes tenho de lutar contra a solidão e ainda consolar outros missionários que passam por lutas.

Enquanto não consigo publicar nada do que escrevo, vou divulgando meus poemas no orkut. E tem sido mais do que uma bênção, porque ganhei inúmeros amigos e convites prá novas comunidades. Até um rapaz cristão que é ministro de louvor pediu autorização prá musicar uma de meus poemas. Legal, né? Glória a Deus! Estou muito feliz com isso. Deus tem me ensinado a ser bênção de todas as formas possíveis, e me sinto mais do que abençoada com isso. Deus é maravilhoso, não é?

Creio que a nossa maior batalha é crer que Deus realmente tem o melhor para as nossas vidas e assim deixarmos nosso querer de lado para receber o que Ele tem para nós.

Eu já sofri muito na área sentimental. Acho que meus maiores sofrimentos foram nessa área. Tive de deixar uma pessoa com quem eu ía me casar porque ele não desejava servir ao Senhor fora do país, tive de largar muitos amigos no Brasil e na África, e conviver com a situação de nunca me apegar a ninguém para não sofrer tanto na despedida. É muito difícil. Sinto-me cansada de sofrer, na verdade, e sei que você compreende esses sentimentos. Poucos compreendem.

Obrigada, F., por se importar.

Espero, do fundo do meu coração, que você se lance nos braços do Pai, e receba dEle todo o suprimento para as suas necessidades, e também seja renovado no seu entendimento.

Saiba que o Pai não nos conta tudo o que planejou prá nós para que não nos deseperemos. Ele nos dá um passo de cada vez, como o maná dado ao povo de Israel no deserto - Deus dava somente para aquele dia. Hoje é uma preocupação suficiente para nós. Não aguentaríamos decidir toda a nossa vida agora. Deus sabe o que faz.

Gostaria que você me escrevesse mais. Se você escrevesse tanto quanto fala eu poderia saber melhor como orar por você.

Mas se não quiser escrever, tudo bem , tem pessoas que se expressam melhor falando, eu entendo.

Um grande abraço

Fui com a R. visitar o Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal. Ela me pediu que fosse fotografar revistas por ela selecionadas dos anos 70 para um trabalho da D., sua filha. Que privilégio! Aproveitei para fotografar a história de JK e vi registros importantes da história de nosso país.

Em conversa, na volta, ainda no carro, relembrei livros que ajudaram a contrui minha infância: ‘O pequeno príncipe’, ‘Se houver amanhã’, ‘Papai Pernilongo’... – e como esse me marcou.

Depois de tanto tempo, lembrei da história de Jerusa (protagonista de ‘Papai Pernilongo’), e hoje foi que me dei conta da influência que sofri com a leitura desse livro saindo da infância e entrando na adolescência. È a história de uma jovem escritora com suas complexidades existenciais na formação de outra escritora, não menos complexa nesse sentido.

Consegui localizar esse livro no site da Submarino na internet, qu está à venda por menos de dez reais!