terça-feira, 23 de março de 2010

Vida nova? - minha novela

Foi tudo muito rápido.
Uma grande decepção, perdi o chão, me desesperei - de novo.
Aí me senti sozinha e reclamei - de novo.
Ano passado propus trabalhar em tempo integral para a missão - eles me pediram três coisas:
uma posição quanto ao casamento, uma declaração do médico de que estava apta a trabalhar e uma posição quanto à igreja, uma vez que a que eu estava filiada não fazia parte da Junta.
Como estava em andamento, continuei firme na decisão pelo divórcio, mas eu tinha uma entrevista marcada com o médico do INSS, e ele requeria uma declaração do médico de que eu não estava apta a trabalhar. O que eu fiz? Não pedi uma declaração de aptidão para a missão e outra de inaptidão para o INSS. Decidi trabalhar, e o médico me deu a declaração, que fiz a besteira de entregar em mãos para a missão.
Com isso, perdi a entrevista marcada com 3 meses de antecedência, na esperança de poder servir em tempo integral. Às vezes sinto como se estivesse o tempo todo atrás de dinheiro, mas quando peço ajuda, estou errada, sendo recriminada.
Burocracias à parte, o discurso é bonito, mas algumas coisas ficaram no ar.
Ninguém é obrigado a me sustentar. Mas quando se faz uma promessa, quando se alimenta esperança, se torna responsável pelo que foi dito.
Tudo o que me foi dito é que eu era capaz, que dava conta do recado, que as igrejas é que não estavam preparadas para os projetos, etc.
Semana passada, na segunda feira à noite, meu pai me pegou na faculdade e ficou mais de meia hora falando um monte, primeiro que estava me dando um cheque-mate, de só pagar meu INSS e não me ajudar com mais nada. Depois porque o casal da missão tinha ligado para ele e falado um monte.
Bem, a princípio não sei o porquê de terem ligado para meu pai, uma vez que sou adulta, e nem "minha" doença me impede de ouvir e responder por mim mesma. Foi um abuso e causou um dano maior do que benefício. Meu pai ameaçou pegar advogado, processar a missão, etc.
Fora o que ele disse que a missão falou, como o fato de eu não ser mais missionária da missão, de eu não estar fazendo nada de mais além de uma pequena tradução por mês (como se fosse esse o objetivo do trabalho combinado), de eles não saberem o porquê de eu ter pego a declaração (se eles mesmos é que a pediram) e nem o propósito de eu estar fazendo a faculdade de teologia (colocando nisso a desculpa para eu não poder trabalhar para eles). Tudo ficou turvo e mau entendido, e eu, 11 horas da noite, em frente à faculdade, ouvindo tudo isso de uma vez só, tendo que responder às grosserias e invertidas do pai.
É claro que passei a noite de segunda para terça sem dormir.
Terça de manhã fui comunicar o pastor sobre todas essas questões. O difícil foi eles terem me aconselhado a buscar o auxílio doença, sem saber que perdi a última entrevista exatamente por causa das perspectivas de trabalho com a missão.
Parece que toda vez que aparece uma promessa de ajuda, fico na mão, sem chão. Não aguento mais isso.
Terça à noite fui ver uma casa de uma senhora que tinha um quarto para alugar.
Então comecei a corrida para a mudança, já que vou pagar metade do aluguel que pagava antes, e o local é mais perto da igreja, da faculdade e dos ônibus.
Mudei-me neste fim de semana, e durmo o sótão, isolada das outras duas mulheres que moram na casa.
Continuo estudando hebraico, e estou atualmente fazendo uma tradução interlinear do Velho Testamento - hebraico/português.
Estou procurando emprego - um que atenda à minhas limitações.
Preciso de ajuda, sim, mas não posso mais contar com isso.

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Vida nova? - minha novela

Foi tudo muito rápido.
Uma grande decepção, perdi o chão, me desesperei - de novo.
Aí me senti sozinha e reclamei - de novo.
Ano passado propus trabalhar em tempo integral para a missão - eles me pediram três coisas:
uma posição quanto ao casamento, uma declaração do médico de que estava apta a trabalhar e uma posição quanto à igreja, uma vez que a que eu estava filiada não fazia parte da Junta.
Como estava em andamento, continuei firme na decisão pelo divórcio, mas eu tinha uma entrevista marcada com o médico do INSS, e ele requeria uma declaração do médico de que eu não estava apta a trabalhar. O que eu fiz? Não pedi uma declaração de aptidão para a missão e outra de inaptidão para o INSS. Decidi trabalhar, e o médico me deu a declaração, que fiz a besteira de entregar em mãos para a missão.
Com isso, perdi a entrevista marcada com 3 meses de antecedência, na esperança de poder servir em tempo integral. Às vezes sinto como se estivesse o tempo todo atrás de dinheiro, mas quando peço ajuda, estou errada, sendo recriminada.
Burocracias à parte, o discurso é bonito, mas algumas coisas ficaram no ar.
Ninguém é obrigado a me sustentar. Mas quando se faz uma promessa, quando se alimenta esperança, se torna responsável pelo que foi dito.
Tudo o que me foi dito é que eu era capaz, que dava conta do recado, que as igrejas é que não estavam preparadas para os projetos, etc.
Semana passada, na segunda feira à noite, meu pai me pegou na faculdade e ficou mais de meia hora falando um monte, primeiro que estava me dando um cheque-mate, de só pagar meu INSS e não me ajudar com mais nada. Depois porque o casal da missão tinha ligado para ele e falado um monte.
Bem, a princípio não sei o porquê de terem ligado para meu pai, uma vez que sou adulta, e nem "minha" doença me impede de ouvir e responder por mim mesma. Foi um abuso e causou um dano maior do que benefício. Meu pai ameaçou pegar advogado, processar a missão, etc.
Fora o que ele disse que a missão falou, como o fato de eu não ser mais missionária da missão, de eu não estar fazendo nada de mais além de uma pequena tradução por mês (como se fosse esse o objetivo do trabalho combinado), de eles não saberem o porquê de eu ter pego a declaração (se eles mesmos é que a pediram) e nem o propósito de eu estar fazendo a faculdade de teologia (colocando nisso a desculpa para eu não poder trabalhar para eles). Tudo ficou turvo e mau entendido, e eu, 11 horas da noite, em frente à faculdade, ouvindo tudo isso de uma vez só, tendo que responder às grosserias e invertidas do pai.
É claro que passei a noite de segunda para terça sem dormir.
Terça de manhã fui comunicar o pastor sobre todas essas questões. O difícil foi eles terem me aconselhado a buscar o auxílio doença, sem saber que perdi a última entrevista exatamente por causa das perspectivas de trabalho com a missão.
Parece que toda vez que aparece uma promessa de ajuda, fico na mão, sem chão. Não aguento mais isso.
Terça à noite fui ver uma casa de uma senhora que tinha um quarto para alugar.
Então comecei a corrida para a mudança, já que vou pagar metade do aluguel que pagava antes, e o local é mais perto da igreja, da faculdade e dos ônibus.
Mudei-me neste fim de semana, e durmo o sótão, isolada das outras duas mulheres que moram na casa.
Continuo estudando hebraico, e estou atualmente fazendo uma tradução interlinear do Velho Testamento - hebraico/português.
Estou procurando emprego - um que atenda à minhas limitações.
Preciso de ajuda, sim, mas não posso mais contar com isso.