sexta-feira, 26 de março de 2010

Desejando um dublê

08/09/05

Recebi, entre outros, esse e-mail da L.:

A.,

A mãe está aqui em casa e pediu pra te dizer algumas coisas:

Ela foi abençoada e entrou muito serviço, já na segunda, depois que vc foi embora, Glória a Deus!!!!

Saiu a aposentadoria do pai, e eles estão se preparando para ir pra Brasília no final de outubro.... de avião!!!!!

A mãe já entregou os materiais de ensino para o pastor M. e começou firma na escola de líderes com 22 alunos.

Sobre o dinheiro, a mãe acha que provavelmente foi depositado ontem, dia 6.

Ela te ama muito, está morrendo de saudade, já arrumou teu quarto e não vê a hora de te encontrar de novo. Não chore... tá bom, pode chorar um pouquinho... só um pouquinho.

O bebê do J. já nasceu, J. C. é o nome dele. Bonito, não é?!

Ore pelo J., os médicos não dão garantia da vida dele, se for feita uma nova cirurgia pra retirar a pedra que está no intestino.

Um beijo, se cuide

L.

Essa história de ser abençoado quando eu viajo começou com um comentário do pai, durante o tempo que passe em Curitiba esse ano. Foi uma piada que a mãe e eu começamos a repetir, porque foi o cúmulo! O pai comentou nunma refeição que, quando eu viajo, todos prosperam, inclusive a Igreja e ele. Mas esse ano ele não sabia o que estava acontecendo, porque foi roubado duas vezes no carro e a aposentadoria não saía. Ou seja, ele botou a culpa em mim porque as coisas não estavam dando certo prá ele. Aí, qualquer reclamação dele, a mãe ou eu dizíamos: ‘Calma, dia 28 a A. vai embora’. E virou a piada das férias.

Eu só pude rir com esse e-mail, porque reflete esse comentário infeliz do pai. Mas tudo bem. Agora acho que ele sossega um pouco, pois se aposentou e terá um dinheiro fixo prá receber.

Bem, I. e S. vão viajar hoje para Guiné Bissau. Que alegria me despedir deles, assim param de controlar a vida dos outros e a biblioteca fica livre para eu dar uma escapadela por lá, nas tardes quando não puder usar o computador da secretaria.

Fiquei meio desanimada, principalmente em saber que não ficarei mais sozinha na casa. Não almocei e fiquei direto no computador.

À noite, decidi não ir à despedida do I., que foi prá Guiné Bissau participar do workshop do Projeto Lucas. Eu sabia que, caso eu fosse, teria que me vestir com roupa africana e estar disposta a fazer todo um trabalho de divulgação e testemunho, além de correr o risco do I. me tirar prá dançar música africana.

Preferi tomar banho, jantar e ver TV até o fim de ‘As espiãs’. Quando fui para o quarto, senti vontade de continuar lendo ‘A batalha final’, e foi uma verdadeira batalha com o Senhor nas muitas páginas (sei lá quantas) que li até aproximadamente meia noite. Escrevi, orei, chorei...

Esperei que o dublê entrasse em cena no momento do perigo, mas acabo de descobrir que não haviam dublês no Getsêmani, o “poço de prensar”. Há um caminho mais fácil, até mesmo com a cara de missões, e não sou obrigada a me sacrificar dessa maneira, mesmo porque tantas pessoas me amam.

Por que ficar nesse lugar onde não me sinto amada? Não sou obrigada a aguentar isso. A vida é uma escolha, e “quando o Deus onisciente te faz uma pergunta não é porque Ele está querendo alguma informação”[1] . E Ele me perguntou hoje: “Você vai satisfazer o meu coração indo para salvar os perdidos? (...) Você vai assumir esta busca de forma a trazer alegria ao céu, a mim e a meu Pai? (...) Se você beber do meu cálice você vai amar os perdidos do mesmo modo como eu os amo”[2].

Engraçado, essas últimas palavras me lembraram e me fizeram compreender melhor o que H. B. dizia ao ministrar a nós e ao coração do Pai.

Palavras chaves? Amor, humildade, graça e verdade. É tudo o que precisamos para viver.



[1] JOYNER, Rick. A Batalha Final. P.126)

[2] idem. Pp.128, 129.



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Desejando um dublê

08/09/05

Recebi, entre outros, esse e-mail da L.:

A.,

A mãe está aqui em casa e pediu pra te dizer algumas coisas:

Ela foi abençoada e entrou muito serviço, já na segunda, depois que vc foi embora, Glória a Deus!!!!

Saiu a aposentadoria do pai, e eles estão se preparando para ir pra Brasília no final de outubro.... de avião!!!!!

A mãe já entregou os materiais de ensino para o pastor M. e começou firma na escola de líderes com 22 alunos.

Sobre o dinheiro, a mãe acha que provavelmente foi depositado ontem, dia 6.

Ela te ama muito, está morrendo de saudade, já arrumou teu quarto e não vê a hora de te encontrar de novo. Não chore... tá bom, pode chorar um pouquinho... só um pouquinho.

O bebê do J. já nasceu, J. C. é o nome dele. Bonito, não é?!

Ore pelo J., os médicos não dão garantia da vida dele, se for feita uma nova cirurgia pra retirar a pedra que está no intestino.

Um beijo, se cuide

L.

Essa história de ser abençoado quando eu viajo começou com um comentário do pai, durante o tempo que passe em Curitiba esse ano. Foi uma piada que a mãe e eu começamos a repetir, porque foi o cúmulo! O pai comentou nunma refeição que, quando eu viajo, todos prosperam, inclusive a Igreja e ele. Mas esse ano ele não sabia o que estava acontecendo, porque foi roubado duas vezes no carro e a aposentadoria não saía. Ou seja, ele botou a culpa em mim porque as coisas não estavam dando certo prá ele. Aí, qualquer reclamação dele, a mãe ou eu dizíamos: ‘Calma, dia 28 a A. vai embora’. E virou a piada das férias.

Eu só pude rir com esse e-mail, porque reflete esse comentário infeliz do pai. Mas tudo bem. Agora acho que ele sossega um pouco, pois se aposentou e terá um dinheiro fixo prá receber.

Bem, I. e S. vão viajar hoje para Guiné Bissau. Que alegria me despedir deles, assim param de controlar a vida dos outros e a biblioteca fica livre para eu dar uma escapadela por lá, nas tardes quando não puder usar o computador da secretaria.

Fiquei meio desanimada, principalmente em saber que não ficarei mais sozinha na casa. Não almocei e fiquei direto no computador.

À noite, decidi não ir à despedida do I., que foi prá Guiné Bissau participar do workshop do Projeto Lucas. Eu sabia que, caso eu fosse, teria que me vestir com roupa africana e estar disposta a fazer todo um trabalho de divulgação e testemunho, além de correr o risco do I. me tirar prá dançar música africana.

Preferi tomar banho, jantar e ver TV até o fim de ‘As espiãs’. Quando fui para o quarto, senti vontade de continuar lendo ‘A batalha final’, e foi uma verdadeira batalha com o Senhor nas muitas páginas (sei lá quantas) que li até aproximadamente meia noite. Escrevi, orei, chorei...

Esperei que o dublê entrasse em cena no momento do perigo, mas acabo de descobrir que não haviam dublês no Getsêmani, o “poço de prensar”. Há um caminho mais fácil, até mesmo com a cara de missões, e não sou obrigada a me sacrificar dessa maneira, mesmo porque tantas pessoas me amam.

Por que ficar nesse lugar onde não me sinto amada? Não sou obrigada a aguentar isso. A vida é uma escolha, e “quando o Deus onisciente te faz uma pergunta não é porque Ele está querendo alguma informação”[1] . E Ele me perguntou hoje: “Você vai satisfazer o meu coração indo para salvar os perdidos? (...) Você vai assumir esta busca de forma a trazer alegria ao céu, a mim e a meu Pai? (...) Se você beber do meu cálice você vai amar os perdidos do mesmo modo como eu os amo”[2].

Engraçado, essas últimas palavras me lembraram e me fizeram compreender melhor o que H. B. dizia ao ministrar a nós e ao coração do Pai.

Palavras chaves? Amor, humildade, graça e verdade. É tudo o que precisamos para viver.



[1] JOYNER, Rick. A Batalha Final. P.126)

[2] idem. Pp.128, 129.