sábado, 9 de janeiro de 2010

Pisando em ovos


17/07/05 – em Curitiba.

À tarde, com uma só aluna, fiquei muito nervosa ao dar aquelas duas aulas. Foi horrível, a meu ver. Mas o maior mico foi dar de cara com o E. logo que cheguei na Igreja. Que vergonha! Porque a mãe me contou que ele respondeu ao C. que o ministério dele é de louvor e não de missões, quando indagado se ele sentia alguma coisa por mim. Que vergonha!

Na celebração à noite, sentei sozinha na última cadeira lá atrás. O J. estava do outro lado e, quando me viu, veio sentar ao meu lado.

Desde o começo da celebração, um homem à minha frente me chamou a atenção. Ele era moreno, alto, muito bonito, diferente. De repente, antes ainda de começar a celebração, ele se virou para mim e perguntou: “..., onde está seu pai?” Percebi um sotaque espanhol em sua fala e fiquei surpresa por ele saber meu nome, pois nunca o tinha visto antes. Após hesitar um pouco, mostrei-lhe onde meu pai havia sentado, bem mais à frente, e ficou por isso mesmo. Só depois da celebração meu pai veio e nos apresentou, quando descobri que tinha sido ele o responsável pelos mil marca páginas que a célula do pai tinha mandado fazer para mim e, por achar que o papel era fino demais, ele mandou fazer por conta mais mil num papel de qualidade muito superior. Fiquei sem saber ao certo como agradecer, com a impressão de que, o que quer que eu fizesse, seria insuficiente para demonstrar minha imensa gratidão. Mas o que mais me impressionou naquele homem – Fernando – foi sua postura ante a ministração da palavra de Deus, sua oração de rendição (que não pude deixar de ouvir) e sua resposta ao meu agradecimento: “Deus quebrou meu orgulho, pois eu quis fazer algo por mim mesmo e não saiu bem, por isso o Senhor me fez fazer algo melhor com Ele.” – mais ou menos nessas palavras. Por que não há mais pessoas como o F., cheias de Deus, de compromisso e temor do Senhor?

Naquela celebração, a última coisa que eu desejava era falar à igreja, pois me sentia um verdadeiro lixo diante da poderosa manifestação da presença de Deus naquele lugar e naquelas pessoas. Mas, na hora dos visitantes se levantarem para serem apresentados, os que me rodeavam só faltaram me erguer à força para que eu fosse saudada como visitante. Recebi a caneta e a ficha que preenchi cuidadosamente com meu endereço de Brasília. Na hora de recolher as. veio dando risada). Mas o tiro saiu pela culatra, já que o A. me viu balançando a ficha e me chamou para falar à igreja.

Tremendo, insegura e cansada, falei rapidamente sobre o trabalho feito nos últimos seis meses, escolhendo cada palavra, em temor, declarando conscientemente que nunca me senti tão dependente de Deus como agora. Creio que nessa declaração estão contidos todos os meus sentimentos, meu cansaço, minha condição. Mesmo assim, quase todos me perguntaram, ao fim da celebração, como eu me sentia, como eu estava, e repeti incontáveis vezes que estava com muito frio e cansada.

Recusei o convite de dois casais de jovens para uma pizza, mas insisti com o J. para sairmos nós dois para comer. Eu precisava urgentemente desabafar sem escolher palavras, sem medo de ser recriminada, sem pensar em evitar denegrir a imagem de ninguém (inclusive a minha).

Fomos então (J. e eu) ao ‘Costelão’, e conversamos muito – foi bom demais! Contei-lhe tudo o que se passou comigo e ele, como era de se esperar, não me julgou em momento algum. Cheguei em casa lá pelas 23:30 horas.

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Pisando em ovos


17/07/05 – em Curitiba.

À tarde, com uma só aluna, fiquei muito nervosa ao dar aquelas duas aulas. Foi horrível, a meu ver. Mas o maior mico foi dar de cara com o E. logo que cheguei na Igreja. Que vergonha! Porque a mãe me contou que ele respondeu ao C. que o ministério dele é de louvor e não de missões, quando indagado se ele sentia alguma coisa por mim. Que vergonha!

Na celebração à noite, sentei sozinha na última cadeira lá atrás. O J. estava do outro lado e, quando me viu, veio sentar ao meu lado.

Desde o começo da celebração, um homem à minha frente me chamou a atenção. Ele era moreno, alto, muito bonito, diferente. De repente, antes ainda de começar a celebração, ele se virou para mim e perguntou: “..., onde está seu pai?” Percebi um sotaque espanhol em sua fala e fiquei surpresa por ele saber meu nome, pois nunca o tinha visto antes. Após hesitar um pouco, mostrei-lhe onde meu pai havia sentado, bem mais à frente, e ficou por isso mesmo. Só depois da celebração meu pai veio e nos apresentou, quando descobri que tinha sido ele o responsável pelos mil marca páginas que a célula do pai tinha mandado fazer para mim e, por achar que o papel era fino demais, ele mandou fazer por conta mais mil num papel de qualidade muito superior. Fiquei sem saber ao certo como agradecer, com a impressão de que, o que quer que eu fizesse, seria insuficiente para demonstrar minha imensa gratidão. Mas o que mais me impressionou naquele homem – Fernando – foi sua postura ante a ministração da palavra de Deus, sua oração de rendição (que não pude deixar de ouvir) e sua resposta ao meu agradecimento: “Deus quebrou meu orgulho, pois eu quis fazer algo por mim mesmo e não saiu bem, por isso o Senhor me fez fazer algo melhor com Ele.” – mais ou menos nessas palavras. Por que não há mais pessoas como o F., cheias de Deus, de compromisso e temor do Senhor?

Naquela celebração, a última coisa que eu desejava era falar à igreja, pois me sentia um verdadeiro lixo diante da poderosa manifestação da presença de Deus naquele lugar e naquelas pessoas. Mas, na hora dos visitantes se levantarem para serem apresentados, os que me rodeavam só faltaram me erguer à força para que eu fosse saudada como visitante. Recebi a caneta e a ficha que preenchi cuidadosamente com meu endereço de Brasília. Na hora de recolher as. veio dando risada). Mas o tiro saiu pela culatra, já que o A. me viu balançando a ficha e me chamou para falar à igreja.

Tremendo, insegura e cansada, falei rapidamente sobre o trabalho feito nos últimos seis meses, escolhendo cada palavra, em temor, declarando conscientemente que nunca me senti tão dependente de Deus como agora. Creio que nessa declaração estão contidos todos os meus sentimentos, meu cansaço, minha condição. Mesmo assim, quase todos me perguntaram, ao fim da celebração, como eu me sentia, como eu estava, e repeti incontáveis vezes que estava com muito frio e cansada.

Recusei o convite de dois casais de jovens para uma pizza, mas insisti com o J. para sairmos nós dois para comer. Eu precisava urgentemente desabafar sem escolher palavras, sem medo de ser recriminada, sem pensar em evitar denegrir a imagem de ninguém (inclusive a minha).

Fomos então (J. e eu) ao ‘Costelão’, e conversamos muito – foi bom demais! Contei-lhe tudo o que se passou comigo e ele, como era de se esperar, não me julgou em momento algum. Cheguei em casa lá pelas 23:30 horas.