quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Contra o Grão

Se você tem uma doença crônica – ou apenas se sente desanimado – a resposta poderia estar no seu estoque de pão.

Jerome Burne revela por que muitos de nós deveríamos evitar o trigo. - reportagem de J. Burne, jornal The Guardian, 17/09/2002


Se você sofre de osteoporose, doença de Crohn, artrite reumatóide ou depressão, é improvável que você culpe seu cereal do café da manhã. Afinal, intolerância ao trigo, ou doença celíaca (DC), é uma reação alérgica a uma proteína chamada glúten, que se estimava atingir apenas uma em cada mil pessoas.
Mas agora, dois pesquisadores americanos, James Braly e Ron Hoggan, publicaram um livro, Dangerous Grains (Grãos Perigosos), reivindicando que, o que parecia ser uma condição relativamente rara, pode estar mais difundida do que foi anteriormente estimado.
Braly e Hoggan sugerem que a intolerância ao glúten não afeta apenas as pessoas com DC, mas de 2-3% da população. Eles acham que a sensibilidade ao glúten (SG) é a raiz de uma proporção de casos de câncer, desordens autoimunes, condições neurológicas e psiquiátricas e doenças do fígado. A implicação é que a dieta ocidental fortemente baseada no trigo – pão, cereais, pastelaria, massas – está na verdade fazendo milhões de pessoas doentes.
Seu médico, se questionado sobre a DC, diria a você que ela envolve dano à parede do intestino, que ocasiona problemas na absorção de certos nutrientes, como cálcio, ferro e vitamina D.
Como conseqüência, você está mais predisposto a desenvolver condições como osteoporose e anemia, bem como uma variedade de problemas gastrointestinais. As crianças que tem a DC são muitas vezes descritas como “desnutridas”. A comprovação de que você tem DC vem quando o dano ao intestino aparece numa biópsia. O tratamento, que tem um grande índice de sucesso, é remover o glúten – encontrado no centeio e na cevada, bem como no trigo – da sua dieta.
Mas se Braly e Hoggan estão certos, o problema está muito mais difundido que os profissionais da medicina acreditam. Eles sugerem que a doença celíaca deveria ser renomeada “sensibilidade ao glúten " e, num apêndice do livro, argumentam que nada menos de 192 doenças, variando de doença de Addison e asma, à anormalidades no esperma, vasculite, artrite reumatóide e hipertireoidismo, estão "abundantemente representadas entre aqueles que têm a DC".
Dangerous Grains contém mais de uma dúzia de casos de pessoas que se recuperaram de uma ampla variedade de condições crônicas – dores nas costas, fadiga crônica, a doença autoimune lupus – simplesmente seguindo a dieta livre de glúten. Os dois autores argumentam sobre os grandes benefícios pessoais de tal mudança. "Depois de eliminar os grãos com glúten," escreve Hoggan, "eu descobri quão desconfortável e cronicamente doente eu tinha estado a maior parte da minha vida."
Se você é do tipo que já visitou uma clínica de nutrição, isto não é uma grande surpresa. Uma das sugestões mais comuns é remover temporariamente o trigo da dieta, para ver se faz alguma diferença. Na verdade, a conversa sobre alergia ao trigo tem sido tão espalhada que, em novembro passado, o Flour Advisory Board (obs.: algo como: junta conselheira da farinha) sentiu-se impelido a emitir uma declaração alertando sobre os perigos dessa idéia. O professor Tom Sanders, chefe da Nutrição e Dietética do King's College, London, foi citado dizendo: "A menos que você sofra da doença celíaca, uma condição muito rara, cortar o trigo da sua dieta é extremamente desaconselhável."
Sanders certamente representa o ponto de vista da maioria da classe médica, mas há boa evidência – tal como o trabalho do Dr. Harold Hin, um gastroenterologista de Banbury, Oxfordshire – sugerindo que deve haver necessidade de uma revisão. No espaço de um ano, Hin realizou testes sanguíneos nos primeiros 1.000 pacientes que vieram ao seu consultório reclamando de sintomas que podiam indicar a DC, tais como anemia, ou “estar sempre cansado”. Trinta provaram ser positivos e um diagnóstico da DC foi confirmado por uma biópsia.
Isto indicou que a DC estava aparecendo numa taxa de 3 para 100- 30 vezes mais do que o esperado. Significativamente, apenas cinco não tinham sintomas gastrointestinais. "Falta de diagnóstico e erro no diagnóstico da doença celíaca," Hin concluiu num artigo para o British Medical Journal, em 1999, "são comuns na clínica geral e frequentemente resultam em prolongada e desnessária morbidez."
Mais recentemente, um amplo programa de pesquisa realizado pelo Centro de Pesquisa Celíaca da Universidade de Maryland, em Baltimore, confirmou as descobertas de Hin. Os cientistas de lá testaram 8.199 adultos e crianças. Metade dos amostrados tiveram vários dos sintomas associados com a DC, e destes, um em cada 40 das crianças testaram positivo para DC, e um em cada 30 dos adultos.
Mas não eram apenas aqueles que pareciam doentes que estavam tendo problemas com o trigo. Muito mais preocupante foi o que os pesquisadores de Maryland descobriram quando testaram a outra metade dos amostrados, que eram os voluntários saudáveis, selecionados aleatoriamente. Entre as crianças abaixo de 16 anos, um em cada 167 tinha DC, enquanto que a taxa entre os adultos era ainda mais alta – uma em in 111.
Se essas proporções são verdadeiras para a população americana em geral, significa que 1.8 milhões de adultos e 300.000 crianças têm DC não diagnosticada – pessoas que, mais cedo ou mais tarde, irão desenvolver sintomas vagos de mal estar, pelos quais lhes serão oferecidos vários remédios, que provavelmente não farão muita diferença. Finalmente, essas pessoas têm um risco mais alto de ter uma variedade de doenças crônicas.
Parece, portanto, haver boas evidências de que a DC é mal diagnosticada. Mas a proposta de Braly e Hoggan é mais radical que isto. Eles acreditam que a reação imune ao glúten que danifica o intestino na DC pode também causar problemas em quase todas as partes do corpo. A evidência para isto é um teste envolvendo uma proteína encontrada no glúten, chamada gliadina. Quando o corpo tem uma reação de imunidade, fabrica anticorpos. O teste para anticorpos anti-gliadina é conhecido como AGA, e as pessoas que testam positivo para o AGA muitas vezes não têm sinal de dano intestinal.
Na verdade, de acordo com o Dr. Alessio Fasano, que coordenou a pesquisa na Universidade de Maryland, "Globalmente, a DC 'fora do intestino' é 15 vezes mais frequente que a DC 'no intestino'." Braly estima que entre 10% e 15% das populações dos Estados Unidos e Canadá têm anticorpos anti-gliadina, colocando-os em risco de condições tão variadas como psoríase, esclerose múltipla, icterícia, síndrome do intestino irritável e eczema.
A idéia do glúten causar dano a outras partes do corpo que não o intestino é apoiada por outro clínico britânico, o Dr. Hadjivassiliou, um neurologista do Hospital Royal Hallamshire, em Sheffield. Ele realizou um teste AGA em pacientes que tinham "disfunção neurológica" sem causa óbvia e descobriu que mais da metade testou positivo. Mais que isso, apenas um terço do grupo positivo tinha qualquer evidência de dano intestinal da DC. Em outras palavras, enquanto os anticorpos do glúten podem danificar o intestino, podem também causar problemas em outros lugares. Nesse caso, foi o cerebelo, ou o sistema nervoso periférico.
Portanto, se uma reação ao glúten pode causar problemas no cérebro, pode também estar ligado a doenças autoimunes? Braly e Hoggan certamente acham que sim, e argumentam sobre o considerável sucesso clínico no tratamento de pacientes para condições como a doença de Addison, lupus, artrite reumatóide e colite ulcerativa, com uma dieta livre de glúten. De fato, quase todos os sistemas do corpo podem ser afetados (veja abaixo). Portanto, se você sofre de uma condição crônica que não parece responder ao tratamento, cortar o trigo por um tempo, parece valer uma tentativa.
Você é sensível ao glúten?
Se você sofre de qualquer um dos sintomas abaixo, talvez valha a pena investigar a possibilidade de você ser sensível ao glúten.
· Problemas respiratórios tais como sinosite, "alergias", "ouvido tampado".
· Sintomas relacionados à má absorção de nutrientes, como anemia e fadiga (falta de ferro ou ácido fólico), osteoporose, insônia (falta de cálcio).
· Reclamações digestivas: diarréia, constipação, estufamento e distensão, espasmos do cólon, doença de Crohn, diverticulite.
· Problemas autoimunes: artrite reumatóide, bursite, doença de Crohn.
· Doenças do sistema nervoso: doença neuro-motora, certas formas de epilepsia. · Problemas mentais: depressão, dificuldades comportamentais, ADD.

fonte: http://www.guardian.co.uk/lifeandstyle/2002/sep/17/healthandwellbeing.health

5 comentários:

Luka ;) disse...

Oi amiga, como vc tá? Mto obrigada pelos elogios viu..bjãoo =**

Anônimo disse...

Achei o texto um tanto sensacionalista - espalhando medo do perigosíssimo trigo.
Em pouco tempo vamos nos alimentar de pílulas! Não podemos comer carne por causa das toxinas , dos hormônios pra engorda, etc.
Não vamos mais poder comer vegetais, por causa dos agrotóxicos... Até os orgânicos serão regados com chuva ácida...

A gente tem de ser grato pelo que Deus nos deu, e lembrar dos que não tem nem mesmo "perigosos grãos de trigo", muito menos "carne tóxica e com hormônios cancerígenos" pra comer.

E também, é importante tomar cuidado com aquilo que lê:


"A arte de não ler é muito importante. Consiste em não sentir interesse algum por aquilo que está a atrair a atenção do público numa determinada altura. Quando um panfleto político ou eclesiástico, um romance ou um poema estão a causar grande sensação, não devemos esquecer-nos de que quem escreve para tolos tem sempre grande público. Uma condição prévia para ler bons livros é não ler os maus: a nossa vida é curta." (Arthur Schopenhauer )

(no caso, li esta frase em um texto criticando o sucesso do livro da Bruna Surfistinha, mas é válido pra qualquer texto)!
Captain Forr

Anônimo disse...

Já percebi que qdo não consumo trigo tudo melhora em mim e eu emagreço de forma evidente. Desde que conheci a dieta sanguinea procuro evitar trigo, milho, pipoca e cevada, mas confesso que amo tudo que é feito de trigo, se for frito, então... aff... te contei q emagreci 8kg? Dó por Deus!! Bjs

Lúcia

Unknown disse...

Toda regra tem sua exceção, assim como toda consideração tem suas ressalvas...achei o texto interessantíssimo...não é uma situação que se aplica a TODO indivíduo, óbvio, porque nada é assim, mas as pesquisas não foram baseadas em meras ideias e suposições. Parabéns pela postagem! :)

Suani S Bandeira disse...

Seja seu próprio médico e investigue sua saúde experienciando alimentos sem glúten, frituras, laticínios, enlatados pelo menos. Para mim eles fazem falta na hora de comer, mas quando passam goela abaixo só me causam mal estar: diarréia,fezes mucólicas e sanguinolentas, gazes horríveis, abdomem estufado, cólicas intestinais, irritação, artrite, bursite, dores nos joelhos além de uma dependência fortíssima de um banheiro. Quer dizer, um ser humano antisocial.
Não acredite no que vc lê mas não disperdisse a oportunidade de experimentar em vc mesmo.
Boa sorte a todos.

Suani

Contra o Grão

Se você tem uma doença crônica – ou apenas se sente desanimado – a resposta poderia estar no seu estoque de pão.

Jerome Burne revela por que muitos de nós deveríamos evitar o trigo. - reportagem de J. Burne, jornal The Guardian, 17/09/2002


Se você sofre de osteoporose, doença de Crohn, artrite reumatóide ou depressão, é improvável que você culpe seu cereal do café da manhã. Afinal, intolerância ao trigo, ou doença celíaca (DC), é uma reação alérgica a uma proteína chamada glúten, que se estimava atingir apenas uma em cada mil pessoas.
Mas agora, dois pesquisadores americanos, James Braly e Ron Hoggan, publicaram um livro, Dangerous Grains (Grãos Perigosos), reivindicando que, o que parecia ser uma condição relativamente rara, pode estar mais difundida do que foi anteriormente estimado.
Braly e Hoggan sugerem que a intolerância ao glúten não afeta apenas as pessoas com DC, mas de 2-3% da população. Eles acham que a sensibilidade ao glúten (SG) é a raiz de uma proporção de casos de câncer, desordens autoimunes, condições neurológicas e psiquiátricas e doenças do fígado. A implicação é que a dieta ocidental fortemente baseada no trigo – pão, cereais, pastelaria, massas – está na verdade fazendo milhões de pessoas doentes.
Seu médico, se questionado sobre a DC, diria a você que ela envolve dano à parede do intestino, que ocasiona problemas na absorção de certos nutrientes, como cálcio, ferro e vitamina D.
Como conseqüência, você está mais predisposto a desenvolver condições como osteoporose e anemia, bem como uma variedade de problemas gastrointestinais. As crianças que tem a DC são muitas vezes descritas como “desnutridas”. A comprovação de que você tem DC vem quando o dano ao intestino aparece numa biópsia. O tratamento, que tem um grande índice de sucesso, é remover o glúten – encontrado no centeio e na cevada, bem como no trigo – da sua dieta.
Mas se Braly e Hoggan estão certos, o problema está muito mais difundido que os profissionais da medicina acreditam. Eles sugerem que a doença celíaca deveria ser renomeada “sensibilidade ao glúten " e, num apêndice do livro, argumentam que nada menos de 192 doenças, variando de doença de Addison e asma, à anormalidades no esperma, vasculite, artrite reumatóide e hipertireoidismo, estão "abundantemente representadas entre aqueles que têm a DC".
Dangerous Grains contém mais de uma dúzia de casos de pessoas que se recuperaram de uma ampla variedade de condições crônicas – dores nas costas, fadiga crônica, a doença autoimune lupus – simplesmente seguindo a dieta livre de glúten. Os dois autores argumentam sobre os grandes benefícios pessoais de tal mudança. "Depois de eliminar os grãos com glúten," escreve Hoggan, "eu descobri quão desconfortável e cronicamente doente eu tinha estado a maior parte da minha vida."
Se você é do tipo que já visitou uma clínica de nutrição, isto não é uma grande surpresa. Uma das sugestões mais comuns é remover temporariamente o trigo da dieta, para ver se faz alguma diferença. Na verdade, a conversa sobre alergia ao trigo tem sido tão espalhada que, em novembro passado, o Flour Advisory Board (obs.: algo como: junta conselheira da farinha) sentiu-se impelido a emitir uma declaração alertando sobre os perigos dessa idéia. O professor Tom Sanders, chefe da Nutrição e Dietética do King's College, London, foi citado dizendo: "A menos que você sofra da doença celíaca, uma condição muito rara, cortar o trigo da sua dieta é extremamente desaconselhável."
Sanders certamente representa o ponto de vista da maioria da classe médica, mas há boa evidência – tal como o trabalho do Dr. Harold Hin, um gastroenterologista de Banbury, Oxfordshire – sugerindo que deve haver necessidade de uma revisão. No espaço de um ano, Hin realizou testes sanguíneos nos primeiros 1.000 pacientes que vieram ao seu consultório reclamando de sintomas que podiam indicar a DC, tais como anemia, ou “estar sempre cansado”. Trinta provaram ser positivos e um diagnóstico da DC foi confirmado por uma biópsia.
Isto indicou que a DC estava aparecendo numa taxa de 3 para 100- 30 vezes mais do que o esperado. Significativamente, apenas cinco não tinham sintomas gastrointestinais. "Falta de diagnóstico e erro no diagnóstico da doença celíaca," Hin concluiu num artigo para o British Medical Journal, em 1999, "são comuns na clínica geral e frequentemente resultam em prolongada e desnessária morbidez."
Mais recentemente, um amplo programa de pesquisa realizado pelo Centro de Pesquisa Celíaca da Universidade de Maryland, em Baltimore, confirmou as descobertas de Hin. Os cientistas de lá testaram 8.199 adultos e crianças. Metade dos amostrados tiveram vários dos sintomas associados com a DC, e destes, um em cada 40 das crianças testaram positivo para DC, e um em cada 30 dos adultos.
Mas não eram apenas aqueles que pareciam doentes que estavam tendo problemas com o trigo. Muito mais preocupante foi o que os pesquisadores de Maryland descobriram quando testaram a outra metade dos amostrados, que eram os voluntários saudáveis, selecionados aleatoriamente. Entre as crianças abaixo de 16 anos, um em cada 167 tinha DC, enquanto que a taxa entre os adultos era ainda mais alta – uma em in 111.
Se essas proporções são verdadeiras para a população americana em geral, significa que 1.8 milhões de adultos e 300.000 crianças têm DC não diagnosticada – pessoas que, mais cedo ou mais tarde, irão desenvolver sintomas vagos de mal estar, pelos quais lhes serão oferecidos vários remédios, que provavelmente não farão muita diferença. Finalmente, essas pessoas têm um risco mais alto de ter uma variedade de doenças crônicas.
Parece, portanto, haver boas evidências de que a DC é mal diagnosticada. Mas a proposta de Braly e Hoggan é mais radical que isto. Eles acreditam que a reação imune ao glúten que danifica o intestino na DC pode também causar problemas em quase todas as partes do corpo. A evidência para isto é um teste envolvendo uma proteína encontrada no glúten, chamada gliadina. Quando o corpo tem uma reação de imunidade, fabrica anticorpos. O teste para anticorpos anti-gliadina é conhecido como AGA, e as pessoas que testam positivo para o AGA muitas vezes não têm sinal de dano intestinal.
Na verdade, de acordo com o Dr. Alessio Fasano, que coordenou a pesquisa na Universidade de Maryland, "Globalmente, a DC 'fora do intestino' é 15 vezes mais frequente que a DC 'no intestino'." Braly estima que entre 10% e 15% das populações dos Estados Unidos e Canadá têm anticorpos anti-gliadina, colocando-os em risco de condições tão variadas como psoríase, esclerose múltipla, icterícia, síndrome do intestino irritável e eczema.
A idéia do glúten causar dano a outras partes do corpo que não o intestino é apoiada por outro clínico britânico, o Dr. Hadjivassiliou, um neurologista do Hospital Royal Hallamshire, em Sheffield. Ele realizou um teste AGA em pacientes que tinham "disfunção neurológica" sem causa óbvia e descobriu que mais da metade testou positivo. Mais que isso, apenas um terço do grupo positivo tinha qualquer evidência de dano intestinal da DC. Em outras palavras, enquanto os anticorpos do glúten podem danificar o intestino, podem também causar problemas em outros lugares. Nesse caso, foi o cerebelo, ou o sistema nervoso periférico.
Portanto, se uma reação ao glúten pode causar problemas no cérebro, pode também estar ligado a doenças autoimunes? Braly e Hoggan certamente acham que sim, e argumentam sobre o considerável sucesso clínico no tratamento de pacientes para condições como a doença de Addison, lupus, artrite reumatóide e colite ulcerativa, com uma dieta livre de glúten. De fato, quase todos os sistemas do corpo podem ser afetados (veja abaixo). Portanto, se você sofre de uma condição crônica que não parece responder ao tratamento, cortar o trigo por um tempo, parece valer uma tentativa.
Você é sensível ao glúten?
Se você sofre de qualquer um dos sintomas abaixo, talvez valha a pena investigar a possibilidade de você ser sensível ao glúten.
· Problemas respiratórios tais como sinosite, "alergias", "ouvido tampado".
· Sintomas relacionados à má absorção de nutrientes, como anemia e fadiga (falta de ferro ou ácido fólico), osteoporose, insônia (falta de cálcio).
· Reclamações digestivas: diarréia, constipação, estufamento e distensão, espasmos do cólon, doença de Crohn, diverticulite.
· Problemas autoimunes: artrite reumatóide, bursite, doença de Crohn.
· Doenças do sistema nervoso: doença neuro-motora, certas formas de epilepsia. · Problemas mentais: depressão, dificuldades comportamentais, ADD.

fonte: http://www.guardian.co.uk/lifeandstyle/2002/sep/17/healthandwellbeing.health