segunda-feira, 11 de maio de 2009

Um primeiro olhar sobre a Portugalidade

Conhecer Portugal
Ver Portugal
Ser Portugal.

O Portugal da história
Que reconhece suas derrotas
Com honra e um ar de vitória.

O Portugal das controvérsias,
Dos embates e desembates,
Que nos revelam peripécias.

O Portugal da arte dramática,
Das envolventes histórias de amor
E dos casos de tristeza e dor.

O Portugal das viagens
Das críticas, dos sorrisos,
Das saudades do passado.

O Portugal das vaidades,
Da ironia que ensina, violenta
Mas que, ao mesmo tempo,
Louva e acalenta.

Conhecer Portugal
Ver Portugal
Ser Portugal.

Algo que, só de longe,
E pela primeira vez conheci.
Tocar no esplendor
De tua sagrada memória
Despertou minh’alma.

Grande é a tua história, Portugal
Grandes são os teus sonhos.

Sonhos esses que hoje compartilho,
Sonhos que não podem passar.

Só posso então
Concluir que tua história
É também minha história,
Tua imagem
A minha imagem
E, para o resto dos meus dias
Oh, Portugal,
Contigo desejo lutar.

(By Lioness)

Análise explicativa:

O poema “Um primeiro olhar sobre a Portugalidade” revela os três estágios no processo de identificação com o Portugal, através dos quais passei no curto período de três meses, em que fui exposta à literatura portuguesa de forma consciente e sistemática. Os passos Conhecer, Ver e Ser Portugal são, respectivamente, descritos através das estrofes que se seguem, nas quais faço menção implícita das obras analisadas durante esse período de tempo.
O primeiro estágio – Conhecer Portugal – é revelado nas 2ª e 3ª estrofes: O Portugal da história na vida e obra de Alexandre Herculano e o Portugal das controvérsias, com Fernão Lopes e os embates pelo trono português que ele descreve. A análise histórica nos leva a um primeiro contato com Portugal – Conhecer Portugal.
Já, na 4ª estrofe, nos defrontamos com o segundo estágio na identificação com o Portugal: Ver Portugal, na obra de Gil Vicente. A vida de Portugal representada nos palcos de maneira a revelar seus segredos, vermos Portugal como ele realmente é.
E, finalmente, nas 5ª e 6ª estrofes, Ser Portugal finaliza o processo de identificação com a portugalidade, nas viagens de Almeida Garrett – em sua obra “Viagens na minha terra”, e a ‘ironia que ensina’ nos sermões do Pe. Antônio Vieira. Estágio esse em que não há mais segredos; há uma consciência do real Portugal, sem máscaras, sem ‘meias verdades’, em que precisamos tomar uma decisão próxima do “ame-o ou deixe-o”.
Com uma história tão rica e com pessoas que, apesar de tantos conflitos, ainda puderam acreditar num Portugal de vida verdadeira, só pude concluir neste poema, que o melhor a fazer é Ser Portugal.

(By Lioness, trabalho apresentado como parte do processo avaliativo durante a faculdade de Letras Português-Inglês, 4º Período, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, novembro de 2001.)

3 comentários:

Talita Dona Perfeitinha disse...

É importante conhecer, ver e ser e isso podemos levar pra todos os acontecimentos das nossas vidas. E que possamos, ao final, 'ser' e vivenciar cada um dos aprendizados, né? Achei super interessante a interpretação que fez sobre o texto. Parabéns!
Que Deus te ilumine assim sempre,
Um abraço,
Talita.

Lúcia disse...

Saudades eternas do nosso período na PUC, era bom demais, mesmo com todo o stress.
Bjs

Unknown disse...

Nossa, que lindo!
Falta esse tipo de identificação em mim, confesso.
Mas o fato de reconhecer é um grande passo, não é?
Um abraço,
Pri

Um primeiro olhar sobre a Portugalidade

Conhecer Portugal
Ver Portugal
Ser Portugal.

O Portugal da história
Que reconhece suas derrotas
Com honra e um ar de vitória.

O Portugal das controvérsias,
Dos embates e desembates,
Que nos revelam peripécias.

O Portugal da arte dramática,
Das envolventes histórias de amor
E dos casos de tristeza e dor.

O Portugal das viagens
Das críticas, dos sorrisos,
Das saudades do passado.

O Portugal das vaidades,
Da ironia que ensina, violenta
Mas que, ao mesmo tempo,
Louva e acalenta.

Conhecer Portugal
Ver Portugal
Ser Portugal.

Algo que, só de longe,
E pela primeira vez conheci.
Tocar no esplendor
De tua sagrada memória
Despertou minh’alma.

Grande é a tua história, Portugal
Grandes são os teus sonhos.

Sonhos esses que hoje compartilho,
Sonhos que não podem passar.

Só posso então
Concluir que tua história
É também minha história,
Tua imagem
A minha imagem
E, para o resto dos meus dias
Oh, Portugal,
Contigo desejo lutar.

(By Lioness)

Análise explicativa:

O poema “Um primeiro olhar sobre a Portugalidade” revela os três estágios no processo de identificação com o Portugal, através dos quais passei no curto período de três meses, em que fui exposta à literatura portuguesa de forma consciente e sistemática. Os passos Conhecer, Ver e Ser Portugal são, respectivamente, descritos através das estrofes que se seguem, nas quais faço menção implícita das obras analisadas durante esse período de tempo.
O primeiro estágio – Conhecer Portugal – é revelado nas 2ª e 3ª estrofes: O Portugal da história na vida e obra de Alexandre Herculano e o Portugal das controvérsias, com Fernão Lopes e os embates pelo trono português que ele descreve. A análise histórica nos leva a um primeiro contato com Portugal – Conhecer Portugal.
Já, na 4ª estrofe, nos defrontamos com o segundo estágio na identificação com o Portugal: Ver Portugal, na obra de Gil Vicente. A vida de Portugal representada nos palcos de maneira a revelar seus segredos, vermos Portugal como ele realmente é.
E, finalmente, nas 5ª e 6ª estrofes, Ser Portugal finaliza o processo de identificação com a portugalidade, nas viagens de Almeida Garrett – em sua obra “Viagens na minha terra”, e a ‘ironia que ensina’ nos sermões do Pe. Antônio Vieira. Estágio esse em que não há mais segredos; há uma consciência do real Portugal, sem máscaras, sem ‘meias verdades’, em que precisamos tomar uma decisão próxima do “ame-o ou deixe-o”.
Com uma história tão rica e com pessoas que, apesar de tantos conflitos, ainda puderam acreditar num Portugal de vida verdadeira, só pude concluir neste poema, que o melhor a fazer é Ser Portugal.

(By Lioness, trabalho apresentado como parte do processo avaliativo durante a faculdade de Letras Português-Inglês, 4º Período, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, novembro de 2001.)