quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Uma professora dividida


Perto dos meus 15 anos, nas férias de janeiro fui para a Campanha de Verão de King’s Kids. Passamos quinze dias ensaiando coreografias, músicas, testemunhos e sendo ministrados na nossa vida com Deus, relação com autoridades e uns com os outros. Lá que passei a máquina dois no meu cabelo pela primeira vez, aproveitando o tempo longe dos pais.

Depois partimos para Cuiabá, no Mato Grosso, onde colocamos em prática o que tínhamos aprendido. Lá, minha paixão platônica se concentrou no R., mas sem muitos detalhes. Deus começou a tratar com minha auto-estima e lá, ouvi a leitura do livro ‘O coração paterno de Deus’, que me chamou muita a atenção.
Depois de um bom tempo em Cuiabá, e de ter conhecido a Chapada dos Guimarães, fomos para Rondonópolis, a umas quatro horas de ônibus, onde ainda trabalhamos mais um pouco.
Sempre quis ser professora e, aos 15 anos, comecei a fazer o curso de magistério (no qual sou formada atualmente) no Colégio Estadual Professor Visctor Ferreira do Amaral, e viajando nas férias com equipes da JOCUM para impactos evangelísticos em diversas regiões do Brasil (Cuiabá, Foz do Iguaçu, São Paulo).
Fui, então, convidada para lecionar na Escola Estadual 'Euzébio da Mota' como Professora voluntária de Ensino Religioso para sete turmas de Jardim III, primeira e segunda séries e ainda para a turma de crianças com dificuldade de aprendizagem. Iniciei as atividades em março daquele ano.
Continuei estudando a Bíblia e fiz diversos cursos na área teológica, bíblica e de ensino. Fui professora de escola dominical e professora de ensino bíblico na escola pública durante 2 anos. Assistindo ainda aquelas aulas bíblicas pela televisão, tive a oportunidade de ver um pouco do trabalho do missionário Reinhard Bunke em África (mais especificamente Nigéria), quando senti verdadeiras dores de parto por esse povo.
Conheci o C., amigo do D.. Trocamos alguns olhares, alguns flertes, algumas cartas, mas nada realmente aconteceu. Nessa época mina irmã e eu gazeávamos o grupo de jovens de nossa igreja para participar dos jovens de outra Igreja, chamado de ‘Renovar’. Íamos lá porque a faixa etária dos jovens era maior. Mas, ao nos envolvermos mais com JOCUM, percebemos o quanto aquilo era vazio, então paramos de frequentar aquele grupo um tempo depois.
Cheguei a fazer curso básico de informática no contraturno da escola. Lembro que naquela época era o máximo aprender a mexer com o DOS (como a gente pode ser assim?).
Então, apareceu um rapaz na igreja, chamado E.. Seis anos mais velho do que eu, ele me chamou a atenção logo de cara. Ex-drogado, agora se dizendo convertido, ele chegou até a tocar na equipe de louvor como baixista.
Ao perceber minha paixão pelo E., minha mãe começou a me dar a maior força e chegou a pedir um “sinal” para Deus, se ele era o homem que Ele escolheu para ser meu marido. Pois é, num programa da igreja, numa fala do E. para a mãe, ela interpretou como sendo o sinal de Deus, então joguei-me de cabeça nessa paixão desenfreada que se seguiu a tudo isso.
Nunca namorei com o E.. O que acontecia conosco eram “ficadas” frequentes, mas sem nenhum compromisso e sempre escondidas.
Nessa época, li o livro ‘O clamor do mundo’, de Oswald Smith. Inspirada no primeiro capítulo desse livro, minha irmã escreveu uma peça de teatro e tivemos a idéia de ensaiarmos os jovens para uma apresentação com o fim de despertar missões na igreja. A questão era que os únicos personagens dessa peça eram demônios. Depois de escalar as pessoas, o líder dos jovens na época, M., falou com o então Pastor, que cancelou nossa apresentação, em pleno domingo, às vésperas dos ensaios que já estvam marcados. Fui para casa soltando fogo pelas orelhas e queria matar o M..
Na terça do ensaio, quando eu tinha que dar satisfações para a equipe convocada, à noite, o M. lá estava, e lembro que, depois de conversar com o pessoal, M. veio ver como eu estava. E lá chorei, abraçada nele, não sei por quanto tempo, a ponto de encharcar a parte da frente da camiseta dele, enquanto abraçados. Fiquei super constrangida mas, a partir daí, comecei a nutrir uma amizade muito intensa com o M., oito anos mais velho do que eu, líder do grupo de jovens.
O que as pessoas sempre viam, a partir dessa época, era M. e eu prá cima e prá baixo, juntos. Tanto que até deu assunto prá muita história de que íamos nos casar, de que eu era apaixonada por ele, etc. Mas, o que eu acho que aconteceu, foi como aquela época da minha infância em que eu era apaixonada por dois meninos da escola ao mesmo tempo, só que de uma perspectiva diferente. M.: loiro de olhos verdes, trabalhador, responsável, amigo, companheiro de verdade, com quem eu me identificava, trocava idéias, falava todos os dias (nem que fosse pelo telefone), saía, sentia saudades, passava festas em família juntos, tinha carona sempre certa, passeávamos, caminhávamos abraçados, trocávamos confidências, planejávamos as reuniões de jovens, consertávamos e empurrávamos carro juntos, vivíamos. E.: moreno de olhos castanhos, ex-drogado, baixista, vivia de bicos, ladrão (roubou meu pai e a empresa de meu cunhado), com quem eu tinha uma relação extritamente física, mas sem nunca chegar a uma relação sexual (graças a Deus!). Parecia que eu tinha em dois homens o que deveria ter com um só: o físico e o emocional – muito doido isso.
Por mais incrível que fosse, meus impulsos mais fortes sempre eram pelo E.. A estabilidade emocional que eu tinha com M. me dava segurança, mas não preenchia o meu ser.

Nessa época, com base nos programas que assiti da Valnice Milhomens, montei vários estudos, dentre eles, sobre Jejum, alianças, temor do Senhor, etc.
Foi nessa época também que escrevi o que hoje é uma apostila de estudos sobre as alianças na Bíblia, também baseados em minhas anotações quando assistia ao programa ‘ Escola Bíblica na TV’, com a então Pra. Valnice Milhomens. Material que posso disponibilzar, caso alguém tenha interesse.

Um comentário:

Lúcia disse...

E bota vazio nisso! Eu demorei mais para perceber!

Uma professora dividida


Perto dos meus 15 anos, nas férias de janeiro fui para a Campanha de Verão de King’s Kids. Passamos quinze dias ensaiando coreografias, músicas, testemunhos e sendo ministrados na nossa vida com Deus, relação com autoridades e uns com os outros. Lá que passei a máquina dois no meu cabelo pela primeira vez, aproveitando o tempo longe dos pais.

Depois partimos para Cuiabá, no Mato Grosso, onde colocamos em prática o que tínhamos aprendido. Lá, minha paixão platônica se concentrou no R., mas sem muitos detalhes. Deus começou a tratar com minha auto-estima e lá, ouvi a leitura do livro ‘O coração paterno de Deus’, que me chamou muita a atenção.
Depois de um bom tempo em Cuiabá, e de ter conhecido a Chapada dos Guimarães, fomos para Rondonópolis, a umas quatro horas de ônibus, onde ainda trabalhamos mais um pouco.
Sempre quis ser professora e, aos 15 anos, comecei a fazer o curso de magistério (no qual sou formada atualmente) no Colégio Estadual Professor Visctor Ferreira do Amaral, e viajando nas férias com equipes da JOCUM para impactos evangelísticos em diversas regiões do Brasil (Cuiabá, Foz do Iguaçu, São Paulo).
Fui, então, convidada para lecionar na Escola Estadual 'Euzébio da Mota' como Professora voluntária de Ensino Religioso para sete turmas de Jardim III, primeira e segunda séries e ainda para a turma de crianças com dificuldade de aprendizagem. Iniciei as atividades em março daquele ano.
Continuei estudando a Bíblia e fiz diversos cursos na área teológica, bíblica e de ensino. Fui professora de escola dominical e professora de ensino bíblico na escola pública durante 2 anos. Assistindo ainda aquelas aulas bíblicas pela televisão, tive a oportunidade de ver um pouco do trabalho do missionário Reinhard Bunke em África (mais especificamente Nigéria), quando senti verdadeiras dores de parto por esse povo.
Conheci o C., amigo do D.. Trocamos alguns olhares, alguns flertes, algumas cartas, mas nada realmente aconteceu. Nessa época mina irmã e eu gazeávamos o grupo de jovens de nossa igreja para participar dos jovens de outra Igreja, chamado de ‘Renovar’. Íamos lá porque a faixa etária dos jovens era maior. Mas, ao nos envolvermos mais com JOCUM, percebemos o quanto aquilo era vazio, então paramos de frequentar aquele grupo um tempo depois.
Cheguei a fazer curso básico de informática no contraturno da escola. Lembro que naquela época era o máximo aprender a mexer com o DOS (como a gente pode ser assim?).
Então, apareceu um rapaz na igreja, chamado E.. Seis anos mais velho do que eu, ele me chamou a atenção logo de cara. Ex-drogado, agora se dizendo convertido, ele chegou até a tocar na equipe de louvor como baixista.
Ao perceber minha paixão pelo E., minha mãe começou a me dar a maior força e chegou a pedir um “sinal” para Deus, se ele era o homem que Ele escolheu para ser meu marido. Pois é, num programa da igreja, numa fala do E. para a mãe, ela interpretou como sendo o sinal de Deus, então joguei-me de cabeça nessa paixão desenfreada que se seguiu a tudo isso.
Nunca namorei com o E.. O que acontecia conosco eram “ficadas” frequentes, mas sem nenhum compromisso e sempre escondidas.
Nessa época, li o livro ‘O clamor do mundo’, de Oswald Smith. Inspirada no primeiro capítulo desse livro, minha irmã escreveu uma peça de teatro e tivemos a idéia de ensaiarmos os jovens para uma apresentação com o fim de despertar missões na igreja. A questão era que os únicos personagens dessa peça eram demônios. Depois de escalar as pessoas, o líder dos jovens na época, M., falou com o então Pastor, que cancelou nossa apresentação, em pleno domingo, às vésperas dos ensaios que já estvam marcados. Fui para casa soltando fogo pelas orelhas e queria matar o M..
Na terça do ensaio, quando eu tinha que dar satisfações para a equipe convocada, à noite, o M. lá estava, e lembro que, depois de conversar com o pessoal, M. veio ver como eu estava. E lá chorei, abraçada nele, não sei por quanto tempo, a ponto de encharcar a parte da frente da camiseta dele, enquanto abraçados. Fiquei super constrangida mas, a partir daí, comecei a nutrir uma amizade muito intensa com o M., oito anos mais velho do que eu, líder do grupo de jovens.
O que as pessoas sempre viam, a partir dessa época, era M. e eu prá cima e prá baixo, juntos. Tanto que até deu assunto prá muita história de que íamos nos casar, de que eu era apaixonada por ele, etc. Mas, o que eu acho que aconteceu, foi como aquela época da minha infância em que eu era apaixonada por dois meninos da escola ao mesmo tempo, só que de uma perspectiva diferente. M.: loiro de olhos verdes, trabalhador, responsável, amigo, companheiro de verdade, com quem eu me identificava, trocava idéias, falava todos os dias (nem que fosse pelo telefone), saía, sentia saudades, passava festas em família juntos, tinha carona sempre certa, passeávamos, caminhávamos abraçados, trocávamos confidências, planejávamos as reuniões de jovens, consertávamos e empurrávamos carro juntos, vivíamos. E.: moreno de olhos castanhos, ex-drogado, baixista, vivia de bicos, ladrão (roubou meu pai e a empresa de meu cunhado), com quem eu tinha uma relação extritamente física, mas sem nunca chegar a uma relação sexual (graças a Deus!). Parecia que eu tinha em dois homens o que deveria ter com um só: o físico e o emocional – muito doido isso.
Por mais incrível que fosse, meus impulsos mais fortes sempre eram pelo E.. A estabilidade emocional que eu tinha com M. me dava segurança, mas não preenchia o meu ser.

Nessa época, com base nos programas que assiti da Valnice Milhomens, montei vários estudos, dentre eles, sobre Jejum, alianças, temor do Senhor, etc.
Foi nessa época também que escrevi o que hoje é uma apostila de estudos sobre as alianças na Bíblia, também baseados em minhas anotações quando assistia ao programa ‘ Escola Bíblica na TV’, com a então Pra. Valnice Milhomens. Material que posso disponibilzar, caso alguém tenha interesse.