segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Tentando se afirmar

Quem nunca buscou afirmação que atire a primeira pedra.
Todos nós sentimos necessidade de confirmar nossa identidade, nosso valor e realizações.

Eu não sou diferente - pelo menos não nesse ponto.


Na época de 11 para 12 anos de idade, no início do ano, fui para um retiro com um grupo cristão. Aquele retiro foi uma ótima experiência para quem já admirava há algum tempo um dos garotos, M.

Lá assisti o filme “A cruz e o Punhal” pela primeira vez (abraçado com M, é claro) e eu saía sozinha pelo bosque para chamar-lhe a atenção (e ele sempre correspondia). Não chegamos a trocar beijos, mas ele fazia demosntrações de valentia na frente dos demais e mostrava que era para chamar minha atenção. Eu tinha uma blusa azul com capuz que eu amava vestir – é, para mim amor era isso, como gostar de usar determinada peça de roupa. Os organizadores do retiro se preocuparam conosco e vieram conversar. Nada que fizesse qualquer efeito, é claro, mas foi divertido.
Foi o único ano que estudei à tarde porque não tinha sexta série pela manhã, e odiei. Mesmo assim foi um ano especial. Comecei a andar de ônibus sozinha e a ampliar minha roda de relacionamentos em todos os sentidos.
Comecei a ter amizades com meninas mais velhas, repetentes e "rebeldes" na escola. Minhas amizades começaram a ser mais com meninos do que com meninas e eu me sentia muito bem rodeada deles, mesmo que fosse por causa de uma cola na hora da prova ou por agir como alguém mais velho, imitando minha irmã.
Eu tinha um casal de colegas de escola, mas sempre me relacionei mais com ele do que com ela. Ele, o A., era do tipo malandro e notas sempre baixas. Nossa amizade foi se fortalecendo à medida em que o namoro dele se enfraquecia, até que acabou.
Lembro de uma brincadeira chamada “três beijinhos”, que satisfazia a vontade dos adolescentes por dar seu primeiro beijo. Fui por essa trilha também. Mas os beijos “cobrados como punição” eram o que chamamos de “selinhos (com a boca fechada) e eu achava que já estava mais do que na hora de mudar essa situação. Então, depois de muito semear flertes na vida de meu colega A., ele me pediu em namoro. Na verdade, só eu sabia que ele seria meu primeiro namorado, e me daria meu primeiro beijo.
Ele caminhou comigo o pedaço do caminho que poderia fazer e, como despedida, dei-lhe um “selinho”, o que o deixou cheio de vontade, então ele me puxou e demos o que foi meu primeiro beijo realmente.

Achei extremamente nojento, mas fiz o melhor que pude. Depois fui caminhando sozinha, até que um dos amigos dele, que morava mais perto da minha casa, me alcançou. Eles já tinham trocado uma idéia a respeito de como eu beijava e, para minha surpresa, ele me perguntou se eu era virgem, porque o A. achava que eu não era. Imagina a minha reação! Quer dizer que não havia nada melhor do que aquilo num beijo? Que aquilo era o máximo? Se eles soubessem...
No dia seguinte minha vida continuou na mesma, já que não desejei dar mais nenhum beijo por um bom tempo e devido aos comentários sem pé nem cabeça do A.


Aquele foi meu último natal comemorado em companhia da Igreja Luterana, quando participei da peça ‘O boi e o burro no caminho para Belém”, como o burro, junto com minha outra paixão de infância que fazia o papel de boi, o R.

Um comentário:

Lúcia disse...

kkkkkkkk
o meu também foi nojento, mas com certeza não me saí tão bem como você...

Tentando se afirmar

Quem nunca buscou afirmação que atire a primeira pedra.
Todos nós sentimos necessidade de confirmar nossa identidade, nosso valor e realizações.

Eu não sou diferente - pelo menos não nesse ponto.


Na época de 11 para 12 anos de idade, no início do ano, fui para um retiro com um grupo cristão. Aquele retiro foi uma ótima experiência para quem já admirava há algum tempo um dos garotos, M.

Lá assisti o filme “A cruz e o Punhal” pela primeira vez (abraçado com M, é claro) e eu saía sozinha pelo bosque para chamar-lhe a atenção (e ele sempre correspondia). Não chegamos a trocar beijos, mas ele fazia demosntrações de valentia na frente dos demais e mostrava que era para chamar minha atenção. Eu tinha uma blusa azul com capuz que eu amava vestir – é, para mim amor era isso, como gostar de usar determinada peça de roupa. Os organizadores do retiro se preocuparam conosco e vieram conversar. Nada que fizesse qualquer efeito, é claro, mas foi divertido.
Foi o único ano que estudei à tarde porque não tinha sexta série pela manhã, e odiei. Mesmo assim foi um ano especial. Comecei a andar de ônibus sozinha e a ampliar minha roda de relacionamentos em todos os sentidos.
Comecei a ter amizades com meninas mais velhas, repetentes e "rebeldes" na escola. Minhas amizades começaram a ser mais com meninos do que com meninas e eu me sentia muito bem rodeada deles, mesmo que fosse por causa de uma cola na hora da prova ou por agir como alguém mais velho, imitando minha irmã.
Eu tinha um casal de colegas de escola, mas sempre me relacionei mais com ele do que com ela. Ele, o A., era do tipo malandro e notas sempre baixas. Nossa amizade foi se fortalecendo à medida em que o namoro dele se enfraquecia, até que acabou.
Lembro de uma brincadeira chamada “três beijinhos”, que satisfazia a vontade dos adolescentes por dar seu primeiro beijo. Fui por essa trilha também. Mas os beijos “cobrados como punição” eram o que chamamos de “selinhos (com a boca fechada) e eu achava que já estava mais do que na hora de mudar essa situação. Então, depois de muito semear flertes na vida de meu colega A., ele me pediu em namoro. Na verdade, só eu sabia que ele seria meu primeiro namorado, e me daria meu primeiro beijo.
Ele caminhou comigo o pedaço do caminho que poderia fazer e, como despedida, dei-lhe um “selinho”, o que o deixou cheio de vontade, então ele me puxou e demos o que foi meu primeiro beijo realmente.

Achei extremamente nojento, mas fiz o melhor que pude. Depois fui caminhando sozinha, até que um dos amigos dele, que morava mais perto da minha casa, me alcançou. Eles já tinham trocado uma idéia a respeito de como eu beijava e, para minha surpresa, ele me perguntou se eu era virgem, porque o A. achava que eu não era. Imagina a minha reação! Quer dizer que não havia nada melhor do que aquilo num beijo? Que aquilo era o máximo? Se eles soubessem...
No dia seguinte minha vida continuou na mesma, já que não desejei dar mais nenhum beijo por um bom tempo e devido aos comentários sem pé nem cabeça do A.


Aquele foi meu último natal comemorado em companhia da Igreja Luterana, quando participei da peça ‘O boi e o burro no caminho para Belém”, como o burro, junto com minha outra paixão de infância que fazia o papel de boi, o R.