terça-feira, 31 de julho de 2018

Imagem e semelhança



Nos relacionamentos
Sejamos como Deus
Um só
Um unidos pelo amor.

Cuidando
Com coerência e respeito
À imagem e semelhança
Daquele que nos criou.

Por dentro e por fora
Refletir caráter, retidão
Não viver só
Constituir família.

Assim como a Trindade
Hierarquia sem conflito
Eficientemente
Cada um cumprindo seu papel.

Divisão de tarefas
Gera eficiência
Cada um conforme sua qualificação
Do que sabe e pode fazer melhor.

Criador, Redentor, Santificador
Funções diferentes
Bendita Imagem
Referência divina.

Considerando o outro superior
Independente de quem é e do que faz
Serviço, perdão, tolerância
Colaboração completa.

Angela Natel - 08/11/10

domingo, 29 de julho de 2018

Querem saber meu posicionamento político?

Querem saber meu posicionamento político?
Tô no limbo, junto com Wilhelm Sell:

"Difícil escrever algo pessoal aqui, mas vamos lá... a situação exige.
Muitas pessoas me perguntam e outras vejo que tentam descobrir qual é a minha posição política.
Muitos me dizem que é impossível não se posicionar claramente. Querem exigir que eu escolha um lado, como se a realidade, o mundo estivesse numa realidade dicotômica, P&B, de bem e mal, na experiência de bom e ruim.
Eu acredito, pela minha fé, em algo que pode parecer absurdo para muitas pessoas próximas e amigas.
Para mim, o Evangelho está acima de qualquer partido ou divisão política. O Evangelho é eterno, oriundo da Palavra Eterna... endossando aquilo que o Ev. de João bem expressa como o Logos Eterno. Um Logos que não é uma ideia, mas uma pessoa. E para conhecer uma pessoa é necessário relacionamento. Para conhecer o Evangelho é necessário relacionamento. Do contrário, toda experiência cristã nada mais é do que um renovado gnosticismo.
Do meu relacionamento com Deus, na convivência com as pessoas, tenho a plena e absoluta convicção de que esse Evangelho está acima de qualquer ideologia político-partidária. Não me sinto, e nunca vou me sentir, na obrigação de concordar plenamente com A ou B. Nem me posicionar de tal forma a fechar com algum lado. E, por favor, parem de dizer ou exigir isso de mim, ou, ao menos, não se decepcionem ao fazê-lo e perceberem minha negativa. Me reservo ao direito de ser crítico de ambos.
É engraçado quando alguém vê meu nome ou uma fala minha relacionado a algo, uma posição que seja, e tem a necessidade de me jogar para o outro lado... já fui chamado de esquerdista, mas também de possível votante do Bols... que nem vou completar o nome.
Uma vez, conversando com um teólogo de nossa igreja que estimo muito, e que talvez seja um dos maiores representantes de nossa igreja a nível mundial, eu lhe disse que eu me sentia, pelas críticas, indesejado por A e por B, e que me sentia meio que num “limbo”. Para alguns eu era liberal demais, para outros “crente” ou “piegas” demais. Ele me tranquilizou e disse para não me preocupar com isso: “os do limbo são necessários”, disse ele brincando com a situação. Eu gostei de ouvir aquilo, porque de certo modo me senti incluído.
Por isso, reafirmo minha posição. Para mim, o Evangelho é infinitamente maior do que qualquer posição política. É um grave erro o colocar o Evangelho abaixo e servil de opções políticas. Também o reino de Deus é infinitamente mais amplo do que muitas vezes pressupomos.
É pela compreensão que tenho do Evangelho, pelas leituras numa hermenêutica libertadora, realizada na dinâmica de Lei e Evangelho, Espírito e letra, criação e redenção, ou seja, numa permanente dialética, que eu sou um crítico de toda a política que se faz que confronta a Palavra de Deus, sua perspectiva de Reino, seu amor incondicional por todas as pessoas (independente de sua situação social, racional, sexual, etc). Amor que leva a uma relação de transformação. Minha leitura gera, em mim, um constante olhar e engajamento por aqueles e aquelas que são mais frágeis, mais pobres, excluídos, para que tenham, junto a todos e todas, a possibilidade de viverem a partir da dignidade outorgada pelo amor incondicional de Deus.
A Palavra de Deus permanece sendo palavra que vem como Lei e Evangelho. Tira-se o Evangelho, permanece a lei carregada de juízo de Deus. E essa Palavra sempre há de ser crítica a todo projeto político que possamos construir, mesmo aquele que consideramos mais justo. E, por isso, a Palavra Eterna permanece superior a Esquerda ou Direita, crítica a ambas, pois elas, por si mesmas, não carregam, são ocas de Evangelho.
Somos pessoas políticas. Nos exigem tomar uma posição. Mas eu quero permanecer “burro”, “idiota”, “tolo”, “ignorante”, ou qualquer sinônimo possível, firmado sobre os valores do Reino recebidos na relação com Cristo Jesus, não a ideia Jesus Cristo, mas a pessoa. E nesta permanência, olhando o que se passa, fico assustado com aqueles e aquelas que defendem religiosamente pessoas e candidatos/as que não olham para o bem comum, para a justiça e equidade, para uma justa distribuição de renda, acesso a educação, etc..., mas que acham ser um “bem” enriquecer uma pequena minoria que num status de “semi-deuses” aqueceriam o “deus” mercado achando que este, após o sacrifício dos pequenos e pequenas, traria suas bênçãos. Idolatria que precisa continuamente ser denunciada por mulheres e homens de Deus."
Wilhelm Sell

https://www.facebook.com/angela.natel/posts/1993869023978754?notif_id=1532899638148164&notif_t=feedback_reaction_generic&ref=notif

Fobia Social



Estão me cercando
Por todos os lados
Me intimidando
Se faço ou não faço.

Olhos atentos
Sobre a minha postura
Olhos sedentos
Por vida impura.

Me olham, me medem
Sou alvo de riso
Me cercam, me pedem
Satisfação de onde piso.

Sou estranha, sou chata,
Inconveniente
E se fico calada
Sou tão diferente.

Tomando um sorvete
Já chamo a atenção
Se solto o verbete
Não sou daqui, não.

Brinquedos, escritos
Diversas viagens
Estudos benditos
São só desvantagens.

Desenterro raízes
Prá descobrir onde estou
Não quero juízes
Pela trilha onde vou.

Angela Natel - 07/11/10

sábado, 28 de julho de 2018

Fusão


Sozinho, vagando isolado
Me encontro no mundo de além
Não falo, vivo calado
Me achando um Zé ninguém.

Você me aparece carente
Com seus problemas também
Tempestade todo mundo sente
Solução é que ninguém tem.

Mas aí me mostro a você
Sou mais eu, mas puxo conversa
Você responde sem saber porque
Por mim mostra que se interessa.

Então somos nós dois
Lado a lado nesse caminho
Não planejamos o depois
Mas não estamos mais sozinhos.

Algo novo agora acontece
Uma tremenda confusão
Um pouco de você em mim aparece
Inicia-se a fusão.

Mas entendo o que Cristo fez
Com um propósito nos juntou
Nos fez um aos Seus pés
Para amar Ele nos amou.



(Angela Natel – 24/10/10 – Florianópolis – SC)

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Transparência


Abri o meu zíper
tirei meu coração
escancarei minha alma
minha boca, não.

riso que incomoda
toma o lugar da vergonha
virar lobo ou ovelha
quer me tire ou ponha.

o mundo é pequeno
vou transformando
sonho neurótico
me revelando.

uma foto, uma imagem
parada no ar
memorável viagem
no passado a ficar.

fugir da lembrança
prá não sentir dor
parecendo criança
negando o amor.

Angela Natel - 11/10/10

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Arma em suas mãos



Se me prostro e desabafo
Sou fraca, inapta
Preciso de tratamento.

Se me mantenho
Sem reação
Insensível, fora da comunhão
Não há como me incluir nesse momento.

Então eu choro
Mostrando desestabilidade
Ou nem coro
Por falta de animosidade.

Tudo é arma em suas mãos
Impedindo-me de produzir
Amarrando-me sem exigir.

Tudo o que digo
Tudo o que faço
Tudo o que sou
É desculpa para me rejeitar
E negar, rotular
E a cada palavra, o repetir
‘eu entendo’
Seguido da mesma posição
Me mostra que nada mudou.

Tudo é arma em suas mãos.
Não posso porque sou instável
Divorciada, horários não batem,
Há muitas desculpas,
E tudo é arma em suas mãos.

Não queria ter chorado
Tanto em sua frente
E me fazer vulnerável
Queria tudo diferente.
Mas o vulcão explodiu
E me mostrei como sou.
Falei tudo o que senti
(e ainda sinto)
Mas de nada adiantou.

Só há atenção no que interessa
Não se vê o esforço
Nem a necessidade.
Amam o próximo como desejam
Não como o próximo precisa.

O sacerdócio de todos os crentes não existe mais
Porque Deus só fala com os sãos de mente
Com os líderes, e com ninguém mais.

Angela Natel, 16/09/10

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Graça


Não compreendo tudo o que me ocorre,
uma lição tenho percebido, e fico atônita.
Estão me reconstruindo.
Aos poucos volto a respirar,
como que recém tirada de um turbilhão de águas
que me afogavam.
É pela graça.

Como testemunhar de algo que não compreendo?
Como testificar de uma lição que ainda estou aprendendo?

Lampejos de vida vêm e vão
sinais de uma luz piscando dentro de mim.
Morrendo, volto a viver.

Enfim descansei,
pude dormir, relaxar.
Ainda há tanto por fazer,
mas posso sorrir.

Não há nada a provar.
Tudo foi consumado.
Não há nada que possa a graça comprar.

Angela Natel - 18/04/2014.

terça-feira, 24 de julho de 2018

Trilha Sonora



Às vezes sou surpreendida com o passarinho na janela
Barulho no ninho
Rebuliço na tela.

Tem o vento que encana e produz um sussurro
Se eleva à noite
Um soco no muro.

Acordo com o farfalhar das folhas lá fora
Árvores ao vento
Querendo ir embora.

São pedras atiradas sobre o telhado
Vizinho ocioso
Respondo calado.

São passos que se ouvem de alguém invisível
Imagem disforme
Não sou tão sensível.

Campainha que soa e me agita por dentro
Se for o carteiro
Sorrio por dentro.

Celular que toca e me chama de repente
São emergências
Estou consciente.

A porta que se abre e produz movimento
Passos na escada
Sem isolamento.

Máquina que lava e não deixa pensar.
Espuma agitada
Não quer calar.

TV que me faz companhia sem ver
Se faz ligada
Sem merecer.

O som alto que atinge o vizinho na nuca
Impulsiona,
Me ajuda.

O som do meu coração a bater
No meu travesseiro
Quero esquecer.

É a trilha sonora que cobre a minha vida
No dia-a-dia
Meu toque de Midas.

Angela Natel – 11/04/2014.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Tenho medo



Tenho medo da multidão
De goma espalhada pelo chão
Tenho medo de dizer a verdade
E ser entendida só pela metade.

Tenho medo do inconsciente
E de ser inconveniente
Tenho medo de ser rejeitada
De nunca ser sua namorada.

Tenho medo de não ser ouvida
Ou nem ao menos nunca ser lida.
Tenho medo de ser só um fardo
E nunca acertar um maldito dardo.

Tenho medo de ser só mais uma que vive
Sem nunca marcar um amor que tive
Tenho medo de ser só mais uma ilusão
Que nasceu e morreu neste mundo cão.

Angela Natel – 03/03/2013

domingo, 22 de julho de 2018

Figuras de linguagem



Amo figuras de linguagem
Dão-me total liberdade
Posso esconder um pensamento
Num vão momento.

Sou traçada novamente
Pela régua que me oprime
Como rio que corre lentamente
Pela costa que o define.

Sinto não poder me calar
Sob a chuva de ideias que caem sobre mim
Divago tal qual animal engaiolado
Sou desnudado.

Por isso tome o rolo de palavras
Nas mãos, e corra com ele.
Não pare até que eu avise
Em minhas convicções não pise.

A língua é um fenômeno carismático
Ela sorri para mim debochando
Da ironia que tentei expressar
Ela não vai me decepcionar.

Por isso uso um milhão de verbetes
Só para dizer que estou apaixonada
Pela inteligência de quem me cativa,
Pela mente que me atiça.

Então grave o meu nome
Sobre o véu que cobre o seu coração
E as mentiras que ele te contar
Que te façam me amar.

Angela Natel – 23/03/2014.

sábado, 21 de julho de 2018

Fera dentro de mim



Quando sou confrontado
Com a fera dentro de mim
Me vejo do lado errado
Sou obrigado a dizer sim.

Não grito, vivo calado
Sofrendo a desilusão
De estar sempre saciado
Com o sangue do meu irmão.

O medo que me domina
É a marca de meu pesar
Matar ou morrer é a minha sina
Fome que trago em meu olhar.

Não é fácil toda essa luta
Que travo no dia a dia
Fera que nega a ajuda
Que sobrevive na noite fria.

Quebro as pernas do que me serve
Estraçalho o mais fraco
Brinco com o que se perde
Ao idiota estendo o laço.

Fera dentro de mim
A quem tento dominar
Ao que não quero digo sim
Negando o direito de amar.

Angela Natel – 20/03/2014

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Ah, largue mão!



Ah, largue mão, meu irmão,
dessa mania complicada
de ver sempre o erro do outro
antes de notar sua própria mancada.

Ah, largue mão, meu irmão,
de querer ser o consciente
o politicamente correto
com atitude incoerente.

Ah, largue mão, meu irmão,
de defender o perdão
só prá se sentir melhor
sem buscar reparação.

Ah, largue mão, meu irmão,
de querer o elogio
e quando não o recebe
tem o outro por vadio.

Ah, largue mão, meu irmão,
de se afastar de quem te ama
porque ouviu o que não queria
ou não gostou do que te chama.

Ah, largue mão, meu irmão,
de rejeitar a correção,
de ignorar o toque dado
e fingir ser santarrão.

Ah, largue mão, meu irmão,
de tratar as pessoas numa panela
como se a pessoa humana
não tivesse nada de singular nela.

Ah, largue mão, meu irmão,
de assumir trabalho que não é seu
reclamando de irresponsabilidade
não dando espaço para o que é meu.

Ah, largue mão, meu irmão,
de querer abraçar o mundo,
de defender o amor
mas no outro pisar fundo.

Ah, largue mão, meu irmão,
de estar sempre no controle, de querer ser deus,
veja se não é tempo, se não está na hora
de respirar, relaxar e olhar pros céus.

Angela Natel - 19/03/2014

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Dark paradise



I’m not afraid of the dark,
Monsters, zombies, vampires.
Werewolves are my family
I live on a dark paradise.

People judge me by my face
By the words that I cannot speak
People scared me all the time
They make me feel so weak.

Moving in a cloud of doubts
It so easy to understand
The giants who whispered for me
They do not demand.

I’m calling, I’m crying for help
But it’s difficult to have a shield
To protect me against evil
found in a point of view.

So I’ve finally asked for death
After so many time
I cried loud and I kicked the bucket
Thinking that the fault was only mine.

Then I missed my family
The wolves who live in darkness
I made loud my howl
To not live anymore in loneliness.

So I make a toast
To this dark paradise
Where people can’t catch me
Where monsters can make me wise.

Angela Natel – 09/03/2014.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Esclarecimento:




Não, não uso dinheiro de meu sustento para pagar tatuagem. São presentes. 
Se você não acredita, problema seu. 
Se usa isso como desculpa para não me ajudar, também é problema seu com Deus - Ele usa quem quer.
Entretanto, falar para alguém que uso dinheiro de sustento para pagar tatuagem é calúnia e, portanto, é tanto crime quanto pecado. Se esse é seu caso, arrependa-se e mude de atitude. #ficadica .
.
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#tattoo #thehandmaidstaletattoo#thehandmaidstale @leodallarosaades1

Imagem e semelhança



Nos relacionamentos
Sejamos como Deus
Um só
Um unidos pelo amor.

Cuidando
Com coerência e respeito
À imagem e semelhança
Daquele que nos criou.

Por dentro e por fora
Refletir caráter, retidão
Não viver só
Constituir família.

Assim como a Trindade
Hierarquia sem conflito
Eficientemente
Cada um cumprindo seu papel.

Divisão de tarefas
Gera eficiência
Cada um conforme sua qualificação
Do que sabe e pode fazer melhor.

Criador, Redentor, Santificador
Funções diferentes
Bendita Imagem
Referência divina.

Considerando o outro superior
Independente de quem é e do que faz
Serviço, perdão, tolerância
Colaboração completa.

Angela Natel - 08/11/10

Querem saber meu posicionamento político?

Querem saber meu posicionamento político?
Tô no limbo, junto com Wilhelm Sell:

"Difícil escrever algo pessoal aqui, mas vamos lá... a situação exige.
Muitas pessoas me perguntam e outras vejo que tentam descobrir qual é a minha posição política.
Muitos me dizem que é impossível não se posicionar claramente. Querem exigir que eu escolha um lado, como se a realidade, o mundo estivesse numa realidade dicotômica, P&B, de bem e mal, na experiência de bom e ruim.
Eu acredito, pela minha fé, em algo que pode parecer absurdo para muitas pessoas próximas e amigas.
Para mim, o Evangelho está acima de qualquer partido ou divisão política. O Evangelho é eterno, oriundo da Palavra Eterna... endossando aquilo que o Ev. de João bem expressa como o Logos Eterno. Um Logos que não é uma ideia, mas uma pessoa. E para conhecer uma pessoa é necessário relacionamento. Para conhecer o Evangelho é necessário relacionamento. Do contrário, toda experiência cristã nada mais é do que um renovado gnosticismo.
Do meu relacionamento com Deus, na convivência com as pessoas, tenho a plena e absoluta convicção de que esse Evangelho está acima de qualquer ideologia político-partidária. Não me sinto, e nunca vou me sentir, na obrigação de concordar plenamente com A ou B. Nem me posicionar de tal forma a fechar com algum lado. E, por favor, parem de dizer ou exigir isso de mim, ou, ao menos, não se decepcionem ao fazê-lo e perceberem minha negativa. Me reservo ao direito de ser crítico de ambos.
É engraçado quando alguém vê meu nome ou uma fala minha relacionado a algo, uma posição que seja, e tem a necessidade de me jogar para o outro lado... já fui chamado de esquerdista, mas também de possível votante do Bols... que nem vou completar o nome.
Uma vez, conversando com um teólogo de nossa igreja que estimo muito, e que talvez seja um dos maiores representantes de nossa igreja a nível mundial, eu lhe disse que eu me sentia, pelas críticas, indesejado por A e por B, e que me sentia meio que num “limbo”. Para alguns eu era liberal demais, para outros “crente” ou “piegas” demais. Ele me tranquilizou e disse para não me preocupar com isso: “os do limbo são necessários”, disse ele brincando com a situação. Eu gostei de ouvir aquilo, porque de certo modo me senti incluído.
Por isso, reafirmo minha posição. Para mim, o Evangelho é infinitamente maior do que qualquer posição política. É um grave erro o colocar o Evangelho abaixo e servil de opções políticas. Também o reino de Deus é infinitamente mais amplo do que muitas vezes pressupomos.
É pela compreensão que tenho do Evangelho, pelas leituras numa hermenêutica libertadora, realizada na dinâmica de Lei e Evangelho, Espírito e letra, criação e redenção, ou seja, numa permanente dialética, que eu sou um crítico de toda a política que se faz que confronta a Palavra de Deus, sua perspectiva de Reino, seu amor incondicional por todas as pessoas (independente de sua situação social, racional, sexual, etc). Amor que leva a uma relação de transformação. Minha leitura gera, em mim, um constante olhar e engajamento por aqueles e aquelas que são mais frágeis, mais pobres, excluídos, para que tenham, junto a todos e todas, a possibilidade de viverem a partir da dignidade outorgada pelo amor incondicional de Deus.
A Palavra de Deus permanece sendo palavra que vem como Lei e Evangelho. Tira-se o Evangelho, permanece a lei carregada de juízo de Deus. E essa Palavra sempre há de ser crítica a todo projeto político que possamos construir, mesmo aquele que consideramos mais justo. E, por isso, a Palavra Eterna permanece superior a Esquerda ou Direita, crítica a ambas, pois elas, por si mesmas, não carregam, são ocas de Evangelho.
Somos pessoas políticas. Nos exigem tomar uma posição. Mas eu quero permanecer “burro”, “idiota”, “tolo”, “ignorante”, ou qualquer sinônimo possível, firmado sobre os valores do Reino recebidos na relação com Cristo Jesus, não a ideia Jesus Cristo, mas a pessoa. E nesta permanência, olhando o que se passa, fico assustado com aqueles e aquelas que defendem religiosamente pessoas e candidatos/as que não olham para o bem comum, para a justiça e equidade, para uma justa distribuição de renda, acesso a educação, etc..., mas que acham ser um “bem” enriquecer uma pequena minoria que num status de “semi-deuses” aqueceriam o “deus” mercado achando que este, após o sacrifício dos pequenos e pequenas, traria suas bênçãos. Idolatria que precisa continuamente ser denunciada por mulheres e homens de Deus."
Wilhelm Sell

https://www.facebook.com/angela.natel/posts/1993869023978754?notif_id=1532899638148164&notif_t=feedback_reaction_generic&ref=notif

Fobia Social



Estão me cercando
Por todos os lados
Me intimidando
Se faço ou não faço.

Olhos atentos
Sobre a minha postura
Olhos sedentos
Por vida impura.

Me olham, me medem
Sou alvo de riso
Me cercam, me pedem
Satisfação de onde piso.

Sou estranha, sou chata,
Inconveniente
E se fico calada
Sou tão diferente.

Tomando um sorvete
Já chamo a atenção
Se solto o verbete
Não sou daqui, não.

Brinquedos, escritos
Diversas viagens
Estudos benditos
São só desvantagens.

Desenterro raízes
Prá descobrir onde estou
Não quero juízes
Pela trilha onde vou.

Angela Natel - 07/11/10

Fusão


Sozinho, vagando isolado
Me encontro no mundo de além
Não falo, vivo calado
Me achando um Zé ninguém.

Você me aparece carente
Com seus problemas também
Tempestade todo mundo sente
Solução é que ninguém tem.

Mas aí me mostro a você
Sou mais eu, mas puxo conversa
Você responde sem saber porque
Por mim mostra que se interessa.

Então somos nós dois
Lado a lado nesse caminho
Não planejamos o depois
Mas não estamos mais sozinhos.

Algo novo agora acontece
Uma tremenda confusão
Um pouco de você em mim aparece
Inicia-se a fusão.

Mas entendo o que Cristo fez
Com um propósito nos juntou
Nos fez um aos Seus pés
Para amar Ele nos amou.



(Angela Natel – 24/10/10 – Florianópolis – SC)

Transparência


Abri o meu zíper
tirei meu coração
escancarei minha alma
minha boca, não.

riso que incomoda
toma o lugar da vergonha
virar lobo ou ovelha
quer me tire ou ponha.

o mundo é pequeno
vou transformando
sonho neurótico
me revelando.

uma foto, uma imagem
parada no ar
memorável viagem
no passado a ficar.

fugir da lembrança
prá não sentir dor
parecendo criança
negando o amor.

Angela Natel - 11/10/10

Arma em suas mãos



Se me prostro e desabafo
Sou fraca, inapta
Preciso de tratamento.

Se me mantenho
Sem reação
Insensível, fora da comunhão
Não há como me incluir nesse momento.

Então eu choro
Mostrando desestabilidade
Ou nem coro
Por falta de animosidade.

Tudo é arma em suas mãos
Impedindo-me de produzir
Amarrando-me sem exigir.

Tudo o que digo
Tudo o que faço
Tudo o que sou
É desculpa para me rejeitar
E negar, rotular
E a cada palavra, o repetir
‘eu entendo’
Seguido da mesma posição
Me mostra que nada mudou.

Tudo é arma em suas mãos.
Não posso porque sou instável
Divorciada, horários não batem,
Há muitas desculpas,
E tudo é arma em suas mãos.

Não queria ter chorado
Tanto em sua frente
E me fazer vulnerável
Queria tudo diferente.
Mas o vulcão explodiu
E me mostrei como sou.
Falei tudo o que senti
(e ainda sinto)
Mas de nada adiantou.

Só há atenção no que interessa
Não se vê o esforço
Nem a necessidade.
Amam o próximo como desejam
Não como o próximo precisa.

O sacerdócio de todos os crentes não existe mais
Porque Deus só fala com os sãos de mente
Com os líderes, e com ninguém mais.

Angela Natel, 16/09/10

Graça


Não compreendo tudo o que me ocorre,
uma lição tenho percebido, e fico atônita.
Estão me reconstruindo.
Aos poucos volto a respirar,
como que recém tirada de um turbilhão de águas
que me afogavam.
É pela graça.

Como testemunhar de algo que não compreendo?
Como testificar de uma lição que ainda estou aprendendo?

Lampejos de vida vêm e vão
sinais de uma luz piscando dentro de mim.
Morrendo, volto a viver.

Enfim descansei,
pude dormir, relaxar.
Ainda há tanto por fazer,
mas posso sorrir.

Não há nada a provar.
Tudo foi consumado.
Não há nada que possa a graça comprar.

Angela Natel - 18/04/2014.

Trilha Sonora



Às vezes sou surpreendida com o passarinho na janela
Barulho no ninho
Rebuliço na tela.

Tem o vento que encana e produz um sussurro
Se eleva à noite
Um soco no muro.

Acordo com o farfalhar das folhas lá fora
Árvores ao vento
Querendo ir embora.

São pedras atiradas sobre o telhado
Vizinho ocioso
Respondo calado.

São passos que se ouvem de alguém invisível
Imagem disforme
Não sou tão sensível.

Campainha que soa e me agita por dentro
Se for o carteiro
Sorrio por dentro.

Celular que toca e me chama de repente
São emergências
Estou consciente.

A porta que se abre e produz movimento
Passos na escada
Sem isolamento.

Máquina que lava e não deixa pensar.
Espuma agitada
Não quer calar.

TV que me faz companhia sem ver
Se faz ligada
Sem merecer.

O som alto que atinge o vizinho na nuca
Impulsiona,
Me ajuda.

O som do meu coração a bater
No meu travesseiro
Quero esquecer.

É a trilha sonora que cobre a minha vida
No dia-a-dia
Meu toque de Midas.

Angela Natel – 11/04/2014.

Tenho medo



Tenho medo da multidão
De goma espalhada pelo chão
Tenho medo de dizer a verdade
E ser entendida só pela metade.

Tenho medo do inconsciente
E de ser inconveniente
Tenho medo de ser rejeitada
De nunca ser sua namorada.

Tenho medo de não ser ouvida
Ou nem ao menos nunca ser lida.
Tenho medo de ser só um fardo
E nunca acertar um maldito dardo.

Tenho medo de ser só mais uma que vive
Sem nunca marcar um amor que tive
Tenho medo de ser só mais uma ilusão
Que nasceu e morreu neste mundo cão.

Angela Natel – 03/03/2013

Figuras de linguagem



Amo figuras de linguagem
Dão-me total liberdade
Posso esconder um pensamento
Num vão momento.

Sou traçada novamente
Pela régua que me oprime
Como rio que corre lentamente
Pela costa que o define.

Sinto não poder me calar
Sob a chuva de ideias que caem sobre mim
Divago tal qual animal engaiolado
Sou desnudado.

Por isso tome o rolo de palavras
Nas mãos, e corra com ele.
Não pare até que eu avise
Em minhas convicções não pise.

A língua é um fenômeno carismático
Ela sorri para mim debochando
Da ironia que tentei expressar
Ela não vai me decepcionar.

Por isso uso um milhão de verbetes
Só para dizer que estou apaixonada
Pela inteligência de quem me cativa,
Pela mente que me atiça.

Então grave o meu nome
Sobre o véu que cobre o seu coração
E as mentiras que ele te contar
Que te façam me amar.

Angela Natel – 23/03/2014.

Fera dentro de mim



Quando sou confrontado
Com a fera dentro de mim
Me vejo do lado errado
Sou obrigado a dizer sim.

Não grito, vivo calado
Sofrendo a desilusão
De estar sempre saciado
Com o sangue do meu irmão.

O medo que me domina
É a marca de meu pesar
Matar ou morrer é a minha sina
Fome que trago em meu olhar.

Não é fácil toda essa luta
Que travo no dia a dia
Fera que nega a ajuda
Que sobrevive na noite fria.

Quebro as pernas do que me serve
Estraçalho o mais fraco
Brinco com o que se perde
Ao idiota estendo o laço.

Fera dentro de mim
A quem tento dominar
Ao que não quero digo sim
Negando o direito de amar.

Angela Natel – 20/03/2014

Ah, largue mão!



Ah, largue mão, meu irmão,
dessa mania complicada
de ver sempre o erro do outro
antes de notar sua própria mancada.

Ah, largue mão, meu irmão,
de querer ser o consciente
o politicamente correto
com atitude incoerente.

Ah, largue mão, meu irmão,
de defender o perdão
só prá se sentir melhor
sem buscar reparação.

Ah, largue mão, meu irmão,
de querer o elogio
e quando não o recebe
tem o outro por vadio.

Ah, largue mão, meu irmão,
de se afastar de quem te ama
porque ouviu o que não queria
ou não gostou do que te chama.

Ah, largue mão, meu irmão,
de rejeitar a correção,
de ignorar o toque dado
e fingir ser santarrão.

Ah, largue mão, meu irmão,
de tratar as pessoas numa panela
como se a pessoa humana
não tivesse nada de singular nela.

Ah, largue mão, meu irmão,
de assumir trabalho que não é seu
reclamando de irresponsabilidade
não dando espaço para o que é meu.

Ah, largue mão, meu irmão,
de querer abraçar o mundo,
de defender o amor
mas no outro pisar fundo.

Ah, largue mão, meu irmão,
de estar sempre no controle, de querer ser deus,
veja se não é tempo, se não está na hora
de respirar, relaxar e olhar pros céus.

Angela Natel - 19/03/2014

Dark paradise



I’m not afraid of the dark,
Monsters, zombies, vampires.
Werewolves are my family
I live on a dark paradise.

People judge me by my face
By the words that I cannot speak
People scared me all the time
They make me feel so weak.

Moving in a cloud of doubts
It so easy to understand
The giants who whispered for me
They do not demand.

I’m calling, I’m crying for help
But it’s difficult to have a shield
To protect me against evil
found in a point of view.

So I’ve finally asked for death
After so many time
I cried loud and I kicked the bucket
Thinking that the fault was only mine.

Then I missed my family
The wolves who live in darkness
I made loud my howl
To not live anymore in loneliness.

So I make a toast
To this dark paradise
Where people can’t catch me
Where monsters can make me wise.

Angela Natel – 09/03/2014.

Esclarecimento:




Não, não uso dinheiro de meu sustento para pagar tatuagem. São presentes. 
Se você não acredita, problema seu. 
Se usa isso como desculpa para não me ajudar, também é problema seu com Deus - Ele usa quem quer.
Entretanto, falar para alguém que uso dinheiro de sustento para pagar tatuagem é calúnia e, portanto, é tanto crime quanto pecado. Se esse é seu caso, arrependa-se e mude de atitude. #ficadica .
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#tattoo #thehandmaidstaletattoo#thehandmaidstale @leodallarosaades1