Às vezes sou surpreendida com o passarinho na janela
Barulho no ninho
Rebuliço na tela.
Tem o vento que encana e produz um sussurro
Se eleva à noite
Um soco no muro.
Acordo com o farfalhar das folhas lá fora
Árvores ao vento
Querendo ir embora.
São pedras atiradas sobre o telhado
Vizinho ocioso
Respondo calado.
São passos que se ouvem de alguém invisível
Imagem disforme
Não sou tão sensível.
Campainha que soa e me agita por dentro
Se for o carteiro
Sorrio por dentro.
Celular
que toca e me chama de repente
São
emergências
Estou
consciente.
A porta
que se abre e produz movimento
Passos
na escada
Sem
isolamento.
Máquina
que lava e não deixa pensar.
Espuma
agitada
Não quer
calar.
TV que
me faz companhia sem ver
Se faz
ligada
Sem
merecer.
O som
alto que atinge o vizinho na nuca
Impulsiona,
Me
ajuda.
O som do
meu coração a bater
No meu
travesseiro
Quero
esquecer.
É a
trilha sonora que cobre a minha vida
No
dia-a-dia
Meu
toque de Midas.
Angela
Natel – 11/04/2014.
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