domingo, 29 de julho de 2018

Querem saber meu posicionamento político?

Querem saber meu posicionamento político?
Tô no limbo, junto com Wilhelm Sell:

"Difícil escrever algo pessoal aqui, mas vamos lá... a situação exige.
Muitas pessoas me perguntam e outras vejo que tentam descobrir qual é a minha posição política.
Muitos me dizem que é impossível não se posicionar claramente. Querem exigir que eu escolha um lado, como se a realidade, o mundo estivesse numa realidade dicotômica, P&B, de bem e mal, na experiência de bom e ruim.
Eu acredito, pela minha fé, em algo que pode parecer absurdo para muitas pessoas próximas e amigas.
Para mim, o Evangelho está acima de qualquer partido ou divisão política. O Evangelho é eterno, oriundo da Palavra Eterna... endossando aquilo que o Ev. de João bem expressa como o Logos Eterno. Um Logos que não é uma ideia, mas uma pessoa. E para conhecer uma pessoa é necessário relacionamento. Para conhecer o Evangelho é necessário relacionamento. Do contrário, toda experiência cristã nada mais é do que um renovado gnosticismo.
Do meu relacionamento com Deus, na convivência com as pessoas, tenho a plena e absoluta convicção de que esse Evangelho está acima de qualquer ideologia político-partidária. Não me sinto, e nunca vou me sentir, na obrigação de concordar plenamente com A ou B. Nem me posicionar de tal forma a fechar com algum lado. E, por favor, parem de dizer ou exigir isso de mim, ou, ao menos, não se decepcionem ao fazê-lo e perceberem minha negativa. Me reservo ao direito de ser crítico de ambos.
É engraçado quando alguém vê meu nome ou uma fala minha relacionado a algo, uma posição que seja, e tem a necessidade de me jogar para o outro lado... já fui chamado de esquerdista, mas também de possível votante do Bols... que nem vou completar o nome.
Uma vez, conversando com um teólogo de nossa igreja que estimo muito, e que talvez seja um dos maiores representantes de nossa igreja a nível mundial, eu lhe disse que eu me sentia, pelas críticas, indesejado por A e por B, e que me sentia meio que num “limbo”. Para alguns eu era liberal demais, para outros “crente” ou “piegas” demais. Ele me tranquilizou e disse para não me preocupar com isso: “os do limbo são necessários”, disse ele brincando com a situação. Eu gostei de ouvir aquilo, porque de certo modo me senti incluído.
Por isso, reafirmo minha posição. Para mim, o Evangelho é infinitamente maior do que qualquer posição política. É um grave erro o colocar o Evangelho abaixo e servil de opções políticas. Também o reino de Deus é infinitamente mais amplo do que muitas vezes pressupomos.
É pela compreensão que tenho do Evangelho, pelas leituras numa hermenêutica libertadora, realizada na dinâmica de Lei e Evangelho, Espírito e letra, criação e redenção, ou seja, numa permanente dialética, que eu sou um crítico de toda a política que se faz que confronta a Palavra de Deus, sua perspectiva de Reino, seu amor incondicional por todas as pessoas (independente de sua situação social, racional, sexual, etc). Amor que leva a uma relação de transformação. Minha leitura gera, em mim, um constante olhar e engajamento por aqueles e aquelas que são mais frágeis, mais pobres, excluídos, para que tenham, junto a todos e todas, a possibilidade de viverem a partir da dignidade outorgada pelo amor incondicional de Deus.
A Palavra de Deus permanece sendo palavra que vem como Lei e Evangelho. Tira-se o Evangelho, permanece a lei carregada de juízo de Deus. E essa Palavra sempre há de ser crítica a todo projeto político que possamos construir, mesmo aquele que consideramos mais justo. E, por isso, a Palavra Eterna permanece superior a Esquerda ou Direita, crítica a ambas, pois elas, por si mesmas, não carregam, são ocas de Evangelho.
Somos pessoas políticas. Nos exigem tomar uma posição. Mas eu quero permanecer “burro”, “idiota”, “tolo”, “ignorante”, ou qualquer sinônimo possível, firmado sobre os valores do Reino recebidos na relação com Cristo Jesus, não a ideia Jesus Cristo, mas a pessoa. E nesta permanência, olhando o que se passa, fico assustado com aqueles e aquelas que defendem religiosamente pessoas e candidatos/as que não olham para o bem comum, para a justiça e equidade, para uma justa distribuição de renda, acesso a educação, etc..., mas que acham ser um “bem” enriquecer uma pequena minoria que num status de “semi-deuses” aqueceriam o “deus” mercado achando que este, após o sacrifício dos pequenos e pequenas, traria suas bênçãos. Idolatria que precisa continuamente ser denunciada por mulheres e homens de Deus."
Wilhelm Sell

https://www.facebook.com/angela.natel/posts/1993869023978754?notif_id=1532899638148164&notif_t=feedback_reaction_generic&ref=notif

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Querem saber meu posicionamento político?

Querem saber meu posicionamento político?
Tô no limbo, junto com Wilhelm Sell:

"Difícil escrever algo pessoal aqui, mas vamos lá... a situação exige.
Muitas pessoas me perguntam e outras vejo que tentam descobrir qual é a minha posição política.
Muitos me dizem que é impossível não se posicionar claramente. Querem exigir que eu escolha um lado, como se a realidade, o mundo estivesse numa realidade dicotômica, P&B, de bem e mal, na experiência de bom e ruim.
Eu acredito, pela minha fé, em algo que pode parecer absurdo para muitas pessoas próximas e amigas.
Para mim, o Evangelho está acima de qualquer partido ou divisão política. O Evangelho é eterno, oriundo da Palavra Eterna... endossando aquilo que o Ev. de João bem expressa como o Logos Eterno. Um Logos que não é uma ideia, mas uma pessoa. E para conhecer uma pessoa é necessário relacionamento. Para conhecer o Evangelho é necessário relacionamento. Do contrário, toda experiência cristã nada mais é do que um renovado gnosticismo.
Do meu relacionamento com Deus, na convivência com as pessoas, tenho a plena e absoluta convicção de que esse Evangelho está acima de qualquer ideologia político-partidária. Não me sinto, e nunca vou me sentir, na obrigação de concordar plenamente com A ou B. Nem me posicionar de tal forma a fechar com algum lado. E, por favor, parem de dizer ou exigir isso de mim, ou, ao menos, não se decepcionem ao fazê-lo e perceberem minha negativa. Me reservo ao direito de ser crítico de ambos.
É engraçado quando alguém vê meu nome ou uma fala minha relacionado a algo, uma posição que seja, e tem a necessidade de me jogar para o outro lado... já fui chamado de esquerdista, mas também de possível votante do Bols... que nem vou completar o nome.
Uma vez, conversando com um teólogo de nossa igreja que estimo muito, e que talvez seja um dos maiores representantes de nossa igreja a nível mundial, eu lhe disse que eu me sentia, pelas críticas, indesejado por A e por B, e que me sentia meio que num “limbo”. Para alguns eu era liberal demais, para outros “crente” ou “piegas” demais. Ele me tranquilizou e disse para não me preocupar com isso: “os do limbo são necessários”, disse ele brincando com a situação. Eu gostei de ouvir aquilo, porque de certo modo me senti incluído.
Por isso, reafirmo minha posição. Para mim, o Evangelho é infinitamente maior do que qualquer posição política. É um grave erro o colocar o Evangelho abaixo e servil de opções políticas. Também o reino de Deus é infinitamente mais amplo do que muitas vezes pressupomos.
É pela compreensão que tenho do Evangelho, pelas leituras numa hermenêutica libertadora, realizada na dinâmica de Lei e Evangelho, Espírito e letra, criação e redenção, ou seja, numa permanente dialética, que eu sou um crítico de toda a política que se faz que confronta a Palavra de Deus, sua perspectiva de Reino, seu amor incondicional por todas as pessoas (independente de sua situação social, racional, sexual, etc). Amor que leva a uma relação de transformação. Minha leitura gera, em mim, um constante olhar e engajamento por aqueles e aquelas que são mais frágeis, mais pobres, excluídos, para que tenham, junto a todos e todas, a possibilidade de viverem a partir da dignidade outorgada pelo amor incondicional de Deus.
A Palavra de Deus permanece sendo palavra que vem como Lei e Evangelho. Tira-se o Evangelho, permanece a lei carregada de juízo de Deus. E essa Palavra sempre há de ser crítica a todo projeto político que possamos construir, mesmo aquele que consideramos mais justo. E, por isso, a Palavra Eterna permanece superior a Esquerda ou Direita, crítica a ambas, pois elas, por si mesmas, não carregam, são ocas de Evangelho.
Somos pessoas políticas. Nos exigem tomar uma posição. Mas eu quero permanecer “burro”, “idiota”, “tolo”, “ignorante”, ou qualquer sinônimo possível, firmado sobre os valores do Reino recebidos na relação com Cristo Jesus, não a ideia Jesus Cristo, mas a pessoa. E nesta permanência, olhando o que se passa, fico assustado com aqueles e aquelas que defendem religiosamente pessoas e candidatos/as que não olham para o bem comum, para a justiça e equidade, para uma justa distribuição de renda, acesso a educação, etc..., mas que acham ser um “bem” enriquecer uma pequena minoria que num status de “semi-deuses” aqueceriam o “deus” mercado achando que este, após o sacrifício dos pequenos e pequenas, traria suas bênçãos. Idolatria que precisa continuamente ser denunciada por mulheres e homens de Deus."
Wilhelm Sell

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