quinta-feira, 31 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 31. Fabiane Maria de Jesus
Neste mês de outubro lancei a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
31. Fabiane Maria de Jesus
Fabiane Maria de
Jesus foi uma mulher linchada por moradores do bairro de Morrinhos IV,
na periferia do município de Guarujá, no litoral do
estado brasileiro de São Paulo,
em 3 de maio de 2014.
A mulher tinha 33
anos, era uma dona de casa casada,
mãe de duas crianças e morava no bairro em que foi espancada e assassinada. O
linchamento ocorreu porque a vítima foi confundida com uma suposta
sequestradora de crianças, cujo retrato falado que havia sido feito dois anos
antes, passou a circular nas mídias sociais.
O fato causou forte comoção
nacional, principalmente por ter sido motivado por notícias
falsas, disseminadas pelas redes
sociais. Foi a vigésima morte por linchamento no Brasil, no ano de 2014. O
caso foi listado pelo portal Brasil
Online (BOL, 2015), O Estado de S. Paulo (2014) e a revista Veja (2014) ao lado de outros crimes que
"chocaram" o Brasil.
Fabiana Maria de Jesus não foi acusada formalmente de bruxaria como as outras mulheres de nossa série, mas foi "julgada e condenada" covardemente por populares por causa de um boato sobre magia.
A história de uma mulher que
sequestrava crianças para realizar rituais de magia negra circulou na internet
como sendo verdadeira, com direito até a retrato falado da suspeita. Tudo não
passava de um boato, mas Fabiana de Jesus, de 33 anos, foi vista dando frutas
para um garoto em Guarujá (SP), e a mãe do menino a achou parecida com a imagem
do retrato falado.
Cerca de 100 pessoas que estavam
nos arredores lincharam Fabiana, que morreu segurando uma Bíblia.
Posteriormente foi provado que ela era inocente. O fato aconteceu em 3 de maio
de 2014, e cinco dos acusados de linchamento foram presos. O líder da agressão
foi condenado a 30 anos de prisão.
Fonte: biografia mulher 500 anos
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 30. Varvara Genatulina
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
30. Varvara Genatulina
Uma jovem mãe de apenas 26 anos foi forçada a procurar abrigo com o seu filho após ter a casa queimada por vizinhos que a acusam de bruxaria. O caso aconteceu no Extremo Oriente da Rússia.
Varvara Genatulina, moradora da vila de Pobedino, na Sacalina, extremo Oriente da Rússia, foi acusada por outros habitantes da localidade de estar por trás do suicídio de seu marido e de outras duas pessoas da comunidade ligadas de alguma forma a ela. Por conta dessa situação, ela foi declarada bruxa e, como pena, teve sua residência incendiada.
A história, ocorrida recentemente, ganhou publicidade após ser relatada em carta por outro morador da região, Oleg Vnukov, que escreveu para a Associação de Advogados da Rússia, culpando as autoridades locais por negligência, sobretudo ao não oferecer oportunidades de trabalho suficientes, o que teria deixado a população de Pobedino desesperada e insana.
Os advogados, por sua vez, segundo o Mir 24, disseram que casos como esse, de caça às bruxas, não são tão raros assim em áreas rurais remotas do país, principalmente quando as condições de vida são difíceis por conta do desemprego e da pobreza.
terça-feira, 29 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 29. Mima Renard
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
29. Mima Renard
Mima Renard (falecida em 1692,
em São Paulo), foi uma suposta bruxa franco-brasileira, sendo a
vítima mais conhecida no Brasil do
período da Caça às Bruxas.
Mima Renard era uma imigrante francesa, que se mudou para o
Brasil com seu marido, René. O casal foi morar na então vila de São Paulo. Mima
era vista como uma mulher bela e atraente, despertando atenção nos homens, fato
que fez com que seu marido fosse atacado e assassinado por um de seus
pretendentes. Assim, ela passou a prostituir-se para sobreviver.
As demais mulheres da vila passaram a acusá-la de jogar feitiço
nos homens, com o propósito de atraí-los. Em data desconhecida, um conflito
entre dois de seus clientes resultou no assassinato de um deles. Os dois
clientes eram casados, o que foi malvisto na época. Mima foi denunciada ao
padre da paróquia local, pelas várias mulheres de seus clientes, recebendo
acusação de feitiçaria e bruxaria, por supostamente lançar feitiço nos homens.
Ela foi julgada, condenada e executada na fogueira em público.
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 28. Bruxas de Salém
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
28. Bruxas de Salém
Bruxas de Salém refere-se ao episódio
gerado pela superstição e
pela credulidade que levaram, na América do Norte, aos últimos julgamentos por bruxaria na
pequena povoação de Salém, Massachusetts,
numa noite de
outubro de 1692.
O medo da bruxaria começou quando uma escrava negra
chamada Tituba contou
algumas histórias vudus (religião
tradicional da África Ocidental) a amigas praticantes do
ocultismo, tanto que algumas tiveram a ajuda da mesma para terem pactos como Davina
, por esse pacto, tiveram pesadelos.
Um médico que
foi chamado para as examinar declarou que as moças deveriam estar
"embruxadas".
Os julgamentos de Tituba e de outras foram
realizados perante o juiz Samuel Sewall. Cotton Mather,
um pregador colonial que acreditava em bruxaria, encarregou-se das acusações.
Após a morte de sua serva, Diz que Davina foi passando de corpo em corpo a cada
morte. O medo da bruxaria durou cerca de um ano, durante o qual vinte pessoas,
na sua maioria mulheres, foram declaradas culpadas de realizar bruxaria e
executadas. Um dos homens, Giles Corey, morreu de acordo com o bárbaro
costume medieval de
comprimir a vítima por rochas, com uma
tábua sobre o seu corpo, até sua morte ao fim de 3 dias. Foram presas cerca de
cento e cinquenta pessoas. Mais tarde, o juiz Sewall confessou que as suas
sentenças haviam sido um erro. Há suspeitas de que foram intoxicadas pelo
consumo do esporão-de-centeio (principal ingrediente do
pão), um fungo que extrai alcaloides na produção de produtos medicinais
incluindo o LSD. Se ingerido, o parasita pode causar uma doença conhecida hoje
como Ergotismo.
As principais testemunhas da acusação foram as primas Elizabeth
"Betty" Parris e Abigail
Williams, com, respectivamente, 9 e 11 anos.
domingo, 27 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 27. Isabel Pedrosa de Alvarenga
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
27. Isabel Pedrosa de
Alvarenga
Outro dos vários casos marcantes de bruxaria no Brasil aconteceu
em 1750, quando Isabel Pedrosa de Alvarenga foi acusada por um dos
"familiares do Santo Ofício", os espiões da igreja. O espião alegava
que a mulher carregava um saco cheio de umbigos de crianças, tufos de cabelo,
panos ensopados de sangue humano, bicos de pássaros, e que todos esses itens
eram usados para a prática de feitiçaria.
A mulher, que era muito pobre e vivia nas ruas às custas de
esmolas, nunca admitiu envolvimento com a prática de bruxaria, mas ainda assim
foi condenada à morte.
Durante essa época, um total de 1076 pessoas foram investigadas
por bruxaria, das quais 29 delas foram levadas às fogueiras.
sábado, 26 de outubro de 2019
Teologia analógica
Toda nossa linguagem teológica é analógica. Mas temos preferências nessa construção. Por isso que de forma mais ampla Deus é visto como sendo do gênero masculino, pois no discurso teológico bíblico e contemporâneo, usa-se analogias como rei, senhor, pai, guerreiro, etc. Como as pessoas dificilmente percebem o uso de analogia, elas acham que Deus é realmente um rei, um senhor, um pai, um guerreiro, etc. Mais ainda, acham que Deus é homem. Apesar de Deus nunca ser chamado de mulher ou mãe na Bíblia, ainda há usos analógicos que apontam para essa identidade. Por exemplo, Deuteronômio 32.18 diz que Deus "gerou" e "pariu" Israel. Agora, vá na sua Bíblia e veja se a tradução deixa claro o caráter feminino da ação ou se há uma amenização dos termos para que possam ser aplicados a uma identidade masculina também (gerar, fazer nascer, etc.). Não se enganem, Deus não é homem, nem mulher, nem rei, nem pai. Nós construímos essas identidades a partir de como experimentamos a ação de Deus em nossas vidas. Ele é pai porque cuida de nós como um pai cuida de seu filho; ele é mãe porque nos gerou e formou. Toda nossa linguagem teológica é analógica.
Caio Peres
"Interessante pensar tais aspectos. O protestantismo se orgulha muito de ter unicamente as Escrituras como base de suas doutrinas, mas, por vezes, parece ser um "Sola Scriptura desde que minha Teologia esteja de acordo..."
Flávio Macedo Pinheiro
Caio Peres
"Interessante pensar tais aspectos. O protestantismo se orgulha muito de ter unicamente as Escrituras como base de suas doutrinas, mas, por vezes, parece ser um "Sola Scriptura desde que minha Teologia esteja de acordo..."
Flávio Macedo Pinheiro
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 26. Elisabeth Plainacher
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
26.
Elisabeth Plainacher
Em 27
de setembro de 1583, Elisabeth Plainacher foi queimada na fogueira em Viena,
Áustria. Acusada de ser uma bruxa. Elisabeth criara a neta, Anna
Schlutterbauer, cuja mãe havia morrido. Quando Anna chegou à adolescência,
começou a ter convulsões.
Seu
pai acreditava que as convulsões foram causadas por uma má sorte colocada na
menina por sua avó. Elisabeth e Anna foram levadas para Viena, onde seu caso
foi "investigado" por Georg Scherer, o inquisidor jesuíta. Scherer
conduziu exorcismos em Anna que, segundo ele, causaram a expulsão de 12.652
demônios do corpo da menina.
Ele também conduziu
"interrogatórios" de Elisabeth durante os quais ela confessou tudo,
sob tortura. Elisabeth tinha cerca de 70 anos na época de sua execução. Suas
cinzas foram jogadas no Danúbio.
~ Fonte: A série de heróis do movimento matriarcal Menonita.
~ Fonte: A série de heróis do movimento matriarcal Menonita.
sexta-feira, 25 de outubro de 2019
Geração corrupta
Os ministros que estão no governo representam perfeitamente
grande parcela da população, que está programada a repetir informações sem
pensar, sem analisar por si mesma, sem checar fatos.
São robôs treinados a fazer deboche do que não entendem, superficiais em suas análises, incapazes de dialogar, mestres em ataques pessoais para evitar aprofundamento e compreensão de quem pensa diferente, recusam-se a aprender.
São servos do dinheiro e da fama, confundindo seus dogmas com a verdade e cauterizados em suas consciências.
Usam posição de privilégio e violência para falar e agir como querem, sem medir as consequências de sua postura na desumanização do outro. Assim, atropelam quem se colocar em seu caminho para os desafiar.
Revelam, com essas atitudes, sua insegurança, seu medo e sua falta de profundidade. Pensam-se exemplo, mas são cópias de cópias, guias cegos, inúteis em suas postulações.
A voz das massas os representam, com sua inabilidade de interpretar os mais simples enunciados, pois são habilitados apenas a atacar pessoalmente, promovendo linchamentos virtuais, injúrias e distribuindo difamações por onde passam.
Essas pessoas ouvem uma frase e em suas mentes já se armam para rebater ou injuriar, sem levar em conta a totalidade da fala, sem analisar contexto, sem se dar ao trabalho de ouvir para compreender e interpretar.
São preguiçosos de mente, rápidos em julgar e emitir condenação.
Tal postura demonstra a maior falta de caráter, pois se enxergam como donos da verdade, não percebem seu óculos ideológico nem a impossibilidade de discursos neutros.
Etnocentrismo é uma de suas principais marcas, condenando os demais com base em si mesmos, ignorando falhas próprias e recusando-se a trilhar o caminho do arrependimento e da empatia.
São robôs treinados a fazer deboche do que não entendem, superficiais em suas análises, incapazes de dialogar, mestres em ataques pessoais para evitar aprofundamento e compreensão de quem pensa diferente, recusam-se a aprender.
São servos do dinheiro e da fama, confundindo seus dogmas com a verdade e cauterizados em suas consciências.
Usam posição de privilégio e violência para falar e agir como querem, sem medir as consequências de sua postura na desumanização do outro. Assim, atropelam quem se colocar em seu caminho para os desafiar.
Revelam, com essas atitudes, sua insegurança, seu medo e sua falta de profundidade. Pensam-se exemplo, mas são cópias de cópias, guias cegos, inúteis em suas postulações.
A voz das massas os representam, com sua inabilidade de interpretar os mais simples enunciados, pois são habilitados apenas a atacar pessoalmente, promovendo linchamentos virtuais, injúrias e distribuindo difamações por onde passam.
Essas pessoas ouvem uma frase e em suas mentes já se armam para rebater ou injuriar, sem levar em conta a totalidade da fala, sem analisar contexto, sem se dar ao trabalho de ouvir para compreender e interpretar.
São preguiçosos de mente, rápidos em julgar e emitir condenação.
Tal postura demonstra a maior falta de caráter, pois se enxergam como donos da verdade, não percebem seu óculos ideológico nem a impossibilidade de discursos neutros.
Etnocentrismo é uma de suas principais marcas, condenando os demais com base em si mesmos, ignorando falhas próprias e recusando-se a trilhar o caminho do arrependimento e da empatia.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 25. Adolfina Ocampos
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
25. Adolfina Ocampos
No
Paraguai, as acusações de ser uma bruxa não fazem parte da dramatização
relacionada ao Halloween. Em vez disso, é uma alegação séria que pode custar
sua vida.
Mais
recentemente, os moradores do país sul-americano acusaram uma mulher indígena
de ser uma bruxa. Adolfina Ocampos, 45 anos, foi amarrada a uma estaca, atingida
com flechas e enterrada viva após ser acusada de bruxa. Ela foi condenada à
morte pelo chefe da comunidade da etnia Mbyá Guarani. O Daily Mail relata que,
quando ela morreu, não foi confirmada, mas sua morte ocorreu na vila de
Tahehyi, localizada a 320 quilômetros ao norte da capital Assunção.
Embora
possa parecer chocante e bárbaro matar uma mulher por causa dessas alegações, a
Agência de Refugiados da ONU estimou que milhares de pessoas em todo o mundo
são acusadas de serem bruxas a cada ano. As alegações resultam em abuso, sendo
evitadas de sua comunidade e família e, na pior das hipóteses, morte.
Mesmo
assim, houve um aumento significativo de acusações de bruxa no Paraguai.
Segundo o antropólogo italiano e padre católico José Zanardini, a morte de
Ocampos é sem precedentes.
"Trabalho
no Paraguai há 40 anos e não me lembro de um episódio semelhante de uma
execução por alegada feitiçaria", disse Zanardini. "A morte trágica
dessa mulher é isolada e fora do comum na coexistência dos 20 grupos étnicos do
Paraguai. Em geral, os índios são muito pacíficos e tolerantes".
A
promotora local Fany Aguilera acusou nove homens de assassinato em primeiro
grau e eles teriam admitido ter matado a vítima.
quinta-feira, 24 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 24. Magdalena Francisco
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
24. Magdalena Francisco
Moradores de uma aldeia na região oeste da Guatemala lincharam
uma mulher de 43 anos acusada de praticar bruxaria.
O episódio ocorreu na terça-feira, dia 6 de agosto de 2013, no
povoado de Calhitz, no departamento de Huehuetenango, cerca de 375 km da
capital guatemalteca, próximo à fronteira com o México.
Segundo o jornal Nosso Diário, 2.000 vizinhos enfurecidos
espancaram e jogaram pedras em Magdalena Francisco, 43 anos, após entrarem em
sua casa.
A polícia que estava no local não pode evitar o linchamento
diante da fúria do grande número de pessoas.
Os linchamentos são comuns na Guatemala, onde a população faz
justiça com as próprias mãos devido à desconfiança das autoridades.
Na semana anterior, moradores de uma aldeia do departamento de
Zacapa lincharam um casal acusado de assassinar uma mãe para sequestrar seu
filho.
Entre janeiro e junho do mesmo ano, cerca de 23 pessoas morreram
vítimas de linchamentos na Guatemala, segundo boletim da Procuradoria de
Direitos Humanos do país.
O dado se assemelha ao total de casos reportados para 2012, enquanto
em 2011 foram registrados 51 linchamentos.
quarta-feira, 23 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 23. Kepari Leniata
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
23. Kepari Leniata
Em 6
de fevereiro de 2013, os moradores da vila de Paiala, na Papua Nova Guiné,
torturaram sua vizinha Kepari Leniata para confessar o assassinato através de
bruxaria de uma criança local, e a queimaram viva em um depósito de lixo. A
feitiçaria é amplamente temida e praticada em Papua Nova Guiné.
Kepari
Leniata, 20, "confessou" depois que foi arrastada de sua cabana,
despida e torturada com barras de ferro em brasa.
Ela
foi então arrastada para um depósito de lixo local, embebida em gasolina e, com
as mãos e os pés amarrados, jogada no fogo de pneus em chamas. Enquanto a mãe
de dois gritava em agonia, mais pneus encharcados de gasolina foram jogados em
cima dela.
A
tragédia se desenrolou depois que o jovem vizinho de Leniata ficou doente na
manhã de terça-feira. Ele se queixou de dores no estômago e no peito e foi
levado ao hospital Mt Hagen, onde morreu poucas horas depois.
Parentes
do garoto suspeitavam que a bruxaria estivesse envolvida na morte e descobriram
que duas mulheres haviam se escondido na selva.
Depois
de serem rastreados, o casal admitiu que praticava feitiçaria, mas não tinha
nada a ver com a morte do garoto. Leniata, eles disseram, era a pessoa responsável.
A
família do menino foi à sua cabana às 7h da quarta-feira, tirou a roupa e a
arrastou para tortura e morte.
terça-feira, 22 de outubro de 2019
O marido cristão é um "sacerdote do lar"? Uma crítica teológica a esse conceito
A teologia judaico-cristã é fruto de um contexto social e histórico pautado no patriarcalismo, que por sua vez traz uma compreensão assimétrica de gênero, ou seja, a mulher era tida como inferior ao homem, e até mesmo incapaz de exercer atividades que no passado eram tidas como "naturalmente" masculinas. Não por acaso, a atividade sacerdotal, no contexto hebraico da Antiguidade, era exclusivamente masculina. Até aí, uma boa hermenêutica já possibilita fazer uma crítica. Contudo, chama a atenção uma das tentativas teológicas para legitimar a superioridade espiritual masculina nos dias de hoje, com o uso do conceito de "sacerdote do lar", uma responsabilidade dos homens em conduzir suas famílias no caminho cristão.
O problema, para além de todo debate hermenêutico, é que esse conceito de "sacerdote do lar" não tem sentido algum, e teologicamente não se sustenta. Claro que o sacerdócio no mundo judaico, como já dito, era exclusivamente masculino, mas em momento algum o Antigo Testamento apresenta o homem/marido/pai como um sacerdote para a sua família, dentro de sua casa. O sacerdócio, na verdade, era uma prática restrita a uma linhagem familiar, não sendo nunca uma possibilidade a todo e qualquer homem. Religiosamente falando, o sacerdote é a pessoa que faz uma mediação entre o fiel e o sagrado, sendo alguém separado dos demais e tendo a capacidade de conduzir os rituais que os leigos participam.
Logo, ainda que um homem/marido/pai fosse tido, dentro de um contexto patriarcal, como hierarquicamente superior e "governante" da casa (vale notar que a mulher israelita chamava o marido de "baal", isto é, o "senhor" e mesmo seu "dono"), sendo o dever deste homem conduzir sua família ao culto no templo, ele nunca foi tido na Bíblia como um mediador espiritual entre sua família e Deus, como uma pessoa necessária e intermediária para a espiritualidade dos demais de sua casa. Já no Novo Testamento, esse conceito de "sacerdote do lar" se torna ainda mais absurdo. Se tomarmos a tradição protestante reformada como referência, devemos entender que não existe mais o ofício sacerdotal. Nem mesmo um pastor/bispo é um sacerdote na teologia reformada. Toda pessoa cristã é sacerdote (1 Pedro 2.9; Apocalipse 1.6), sendo Cristo o único mediador por meio de quem é possível ter acesso direto a Deus (1 Timóteo 2.5). Não há outros sacerdotes nem mediadores, seja Maria, outros "santos", ou mesmo pastores/bispos/padres/papas (pretensos sacerdotes em muitas denominações cristãs). O Novo Testamento apresenta o "sacerdócio universal dos cristãos", um dos pontos defendidos na Reforma Protestante.
Portanto, a compreensão de que o sexo masculino teria a incumbência de exercer um "sacerdócio no lar" é teologicamente errada, e só se mantém porque muitos homens insistem em uma necessidade de afirmação de poder, e não de serviço e submissão recíproca. Sei que há outros textos bíblicos que são usados para justificar uma assimetria entre homens e mulheres, que podem ser interpretados para legitimar a liderança masculina e seu governo sobre a casa, mas não pretendo debater tais textos. Essa minha crítica não tem o objetivo de fazer um estudo exaustivo sobre esse tema, e sim de mostrar como a expressão de sacerdote do lar, além de não estar na Bíblia, é anti-bíblica, e deveria ser rejeitada por quem afirma ter como "regra de fé e prática" os livros bíblicos. No fundo, esse pessoal que precisa ficar afirmando essa suposta superioridade masculina o tempo todo deveria tentar resolver isso fazendo terapia...
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 22. María Verenice Martínez
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
22. María Verenice Martínez
Uma
colombiana, 47 anos de idade, foi assassinada e queimada por desconhecidos
depois de ser acusada de bruxaria e por ter realizado feitiços contra as
mulheres de sua comunidade.
A vítima, María Verenice Martínez, aparentemente recebeu um
golpe mortal em sua cabeça, com uma ferramenta sem corte, e logo depois fizeram
uma fogueira com seu corpo em um município de Santa Bárbara, no nordeste do
país.
Embora os detalhes do crime não estejam totalmente esclarecidas,
alguns vizinhos da vítima afirmaram que a mulher foi despida, tiraram-lhe os pêlos,
arrancaram seus cabelos, pegaram suas roupas e fotos e fizeram uma fogueira em
sua casa e a queimaram.
O primeiro ato de violência contra Martinez aconteceu há alguns
meses atrás, quando ela foi espancada fora de sua casa.
A irmã da vítima explicou mais tarde que um “bruxo ou
curandeiro”, havia instigado a população contra Maria, e que alguns membros da
comunidade e seus próprios vizinhos a acusaram de “fazer magias, aparecer nos sonhos de suas vítimas de deixá-las
doentes”.
O prefeito de Santa Bárbara, Jorge Hernan Ramirez disse que a
polícia já prendeu um suspeito e avisou que não é o primeiro incidente deste
tipo a ser registrado em seu município, como há seis anos, outra mulher foi
morta pelos mesmos motivos.
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 21. Maili Tamang e Kanchhi Tamang
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
21. Maili Tamang e Kanchhi Tamang
Duas
mulheres nepalesas foram acusadas de bruxaria e torturadas em um mosteiro
budista, batidas e torturadas a noite toda por vizinhos por suspeita de
praticar magia negra. A polícia prendeu apenas dois dos responsáveis. No Nepal,
tradicionalmente as mulheres mais velhas ou as viúvas são frequentemente
acusadas de bruxas, e por isso são torturadas e queimadas vivas.
Kathmandu
(AsiaNews) - Arrastada para um mosteiro budista, espancada e forçada a comer
fezes humanas: foi o que aconteceu com duas mulheres étnicas de Tamang,
acusadas de bruxaria por alguns moradores do distrito de Sindhupalchok, no
norte do Nepal. A polícia prendeu duas pessoas, mas está na trilha dos outros
culpados. Monges budistas na área se distanciaram da tortura infligida às
mulheres.
As
vítimas são Maili Tamang, 40, e Kanchhi Tamang, 27, da vila de Ichok. Na noite do
ocorrido, um grupo de pessoas - principalmente budistas - arrastou as mulheres
para o mosteiro local, onde começaram a torturá-las. "Quando chegamos lá -
Maili disse à AsiaNews - fomos espancados e torturados antes que eles nos obrigassem
a comer fezes humanas".
A
multidão - que incluía muitos jovens - as acusou de praticar magia negra contra
os outros moradores. "Depois - ela continua - eles nos fizeram prometer
não revelar o incidente à polícia. Mas nós o fizemos, porque somos inocentes."
No
momento, a polícia prendeu Man Singh Tamang e Sunita Tamang, como instigadores
de violência contra elas. Os outros envolvidos ainda estão à solta. Os líderes
budistas apelaram a toda a comunidade, convidando todos a manter a disciplina
na fé e pedindo aos outros monges que evitem qualquer envolvimento.
Madhav
Puodel, ministro da Informação e porta-voz do governo, chamou o que aconteceu
de "um incidente humilhante para toda a sociedade nepalesa" e
garantiu que os culpados sejam levados à justiça.
A
agressão faz parte da cultura tradicional das comunidades hindu e budista do
Nepal. Muitas vezes, mulheres mais velhas ou viúvas são acusadas de praticar
magia negra e são espancadas, torturadas e às vezes queimadas vivas.
domingo, 20 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 20. Amina Abdul Halim Salem Nasser
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
20. Amina Abdul Halim Salem Nasser
Uma mulher
saudita foi executada por praticar "bruxaria e feitiçaria", segundo o
Ministério do Interior do país. Um comunicado publicado pela agência de
notícias estatal disse que Amina bint Abdul Halim bin Salem Nasser foi
decapitada na província de Jawf, no norte.
O ministério
não deu mais detalhes das acusações que a mulher enfrentou.
A mulher foi a
segunda pessoa a ser executada por bruxaria na Arábia Saudita no mesmo ano. Um
sudanês foi executado em setembro.
O analista
regionalista da BBC Sebastian Usher diz que o Ministério do Interior afirmou
que o veredicto contra Nasser foi confirmado pelos mais altos tribunais da
Arábia Saudita, mas não deu detalhes específicos das acusações.
O jornal de
Londres, al-Hayat, citou um membro da polícia religiosa dizendo que ela tinha
mais de 60 anos e havia enganado as pessoas a lhe dar dinheiro, alegando que
ela poderia curar suas doenças. Segundo fontes, ela foi presa em abril de 2009.
Mas o grupo de
direitos humanos Anistia Internacional, que fez campanha para sauditas
anteriormente condenados à morte por acusações de feitiçaria, disse que nunca
tinha ouvido falar do caso dela até o ocorrido.
Um homem
sudanês foi executado em setembro do mesmo ano por acusações semelhantes,
apesar das ligações lideradas pela Anistia por sua libertação.
Em 2007, um
cidadão egípcio foi decapitado por supostamente lançar feitiços para tentar
separar um casal.
Recentemente,
um libanês que enfrentava a pena de morte sob acusações de feitiçaria,
relacionado a um programa de televisão que ele apresentou, foi libertado depois
que o Supremo Tribunal Saudita decretou que suas ações não haviam prejudicado
ninguém.
A Anistia diz
que a Arábia Saudita na verdade não define feitiçaria como uma ofensa capital.
No entanto, alguns de seus clérigos conservadores pediram as punições mais
fortes possíveis contra adivinhos e curandeiros como uma ameaça ao Islã.
sábado, 19 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 19. Mara'i al-Naqshabandi
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
19. Mara'i
al-Naqshabandi
Em
forte contraste com a tendência mundial de abolição da pena de morte, na Arábia
Saudita seu uso se tornou cada vez mais frequente. Desde 1990, pelo menos 540
pessoas foram executadas na Arábia Saudita, geralmente por decapitação pública;
pelo menos cem pessoas foram executadas apenas nos primeiros nove meses de
1997.
A
maioria era de estrangeiros acusados de qualquer tipo de crime, incluindo
tráfico de drogas, assassinato, assalto à mão armada e crimes sexuais. Em pelo
menos alguns casos, havia ampla evidência para apoiar as alegações de inocência
das vítimas.
Na
sexta-feira, 13 de dezembro de 1996 (3 Sha'ban 1417), 'Abd al-Karim Mara'i
al-Naqshabandi, quarenta anos, foi executada em Riad. Uma cidadã síria que
trabalhou para o príncipe saudita Salman bin Sa'ud bin 'Abd al-'Aziz por mais
de catorze anos, al-Naqshabandi foi condenada por praticar bruxaria (sihr)
contra seu empregador, que é filho do ex-rei da Arábia Saudita e sobrinho do
atual rei.
As
informações que a Human Rights Watch conseguiu coletar sobre o caso de
al-Naqshabandi indica que houve violações graves dos direitos humanos e que
al-Naqshabandi pode ter sido executada sem justa causa.
sexta-feira, 18 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 18. Kael Merrie
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
18. Kael Merrie
Durante os julgamentos das bruxas de Roermond, na
Holanda espanhola, Kael Merrie, uma mulher holandesa, foi acusada de paralisar
um porco, evitar leite de ser batido em manteiga, e deixar as crianças doentes.
Os julgamentos de bruxas de Roermond, dirigido por católicos espanhóis, foram
os maiores da Holanda.
O acusado, muitas vezes vinha a
Roermond com esperanças de absolvição, mas mercenários zelosos eram propensos a
linchar ou afogar as mulheres libertas de qualquer maneira. Nos ensaios
iniciais, como o de Merrie, o tribunal holandês manteve ceticismo em relação a
denúncias de camponeses e não iria usar a tortura para extrair confissões.
Merrie só foi banida porque se declarou inocente, mas ao sair de Roermond,
saqueadores mercenários a encontraram e afogaram no rio Maas.
quinta-feira, 17 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 17. Hypatia de Alexandria
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
17.
Hypatia de Alexandria
Nascida em Alexandria, no Egito, Hypatia foi uma filósofa, astrônoma e professora — aliás, ela foi a primeira mulher documentada na História como sendo matemática! — que, por volta do ano 415, foi executada simplesmente por conta de suas crenças pagãs. Hypatia era filha de Téon de Alexandria, um respeitado filósofo, astrônomo e matemático, e foi ele quem a educou e lhe transmitiu sua paixão pelas Ciências.
Por azar, Hypatia viveu em uma época de grande atrito entre as três principais religiões seguidas no Egito — o judaísmo, o paganismo e o cristianismo —, e os conflitos entre os seguidores eram constantes. Então, o cristianismo foi adotado como religião oficial e, depois de Cirilo de Alexandria ser nomeado Patriarca, os seguidores de outras crenças passaram a sofrer perseguição.
Para piorar as coisas, Cirilo começou a competir com Orestes, o então governador de Alexandria, pelo controle da cidade, e Hypatia era muito amiga de Orestes. Os homens do Patriarca inclusive tentaram assassinar o governador, mas, depois de o plano não dar certo, as atenções se voltaram para a filósofa — que era um alvo muito mais fácil.
Os aliados de Cirilo começaram a espalhar rumores sobre Hypatia — incluindo acusações de que ela praticava a bruxaria para influenciar Orestes —, e um dia, enquanto ela se dirigia ao trabalho, um grupo de cristãos revoltados a capturaram. Ela foi arrastada pelas ruas até uma igreja e, lá, a multidão a deixou completamente nua antes de matá-la por apedrejamento. Depois, seu corpo foi esquartejado — os pedaços exibidos em triunfo por Alexandria — e, então, incinerado.
quarta-feira, 16 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 16. Katharina Henot
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
16. Katharina Henot
Primeira mulher chefe dos correios da Alemanha, foi
julgada por bruxaria em Colônia, em 1627. No meio de um dos invernos frios de
Colónia, uma freira do convento local, acusou Katharina de causar doença e
morte entre as freiras e o arcebispo prendeu Henot com base nas suspeitas da freira.
Durante sua prisão, Henot foi torturada, mas nunca confessou nada.
Apesar das tentativas de seu irmão para
provar sua inocência, ela foi condenada a ser queimada viva em maio. Sua
exoneração não foi alcançada até pouco tempo. Em 28 de junho de 2012, o
Conselho da Cidade de Colônia abriu o nome de Henot, bem como as outras vítimas
dos julgamentos das bruxas de Colónia, porque eles acreditavam que as execuções
foram o resultado de conspirações políticas.
terça-feira, 15 de outubro de 2019
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 15. Alse Young
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
15. Alse Young
Primeira
bruxa na América
A
primeira a ser condenada por ser uma bruxa durante as Caças às Bruxas de
Connecticut foi uma mulher chamada Alse Young (também chamada Alice Young ou
Achsah Young) de Windsor, Connecticut.
Ela
nasceu em cerca de 1600 em Kent, Inglaterra, de um homem chamado Robert Stokes.
Quando ela cresceu, casou-se com John Young e eles tiveram uma filha chamada
Alice, nascida em 1640. Em 1641, John Young comprou uma pequena parcela de
terra em Windsor, Connecticut.
Embora
não haja registros de acusação ou julgamento, ela foi enforcada em Hartford,
Connecticut, pelo crime de bruxaria em 26 de maio de 1647. Ela foi a primeira
pessoa executada por bruxaria nas 13 colônias americanas. Ela provavelmente foi
executada em um local anteriormente conhecido como Gallows Hill, onde
atualmente fica o Trinity College, ou pode ter sido enforcado na Meeting House
Square, que é o local atual da Old State House.
Muitos
especularam por que ela pode ter sido acusada.
Ela
tinha mais de 40 anos e não tinha filho quando a acusação foi apresentada, o
que implicava que ela seria elegível para receber uma herança se o marido a
precedeu na morte. Houve também uma epidemia de gripe, com uma alta taxa de
mortalidade em Windsor, Connecticut, no início de 1647, pela qual ela pode ter
sido culpada. Ou poderia ter sido algo tão simples quanto fazer remédios de
ervas para seus colegas colonos.
Mas, a
verdade nunca será conhecida como os únicos registros de sua execução foram
duas frases curtas. Um estava em um diário do então governador de Massachusetts
John Winthrop, que afirmou que “Um de Windsor foi enforcado”. O segundo foi do
secretário da cidade de Windsor, Matthew Grant, que registrou em seu diário em
26 de maio de 1647: “Alse Young foi enforcado . ”
Os
registros de terras indicam que John Young vendeu sua terra em 1649 e deixou a
comunidade.
A
filha deles, Alice Young Beamon, também seria acusada cerca de 30 anos depois
em Springfield, Massachusetts, apesar de não ter sido executada.
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Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 31. Fabiane Maria de Jesus
Neste mês de outubro lancei a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
31. Fabiane Maria de Jesus
Fabiane Maria de
Jesus foi uma mulher linchada por moradores do bairro de Morrinhos IV,
na periferia do município de Guarujá, no litoral do
estado brasileiro de São Paulo,
em 3 de maio de 2014.
A mulher tinha 33
anos, era uma dona de casa casada,
mãe de duas crianças e morava no bairro em que foi espancada e assassinada. O
linchamento ocorreu porque a vítima foi confundida com uma suposta
sequestradora de crianças, cujo retrato falado que havia sido feito dois anos
antes, passou a circular nas mídias sociais.
O fato causou forte comoção
nacional, principalmente por ter sido motivado por notícias
falsas, disseminadas pelas redes
sociais. Foi a vigésima morte por linchamento no Brasil, no ano de 2014. O
caso foi listado pelo portal Brasil
Online (BOL, 2015), O Estado de S. Paulo (2014) e a revista Veja (2014) ao lado de outros crimes que
"chocaram" o Brasil.
Fabiana Maria de Jesus não foi acusada formalmente de bruxaria como as outras mulheres de nossa série, mas foi "julgada e condenada" covardemente por populares por causa de um boato sobre magia.
A história de uma mulher que
sequestrava crianças para realizar rituais de magia negra circulou na internet
como sendo verdadeira, com direito até a retrato falado da suspeita. Tudo não
passava de um boato, mas Fabiana de Jesus, de 33 anos, foi vista dando frutas
para um garoto em Guarujá (SP), e a mãe do menino a achou parecida com a imagem
do retrato falado.
Cerca de 100 pessoas que estavam
nos arredores lincharam Fabiana, que morreu segurando uma Bíblia.
Posteriormente foi provado que ela era inocente. O fato aconteceu em 3 de maio
de 2014, e cinco dos acusados de linchamento foram presos. O líder da agressão
foi condenado a 30 anos de prisão.
Fonte: biografia mulher 500 anos
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 30. Varvara Genatulina
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
30. Varvara Genatulina
Uma jovem mãe de apenas 26 anos foi forçada a procurar abrigo com o seu filho após ter a casa queimada por vizinhos que a acusam de bruxaria. O caso aconteceu no Extremo Oriente da Rússia.
Varvara Genatulina, moradora da vila de Pobedino, na Sacalina, extremo Oriente da Rússia, foi acusada por outros habitantes da localidade de estar por trás do suicídio de seu marido e de outras duas pessoas da comunidade ligadas de alguma forma a ela. Por conta dessa situação, ela foi declarada bruxa e, como pena, teve sua residência incendiada.
A história, ocorrida recentemente, ganhou publicidade após ser relatada em carta por outro morador da região, Oleg Vnukov, que escreveu para a Associação de Advogados da Rússia, culpando as autoridades locais por negligência, sobretudo ao não oferecer oportunidades de trabalho suficientes, o que teria deixado a população de Pobedino desesperada e insana.
Os advogados, por sua vez, segundo o Mir 24, disseram que casos como esse, de caça às bruxas, não são tão raros assim em áreas rurais remotas do país, principalmente quando as condições de vida são difíceis por conta do desemprego e da pobreza.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 29. Mima Renard
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
29. Mima Renard
Mima Renard (falecida em 1692,
em São Paulo), foi uma suposta bruxa franco-brasileira, sendo a
vítima mais conhecida no Brasil do
período da Caça às Bruxas.
Mima Renard era uma imigrante francesa, que se mudou para o
Brasil com seu marido, René. O casal foi morar na então vila de São Paulo. Mima
era vista como uma mulher bela e atraente, despertando atenção nos homens, fato
que fez com que seu marido fosse atacado e assassinado por um de seus
pretendentes. Assim, ela passou a prostituir-se para sobreviver.
As demais mulheres da vila passaram a acusá-la de jogar feitiço
nos homens, com o propósito de atraí-los. Em data desconhecida, um conflito
entre dois de seus clientes resultou no assassinato de um deles. Os dois
clientes eram casados, o que foi malvisto na época. Mima foi denunciada ao
padre da paróquia local, pelas várias mulheres de seus clientes, recebendo
acusação de feitiçaria e bruxaria, por supostamente lançar feitiço nos homens.
Ela foi julgada, condenada e executada na fogueira em público.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 28. Bruxas de Salém
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
28. Bruxas de Salém
Bruxas de Salém refere-se ao episódio
gerado pela superstição e
pela credulidade que levaram, na América do Norte, aos últimos julgamentos por bruxaria na
pequena povoação de Salém, Massachusetts,
numa noite de
outubro de 1692.
O medo da bruxaria começou quando uma escrava negra
chamada Tituba contou
algumas histórias vudus (religião
tradicional da África Ocidental) a amigas praticantes do
ocultismo, tanto que algumas tiveram a ajuda da mesma para terem pactos como Davina
, por esse pacto, tiveram pesadelos.
Um médico que
foi chamado para as examinar declarou que as moças deveriam estar
"embruxadas".
Os julgamentos de Tituba e de outras foram
realizados perante o juiz Samuel Sewall. Cotton Mather,
um pregador colonial que acreditava em bruxaria, encarregou-se das acusações.
Após a morte de sua serva, Diz que Davina foi passando de corpo em corpo a cada
morte. O medo da bruxaria durou cerca de um ano, durante o qual vinte pessoas,
na sua maioria mulheres, foram declaradas culpadas de realizar bruxaria e
executadas. Um dos homens, Giles Corey, morreu de acordo com o bárbaro
costume medieval de
comprimir a vítima por rochas, com uma
tábua sobre o seu corpo, até sua morte ao fim de 3 dias. Foram presas cerca de
cento e cinquenta pessoas. Mais tarde, o juiz Sewall confessou que as suas
sentenças haviam sido um erro. Há suspeitas de que foram intoxicadas pelo
consumo do esporão-de-centeio (principal ingrediente do
pão), um fungo que extrai alcaloides na produção de produtos medicinais
incluindo o LSD. Se ingerido, o parasita pode causar uma doença conhecida hoje
como Ergotismo.
As principais testemunhas da acusação foram as primas Elizabeth
"Betty" Parris e Abigail
Williams, com, respectivamente, 9 e 11 anos.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 27. Isabel Pedrosa de Alvarenga
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
27. Isabel Pedrosa de
Alvarenga
Outro dos vários casos marcantes de bruxaria no Brasil aconteceu
em 1750, quando Isabel Pedrosa de Alvarenga foi acusada por um dos
"familiares do Santo Ofício", os espiões da igreja. O espião alegava
que a mulher carregava um saco cheio de umbigos de crianças, tufos de cabelo,
panos ensopados de sangue humano, bicos de pássaros, e que todos esses itens
eram usados para a prática de feitiçaria.
A mulher, que era muito pobre e vivia nas ruas às custas de
esmolas, nunca admitiu envolvimento com a prática de bruxaria, mas ainda assim
foi condenada à morte.
Durante essa época, um total de 1076 pessoas foram investigadas
por bruxaria, das quais 29 delas foram levadas às fogueiras.
Teologia analógica
Toda nossa linguagem teológica é analógica. Mas temos preferências nessa construção. Por isso que de forma mais ampla Deus é visto como sendo do gênero masculino, pois no discurso teológico bíblico e contemporâneo, usa-se analogias como rei, senhor, pai, guerreiro, etc. Como as pessoas dificilmente percebem o uso de analogia, elas acham que Deus é realmente um rei, um senhor, um pai, um guerreiro, etc. Mais ainda, acham que Deus é homem. Apesar de Deus nunca ser chamado de mulher ou mãe na Bíblia, ainda há usos analógicos que apontam para essa identidade. Por exemplo, Deuteronômio 32.18 diz que Deus "gerou" e "pariu" Israel. Agora, vá na sua Bíblia e veja se a tradução deixa claro o caráter feminino da ação ou se há uma amenização dos termos para que possam ser aplicados a uma identidade masculina também (gerar, fazer nascer, etc.). Não se enganem, Deus não é homem, nem mulher, nem rei, nem pai. Nós construímos essas identidades a partir de como experimentamos a ação de Deus em nossas vidas. Ele é pai porque cuida de nós como um pai cuida de seu filho; ele é mãe porque nos gerou e formou. Toda nossa linguagem teológica é analógica.
Caio Peres
"Interessante pensar tais aspectos. O protestantismo se orgulha muito de ter unicamente as Escrituras como base de suas doutrinas, mas, por vezes, parece ser um "Sola Scriptura desde que minha Teologia esteja de acordo..."
Flávio Macedo Pinheiro
Caio Peres
"Interessante pensar tais aspectos. O protestantismo se orgulha muito de ter unicamente as Escrituras como base de suas doutrinas, mas, por vezes, parece ser um "Sola Scriptura desde que minha Teologia esteja de acordo..."
Flávio Macedo Pinheiro
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 26. Elisabeth Plainacher
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
26.
Elisabeth Plainacher
Em 27
de setembro de 1583, Elisabeth Plainacher foi queimada na fogueira em Viena,
Áustria. Acusada de ser uma bruxa. Elisabeth criara a neta, Anna
Schlutterbauer, cuja mãe havia morrido. Quando Anna chegou à adolescência,
começou a ter convulsões.
Seu
pai acreditava que as convulsões foram causadas por uma má sorte colocada na
menina por sua avó. Elisabeth e Anna foram levadas para Viena, onde seu caso
foi "investigado" por Georg Scherer, o inquisidor jesuíta. Scherer
conduziu exorcismos em Anna que, segundo ele, causaram a expulsão de 12.652
demônios do corpo da menina.
Ele também conduziu
"interrogatórios" de Elisabeth durante os quais ela confessou tudo,
sob tortura. Elisabeth tinha cerca de 70 anos na época de sua execução. Suas
cinzas foram jogadas no Danúbio.
~ Fonte: A série de heróis do movimento matriarcal Menonita.
~ Fonte: A série de heróis do movimento matriarcal Menonita.
Geração corrupta
Os ministros que estão no governo representam perfeitamente
grande parcela da população, que está programada a repetir informações sem
pensar, sem analisar por si mesma, sem checar fatos.
São robôs treinados a fazer deboche do que não entendem, superficiais em suas análises, incapazes de dialogar, mestres em ataques pessoais para evitar aprofundamento e compreensão de quem pensa diferente, recusam-se a aprender.
São servos do dinheiro e da fama, confundindo seus dogmas com a verdade e cauterizados em suas consciências.
Usam posição de privilégio e violência para falar e agir como querem, sem medir as consequências de sua postura na desumanização do outro. Assim, atropelam quem se colocar em seu caminho para os desafiar.
Revelam, com essas atitudes, sua insegurança, seu medo e sua falta de profundidade. Pensam-se exemplo, mas são cópias de cópias, guias cegos, inúteis em suas postulações.
A voz das massas os representam, com sua inabilidade de interpretar os mais simples enunciados, pois são habilitados apenas a atacar pessoalmente, promovendo linchamentos virtuais, injúrias e distribuindo difamações por onde passam.
Essas pessoas ouvem uma frase e em suas mentes já se armam para rebater ou injuriar, sem levar em conta a totalidade da fala, sem analisar contexto, sem se dar ao trabalho de ouvir para compreender e interpretar.
São preguiçosos de mente, rápidos em julgar e emitir condenação.
Tal postura demonstra a maior falta de caráter, pois se enxergam como donos da verdade, não percebem seu óculos ideológico nem a impossibilidade de discursos neutros.
Etnocentrismo é uma de suas principais marcas, condenando os demais com base em si mesmos, ignorando falhas próprias e recusando-se a trilhar o caminho do arrependimento e da empatia.
São robôs treinados a fazer deboche do que não entendem, superficiais em suas análises, incapazes de dialogar, mestres em ataques pessoais para evitar aprofundamento e compreensão de quem pensa diferente, recusam-se a aprender.
São servos do dinheiro e da fama, confundindo seus dogmas com a verdade e cauterizados em suas consciências.
Usam posição de privilégio e violência para falar e agir como querem, sem medir as consequências de sua postura na desumanização do outro. Assim, atropelam quem se colocar em seu caminho para os desafiar.
Revelam, com essas atitudes, sua insegurança, seu medo e sua falta de profundidade. Pensam-se exemplo, mas são cópias de cópias, guias cegos, inúteis em suas postulações.
A voz das massas os representam, com sua inabilidade de interpretar os mais simples enunciados, pois são habilitados apenas a atacar pessoalmente, promovendo linchamentos virtuais, injúrias e distribuindo difamações por onde passam.
Essas pessoas ouvem uma frase e em suas mentes já se armam para rebater ou injuriar, sem levar em conta a totalidade da fala, sem analisar contexto, sem se dar ao trabalho de ouvir para compreender e interpretar.
São preguiçosos de mente, rápidos em julgar e emitir condenação.
Tal postura demonstra a maior falta de caráter, pois se enxergam como donos da verdade, não percebem seu óculos ideológico nem a impossibilidade de discursos neutros.
Etnocentrismo é uma de suas principais marcas, condenando os demais com base em si mesmos, ignorando falhas próprias e recusando-se a trilhar o caminho do arrependimento e da empatia.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 25. Adolfina Ocampos
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
25. Adolfina Ocampos
No
Paraguai, as acusações de ser uma bruxa não fazem parte da dramatização
relacionada ao Halloween. Em vez disso, é uma alegação séria que pode custar
sua vida.
Mais
recentemente, os moradores do país sul-americano acusaram uma mulher indígena
de ser uma bruxa. Adolfina Ocampos, 45 anos, foi amarrada a uma estaca, atingida
com flechas e enterrada viva após ser acusada de bruxa. Ela foi condenada à
morte pelo chefe da comunidade da etnia Mbyá Guarani. O Daily Mail relata que,
quando ela morreu, não foi confirmada, mas sua morte ocorreu na vila de
Tahehyi, localizada a 320 quilômetros ao norte da capital Assunção.
Embora
possa parecer chocante e bárbaro matar uma mulher por causa dessas alegações, a
Agência de Refugiados da ONU estimou que milhares de pessoas em todo o mundo
são acusadas de serem bruxas a cada ano. As alegações resultam em abuso, sendo
evitadas de sua comunidade e família e, na pior das hipóteses, morte.
Mesmo
assim, houve um aumento significativo de acusações de bruxa no Paraguai.
Segundo o antropólogo italiano e padre católico José Zanardini, a morte de
Ocampos é sem precedentes.
"Trabalho
no Paraguai há 40 anos e não me lembro de um episódio semelhante de uma
execução por alegada feitiçaria", disse Zanardini. "A morte trágica
dessa mulher é isolada e fora do comum na coexistência dos 20 grupos étnicos do
Paraguai. Em geral, os índios são muito pacíficos e tolerantes".
A
promotora local Fany Aguilera acusou nove homens de assassinato em primeiro
grau e eles teriam admitido ter matado a vítima.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 24. Magdalena Francisco
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
24. Magdalena Francisco
Moradores de uma aldeia na região oeste da Guatemala lincharam
uma mulher de 43 anos acusada de praticar bruxaria.
O episódio ocorreu na terça-feira, dia 6 de agosto de 2013, no
povoado de Calhitz, no departamento de Huehuetenango, cerca de 375 km da
capital guatemalteca, próximo à fronteira com o México.
Segundo o jornal Nosso Diário, 2.000 vizinhos enfurecidos
espancaram e jogaram pedras em Magdalena Francisco, 43 anos, após entrarem em
sua casa.
A polícia que estava no local não pode evitar o linchamento
diante da fúria do grande número de pessoas.
Os linchamentos são comuns na Guatemala, onde a população faz
justiça com as próprias mãos devido à desconfiança das autoridades.
Na semana anterior, moradores de uma aldeia do departamento de
Zacapa lincharam um casal acusado de assassinar uma mãe para sequestrar seu
filho.
Entre janeiro e junho do mesmo ano, cerca de 23 pessoas morreram
vítimas de linchamentos na Guatemala, segundo boletim da Procuradoria de
Direitos Humanos do país.
O dado se assemelha ao total de casos reportados para 2012, enquanto
em 2011 foram registrados 51 linchamentos.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 23. Kepari Leniata
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
23. Kepari Leniata
Em 6
de fevereiro de 2013, os moradores da vila de Paiala, na Papua Nova Guiné,
torturaram sua vizinha Kepari Leniata para confessar o assassinato através de
bruxaria de uma criança local, e a queimaram viva em um depósito de lixo. A
feitiçaria é amplamente temida e praticada em Papua Nova Guiné.
Kepari
Leniata, 20, "confessou" depois que foi arrastada de sua cabana,
despida e torturada com barras de ferro em brasa.
Ela
foi então arrastada para um depósito de lixo local, embebida em gasolina e, com
as mãos e os pés amarrados, jogada no fogo de pneus em chamas. Enquanto a mãe
de dois gritava em agonia, mais pneus encharcados de gasolina foram jogados em
cima dela.
A
tragédia se desenrolou depois que o jovem vizinho de Leniata ficou doente na
manhã de terça-feira. Ele se queixou de dores no estômago e no peito e foi
levado ao hospital Mt Hagen, onde morreu poucas horas depois.
Parentes
do garoto suspeitavam que a bruxaria estivesse envolvida na morte e descobriram
que duas mulheres haviam se escondido na selva.
Depois
de serem rastreados, o casal admitiu que praticava feitiçaria, mas não tinha
nada a ver com a morte do garoto. Leniata, eles disseram, era a pessoa responsável.
A
família do menino foi à sua cabana às 7h da quarta-feira, tirou a roupa e a
arrastou para tortura e morte.
O marido cristão é um "sacerdote do lar"? Uma crítica teológica a esse conceito
A teologia judaico-cristã é fruto de um contexto social e histórico pautado no patriarcalismo, que por sua vez traz uma compreensão assimétrica de gênero, ou seja, a mulher era tida como inferior ao homem, e até mesmo incapaz de exercer atividades que no passado eram tidas como "naturalmente" masculinas. Não por acaso, a atividade sacerdotal, no contexto hebraico da Antiguidade, era exclusivamente masculina. Até aí, uma boa hermenêutica já possibilita fazer uma crítica. Contudo, chama a atenção uma das tentativas teológicas para legitimar a superioridade espiritual masculina nos dias de hoje, com o uso do conceito de "sacerdote do lar", uma responsabilidade dos homens em conduzir suas famílias no caminho cristão.
O problema, para além de todo debate hermenêutico, é que esse conceito de "sacerdote do lar" não tem sentido algum, e teologicamente não se sustenta. Claro que o sacerdócio no mundo judaico, como já dito, era exclusivamente masculino, mas em momento algum o Antigo Testamento apresenta o homem/marido/pai como um sacerdote para a sua família, dentro de sua casa. O sacerdócio, na verdade, era uma prática restrita a uma linhagem familiar, não sendo nunca uma possibilidade a todo e qualquer homem. Religiosamente falando, o sacerdote é a pessoa que faz uma mediação entre o fiel e o sagrado, sendo alguém separado dos demais e tendo a capacidade de conduzir os rituais que os leigos participam.
Logo, ainda que um homem/marido/pai fosse tido, dentro de um contexto patriarcal, como hierarquicamente superior e "governante" da casa (vale notar que a mulher israelita chamava o marido de "baal", isto é, o "senhor" e mesmo seu "dono"), sendo o dever deste homem conduzir sua família ao culto no templo, ele nunca foi tido na Bíblia como um mediador espiritual entre sua família e Deus, como uma pessoa necessária e intermediária para a espiritualidade dos demais de sua casa. Já no Novo Testamento, esse conceito de "sacerdote do lar" se torna ainda mais absurdo. Se tomarmos a tradição protestante reformada como referência, devemos entender que não existe mais o ofício sacerdotal. Nem mesmo um pastor/bispo é um sacerdote na teologia reformada. Toda pessoa cristã é sacerdote (1 Pedro 2.9; Apocalipse 1.6), sendo Cristo o único mediador por meio de quem é possível ter acesso direto a Deus (1 Timóteo 2.5). Não há outros sacerdotes nem mediadores, seja Maria, outros "santos", ou mesmo pastores/bispos/padres/papas (pretensos sacerdotes em muitas denominações cristãs). O Novo Testamento apresenta o "sacerdócio universal dos cristãos", um dos pontos defendidos na Reforma Protestante.
Portanto, a compreensão de que o sexo masculino teria a incumbência de exercer um "sacerdócio no lar" é teologicamente errada, e só se mantém porque muitos homens insistem em uma necessidade de afirmação de poder, e não de serviço e submissão recíproca. Sei que há outros textos bíblicos que são usados para justificar uma assimetria entre homens e mulheres, que podem ser interpretados para legitimar a liderança masculina e seu governo sobre a casa, mas não pretendo debater tais textos. Essa minha crítica não tem o objetivo de fazer um estudo exaustivo sobre esse tema, e sim de mostrar como a expressão de sacerdote do lar, além de não estar na Bíblia, é anti-bíblica, e deveria ser rejeitada por quem afirma ter como "regra de fé e prática" os livros bíblicos. No fundo, esse pessoal que precisa ficar afirmando essa suposta superioridade masculina o tempo todo deveria tentar resolver isso fazendo terapia...
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 22. María Verenice Martínez
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
22. María Verenice Martínez
Uma
colombiana, 47 anos de idade, foi assassinada e queimada por desconhecidos
depois de ser acusada de bruxaria e por ter realizado feitiços contra as
mulheres de sua comunidade.
A vítima, María Verenice Martínez, aparentemente recebeu um
golpe mortal em sua cabeça, com uma ferramenta sem corte, e logo depois fizeram
uma fogueira com seu corpo em um município de Santa Bárbara, no nordeste do
país.
Embora os detalhes do crime não estejam totalmente esclarecidas,
alguns vizinhos da vítima afirmaram que a mulher foi despida, tiraram-lhe os pêlos,
arrancaram seus cabelos, pegaram suas roupas e fotos e fizeram uma fogueira em
sua casa e a queimaram.
O primeiro ato de violência contra Martinez aconteceu há alguns
meses atrás, quando ela foi espancada fora de sua casa.
A irmã da vítima explicou mais tarde que um “bruxo ou
curandeiro”, havia instigado a população contra Maria, e que alguns membros da
comunidade e seus próprios vizinhos a acusaram de “fazer magias, aparecer nos sonhos de suas vítimas de deixá-las
doentes”.
O prefeito de Santa Bárbara, Jorge Hernan Ramirez disse que a
polícia já prendeu um suspeito e avisou que não é o primeiro incidente deste
tipo a ser registrado em seu município, como há seis anos, outra mulher foi
morta pelos mesmos motivos.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 21. Maili Tamang e Kanchhi Tamang
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
21. Maili Tamang e Kanchhi Tamang
Duas
mulheres nepalesas foram acusadas de bruxaria e torturadas em um mosteiro
budista, batidas e torturadas a noite toda por vizinhos por suspeita de
praticar magia negra. A polícia prendeu apenas dois dos responsáveis. No Nepal,
tradicionalmente as mulheres mais velhas ou as viúvas são frequentemente
acusadas de bruxas, e por isso são torturadas e queimadas vivas.
Kathmandu
(AsiaNews) - Arrastada para um mosteiro budista, espancada e forçada a comer
fezes humanas: foi o que aconteceu com duas mulheres étnicas de Tamang,
acusadas de bruxaria por alguns moradores do distrito de Sindhupalchok, no
norte do Nepal. A polícia prendeu duas pessoas, mas está na trilha dos outros
culpados. Monges budistas na área se distanciaram da tortura infligida às
mulheres.
As
vítimas são Maili Tamang, 40, e Kanchhi Tamang, 27, da vila de Ichok. Na noite do
ocorrido, um grupo de pessoas - principalmente budistas - arrastou as mulheres
para o mosteiro local, onde começaram a torturá-las. "Quando chegamos lá -
Maili disse à AsiaNews - fomos espancados e torturados antes que eles nos obrigassem
a comer fezes humanas".
A
multidão - que incluía muitos jovens - as acusou de praticar magia negra contra
os outros moradores. "Depois - ela continua - eles nos fizeram prometer
não revelar o incidente à polícia. Mas nós o fizemos, porque somos inocentes."
No
momento, a polícia prendeu Man Singh Tamang e Sunita Tamang, como instigadores
de violência contra elas. Os outros envolvidos ainda estão à solta. Os líderes
budistas apelaram a toda a comunidade, convidando todos a manter a disciplina
na fé e pedindo aos outros monges que evitem qualquer envolvimento.
Madhav
Puodel, ministro da Informação e porta-voz do governo, chamou o que aconteceu
de "um incidente humilhante para toda a sociedade nepalesa" e
garantiu que os culpados sejam levados à justiça.
A
agressão faz parte da cultura tradicional das comunidades hindu e budista do
Nepal. Muitas vezes, mulheres mais velhas ou viúvas são acusadas de praticar
magia negra e são espancadas, torturadas e às vezes queimadas vivas.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 20. Amina Abdul Halim Salem Nasser
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
20. Amina Abdul Halim Salem Nasser
Uma mulher
saudita foi executada por praticar "bruxaria e feitiçaria", segundo o
Ministério do Interior do país. Um comunicado publicado pela agência de
notícias estatal disse que Amina bint Abdul Halim bin Salem Nasser foi
decapitada na província de Jawf, no norte.
O ministério
não deu mais detalhes das acusações que a mulher enfrentou.
A mulher foi a
segunda pessoa a ser executada por bruxaria na Arábia Saudita no mesmo ano. Um
sudanês foi executado em setembro.
O analista
regionalista da BBC Sebastian Usher diz que o Ministério do Interior afirmou
que o veredicto contra Nasser foi confirmado pelos mais altos tribunais da
Arábia Saudita, mas não deu detalhes específicos das acusações.
O jornal de
Londres, al-Hayat, citou um membro da polícia religiosa dizendo que ela tinha
mais de 60 anos e havia enganado as pessoas a lhe dar dinheiro, alegando que
ela poderia curar suas doenças. Segundo fontes, ela foi presa em abril de 2009.
Mas o grupo de
direitos humanos Anistia Internacional, que fez campanha para sauditas
anteriormente condenados à morte por acusações de feitiçaria, disse que nunca
tinha ouvido falar do caso dela até o ocorrido.
Um homem
sudanês foi executado em setembro do mesmo ano por acusações semelhantes,
apesar das ligações lideradas pela Anistia por sua libertação.
Em 2007, um
cidadão egípcio foi decapitado por supostamente lançar feitiços para tentar
separar um casal.
Recentemente,
um libanês que enfrentava a pena de morte sob acusações de feitiçaria,
relacionado a um programa de televisão que ele apresentou, foi libertado depois
que o Supremo Tribunal Saudita decretou que suas ações não haviam prejudicado
ninguém.
A Anistia diz
que a Arábia Saudita na verdade não define feitiçaria como uma ofensa capital.
No entanto, alguns de seus clérigos conservadores pediram as punições mais
fortes possíveis contra adivinhos e curandeiros como uma ameaça ao Islã.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 19. Mara'i al-Naqshabandi
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
19. Mara'i
al-Naqshabandi
Em
forte contraste com a tendência mundial de abolição da pena de morte, na Arábia
Saudita seu uso se tornou cada vez mais frequente. Desde 1990, pelo menos 540
pessoas foram executadas na Arábia Saudita, geralmente por decapitação pública;
pelo menos cem pessoas foram executadas apenas nos primeiros nove meses de
1997.
A
maioria era de estrangeiros acusados de qualquer tipo de crime, incluindo
tráfico de drogas, assassinato, assalto à mão armada e crimes sexuais. Em pelo
menos alguns casos, havia ampla evidência para apoiar as alegações de inocência
das vítimas.
Na
sexta-feira, 13 de dezembro de 1996 (3 Sha'ban 1417), 'Abd al-Karim Mara'i
al-Naqshabandi, quarenta anos, foi executada em Riad. Uma cidadã síria que
trabalhou para o príncipe saudita Salman bin Sa'ud bin 'Abd al-'Aziz por mais
de catorze anos, al-Naqshabandi foi condenada por praticar bruxaria (sihr)
contra seu empregador, que é filho do ex-rei da Arábia Saudita e sobrinho do
atual rei.
As
informações que a Human Rights Watch conseguiu coletar sobre o caso de
al-Naqshabandi indica que houve violações graves dos direitos humanos e que
al-Naqshabandi pode ter sido executada sem justa causa.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 18. Kael Merrie
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
18. Kael Merrie
Durante os julgamentos das bruxas de Roermond, na
Holanda espanhola, Kael Merrie, uma mulher holandesa, foi acusada de paralisar
um porco, evitar leite de ser batido em manteiga, e deixar as crianças doentes.
Os julgamentos de bruxas de Roermond, dirigido por católicos espanhóis, foram
os maiores da Holanda.
O acusado, muitas vezes vinha a
Roermond com esperanças de absolvição, mas mercenários zelosos eram propensos a
linchar ou afogar as mulheres libertas de qualquer maneira. Nos ensaios
iniciais, como o de Merrie, o tribunal holandês manteve ceticismo em relação a
denúncias de camponeses e não iria usar a tortura para extrair confissões.
Merrie só foi banida porque se declarou inocente, mas ao sair de Roermond,
saqueadores mercenários a encontraram e afogaram no rio Maas.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 17. Hypatia de Alexandria
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
17.
Hypatia de Alexandria
Nascida em Alexandria, no Egito, Hypatia foi uma filósofa, astrônoma e professora — aliás, ela foi a primeira mulher documentada na História como sendo matemática! — que, por volta do ano 415, foi executada simplesmente por conta de suas crenças pagãs. Hypatia era filha de Téon de Alexandria, um respeitado filósofo, astrônomo e matemático, e foi ele quem a educou e lhe transmitiu sua paixão pelas Ciências.
Por azar, Hypatia viveu em uma época de grande atrito entre as três principais religiões seguidas no Egito — o judaísmo, o paganismo e o cristianismo —, e os conflitos entre os seguidores eram constantes. Então, o cristianismo foi adotado como religião oficial e, depois de Cirilo de Alexandria ser nomeado Patriarca, os seguidores de outras crenças passaram a sofrer perseguição.
Para piorar as coisas, Cirilo começou a competir com Orestes, o então governador de Alexandria, pelo controle da cidade, e Hypatia era muito amiga de Orestes. Os homens do Patriarca inclusive tentaram assassinar o governador, mas, depois de o plano não dar certo, as atenções se voltaram para a filósofa — que era um alvo muito mais fácil.
Os aliados de Cirilo começaram a espalhar rumores sobre Hypatia — incluindo acusações de que ela praticava a bruxaria para influenciar Orestes —, e um dia, enquanto ela se dirigia ao trabalho, um grupo de cristãos revoltados a capturaram. Ela foi arrastada pelas ruas até uma igreja e, lá, a multidão a deixou completamente nua antes de matá-la por apedrejamento. Depois, seu corpo foi esquartejado — os pedaços exibidos em triunfo por Alexandria — e, então, incinerado.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 16. Katharina Henot
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
16. Katharina Henot
Primeira mulher chefe dos correios da Alemanha, foi
julgada por bruxaria em Colônia, em 1627. No meio de um dos invernos frios de
Colónia, uma freira do convento local, acusou Katharina de causar doença e
morte entre as freiras e o arcebispo prendeu Henot com base nas suspeitas da freira.
Durante sua prisão, Henot foi torturada, mas nunca confessou nada.
Apesar das tentativas de seu irmão para
provar sua inocência, ela foi condenada a ser queimada viva em maio. Sua
exoneração não foi alcançada até pouco tempo. Em 28 de junho de 2012, o
Conselho da Cidade de Colônia abriu o nome de Henot, bem como as outras vítimas
dos julgamentos das bruxas de Colónia, porque eles acreditavam que as execuções
foram o resultado de conspirações políticas.
Série mês das bruxas contra a intolerância religiosa: 15. Alse Young
Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
15. Alse Young
Primeira
bruxa na América
A
primeira a ser condenada por ser uma bruxa durante as Caças às Bruxas de
Connecticut foi uma mulher chamada Alse Young (também chamada Alice Young ou
Achsah Young) de Windsor, Connecticut.
Ela
nasceu em cerca de 1600 em Kent, Inglaterra, de um homem chamado Robert Stokes.
Quando ela cresceu, casou-se com John Young e eles tiveram uma filha chamada
Alice, nascida em 1640. Em 1641, John Young comprou uma pequena parcela de
terra em Windsor, Connecticut.
Embora
não haja registros de acusação ou julgamento, ela foi enforcada em Hartford,
Connecticut, pelo crime de bruxaria em 26 de maio de 1647. Ela foi a primeira
pessoa executada por bruxaria nas 13 colônias americanas. Ela provavelmente foi
executada em um local anteriormente conhecido como Gallows Hill, onde
atualmente fica o Trinity College, ou pode ter sido enforcado na Meeting House
Square, que é o local atual da Old State House.
Muitos
especularam por que ela pode ter sido acusada.
Ela
tinha mais de 40 anos e não tinha filho quando a acusação foi apresentada, o
que implicava que ela seria elegível para receber uma herança se o marido a
precedeu na morte. Houve também uma epidemia de gripe, com uma alta taxa de
mortalidade em Windsor, Connecticut, no início de 1647, pela qual ela pode ter
sido culpada. Ou poderia ter sido algo tão simples quanto fazer remédios de
ervas para seus colegas colonos.
Mas, a
verdade nunca será conhecida como os únicos registros de sua execução foram
duas frases curtas. Um estava em um diário do então governador de Massachusetts
John Winthrop, que afirmou que “Um de Windsor foi enforcado”. O segundo foi do
secretário da cidade de Windsor, Matthew Grant, que registrou em seu diário em
26 de maio de 1647: “Alse Young foi enforcado . ”
Os
registros de terras indicam que John Young vendeu sua terra em 1649 e deixou a
comunidade.
A
filha deles, Alice Young Beamon, também seria acusada cerca de 30 anos depois
em Springfield, Massachusetts, apesar de não ter sido executada.
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