Todas
as caras que as pessoas fazem
sua
atenção e gentileza voltados para mim
será
que não passam de jogos de manipulação
para
que eu faça o que eles querem?
Será paranoia
da minha parte
ou faz
parte de seus jogos
as
máscaras que usam
e que
não sou capaz de decifrar.
Sei
que não posso julgar as intenções
e seus
sentimentos me são ocultos
mas
vejo jogadas ensaiadas
que
culminam em um xeque-mate.
As
orações que são feitas
que
propósito tem?
Me
levar a algum lugar
ou me
tirar algum bem?
São palavras,
gestos e expressões
que me
excluem caso não não aceite seu jogo
regras
sociais mentirosas
que
controlam e mantém o seu posto.
Sim,
estou falando do que vejo ao meu redor
das
caras e bocas que faça
só
para manter meu espaço
e
poder sobreviver.
Estou
falando das oportunidades perdidas
porque
recusei seguir um padrão estético
porque
dei minha opinião
e,
mesmo dentro da lei, decidi me manifestar.
Estou
falando de uma marca que recebi
por
ter escolhido a sanidade
e as
guerras que irei comprar
enchendo
a consciência com a verdade.
Como
se não bastasse, inconscientemente,
pedem-me
constantemente
para
que eu prove quem sou
e o
que sou capaz de fazer.
Preciso
provar que valorizo o que ganho?
Preciso
provar que não sou igual a meus pais?
Preciso
provar que sou diferente,
que
não estou ali para julgar ninguém?
Entristeço,
nesse jogo que as pessoas costumam jogar
umas
com as outras
e se
escrevo sou recriminada
já fui
punida, não perco mais nada.
Hoje a
dor vem anestesiada
pelos
comprimidos e pelo cansaço
porque
não tenho
que
provar mais nada.
E se
nada tenho é porque não quero mais jogar
com
essas regras inúteis
esse
jogo mesquinho
de
máscaras e manipulações.
Pois
quem me julga ainda quer controlar
e
decidir, e determinar
e é
tão infeliz quanto aqueles que já condenou.
Será
que essas atitudes ao meu redor
não
passam de um joguinho barato
em um
tabuleiro de barro
que em
breve vai se espatifar?
Angela
Natel - 21/04/2012