sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
É possível ressignificar o cristianismo?
"Já há um certo consenso no reconhecimento das violências historicamente produzidas pelo cristianismo e suas instituições aqui em nosso território e em grande parte do planeta.
Então como explicar sua defesa mesmo em setores dissidentes? Isso pode ocorrer através de algumas estratégias como:
- Tentar diferenciar instituições cristãs de Cristo, sendo que as primeiras em sua violência distoariam radicalmente da verdadeira mensagem de Jesus.
- Todos os discursos de ódio cristãos seriam leituras e interpretações equivocadas da real palavra de Jesus: amor, compaixão, caridade e afins.
É portanto na figura dele que grupos dissidentes buscam a ressignificação e defesa do suposto cristianismo verdadeiro. Assim, quanto mais violento o cristianismo, tanto mais defendido é, pois se atribui tais violências aos "falsos" cristãos. O que não se reconhece é que as práticas de violência não são um erro do fã clube, mas uma continuidade da própria ideologia cristã, em si mesma violenta.
Uma religião ser do amor, da caridade e do perdão não é suficiente para confirmar sua defesa. Lembremos: todas as opressões ocorrem justamente em nome do bem, do amor e as guerras em nome da paz.
Se na luta por ressignificação do cristianismo, tiramos dele o monoteísmo, o céu, o inferno, a culpa e o pecado, tiramos dele todas as suas bases ideológicas. Um jesus que não é o salvador, que não condena ninguém ao inferno precisa ser um jesus sem céu e salvação. Um jesus que não se estrutura pela noção de pecado tem seu sacrifício de pagamento da dívida anulado.
O monoteísmo cristão precisa deslegitimar a existência de outros deuses para se afirmar, e isso não é um detalhe, é toda sua base para a conversão. Um monoteísmo de múltiplos deuses não deixaria de ser monoteísta?
É possível ressignificar a monogamia dizendo que nela há a escolha livre de cultivar múltiplos vínculos?
Ou ressignificar o monossexismo dizendo que nele várias sexualidades são possíveis?
Ou que a monocultura da soja é sobre florestas?
Talvez, mas particularmente, prefiro destinar minhas energias em combater todas as monoculturas, em vez de atribuir a elas uma essência positiva.
Descatequizar para descolonizar."
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/p/CYHUqDlrkHH/?utm_medium=share_sheet
Kate Clinton
Kate Clinton (nascida em 9 de novembro de 1947)!
#Feminista #Comediante
Ativista #LGBT
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2021
As inscrições para o curso terminam amanhã! Ganhe cupom de desconto para livros:
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Leitura da semana: trecho de "Políticas da inimizade", de Achille Mbembe.
Helene Stocker
Helene Stocker (13 de novembro de 1869 - 24 de fevereiro de
1943)!
#Feminista #Pacifista
Ativista da paz.
Crítica das estruturas familiares patriarcais. Nascida e criada na Alemanha. Em
1905, tornou-se líder da Liga para a Proteção da Maternidade e Reforma Sexual.
De 1905 a 1908, editou a revista da organização "Mutterschutz" e
depois "Die Neue Generation" (1908-1932). Durante esse período, ela
também trabalhou com o sexólogo Magnus Hirschfeld para descriminalizar a
homossexualidade na Alemanha. Mais tarde, ela desenvolveu sua própria
filosofia, chamada de "Nova Ética", que defendia os direitos das
crianças ilegítimas, a educação sexual e a liberdade sexual em geral. Depois
que os nazistas tomaram o poder, ela fugiu da Alemanha, terminando na cidade de
Nova York, onde passou o resto de sua vida.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2021
Um presente aos meus seguidores: código promocional da Feira Virtual do ...
Jesus era negro ou branco?
"Raça é uma ficção da modernidade (Quijano) e racismo é uma “crença na existência das raças naturalmente hierarquizadas pela relação intrínseca entre o físico e o moral, o físico e o intelecto, o físico e cultural” (MUNANGA, 2013).
Vejam, negro, ~índio, oriental, branco são categorias inventadas e produzidas pela noção de raça, elas são propositadamente homogeneizadoras e genéricas, porque é isso que o racismo faz.
Ainda que pessoas de diferentes tons de pele e de múltiplos fenótipos sempre tenham existido entre humanos, é anacrônico associar isso à raça em períodos anteriores à modernidade. Ou seja, negro, branco, ~índio, etc não existiam antes deste marco colonial, foram produzidos por atribuições historicamente datadas.
Os conflitos e desigualdades, as guerras e suas racionalidades foram se atualizando historicamente. Houve momentos em que essas hierarquias se davam por diferenças étnicas, religiosas, etc. Apenas na modernidade que a ideia de raça passa a ser uma forma de dar sentido à violência entre determinados grupos.
Por isso que é equivocado atribuir qualquer raça a Jesus partindo de um tom de pele.
A marcação dele como judeu sim é possível, visto que a referência aí passa a ser étnica e não racial.
A meu ver, este recurso (de narrar Jesus como negro, lgbt, mulher e afins) atende a este esforço de criar uma identificação contemporânea com esta figura, que em nosso território, faz parte da violência colonial.
O racismo é uma violência situada em um tempo e territórios, descontextualizá-la tem como efeito afirmar que desde que existem humanos existe racismo, o que é uma inverdade que reforça sua naturalização.
Raças nos dias de hoje não existem como verdade biológica, mas seguem concretas do ponto de vista de seus efeitos. Chamamos de raça social este imaginário que ainda persiste na atualização do racismo"
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/genipapos/p/CJUXQUxH0eW/?utm_medium=copy_link
Margaret Atwood
Margaret Atwood (nascida em 18 de novembro de 1939)!
#Humanista
Romancista. Poeta.
Ativista ambiental. Autora de "The Handmaid's Tale" (1985), entre
muitos outros trabalhos.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
terça-feira, 28 de dezembro de 2021
Emily Howland
Emily Howland (20 de novembro de 1827 - 29 de junho de
1929)!
#Quacker #Pacifista
#Sufragista #Abolicionista
Educadora. Filantropa.
Sua casa no condado de Cayuga, Nova York, era uma parada na estrada de ferro
subterrânea. A loja de sua família em Sherwood, Nova York, agora é um museu.
Morreu aos 101 anos de idade. Nunca se casou. Enterrada no cemitério Howland,
Ledyard, Nova York.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2021
Marilyn French
Marilyn French (21 de novembro de 1929 a 2 de maio de 2009)!
#Feminista
Escritora. Professora. Autora de "The Women's
Room" (1977), entre muitos outros trabalhos. Citação: "Meu objetivo
na vida é mudar toda a estrutura social e econômica da civilização ocidental,
para torná-la um mundo feminista".
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
domingo, 26 de dezembro de 2021
Sarah Silverman
Sarah Silverman (nascida em 1 de dezembro de 1970)!
#Agnóstica #Feminista #Comediante
Comentarista social e
ativista. Crítica da religião organizada/institucional.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
sábado, 25 de dezembro de 2021
Evelyn Underhill
Evelyn Underhill (6 de dezembro de 1875 a 15 de junho de
1941)!
#Pacifista #Mística
Poeta. Romancista.
Autora de "Misticismo: Um Estudo da Natureza e Desenvolvimento da
Consciência Espiritual do Homem" (1911). Membro da Sociedade Pacifista
Anglicana, pela qual escreveu vários folhetos antiguerra. Enterrada no
cemitério de St. John-at-Hampstead, Londres, Inglaterra.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2021
Nina Allender
Nina Allender (25 de dezembro de 1873 - 2 de abril de 1957)!
#Sufragista
Artista. Cartunista oficial para as publicações do Partido
Nacional da Mulher.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2021
God: An Anatomy, with Francesca Stavrakopoulou and Andrew Copson | Human...
Mary Grew
Mary Grew (1 de setembro de 1813 a 10 de outubro de 1896)!
#Sufragista
#Abolicionista
Advogava pela não-violência
de Garrisonian. Trabalhou com Lucretia Mott na Sociedade Antiescravidão
Feminina. Envolvida em um relacionamento de longo prazo com a colega sufragista
Margaret Burleigh. Nascida em Hartford, Connecticut. Enterrada no cemitério
Woodlands, 4000 Woodland Avenue, Filadélfia, Pensilvânia.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
As três grandes religiões abraâmicas
"Convencionalmente, há três grandes religiões abraâmicas: judaísmo, cristianismo e islamismo. Judaísmo é a mais antiga delas, da qual derivariam, parcialmente, as demais.
A Bíblia cristã, dividida em 2 partes, incorpora parte do livro sagrado judeu (Torá) e o nomeia como Velho Testamento.
Na ideologia cristã, o Novo Testamento vem como uma forma de evolução ou melhoramento do Antigo e Jesus é apresentado como aquele que teria corrigido os erros e problemas dos ensinamentos anteriores.
Toda descontextualização e apropriação tem suas consequências e a colagem mal feita que o cristianismo fez do que retirou do judaísmo é uma delas.
Como ele se apresenta como a evolução do judaísmo, torna-se uma das principais inspirações ideológicas do nazismo e antissemitismo.
A ideia de que judeus seriam pecadores que não aceitavam se converter ao suposto verdadeiro deus os colocava (e ainda coloca) no lugar de raça a ser exterminada, como o antigo a ser erradicado em nome do melhoramento e evolução (associados à conversão forçada ao cristianismo).
Assim, a expressão "moral judaico-cristão" não faz sentido, pois judaísmo é um sistema completo que dispensa expropriações. Já o cristianismo rouba narrativas do Gênesis para forjar um precedente do pecado e da dívida mais tarde usados para fechar a conta da culpa e sacrifício.
Dentre as três religiões monoteístas, o judaísmo se apresentava/apresenta como uma cosmogonia, destinada a um povo (judeu), podendo também referente a um modo de vida e a uma identidade étnica.
Já o cristianismo tem a obsessão de impor seu deus a todo o planeta, disputando com o islamismo, um projeto colonial de conversão global.
Isso se expressa inclusive nas estatísticas: cristãos e islâmicos já invadiram mais da metade do planeta.
Esse domínio acompanha a perseguição a outras espiritualidades, já que só existiria um deus verdadeiro, um único caminho e verdade possíveis.
O amor a esse deus segue se alastrando e quanto mais devastação traz, mais é defendido, pois a ele se atribui uma boa essência, ignorando que sua violência está na própria ideologia.
Não haveria saúde enquanto houver monocultura da fé, dos afetos, da terra e do pensamento."
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/p/CXwo8VLvbUO/
CURSO DE EXTENSÃO DE FÉRIAS (30H): Exegese do Antigo Testamento: Heroínas, vilões, sedutores ou vítimas?
CURSO DE EXTENSÃO DE FÉRIAS (30H): Exegese do Antigo Testamento: Heroínas, vilões, sedutores ou vítimas?
Personagens e caracterização no Pentateuco - voltado para a espiritualidade devocional.
Curso com certificação.
De 10/01/2021 a 28/01/2021.
Profa. Me. Angela Natel
Doutoranda em Teologia pela PUCPR (área de concentração – Exegese e Teologia
Bíblica), professora, escritora, teóloga, linguista.
CNPJ: 21.613.789/0001-26
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7903250329441047
eetown@gmail.com
Neste curso iremos examinar as principais personagens do Pentateuco, os cinco
primeiros livros da Bíblia Hebraica (Antigo Testamento).
Entre as várias figuras do Pentateuco há figuras exemplares, bem como exemplos
dissuasivos. No entanto, a narrativa é cautelosa com as avaliações. Para que os leitores
consigam chegar às suas próprias conclusões com base na situação descrita e nas
figuras retratadas nestes textos.
Neste curso a concentração será nas figuras literárias e elementos linguísticos, com
análise de como são caracterizadas as personagens, aprofundamento da sua
complexidade moral e como a interpretação destas personagens influencia na
compreensão e aplicação das histórias para a espiritualidade pessoal.
Pré-requisitos:
Ter, no mínimo, 18 anos completos e acesso a internet estável.
É necessário um conhecimento básico dos textos e histórias do Antigo Testamento,
especialmente dos livros do Pentateuco.
Não é necessário um conhecimento prévio de hebraico bíblico.
Avaliação (requisito para a certificação)
Participação ativa no curso e preparação semanal (mínimo de 75% de presença).
Valor do curso: R$ 50,00. Pagamento via PIX: 41996848032 ou transferência bancária: Banco 290 PAG SEGURO / AG 0001 / CC 02668828-3.
Enviar o comprovante no WhatsApp: 41 9 9684-8032 ou e-mail: leonelguilherme@hotmail.com até 31/12/2021.
Inscrições pelo link:
Fanny Wright
Fanny Wright (6 de setembro de 1795 - 13 de dezembro de
1852)!
#Feminista #Abolicionista
Reformadora social. Conferencista. Escritora. Crítica da
religião organizada. Crítica do capitalismo. Defendia o controle da natalidade
e a liberdade sexual das mulheres. Cofundadora do jornal "Free
Enquirer" na cidade de Nova York. Fundadora da Nashoba Commune, perto de
Memphis, Tennessee, em 1825. Nashoba foi planejada como uma comunidade
multirracial autossustentável, povoada por afro-americanos e brancos. Autora de
"Visões sobre a sociedade e as maneiras na América" (1821), "Um
plano para a abolição gradual da escravidão nos EUA" (1825) e
"Palestras sobre investigação livre" (1829), entre outras obras.
Nasceu em Dundee, na Escócia. Morreu em Cincinnati, Ohio. Enterrada no
cemitério de Spring Grove, Cincinnati.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
terça-feira, 21 de dezembro de 2021
Lição Bíblica 2 Reis 23,1-27: Todos os Sacerdotes dos Lugares Altos
Lição Bíblica 2 Reis 23,1-27: Todos os Sacerdotes dos Lugares Altos
Era uma vez, um homem chamado Josias tornou-se o rei do reino do sul de Judá. Até então, diversas práticas religiosas haviam coexistido em Jerusalém. Tudo isso chegou ao fim quando um pergaminho foi encontrado no Templo - o chamado "livro da lei". Depois de ler o livro, Josias decidiu que somente o culto a Javé seria permitido ir adiante.
E assim começou a repressão. Primeiro, Josias ordenou que todos os objetos estrangeiros fossem removidos do Templo. Todos os itens relacionados ao culto a Baal, à Deusa Asherah, e ao culto ao sol, lua e estrelas foram retirados e queimados. (2 Reis 23,4). Isso é interessante porque nos diz que estas coisas foram incorporadas nos rituais do Templo por um período de tempo. Pense nisso: adoração de Deusas no Templo de Jerusalém!
Então Josias dispensou todos os sacerdotes que haviam facilitado a adoração de Baal, Asherah, e os poderes cósmicos. Ele derrubou os quartos onde residiam os sacerdotes (qedesh - palavra derivada de qadosh - 'santo' - ideológica e equivocadamente traduzida para 'prostitutos cultuais' - nota de Angela Natel). Josias destruiu os quartos usados pelas mulheres que faziam tecelagens para Asherah. (2 Reis 23,7)
Ele tirou as estátuas de cavalos em homenagem ao Deus sol próximo à entrada do Templo. Havia altares ao redor dos pátios do Templo que foram derrubados e demolidos, suas peças espalhadas no Vale Kidron.
Em seguida, Josias foi atrás dos chamados "lugares altos" ao leste de Jerusalém, que Salomão havia estabelecido para várias deidades: a Deusa Astarte, o Deus moabita Chemosh, o Deus amonita Milcom (também conhecido como Moloque). Os homens de Josias derrubaram os pilares e cortaram os postes de Asherah. Eles cobriram a área com ossos humanos, para profaná-la para sempre. (2 Reis 23,13-14) - (Ossos humanos? De onde eles vieram?)
Josias se mudou para a cidade de Betel, onde fez a mesma coisa - derrubou os altares e os postes sagrados e os mandou queimar.
Em Samaria, nos dizem, Josias "massacrou nos altares todos os sacerdotes dos lugares altos que estavam lá e queimou ossos humanos neles". (2 Reis 23,20) Vamos fazer uma pausa por um momento para considerar o que acabamos de ler: O rei Josias mandou matar sacerdotes como sacrifícios humanos!
O reinado de Josias durou cerca de 30 anos. Foi uma época de grande atividade literária em Jerusalém (final do século VII AEC). Os estudiosos acreditam que a primeira edição da História do Deuteronômio foi composta sob o governo de Josias. De fato, é provável que o chamado "livro da lei" supostamente encontrado no Templo não fosse um antigo pergaminho, mas um rascunho inicial de Deuteronômio escrito pelos escribas de Josias.
Voltando ao nosso texto, nos dizem que as purgas e reformas de Josias não foram suficientes para Javé. "Ainda assim o Senhor não se desviou da ferocidade de sua grande ira contra Judá". (2 Reis 23,26) Javé vem logo a público e diz:
"Eu removerei Judá da minha vista, assim como removi Israel". E rejeitarei Jerusalém, assim como a casa onde eu disse que meu nome estaria presente". (2 Reis 23,27)
De nossa perspectiva no século XXI, parece claro que Javé tinha alguns problemas sérios. Esta representação de uma divindade irracionalmente petulante é, a meu ver, uma das melhores evidências das origens humanas da história. Vingança e mesquinhez são traços humanos, não divinos.
~A Sociedade Marginal Menonita "Yahweh, o Guerreiro, é um personagem literário".
Fonte: https://www.facebook.com/marginalmennonitesociety/photos/a.222064161152813/7313145682044590/
tradução e nota de Angela Natel
Que perfeito seria um mundo sem amor!
Que perfeito seria um mundo sem amor!
Muitas vezes acredita-se que o que falta no mundo é amor, mas penso que este amor hegemônico se constitui justamente da falta. Quanto mais único/exclusivo, mais especial. Somos construídos pra achar desconfortável ouvir "te amo como amo todo mundo/te amo tanto quanto amo a milhares de pessoas".
O valor deste amor colonial vem da escassez, ou melhor, da concentração.
Que se tenha muito amor, mas que este amor seja só por x pessoa, na lógica da renda e a propriedade privada.
Devemos nos importar, cuidar e amar daquilo que é 'nosso', pra fora disso, a sensibilização cai mil degraus.
"Ah, mas e se expandirmos o amor para quem ele não chega?"
Se expandirmos em máxima potência ele deixa de existir, me parece, porque precisa do contraste. Novamente me lembra o dinheiro: se todo mundo tiver bilhões, ninguém terá bilhões, porque perde o valor que se dá justamente pela desigualdade brutal na concentração.
Então o desejo de ser incluído no amor colonial por vezes ou entra na lógica da exceção ou na da substituição, do descarte.
Também como o dinheiro, este tipo de amor é um privilégio que articulado com posições sociais, reifica lugares de importância no mundo.
Estamos muitas vezes com medo de perder o (pouco) amor que temos, mas penso que se nos vinculássemos de outras formas, não precisaríamos mais ter medo algum.
Se o direito à saúde, ao prazer, à dignidade não estivessem condicionados ao merecimento (no qual entra forte esse amor), penso que nossas relações conosco e com o mundo seriam muito mais leves.
Afetos singulares não são hierárquicos, muito menos homogêneos, são sobre uma diferença radical, da impossibilidade de submeter a uma competição coisas como chuva, capivara e tomate.
Não quero um mundo com mais vagas no céu, mas um mundo sem céu nem inferno.
Que nosso caminho esteja na saúde dos nossos vínculos e no afeto (de carinho e afetação).
O brilho do sol não é lindo porque o amo
Nem tampouco o arco-íris é espetacular porque o amamos
O valor de cada existência não deveria ser medido pelo tanto que é amada
Cada coisa tem em si a dignidade de sua existência e não há nada mais precioso que isso.
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/p/CXugMy2toD1/
Noções de culpa, pecado e perdão
Segundo a tradição cristã, todas as pessoas já chegariam ao mundo pecadoras, herança recebida de Eva.
Essa dívida teria sido paga por Jesus, que com seu sangue e sacrifício teria nos comprado.
Ao quitar essa dívida, melhor dizendo, ao renegociá-la, instaura-se uma outra ainda maior, agora com aquele que pagou o débito anterior. Essa quitação não vem de graça, pelo contrário. Uma vez comprados, teríamos perdido o direito a nós mesmos, (já não sois propriedade de si mesmos; fostes comprados e pagos, I Corintios 6:19). Esse amor incondicional é, paradoxalmente, o que mais coloca condições.
No cristianismo, o amor ao pecador, é um amor de transição. No trajeto em que deixa de ser pecadora e se arrepende é que a pessoa é amada.
Nessa etapa se usa uma pedagogia em duas vias: promessas de coisas massa que acontecerão se o pecador se arrepender e ameaças do que acontecerá caso não se arrependa.
Há duas grandes categorias de pecado: os que não são para a morte (menos graves) e os pecados mortais, estes imperdoáveis. "A blasfêmia contra o Espírito são será perdoada, nem neste século nem no futuro" (Mateus, 12:31). Se o principal mandamento do cristianismo é amar a esse deus sobre todas as coisas, o simples fato de nele não crer já é uma blasfêmia.
É uma ideologia que demoniza todos que nela não creem.
Esse deus ama o pecador (que se arrepende), é sobre conversão, cura do que não é doença.
A partir do momento que o pecador se afirma reincidindo em seu pecado grave, ele deixa de ser amado e passa a ser odiado, condenado ao inferno. Na lista de quem não entraria no céu, essa moral equipara ser um assassino com ser adúltero, ser assassino com se prostituir.
É por isso que, como nos ensina Nietzsche, precisamos transvalorar os valores. Antes de cumpri-los ou não, questionarmos sua base ética.
Aceitar o perdão antes dos perguntarmos sobre o que de fato estamos devendo é uma armadilha.
Me recuso a ser perdoada pelo que não fiz de errado, pois aceitar esse perdão seria assumir como verdade aquilo que não pactuo.
Se o batismo limpa os pecados, o desbatismo nos limpa da culpa inventada.
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/p/CXq_qfXLCrd/
A colonização não acabou, mas como permanece?
A colonização não acabou, mas como permanece?
Uma das formas dela se fortalecer é através da premissa de que em verdade se tratam de sistemas bons na essência, mas ruins apenas na prática.
Com isso, há uma insistência na defesa desses modelos, como se só houvesse problemas na execução de alguns e não algo problemático na própria ideologia.
Será que bilhões de pessoas iriam querer seguir o cristianismo se a figura central dessa filosofia fosse alguém descrito como ruim, egoísta, meritocrático? Acredito que não.
Os fã-clubes elevam a imagem de seus ídolos porque isso informa sobre sua própria autoestima. Ninguém quer ter como inspiração alguém que não julgue massa. A reação de defesa acaba sendo uma forma de defender a visão que se tem sobre si mesmo.
Então quanto mais evidências se trazem da violência da ideologia cristã, tanto mais se reforça que isso não é sobre o verdadeiro Jesus, atribuindo à sua essência algo essencialmente bom e amoroso.
Alguns dizem: houve distorções na tradução da Bíblia (o que concordo), mas se questionamos a validade do que é posto nela, é justo que haja um rigor e que não utilizemos esse argumento apenas para atenuar as menções que não coadunam com a imagem perfeita de Jesus.
Não vejo pessoas dizendo: essa parte do amor ao próximo foi erro de tradução, essa parte da caridade foi distorcida.
Se a fonte bíblia é desqualificada, então de onde se sabe que o Jesus foi bom e amoroso?
Se não se sabe ao certo, pelas traduções, quem ele de fato foi, por que há a atribuição positiva daquilo que não se conhece? Talvez porque a projeção do desejo de ser salvo precise conciliar-se emocionalmente essa moral do salvador.
Há outros registros históricos, mas aí estamos falando de uma pessoa e não de uma entidade religiosa.
E há que se refletir sobre o desejo de ser salvo por outro ser humano.
Aliás, ser salvo do quê?
A salvação só existe porque há condenação. A promessa do céu só existe com a ameaça ao inferno. E o bem e o amor a alguns se fazem do contraste do ódio aos demais.
Não me interessa aqui inferir se Jesus era bom ou mau, pois descatequizar o pensamento é justamente sobre pensar uma vida para além do bem e do mal.
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/p/CXjwB5sPneY/
Muito se fala que Jesus é amor, mas que amor seria esse?
Muito se fala que Jesus é amor, mas que amor seria esse?
Não é suficiente falarmos de amor, de bem e de moral descolados das lógicas que os sustentam.
A ideologia monoteísta cristã é essencialmente violenta, pois para se provar que ama o suposto único deus verdadeiro, é preciso que não se possa adorar outros deuses. Aliás, orienta-se que estes sejam combatidos e odiados, como acontece no racismo religioso.
O deus monoteísta é monogâmico, diz sentir ciúme e ira quando seu povo adora outros deuses (I Corintios, 10:22).
Sim, Jesus é amor, mas amor a quem se converte à sua ideologia, pois "quem não crer já está condenado ao inferno" (João 3:18).
É mesmo uma escolha livre ser monoteísta cristão quando se é proibido, ameaçado e punido o adorar a outros deuses? É a mesma lógica na monogamia.
Por que os milagres de multiplicação dos pães e da cura das doenças atingiram poucas pessoas e não toda a humanidade?
Sendo deus onipotente, ele teria condições de fazê-lo, então porque não fez?
Aí que entra o livre-arbítrio e a culpa. Se alguém não alcança a cura de suas doenças ou não tem sua fome sanada, é porque lhe faltou fé.
A lógica capitalista empresta do cristianismo a meritocracia. Em ambos sistemas apenas alguns mereciam ter direito a alimentação, moradia, saúde.
A ideologia cristã condiciona suas bênçãos apenas a quem a ela se converte (e olhe lá). Por isso mesmo tendo poder para tal, dentro dessa filosofia, Jesus não acabou com a fome nem com as doenças de todos, apenas daqueles que se "arrependessem".
A lógica do milagre e da exceção fecha bem com o vestibular celeste de Cristo: muitos seriam chamados, mas apenas poucos escolhidos para as disputadas vagas no Reino dos céus.
Nesse sentido, o mundo não precisa de mais amor, não se for esse amor cristão. Quanto menos desse amor, melhor.
Que o bem viver seja coletivo e o acesso ao mínimo não seja condicionado a mérito nenhum.
Não temos que pagar uma dívida inventada para nos causar culpa e auto ódio.
Nem tudo de bom, nem de mal, que nos acontece merecemos, nem tudo tem um motivo e não há para todas as coisas do mundo um propósito humanoterraplanista.
Para nos libertarmos da culpa precisamos nos libertar do mérito.
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/p/CXhdp7RrE9J/
Staceyann Chin
Staceyann Chin (nascida em 25 de dezembro de 1972)!
#Feminista
Poeta oral. Artista
performática. Ativista dos direitos LGBTQIA+.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2021
Hino Templo 42 de Enheduanna, sacerdotisa acádia
"A verdadeira mulher de sabedoria insuperável",
que arrefece as sobrancelhas das pessoas de cabeça negra,
consulta uma tábua de lápis lazúli, dispensa assessoria a
todas as terras.
Verdadeira mulher, pura como a erva sabão, brota da cana sagrada.
Ela mede os céus acima e
estica o cabo de medição sobre a terra.
Nisaba, seja louvada"!
Hino Templo 42 de Enheduanna, sacerdotisa acádia, e a
primeira autora conhecida da história, no sul do Iraque. Este poema "é o
último de uma série de hinos curtos compostos para vários grandes templos das
divindades mesopotâmicas”. Betty De Shong Meador observou que "cada hino é
escrito ao próprio templo, como se fosse um ser vivo com poder e influência
sobre seu ocupante divino".
Este hino "é dedicado a Ezagin (''House of Lapis
Lazuli''), o templo da Deusa Nisaba na cidade de Eresh. Nisaba, também
conhecida como Nanibgal, foi a Deusa suméria da escrita e cálculos matemáticos,
Deusa padroeira do aprendizado e realizações intelectuais criativas nas artes,
ciências e literatura. é dedicado a Ezagin (''Casa de Lápis Lazúli''), o templo
da Deusa Nisaba na cidade de Eresh. Nisaba, também conhecida como Nanibgal, era
a Deusa suméria da escrita e dos cálculos matemáticos, Deusa padroeira da
aprendizagem e realizações intelectuais criativas nas artes, ciências e
literatura".
"Nisaba, inicialmente adorada como Deusa do grão,
transformou-se na Deusa da manutenção de registros da quantidade de grãos nos
celeiros. À medida que a escrita e a matemática se desenvolveram e começaram a
ser amplamente utilizadas tanto para fins práticos como espirituais, a posição
de Nisaba no panteão mesopotâmico tornou-se mais prestigiosa. No auge de seus
poderes, Nisaba, como deidade padroeira dos escribas, foi considerada a escriba
dos Deuses".
De "Enheduanna: Princesa, Sacerdotisa, Poeta e
Matemática", de Sarah Glaz. Em The Mathematical Intelligencer volume 42,
pp 31-46 (2020), mas está disponível em ResearchGate. Graças a Dina Dahbany.
Angela Davis
Angela Davis (nascida em 26 de janeiro de 1944)!
#Feminista #Marxista #Filósofa
Ativista dos direitos
civis. Ativista antiguerra. Professora. Autora. Candidata a vice-presidente do
bilhete do Partido Comunista dos EUA em 1980 e 1984. Ativista dos direitos LGBTQIA+.
Ativista da reforma penitenciária. Ícone de contracultura.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
domingo, 19 de dezembro de 2021
Kay Boyle
Kay Boyle (19 de fevereiro de 1902 - 27 de dezembro de
1992)!
Romancista. Escritora de histórias curtas. Poeta. Educadora.
Ativista anti-guerra. Ativista antinuclear. Marchou com Cesar Chavez em 1964.
Em 1968, assinou o compromisso de "Protesto de imposto de guerra para
escritores e editores", prometendo recusar-se a pagar impostos em protesto
contra a Guerra do Vietnã. Enterrada no cemitério nacional de Golden Gate, em
San Francisco, Califórnia.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
sábado, 18 de dezembro de 2021
Karen Silkwood
Karen Silkwood (19 de fevereiro de 1946 - 13 de novembro de
1974)!
Ativista sindical. Ativista antinuclear. Técnica química.
Karen foi contratada na fábrica de combustível Kerr-McGee, perto de Crescent,
Oklahoma, no início dos anos 70. Ela ficou preocupada com questões de saúde e
segurança relacionadas ao uso de plutônio na fábrica. No verão de 1974, ela
prestou testemunho à Comissão de Energia Atômica. Em novembro de 1974, a
caminho de uma reunião do sindicato, ela se envolveu em um acidente de carro
que a matou. As circunstâncias do acidente levantaram muitas questões ao longo
dos anos. Enterrada no cemitério de Danville, Kilgore, Texas.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
Nuala O'Faolain
Nuala O'Faolain (1 de março de 1940 - 9 de maio de 2008)!
#Feminista
Jornalista. Professora.
Escritora. Autora de "Você é alguém?: As memórias acidentais de uma mulher
de Dublin" (1996). Enterrada no cemitério de Glasnevin, Dublin, Irlanda.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2021
Leitura da semana: trecho de "Eichmann em Jerusalém", de Hannah Arendt.
Erica Jong
Erica Jong (nascida em 26 de março de 1942)!
#Feminista
Romancista. Poeta.
Professora. Advoga pelos direitos LGBT. Autora de "Medo de voar"
(1973), "Medo de cinquenta: um livro de memórias da meia-idade"
(1994) e "Medo de morrer" (2015), entre muitos outros trabalhos.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2021
Abuso Religioso: Max Cassin, Wellington Barbosa e Angela Natel - 13...
Camille Paglia
Camille Paglia (nascida em 2 de abril de 1947)!
#Feminista #Ateia
Crítica social.
Professora. Ativista da liberdade de expressão. Autora de "Sexual Personae: Art and
Decadence from Nefertiti to Emily Dickinson" (1990) e "Sex, Art and
American Culture" (1992), entre outras obras.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
terça-feira, 14 de dezembro de 2021
Amelie Scheltema
Amelie Scheltema (26 de abril de 1928 - 11 de junho de
2015)!
#Quacker #Pacifista
Cientista. Ativista antiguerra.
Ativista antinuclear. Conselheira. Instrutora de resolução de conflitos. Advogava
pela reforma penitenciária. Bióloga marinha da Woods Hole Oceanographic
Institution (Massachusetts). Juntou-se aos Quackers na década de 1960. Secretária
da reunião de West Falmouth, da reunião mensal da Sandwich, da reunião
trimestral da Sandwich, membro do comitê da reunião anual da Nova Inglaterra
para questões sociais e de paz.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2021
Jill Johnston
Jill Johnston (17 de maio de 1929 - 18 de setembro de 2010).
#
Feminista. Crítica cultural. Primeira escritora de "The
Village Voice". Cronista da cena de arte / dança de vanguarda em Nova
York. Líder do movimento separatista lésbico da década de 1970. Autora de
"Nação Lésbica: A Solução Feminista" (1973), na qual defendia uma
ruptura completa com os homens e com as instituições capitalistas dominadas por
homens. Nasceu em Londres, Inglaterra. Morreu em Hartford, Connecticut.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
domingo, 12 de dezembro de 2021
Já caí em inúmeros contos de fadas:
Já caí em
inúmeros contos de fadas:
De que é só se
esforçar,
que é só
trabalhar,
que é só
comunicar,
que pastores
progressistas são melhores que conservadores,
que ortodoxia
não é convenção,
que o outro vai
entender,
que todo mundo
passa pelo que eu passo,
que otimismo
atrai coisa boa,
que é só
canalizar minhas virtudes e ganharei muito dinheiro,
que tudo
coopera para o meu bem,
que exagero
quando expresso meus sentimentos,
que é só querer
para estar bem com a família,
que é preciso
sempre buscar as boas intenções de quem me fere,
que merecia
cada abuso e violência que sofri,
que ser gorda é
ser doente,
que o problema
está em mim,
que ficar
corrigindo os outros é sinal de preocupação e afeto,
que há pessoas
que nos ajudam e não esperam nada em troca,
que todo medo
pode ser vencido,
que sempre
poderei contar com alguém,
que darei conta
de tudo,
que se as
pessoas quiserem, elas vão me compreender,
que alguém que
me ama não vai ser egocêntrica nem me comparar a outos,
que vivemos
numa democracia,
que as leis são
justas,
que ninguém
está acima da lei,
que é possível
eu trabalhar no que gosto e sei fazer e viver bem,
que mérito
existe,
que ir bem nos
estudos me garantiria sustento na vida,
que as pessoas
querem aprender,
que as pessoas
querem mudar,
que violência
escandaliza a todos,
que fé é algo
racional,
que mitologia
serve somente pra explicar coisas,
que quem sabe
grego e hebraico sabe interpretar texto bíblico,
que quem não
sabe interpretar texto na própria língua sabe interpretar a Bíblia,
que a verdade
vale mais que o privilégio,
que igreja é
como hospital pra doentes,
que as pessoas
valem mais que o sistema,
que direitos
humanos não tem ideologia,
que eu tinha
que atender expectativas,
que líderes
progressistas não são preconceituosos e intolerantes,
que preço é
mais importante que valor,
que instituições
mudam,
que eu posso
ser eu mesma e ser aceita como sou,
que segurança
existe,
que as pessoas
sabem o que é amor,
que tristeza
teria um fim ainda em vida,
que eu deveria
ser inflexível,
que existe
neutralidade,
que a gente
sabe do que tá falando quando diz ter empatia,
que conselho
era simples de oferecer e não há risco algum de destruir a vida do outro,
que ser
otimista não é ser destrutivo de forma alguma,
que não há
positividade tóxica,
que seus
familiares só querem o seu bem,
que erros
acontecem, mas que o sistema é bom,
que promessas
são feitas para serem cumpridas,
que é só eu
tentar, que superarei minhas limitações,
que as pessoas
que falam sobre Jesus sabem quem ele realmente foi,
que a mídia
informa,
que existem
coisas gratuitas na vida,
que posso
entender uma pessoa somente pelo que ela expressa em suas redes sociais,
que preciso ser
normal, como todo mundo,
que as pessoas
sabem respeitar singularidade,
que ser popular
é algo essencialmente bom.
que tudo o que
é dito significa exatamente o que é dito,
Angela Natel
10/12/2021
Marsha P. Johnson
Marsha P. Johnson (nome de nascimento: Malcolm Michaels,
Jr.) (27 de junho de 1944 - 6 de julho de 1992)!
Ativista dos direitos de trans. Drag queen. Conhecida como
"O Santo da Rua Christopher". Participante do motim de Stonewall, em
28 de junho de 1969. Alguns dizem que Marsha foi a pessoa que deu início ao
motim, quando os policiais estavam estourando a junta, gritando "eu tenho
meus direitos civis" e depois jogando um copo no espelho do bar.
(Nota: Algumas fontes
dão a data de nascimento em 24 de agosto de 1945.)
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
sábado, 11 de dezembro de 2021
Judy Chicago
Judy Chicago (nascida em 20 de julho de 1939)!
#Feminista
Artista. Educadora.
Nascida em Chicago, Illinois.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2021
Que bruxaria é essa? Amuletos, oráculos, curas, milagres e mágica na Bí...
Marion Bromley
Marion Bromley (10 de outubro de 1912 - 21 de janeiro de
1996)!
#Quacker #Pacifista
Ativista dos direitos
civis. Ativista da paz. Resistente aos impostos de guerra. Em 1948, ela e seu
marido, Ernest (e outros), formaram o grupo pacifista radical Peacemakers para
defender uma resistência não violenta ao militarismo, particularmente na forma
de resistência à resistência e resistência a impostos. Citação: "Não
aceito a noção de que o Estado possa escolher um inimigo para mim e me forçar a
ajudar a aniquilar o inimigo do Estado". Outra citação: "Decida que
você não vai pagar e depois descubra como fazê-lo".
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2021
Elizabeth Gaunt
Em 23 de outubro de 1685, Elizabeth Gaunt foi queimada na
fogueira em Londres, Inglaterra. Ela era uma lojista (vendendo velas, sabão,
artigos de couro, etc.) e uma Anabatista. Conhecida como alguém sempre disposto
a ajudar as vítimas de opressão política e religiosa. Após o fracasso do Rye
House Plot de 1683 (um plano para assassinar o rei Carlos II), Elizabeth ajudou
um homem chamado James Burton a fugir para Amsterdã. Ela não fazia parte da
trama. Mas depois que Burton foi pego, ele implicou em Elizabeth. Em troca de
seu falso testemunho, Burton foi perdoado. Elizabeth foi considerada culpada de
alta traição e condenada à morte por fogo. William Penn esteve presente em sua
execução e disse que "morreu com uma constância, até mesmo uma alegria,
que atingiu todos os que a viram".
~ A série de mártires do movimento matriarcal menonita.
É possível ressignificar o cristianismo?
"Já há um certo consenso no reconhecimento das violências historicamente produzidas pelo cristianismo e suas instituições aqui em nosso território e em grande parte do planeta.
Então como explicar sua defesa mesmo em setores dissidentes? Isso pode ocorrer através de algumas estratégias como:
- Tentar diferenciar instituições cristãs de Cristo, sendo que as primeiras em sua violência distoariam radicalmente da verdadeira mensagem de Jesus.
- Todos os discursos de ódio cristãos seriam leituras e interpretações equivocadas da real palavra de Jesus: amor, compaixão, caridade e afins.
É portanto na figura dele que grupos dissidentes buscam a ressignificação e defesa do suposto cristianismo verdadeiro. Assim, quanto mais violento o cristianismo, tanto mais defendido é, pois se atribui tais violências aos "falsos" cristãos. O que não se reconhece é que as práticas de violência não são um erro do fã clube, mas uma continuidade da própria ideologia cristã, em si mesma violenta.
Uma religião ser do amor, da caridade e do perdão não é suficiente para confirmar sua defesa. Lembremos: todas as opressões ocorrem justamente em nome do bem, do amor e as guerras em nome da paz.
Se na luta por ressignificação do cristianismo, tiramos dele o monoteísmo, o céu, o inferno, a culpa e o pecado, tiramos dele todas as suas bases ideológicas. Um jesus que não é o salvador, que não condena ninguém ao inferno precisa ser um jesus sem céu e salvação. Um jesus que não se estrutura pela noção de pecado tem seu sacrifício de pagamento da dívida anulado.
O monoteísmo cristão precisa deslegitimar a existência de outros deuses para se afirmar, e isso não é um detalhe, é toda sua base para a conversão. Um monoteísmo de múltiplos deuses não deixaria de ser monoteísta?
É possível ressignificar a monogamia dizendo que nela há a escolha livre de cultivar múltiplos vínculos?
Ou ressignificar o monossexismo dizendo que nele várias sexualidades são possíveis?
Ou que a monocultura da soja é sobre florestas?
Talvez, mas particularmente, prefiro destinar minhas energias em combater todas as monoculturas, em vez de atribuir a elas uma essência positiva.
Descatequizar para descolonizar."
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/p/CYHUqDlrkHH/?utm_medium=share_sheet
Kate Clinton
Kate Clinton (nascida em 9 de novembro de 1947)!
#Feminista #Comediante
Ativista #LGBT
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
As inscrições para o curso terminam amanhã! Ganhe cupom de desconto para livros:
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Essa você não pode perder!
Leitura da semana: trecho de "Políticas da inimizade", de Achille Mbembe.
Helene Stocker
Helene Stocker (13 de novembro de 1869 - 24 de fevereiro de
1943)!
#Feminista #Pacifista
Ativista da paz.
Crítica das estruturas familiares patriarcais. Nascida e criada na Alemanha. Em
1905, tornou-se líder da Liga para a Proteção da Maternidade e Reforma Sexual.
De 1905 a 1908, editou a revista da organização "Mutterschutz" e
depois "Die Neue Generation" (1908-1932). Durante esse período, ela
também trabalhou com o sexólogo Magnus Hirschfeld para descriminalizar a
homossexualidade na Alemanha. Mais tarde, ela desenvolveu sua própria
filosofia, chamada de "Nova Ética", que defendia os direitos das
crianças ilegítimas, a educação sexual e a liberdade sexual em geral. Depois
que os nazistas tomaram o poder, ela fugiu da Alemanha, terminando na cidade de
Nova York, onde passou o resto de sua vida.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Um presente aos meus seguidores: código promocional da Feira Virtual do ...
Jesus era negro ou branco?
"Raça é uma ficção da modernidade (Quijano) e racismo é uma “crença na existência das raças naturalmente hierarquizadas pela relação intrínseca entre o físico e o moral, o físico e o intelecto, o físico e cultural” (MUNANGA, 2013).
Vejam, negro, ~índio, oriental, branco são categorias inventadas e produzidas pela noção de raça, elas são propositadamente homogeneizadoras e genéricas, porque é isso que o racismo faz.
Ainda que pessoas de diferentes tons de pele e de múltiplos fenótipos sempre tenham existido entre humanos, é anacrônico associar isso à raça em períodos anteriores à modernidade. Ou seja, negro, branco, ~índio, etc não existiam antes deste marco colonial, foram produzidos por atribuições historicamente datadas.
Os conflitos e desigualdades, as guerras e suas racionalidades foram se atualizando historicamente. Houve momentos em que essas hierarquias se davam por diferenças étnicas, religiosas, etc. Apenas na modernidade que a ideia de raça passa a ser uma forma de dar sentido à violência entre determinados grupos.
Por isso que é equivocado atribuir qualquer raça a Jesus partindo de um tom de pele.
A marcação dele como judeu sim é possível, visto que a referência aí passa a ser étnica e não racial.
A meu ver, este recurso (de narrar Jesus como negro, lgbt, mulher e afins) atende a este esforço de criar uma identificação contemporânea com esta figura, que em nosso território, faz parte da violência colonial.
O racismo é uma violência situada em um tempo e territórios, descontextualizá-la tem como efeito afirmar que desde que existem humanos existe racismo, o que é uma inverdade que reforça sua naturalização.
Raças nos dias de hoje não existem como verdade biológica, mas seguem concretas do ponto de vista de seus efeitos. Chamamos de raça social este imaginário que ainda persiste na atualização do racismo"
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/genipapos/p/CJUXQUxH0eW/?utm_medium=copy_link
Margaret Atwood
Margaret Atwood (nascida em 18 de novembro de 1939)!
#Humanista
Romancista. Poeta.
Ativista ambiental. Autora de "The Handmaid's Tale" (1985), entre
muitos outros trabalhos.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Emily Howland
Emily Howland (20 de novembro de 1827 - 29 de junho de
1929)!
#Quacker #Pacifista
#Sufragista #Abolicionista
Educadora. Filantropa.
Sua casa no condado de Cayuga, Nova York, era uma parada na estrada de ferro
subterrânea. A loja de sua família em Sherwood, Nova York, agora é um museu.
Morreu aos 101 anos de idade. Nunca se casou. Enterrada no cemitério Howland,
Ledyard, Nova York.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Marilyn French
Marilyn French (21 de novembro de 1929 a 2 de maio de 2009)!
#Feminista
Escritora. Professora. Autora de "The Women's
Room" (1977), entre muitos outros trabalhos. Citação: "Meu objetivo
na vida é mudar toda a estrutura social e econômica da civilização ocidental,
para torná-la um mundo feminista".
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Sarah Silverman
Sarah Silverman (nascida em 1 de dezembro de 1970)!
#Agnóstica #Feminista #Comediante
Comentarista social e
ativista. Crítica da religião organizada/institucional.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Evelyn Underhill
Evelyn Underhill (6 de dezembro de 1875 a 15 de junho de
1941)!
#Pacifista #Mística
Poeta. Romancista.
Autora de "Misticismo: Um Estudo da Natureza e Desenvolvimento da
Consciência Espiritual do Homem" (1911). Membro da Sociedade Pacifista
Anglicana, pela qual escreveu vários folhetos antiguerra. Enterrada no
cemitério de St. John-at-Hampstead, Londres, Inglaterra.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Nina Allender
Nina Allender (25 de dezembro de 1873 - 2 de abril de 1957)!
#Sufragista
Artista. Cartunista oficial para as publicações do Partido
Nacional da Mulher.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
God: An Anatomy, with Francesca Stavrakopoulou and Andrew Copson | Human...
Mary Grew
Mary Grew (1 de setembro de 1813 a 10 de outubro de 1896)!
#Sufragista
#Abolicionista
Advogava pela não-violência
de Garrisonian. Trabalhou com Lucretia Mott na Sociedade Antiescravidão
Feminina. Envolvida em um relacionamento de longo prazo com a colega sufragista
Margaret Burleigh. Nascida em Hartford, Connecticut. Enterrada no cemitério
Woodlands, 4000 Woodland Avenue, Filadélfia, Pensilvânia.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
As três grandes religiões abraâmicas
"Convencionalmente, há três grandes religiões abraâmicas: judaísmo, cristianismo e islamismo. Judaísmo é a mais antiga delas, da qual derivariam, parcialmente, as demais.
A Bíblia cristã, dividida em 2 partes, incorpora parte do livro sagrado judeu (Torá) e o nomeia como Velho Testamento.
Na ideologia cristã, o Novo Testamento vem como uma forma de evolução ou melhoramento do Antigo e Jesus é apresentado como aquele que teria corrigido os erros e problemas dos ensinamentos anteriores.
Toda descontextualização e apropriação tem suas consequências e a colagem mal feita que o cristianismo fez do que retirou do judaísmo é uma delas.
Como ele se apresenta como a evolução do judaísmo, torna-se uma das principais inspirações ideológicas do nazismo e antissemitismo.
A ideia de que judeus seriam pecadores que não aceitavam se converter ao suposto verdadeiro deus os colocava (e ainda coloca) no lugar de raça a ser exterminada, como o antigo a ser erradicado em nome do melhoramento e evolução (associados à conversão forçada ao cristianismo).
Assim, a expressão "moral judaico-cristão" não faz sentido, pois judaísmo é um sistema completo que dispensa expropriações. Já o cristianismo rouba narrativas do Gênesis para forjar um precedente do pecado e da dívida mais tarde usados para fechar a conta da culpa e sacrifício.
Dentre as três religiões monoteístas, o judaísmo se apresentava/apresenta como uma cosmogonia, destinada a um povo (judeu), podendo também referente a um modo de vida e a uma identidade étnica.
Já o cristianismo tem a obsessão de impor seu deus a todo o planeta, disputando com o islamismo, um projeto colonial de conversão global.
Isso se expressa inclusive nas estatísticas: cristãos e islâmicos já invadiram mais da metade do planeta.
Esse domínio acompanha a perseguição a outras espiritualidades, já que só existiria um deus verdadeiro, um único caminho e verdade possíveis.
O amor a esse deus segue se alastrando e quanto mais devastação traz, mais é defendido, pois a ele se atribui uma boa essência, ignorando que sua violência está na própria ideologia.
Não haveria saúde enquanto houver monocultura da fé, dos afetos, da terra e do pensamento."
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/p/CXwo8VLvbUO/
CURSO DE EXTENSÃO DE FÉRIAS (30H): Exegese do Antigo Testamento: Heroínas, vilões, sedutores ou vítimas?
CURSO DE EXTENSÃO DE FÉRIAS (30H): Exegese do Antigo Testamento: Heroínas, vilões, sedutores ou vítimas?
Personagens e caracterização no Pentateuco - voltado para a espiritualidade devocional.
Curso com certificação.
De 10/01/2021 a 28/01/2021.
Profa. Me. Angela Natel
Doutoranda em Teologia pela PUCPR (área de concentração – Exegese e Teologia
Bíblica), professora, escritora, teóloga, linguista.
CNPJ: 21.613.789/0001-26
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7903250329441047
eetown@gmail.com
Neste curso iremos examinar as principais personagens do Pentateuco, os cinco
primeiros livros da Bíblia Hebraica (Antigo Testamento).
Entre as várias figuras do Pentateuco há figuras exemplares, bem como exemplos
dissuasivos. No entanto, a narrativa é cautelosa com as avaliações. Para que os leitores
consigam chegar às suas próprias conclusões com base na situação descrita e nas
figuras retratadas nestes textos.
Neste curso a concentração será nas figuras literárias e elementos linguísticos, com
análise de como são caracterizadas as personagens, aprofundamento da sua
complexidade moral e como a interpretação destas personagens influencia na
compreensão e aplicação das histórias para a espiritualidade pessoal.
Pré-requisitos:
Ter, no mínimo, 18 anos completos e acesso a internet estável.
É necessário um conhecimento básico dos textos e histórias do Antigo Testamento,
especialmente dos livros do Pentateuco.
Não é necessário um conhecimento prévio de hebraico bíblico.
Avaliação (requisito para a certificação)
Participação ativa no curso e preparação semanal (mínimo de 75% de presença).
Valor do curso: R$ 50,00. Pagamento via PIX: 41996848032 ou transferência bancária: Banco 290 PAG SEGURO / AG 0001 / CC 02668828-3.
Enviar o comprovante no WhatsApp: 41 9 9684-8032 ou e-mail: leonelguilherme@hotmail.com até 31/12/2021.
Inscrições pelo link:
Fanny Wright
Fanny Wright (6 de setembro de 1795 - 13 de dezembro de
1852)!
#Feminista #Abolicionista
Reformadora social. Conferencista. Escritora. Crítica da
religião organizada. Crítica do capitalismo. Defendia o controle da natalidade
e a liberdade sexual das mulheres. Cofundadora do jornal "Free
Enquirer" na cidade de Nova York. Fundadora da Nashoba Commune, perto de
Memphis, Tennessee, em 1825. Nashoba foi planejada como uma comunidade
multirracial autossustentável, povoada por afro-americanos e brancos. Autora de
"Visões sobre a sociedade e as maneiras na América" (1821), "Um
plano para a abolição gradual da escravidão nos EUA" (1825) e
"Palestras sobre investigação livre" (1829), entre outras obras.
Nasceu em Dundee, na Escócia. Morreu em Cincinnati, Ohio. Enterrada no
cemitério de Spring Grove, Cincinnati.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Lição Bíblica 2 Reis 23,1-27: Todos os Sacerdotes dos Lugares Altos
Lição Bíblica 2 Reis 23,1-27: Todos os Sacerdotes dos Lugares Altos
Era uma vez, um homem chamado Josias tornou-se o rei do reino do sul de Judá. Até então, diversas práticas religiosas haviam coexistido em Jerusalém. Tudo isso chegou ao fim quando um pergaminho foi encontrado no Templo - o chamado "livro da lei". Depois de ler o livro, Josias decidiu que somente o culto a Javé seria permitido ir adiante.
E assim começou a repressão. Primeiro, Josias ordenou que todos os objetos estrangeiros fossem removidos do Templo. Todos os itens relacionados ao culto a Baal, à Deusa Asherah, e ao culto ao sol, lua e estrelas foram retirados e queimados. (2 Reis 23,4). Isso é interessante porque nos diz que estas coisas foram incorporadas nos rituais do Templo por um período de tempo. Pense nisso: adoração de Deusas no Templo de Jerusalém!
Então Josias dispensou todos os sacerdotes que haviam facilitado a adoração de Baal, Asherah, e os poderes cósmicos. Ele derrubou os quartos onde residiam os sacerdotes (qedesh - palavra derivada de qadosh - 'santo' - ideológica e equivocadamente traduzida para 'prostitutos cultuais' - nota de Angela Natel). Josias destruiu os quartos usados pelas mulheres que faziam tecelagens para Asherah. (2 Reis 23,7)
Ele tirou as estátuas de cavalos em homenagem ao Deus sol próximo à entrada do Templo. Havia altares ao redor dos pátios do Templo que foram derrubados e demolidos, suas peças espalhadas no Vale Kidron.
Em seguida, Josias foi atrás dos chamados "lugares altos" ao leste de Jerusalém, que Salomão havia estabelecido para várias deidades: a Deusa Astarte, o Deus moabita Chemosh, o Deus amonita Milcom (também conhecido como Moloque). Os homens de Josias derrubaram os pilares e cortaram os postes de Asherah. Eles cobriram a área com ossos humanos, para profaná-la para sempre. (2 Reis 23,13-14) - (Ossos humanos? De onde eles vieram?)
Josias se mudou para a cidade de Betel, onde fez a mesma coisa - derrubou os altares e os postes sagrados e os mandou queimar.
Em Samaria, nos dizem, Josias "massacrou nos altares todos os sacerdotes dos lugares altos que estavam lá e queimou ossos humanos neles". (2 Reis 23,20) Vamos fazer uma pausa por um momento para considerar o que acabamos de ler: O rei Josias mandou matar sacerdotes como sacrifícios humanos!
O reinado de Josias durou cerca de 30 anos. Foi uma época de grande atividade literária em Jerusalém (final do século VII AEC). Os estudiosos acreditam que a primeira edição da História do Deuteronômio foi composta sob o governo de Josias. De fato, é provável que o chamado "livro da lei" supostamente encontrado no Templo não fosse um antigo pergaminho, mas um rascunho inicial de Deuteronômio escrito pelos escribas de Josias.
Voltando ao nosso texto, nos dizem que as purgas e reformas de Josias não foram suficientes para Javé. "Ainda assim o Senhor não se desviou da ferocidade de sua grande ira contra Judá". (2 Reis 23,26) Javé vem logo a público e diz:
"Eu removerei Judá da minha vista, assim como removi Israel". E rejeitarei Jerusalém, assim como a casa onde eu disse que meu nome estaria presente". (2 Reis 23,27)
De nossa perspectiva no século XXI, parece claro que Javé tinha alguns problemas sérios. Esta representação de uma divindade irracionalmente petulante é, a meu ver, uma das melhores evidências das origens humanas da história. Vingança e mesquinhez são traços humanos, não divinos.
~A Sociedade Marginal Menonita "Yahweh, o Guerreiro, é um personagem literário".
Fonte: https://www.facebook.com/marginalmennonitesociety/photos/a.222064161152813/7313145682044590/
tradução e nota de Angela Natel
Que perfeito seria um mundo sem amor!
Que perfeito seria um mundo sem amor!
Muitas vezes acredita-se que o que falta no mundo é amor, mas penso que este amor hegemônico se constitui justamente da falta. Quanto mais único/exclusivo, mais especial. Somos construídos pra achar desconfortável ouvir "te amo como amo todo mundo/te amo tanto quanto amo a milhares de pessoas".
O valor deste amor colonial vem da escassez, ou melhor, da concentração.
Que se tenha muito amor, mas que este amor seja só por x pessoa, na lógica da renda e a propriedade privada.
Devemos nos importar, cuidar e amar daquilo que é 'nosso', pra fora disso, a sensibilização cai mil degraus.
"Ah, mas e se expandirmos o amor para quem ele não chega?"
Se expandirmos em máxima potência ele deixa de existir, me parece, porque precisa do contraste. Novamente me lembra o dinheiro: se todo mundo tiver bilhões, ninguém terá bilhões, porque perde o valor que se dá justamente pela desigualdade brutal na concentração.
Então o desejo de ser incluído no amor colonial por vezes ou entra na lógica da exceção ou na da substituição, do descarte.
Também como o dinheiro, este tipo de amor é um privilégio que articulado com posições sociais, reifica lugares de importância no mundo.
Estamos muitas vezes com medo de perder o (pouco) amor que temos, mas penso que se nos vinculássemos de outras formas, não precisaríamos mais ter medo algum.
Se o direito à saúde, ao prazer, à dignidade não estivessem condicionados ao merecimento (no qual entra forte esse amor), penso que nossas relações conosco e com o mundo seriam muito mais leves.
Afetos singulares não são hierárquicos, muito menos homogêneos, são sobre uma diferença radical, da impossibilidade de submeter a uma competição coisas como chuva, capivara e tomate.
Não quero um mundo com mais vagas no céu, mas um mundo sem céu nem inferno.
Que nosso caminho esteja na saúde dos nossos vínculos e no afeto (de carinho e afetação).
O brilho do sol não é lindo porque o amo
Nem tampouco o arco-íris é espetacular porque o amamos
O valor de cada existência não deveria ser medido pelo tanto que é amada
Cada coisa tem em si a dignidade de sua existência e não há nada mais precioso que isso.
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/p/CXugMy2toD1/
Noções de culpa, pecado e perdão
Segundo a tradição cristã, todas as pessoas já chegariam ao mundo pecadoras, herança recebida de Eva.
Essa dívida teria sido paga por Jesus, que com seu sangue e sacrifício teria nos comprado.
Ao quitar essa dívida, melhor dizendo, ao renegociá-la, instaura-se uma outra ainda maior, agora com aquele que pagou o débito anterior. Essa quitação não vem de graça, pelo contrário. Uma vez comprados, teríamos perdido o direito a nós mesmos, (já não sois propriedade de si mesmos; fostes comprados e pagos, I Corintios 6:19). Esse amor incondicional é, paradoxalmente, o que mais coloca condições.
No cristianismo, o amor ao pecador, é um amor de transição. No trajeto em que deixa de ser pecadora e se arrepende é que a pessoa é amada.
Nessa etapa se usa uma pedagogia em duas vias: promessas de coisas massa que acontecerão se o pecador se arrepender e ameaças do que acontecerá caso não se arrependa.
Há duas grandes categorias de pecado: os que não são para a morte (menos graves) e os pecados mortais, estes imperdoáveis. "A blasfêmia contra o Espírito são será perdoada, nem neste século nem no futuro" (Mateus, 12:31). Se o principal mandamento do cristianismo é amar a esse deus sobre todas as coisas, o simples fato de nele não crer já é uma blasfêmia.
É uma ideologia que demoniza todos que nela não creem.
Esse deus ama o pecador (que se arrepende), é sobre conversão, cura do que não é doença.
A partir do momento que o pecador se afirma reincidindo em seu pecado grave, ele deixa de ser amado e passa a ser odiado, condenado ao inferno. Na lista de quem não entraria no céu, essa moral equipara ser um assassino com ser adúltero, ser assassino com se prostituir.
É por isso que, como nos ensina Nietzsche, precisamos transvalorar os valores. Antes de cumpri-los ou não, questionarmos sua base ética.
Aceitar o perdão antes dos perguntarmos sobre o que de fato estamos devendo é uma armadilha.
Me recuso a ser perdoada pelo que não fiz de errado, pois aceitar esse perdão seria assumir como verdade aquilo que não pactuo.
Se o batismo limpa os pecados, o desbatismo nos limpa da culpa inventada.
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/p/CXq_qfXLCrd/
A colonização não acabou, mas como permanece?
A colonização não acabou, mas como permanece?
Uma das formas dela se fortalecer é através da premissa de que em verdade se tratam de sistemas bons na essência, mas ruins apenas na prática.
Com isso, há uma insistência na defesa desses modelos, como se só houvesse problemas na execução de alguns e não algo problemático na própria ideologia.
Será que bilhões de pessoas iriam querer seguir o cristianismo se a figura central dessa filosofia fosse alguém descrito como ruim, egoísta, meritocrático? Acredito que não.
Os fã-clubes elevam a imagem de seus ídolos porque isso informa sobre sua própria autoestima. Ninguém quer ter como inspiração alguém que não julgue massa. A reação de defesa acaba sendo uma forma de defender a visão que se tem sobre si mesmo.
Então quanto mais evidências se trazem da violência da ideologia cristã, tanto mais se reforça que isso não é sobre o verdadeiro Jesus, atribuindo à sua essência algo essencialmente bom e amoroso.
Alguns dizem: houve distorções na tradução da Bíblia (o que concordo), mas se questionamos a validade do que é posto nela, é justo que haja um rigor e que não utilizemos esse argumento apenas para atenuar as menções que não coadunam com a imagem perfeita de Jesus.
Não vejo pessoas dizendo: essa parte do amor ao próximo foi erro de tradução, essa parte da caridade foi distorcida.
Se a fonte bíblia é desqualificada, então de onde se sabe que o Jesus foi bom e amoroso?
Se não se sabe ao certo, pelas traduções, quem ele de fato foi, por que há a atribuição positiva daquilo que não se conhece? Talvez porque a projeção do desejo de ser salvo precise conciliar-se emocionalmente essa moral do salvador.
Há outros registros históricos, mas aí estamos falando de uma pessoa e não de uma entidade religiosa.
E há que se refletir sobre o desejo de ser salvo por outro ser humano.
Aliás, ser salvo do quê?
A salvação só existe porque há condenação. A promessa do céu só existe com a ameaça ao inferno. E o bem e o amor a alguns se fazem do contraste do ódio aos demais.
Não me interessa aqui inferir se Jesus era bom ou mau, pois descatequizar o pensamento é justamente sobre pensar uma vida para além do bem e do mal.
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/p/CXjwB5sPneY/
Muito se fala que Jesus é amor, mas que amor seria esse?
Muito se fala que Jesus é amor, mas que amor seria esse?
Não é suficiente falarmos de amor, de bem e de moral descolados das lógicas que os sustentam.
A ideologia monoteísta cristã é essencialmente violenta, pois para se provar que ama o suposto único deus verdadeiro, é preciso que não se possa adorar outros deuses. Aliás, orienta-se que estes sejam combatidos e odiados, como acontece no racismo religioso.
O deus monoteísta é monogâmico, diz sentir ciúme e ira quando seu povo adora outros deuses (I Corintios, 10:22).
Sim, Jesus é amor, mas amor a quem se converte à sua ideologia, pois "quem não crer já está condenado ao inferno" (João 3:18).
É mesmo uma escolha livre ser monoteísta cristão quando se é proibido, ameaçado e punido o adorar a outros deuses? É a mesma lógica na monogamia.
Por que os milagres de multiplicação dos pães e da cura das doenças atingiram poucas pessoas e não toda a humanidade?
Sendo deus onipotente, ele teria condições de fazê-lo, então porque não fez?
Aí que entra o livre-arbítrio e a culpa. Se alguém não alcança a cura de suas doenças ou não tem sua fome sanada, é porque lhe faltou fé.
A lógica capitalista empresta do cristianismo a meritocracia. Em ambos sistemas apenas alguns mereciam ter direito a alimentação, moradia, saúde.
A ideologia cristã condiciona suas bênçãos apenas a quem a ela se converte (e olhe lá). Por isso mesmo tendo poder para tal, dentro dessa filosofia, Jesus não acabou com a fome nem com as doenças de todos, apenas daqueles que se "arrependessem".
A lógica do milagre e da exceção fecha bem com o vestibular celeste de Cristo: muitos seriam chamados, mas apenas poucos escolhidos para as disputadas vagas no Reino dos céus.
Nesse sentido, o mundo não precisa de mais amor, não se for esse amor cristão. Quanto menos desse amor, melhor.
Que o bem viver seja coletivo e o acesso ao mínimo não seja condicionado a mérito nenhum.
Não temos que pagar uma dívida inventada para nos causar culpa e auto ódio.
Nem tudo de bom, nem de mal, que nos acontece merecemos, nem tudo tem um motivo e não há para todas as coisas do mundo um propósito humanoterraplanista.
Para nos libertarmos da culpa precisamos nos libertar do mérito.
Geni Núñez
Fonte: https://www.instagram.com/p/CXhdp7RrE9J/
Staceyann Chin
Staceyann Chin (nascida em 25 de dezembro de 1972)!
#Feminista
Poeta oral. Artista
performática. Ativista dos direitos LGBTQIA+.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Hino Templo 42 de Enheduanna, sacerdotisa acádia
"A verdadeira mulher de sabedoria insuperável",
que arrefece as sobrancelhas das pessoas de cabeça negra,
consulta uma tábua de lápis lazúli, dispensa assessoria a
todas as terras.
Verdadeira mulher, pura como a erva sabão, brota da cana sagrada.
Ela mede os céus acima e
estica o cabo de medição sobre a terra.
Nisaba, seja louvada"!
Hino Templo 42 de Enheduanna, sacerdotisa acádia, e a
primeira autora conhecida da história, no sul do Iraque. Este poema "é o
último de uma série de hinos curtos compostos para vários grandes templos das
divindades mesopotâmicas”. Betty De Shong Meador observou que "cada hino é
escrito ao próprio templo, como se fosse um ser vivo com poder e influência
sobre seu ocupante divino".
Este hino "é dedicado a Ezagin (''House of Lapis
Lazuli''), o templo da Deusa Nisaba na cidade de Eresh. Nisaba, também
conhecida como Nanibgal, foi a Deusa suméria da escrita e cálculos matemáticos,
Deusa padroeira do aprendizado e realizações intelectuais criativas nas artes,
ciências e literatura. é dedicado a Ezagin (''Casa de Lápis Lazúli''), o templo
da Deusa Nisaba na cidade de Eresh. Nisaba, também conhecida como Nanibgal, era
a Deusa suméria da escrita e dos cálculos matemáticos, Deusa padroeira da
aprendizagem e realizações intelectuais criativas nas artes, ciências e
literatura".
"Nisaba, inicialmente adorada como Deusa do grão,
transformou-se na Deusa da manutenção de registros da quantidade de grãos nos
celeiros. À medida que a escrita e a matemática se desenvolveram e começaram a
ser amplamente utilizadas tanto para fins práticos como espirituais, a posição
de Nisaba no panteão mesopotâmico tornou-se mais prestigiosa. No auge de seus
poderes, Nisaba, como deidade padroeira dos escribas, foi considerada a escriba
dos Deuses".
De "Enheduanna: Princesa, Sacerdotisa, Poeta e
Matemática", de Sarah Glaz. Em The Mathematical Intelligencer volume 42,
pp 31-46 (2020), mas está disponível em ResearchGate. Graças a Dina Dahbany.
Angela Davis
Angela Davis (nascida em 26 de janeiro de 1944)!
#Feminista #Marxista #Filósofa
Ativista dos direitos
civis. Ativista antiguerra. Professora. Autora. Candidata a vice-presidente do
bilhete do Partido Comunista dos EUA em 1980 e 1984. Ativista dos direitos LGBTQIA+.
Ativista da reforma penitenciária. Ícone de contracultura.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Kay Boyle
Kay Boyle (19 de fevereiro de 1902 - 27 de dezembro de
1992)!
Romancista. Escritora de histórias curtas. Poeta. Educadora.
Ativista anti-guerra. Ativista antinuclear. Marchou com Cesar Chavez em 1964.
Em 1968, assinou o compromisso de "Protesto de imposto de guerra para
escritores e editores", prometendo recusar-se a pagar impostos em protesto
contra a Guerra do Vietnã. Enterrada no cemitério nacional de Golden Gate, em
San Francisco, Califórnia.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Karen Silkwood
Karen Silkwood (19 de fevereiro de 1946 - 13 de novembro de
1974)!
Ativista sindical. Ativista antinuclear. Técnica química.
Karen foi contratada na fábrica de combustível Kerr-McGee, perto de Crescent,
Oklahoma, no início dos anos 70. Ela ficou preocupada com questões de saúde e
segurança relacionadas ao uso de plutônio na fábrica. No verão de 1974, ela
prestou testemunho à Comissão de Energia Atômica. Em novembro de 1974, a
caminho de uma reunião do sindicato, ela se envolveu em um acidente de carro
que a matou. As circunstâncias do acidente levantaram muitas questões ao longo
dos anos. Enterrada no cemitério de Danville, Kilgore, Texas.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Nuala O'Faolain
Nuala O'Faolain (1 de março de 1940 - 9 de maio de 2008)!
#Feminista
Jornalista. Professora.
Escritora. Autora de "Você é alguém?: As memórias acidentais de uma mulher
de Dublin" (1996). Enterrada no cemitério de Glasnevin, Dublin, Irlanda.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Leitura da semana: trecho de "Eichmann em Jerusalém", de Hannah Arendt.
Erica Jong
Erica Jong (nascida em 26 de março de 1942)!
#Feminista
Romancista. Poeta.
Professora. Advoga pelos direitos LGBT. Autora de "Medo de voar"
(1973), "Medo de cinquenta: um livro de memórias da meia-idade"
(1994) e "Medo de morrer" (2015), entre muitos outros trabalhos.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Abuso Religioso: Max Cassin, Wellington Barbosa e Angela Natel - 13...
Camille Paglia
Camille Paglia (nascida em 2 de abril de 1947)!
#Feminista #Ateia
Crítica social.
Professora. Ativista da liberdade de expressão. Autora de "Sexual Personae: Art and
Decadence from Nefertiti to Emily Dickinson" (1990) e "Sex, Art and
American Culture" (1992), entre outras obras.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Amelie Scheltema
Amelie Scheltema (26 de abril de 1928 - 11 de junho de
2015)!
#Quacker #Pacifista
Cientista. Ativista antiguerra.
Ativista antinuclear. Conselheira. Instrutora de resolução de conflitos. Advogava
pela reforma penitenciária. Bióloga marinha da Woods Hole Oceanographic
Institution (Massachusetts). Juntou-se aos Quackers na década de 1960. Secretária
da reunião de West Falmouth, da reunião mensal da Sandwich, da reunião
trimestral da Sandwich, membro do comitê da reunião anual da Nova Inglaterra
para questões sociais e de paz.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Jill Johnston
Jill Johnston (17 de maio de 1929 - 18 de setembro de 2010).
#
Feminista. Crítica cultural. Primeira escritora de "The
Village Voice". Cronista da cena de arte / dança de vanguarda em Nova
York. Líder do movimento separatista lésbico da década de 1970. Autora de
"Nação Lésbica: A Solução Feminista" (1973), na qual defendia uma
ruptura completa com os homens e com as instituições capitalistas dominadas por
homens. Nasceu em Londres, Inglaterra. Morreu em Hartford, Connecticut.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Já caí em inúmeros contos de fadas:
Já caí em
inúmeros contos de fadas:
De que é só se
esforçar,
que é só
trabalhar,
que é só
comunicar,
que pastores
progressistas são melhores que conservadores,
que ortodoxia
não é convenção,
que o outro vai
entender,
que todo mundo
passa pelo que eu passo,
que otimismo
atrai coisa boa,
que é só
canalizar minhas virtudes e ganharei muito dinheiro,
que tudo
coopera para o meu bem,
que exagero
quando expresso meus sentimentos,
que é só querer
para estar bem com a família,
que é preciso
sempre buscar as boas intenções de quem me fere,
que merecia
cada abuso e violência que sofri,
que ser gorda é
ser doente,
que o problema
está em mim,
que ficar
corrigindo os outros é sinal de preocupação e afeto,
que há pessoas
que nos ajudam e não esperam nada em troca,
que todo medo
pode ser vencido,
que sempre
poderei contar com alguém,
que darei conta
de tudo,
que se as
pessoas quiserem, elas vão me compreender,
que alguém que
me ama não vai ser egocêntrica nem me comparar a outos,
que vivemos
numa democracia,
que as leis são
justas,
que ninguém
está acima da lei,
que é possível
eu trabalhar no que gosto e sei fazer e viver bem,
que mérito
existe,
que ir bem nos
estudos me garantiria sustento na vida,
que as pessoas
querem aprender,
que as pessoas
querem mudar,
que violência
escandaliza a todos,
que fé é algo
racional,
que mitologia
serve somente pra explicar coisas,
que quem sabe
grego e hebraico sabe interpretar texto bíblico,
que quem não
sabe interpretar texto na própria língua sabe interpretar a Bíblia,
que a verdade
vale mais que o privilégio,
que igreja é
como hospital pra doentes,
que as pessoas
valem mais que o sistema,
que direitos
humanos não tem ideologia,
que eu tinha
que atender expectativas,
que líderes
progressistas não são preconceituosos e intolerantes,
que preço é
mais importante que valor,
que instituições
mudam,
que eu posso
ser eu mesma e ser aceita como sou,
que segurança
existe,
que as pessoas
sabem o que é amor,
que tristeza
teria um fim ainda em vida,
que eu deveria
ser inflexível,
que existe
neutralidade,
que a gente
sabe do que tá falando quando diz ter empatia,
que conselho
era simples de oferecer e não há risco algum de destruir a vida do outro,
que ser
otimista não é ser destrutivo de forma alguma,
que não há
positividade tóxica,
que seus
familiares só querem o seu bem,
que erros
acontecem, mas que o sistema é bom,
que promessas
são feitas para serem cumpridas,
que é só eu
tentar, que superarei minhas limitações,
que as pessoas
que falam sobre Jesus sabem quem ele realmente foi,
que a mídia
informa,
que existem
coisas gratuitas na vida,
que posso
entender uma pessoa somente pelo que ela expressa em suas redes sociais,
que preciso ser
normal, como todo mundo,
que as pessoas
sabem respeitar singularidade,
que ser popular
é algo essencialmente bom.
que tudo o que
é dito significa exatamente o que é dito,
Angela Natel
10/12/2021
Marsha P. Johnson
Marsha P. Johnson (nome de nascimento: Malcolm Michaels,
Jr.) (27 de junho de 1944 - 6 de julho de 1992)!
Ativista dos direitos de trans. Drag queen. Conhecida como
"O Santo da Rua Christopher". Participante do motim de Stonewall, em
28 de junho de 1969. Alguns dizem que Marsha foi a pessoa que deu início ao
motim, quando os policiais estavam estourando a junta, gritando "eu tenho
meus direitos civis" e depois jogando um copo no espelho do bar.
(Nota: Algumas fontes
dão a data de nascimento em 24 de agosto de 1945.)
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Judy Chicago
Judy Chicago (nascida em 20 de julho de 1939)!
#Feminista
Artista. Educadora.
Nascida em Chicago, Illinois.
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Que bruxaria é essa? Amuletos, oráculos, curas, milagres e mágica na Bí...
Marion Bromley
Marion Bromley (10 de outubro de 1912 - 21 de janeiro de
1996)!
#Quacker #Pacifista
Ativista dos direitos
civis. Ativista da paz. Resistente aos impostos de guerra. Em 1948, ela e seu
marido, Ernest (e outros), formaram o grupo pacifista radical Peacemakers para
defender uma resistência não violenta ao militarismo, particularmente na forma
de resistência à resistência e resistência a impostos. Citação: "Não
aceito a noção de que o Estado possa escolher um inimigo para mim e me forçar a
ajudar a aniquilar o inimigo do Estado". Outra citação: "Decida que
você não vai pagar e depois descubra como fazê-lo".
~ A série de heróis do movimento matriarcal menonita.
Elizabeth Gaunt
Em 23 de outubro de 1685, Elizabeth Gaunt foi queimada na
fogueira em Londres, Inglaterra. Ela era uma lojista (vendendo velas, sabão,
artigos de couro, etc.) e uma Anabatista. Conhecida como alguém sempre disposto
a ajudar as vítimas de opressão política e religiosa. Após o fracasso do Rye
House Plot de 1683 (um plano para assassinar o rei Carlos II), Elizabeth ajudou
um homem chamado James Burton a fugir para Amsterdã. Ela não fazia parte da
trama. Mas depois que Burton foi pego, ele implicou em Elizabeth. Em troca de
seu falso testemunho, Burton foi perdoado. Elizabeth foi considerada culpada de
alta traição e condenada à morte por fogo. William Penn esteve presente em sua
execução e disse que "morreu com uma constância, até mesmo uma alegria,
que atingiu todos os que a viram".
~ A série de mártires do movimento matriarcal menonita.