Quem é capaz de medir meus passos, de analisar cada dia de minha vida e dizer algo a respeito?
Quem é capaz de pisar em minhas pegadas, todas elas, e saber o que vivi?
Quem é capaz de dizer o que e como devo fazer o que faço, levando em consideração tudo o que sou, meus limites e possibilidades?
Há tanta presunção...Hoje, viva, experimentando o melhor e o pior, simultaneamente, e quem caminha comigo precisa também conhecer suas próprias limitações.
Sabemos tão pouco e dizemos tanto.
Não conhecemos nada sobre quase tudo e ainda nos pretendemos ditar os passos alheios.
Por autonomia.
Por apoio mútuo.
Por menos controle do outro e mais redes de apoio.
Por liberdade, não escravização de nossas habilidades.
Por compartilhamento, por menos competição.
Por valor do trabalho das mãos e por fim das cordas que nos prendem a instituições abusivas.
Por vida.
Por menos morte.
Angela Natel
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