Muito sobre a história da liderança negra na África foi
deturpada pela visão do colonizador no contexto do imperialismo, quando não
completamente apagada. As marcas dessa ação podem ser melhor sentidas quando
pesquisamos um pouco mais sobre as vidas de rainhas africanas, que enfrentaram
as estruturas patriarcais de nações ou reinos e se firmaram como figuras de
destaque entre os seus conterrâneos. Recentemente, muito se tem escrito sobre
Jinga de Angola, a poderosa soberana que por quatro décadas usou a guerra e a
diplomacia para impedir o progresso dos portugueses nos seus domínios. Por
outro lado, poucos ouviram falar sobre Nandi ka Bhebhe, mãe do rei Shaka de
Zulu, que criou seus filhos sozinha, convicta na crença de que era possível
construir uma unidade entre os povos vizinhos. Ela entraria para os anais da
história africana como um testemunho da força e da resiliência materna,
inspirando assim diversas mulheres ao longo das futuras gerações na luta contra
as imposições do patriarcado.
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