sábado, 29 de janeiro de 2022

O que é idolatria? Reflexão bíblica com base no Salmo 115.


Reflexão sobre o que é idolatria com base no Salmo 115

 

Idolatria é todo culto – com ou sem imagens – que nos torna insensíveis e omissos para com os vulneráveis e oprimidos da sociedade, que não nos faz ver as injustiças, nem ouvir os gritos dos injustiçados, e que não nos leva a solidarizarmo-nos com eles, é todo culto que nos intimida quando nos colocamos no lugar dos vulneráveis e oprimidos e lutamos contra as estruturas de poder que utilizam o nome de Divindades para tentar legitimar seus atos de violência.

Nos tornamos idólatras, no sentido dos textos mais antigos da Bíblia, quando nos assemelhamos a imagens sem vida, incapazes de agir em favor de quem necessita, quando nos fazemos de estátuas diante de situações de injustiça, desigualdade e opressão.

É o ritualismo, o culto desligado da vida, fechado em si mesmo, vazio e incoerente, que acontece em igrejas que se negam a saírem de si mesmas e se consideram donas do monopólio da graça divina.

É a postura de pessoas que querem mudar o mundo mas se recusam a mudar a si mesmas, que estão tão apegadas ao discurso que vivem repetindo que não se dispõem a questionar seus fundamentos desumanizantes e preconceituosos.

É a necessidade que impera de criar ‘bodes expiatórios’, figuras demoníacas e malignas a fim de jogar sobre elas a culpa pelas injustiças e assim se isentar de agir ao modo dos profetas antigos que não eram pagos – não eram comprados – pelo rei (as estruturas de poder político de sua época).

É a necessidade de se criar uma imagem de uma Divindade que deseja o mal e que pune quem não se comporta como a nossa moral pessoal aprova, que pune quem não segue a cartilha da nossa doutrina que chamamos ‘ortodoxia’ (a doutrina correta), é a necessidade de um Deus que joga no inferno quem não repete nosso credo.

Angela Natel – janeiro de 2022.


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O que é idolatria? Reflexão bíblica com base no Salmo 115.


Reflexão sobre o que é idolatria com base no Salmo 115

 

Idolatria é todo culto – com ou sem imagens – que nos torna insensíveis e omissos para com os vulneráveis e oprimidos da sociedade, que não nos faz ver as injustiças, nem ouvir os gritos dos injustiçados, e que não nos leva a solidarizarmo-nos com eles, é todo culto que nos intimida quando nos colocamos no lugar dos vulneráveis e oprimidos e lutamos contra as estruturas de poder que utilizam o nome de Divindades para tentar legitimar seus atos de violência.

Nos tornamos idólatras, no sentido dos textos mais antigos da Bíblia, quando nos assemelhamos a imagens sem vida, incapazes de agir em favor de quem necessita, quando nos fazemos de estátuas diante de situações de injustiça, desigualdade e opressão.

É o ritualismo, o culto desligado da vida, fechado em si mesmo, vazio e incoerente, que acontece em igrejas que se negam a saírem de si mesmas e se consideram donas do monopólio da graça divina.

É a postura de pessoas que querem mudar o mundo mas se recusam a mudar a si mesmas, que estão tão apegadas ao discurso que vivem repetindo que não se dispõem a questionar seus fundamentos desumanizantes e preconceituosos.

É a necessidade que impera de criar ‘bodes expiatórios’, figuras demoníacas e malignas a fim de jogar sobre elas a culpa pelas injustiças e assim se isentar de agir ao modo dos profetas antigos que não eram pagos – não eram comprados – pelo rei (as estruturas de poder político de sua época).

É a necessidade de se criar uma imagem de uma Divindade que deseja o mal e que pune quem não se comporta como a nossa moral pessoal aprova, que pune quem não segue a cartilha da nossa doutrina que chamamos ‘ortodoxia’ (a doutrina correta), é a necessidade de um Deus que joga no inferno quem não repete nosso credo.

Angela Natel – janeiro de 2022.