Neste mês de outubro lanço a campanha contra a intolerância religiosa,
com uma série diária de histórias verídicas de pessoas que foram acusadas de
bruxaria e condenadas à morte por isso. Ainda que tenham sido considerados,
posteriormente, inocentes, que o triste relato a respeito de suas experiências
e que seu sangue clame em alta voz em nossos ouvidos e corações, para que isso
nunca mais se repita.
4. Os Julgamentos de Trier
Os Julgamentos de Trier aconteceram na Alemanha entre os anos
de 1581 e 1593 e são considerados alguns dos maiores exemplos de caça às bruxas
da história europeia. O caso teve início em uma diocese na região rural de
Trier, que fica perto da divisa com Luxemburgo, mas não demorou a chegar até a
cidade, onde as investigações passaram a ser comandadas por Johann von
Schöneburg, o Arcebispo local.
Schöneburg tinha fama de ser um tirano cruel e, assim que
assumiu seu posto, passou a perseguir judeus, protestantes e, claro, os
praticantes de bruxaria. Assim, durante o período em que os julgamentos foram
conduzidos, cerca de 368 pessoas — incluindo nobres e respeitados membros da
comunidade, como párocos, professores e juízes — foram executadas.
De acordo com os registros históricos, os condenados pertenciam
a 22 vilarejos da região e, em alguns casos, cidadezinhas inteiras foram
dizimadas. Para você ter uma ideia, segundo os documentos, de duas localidades,
restou apenas uma sobrevivente — todos os demais habitantes foram executados. O
pior é que esse número não inclui pessoas que foram mortas em áreas rurais mais
isoladas, e alguns historiadores sugerem que o total real de vítimas chegue a 1
mil.
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