terça-feira, 4 de dezembro de 2018
Coerência é que nos falta
Quando decidimos ajudar do nosso jeito
E nos recusamos a continuar ajudando,
se for necessário mudarmos
Quando demonstramos preocupação
que encobre nossa necessidade de controle.
Coerência é o que nos falta
Ao pregarmos a queda dos muros
E o fim dos partidarismos
Enquanto mantemos nossos ataques
ao lado que nos desagrada.
Coerência é o que nos falta
Quando nos chamamos reformados
Defendendo princípios combatidos na Reforma.
Ah, coerência, onde estás?
Quando se usa o espaço das igrejas
Na tentativa de manipular o pensamento juvenil,
Quando o que defendemos não é Evangelho.
Coerência é o que nos falta
Quando nosso ego é machucado
Por causa da forma como agimos
E não somos capazes de passar
por cima desse orgulho maldito
A fim de nos preocupar de fato com o outro.
Coerência é o que nos falta
Porque tratamos autoridade humana e civil feito deuses
E nos dobramos diante do poder
Numa hermenêutica equivocada.
Coerência é o que nos falta
Porque defendemos dogmas
e não seguimos ninguém
Porque nos apossamos da missão
E nos tornamos deuses de nós mesmos.
Ah, coerência, onde estás?
Quando promovemos encontros e mais programas
Para repetir um discurso
que custamos a colocar em prática.
E defendemos rituais
E nos desdobramos em acusações
Sobre os que não mantém os mesmos costumes
E tradições
E culpamos a modernidade, os tempos, as eras,
As tecnologias
Pelos erros que escondemos sob nossa religiosidade.
A capa de santidade está dobrada
Deixando à mostra nossa vergonha,
Nossa deslealdade.
Coerência é o que nos falta
Quando promovemos mudanças
Sob as quais não nos rebaixamos
E falamos em nome de todos
Como se conhecêssemos as vontades
E falamos em nome de Deus
Como se fôssemos espelho.
Coerência é o que falta
Quando o poder nos corrompe
Quando escondemos os medos
Quando construímos muros
Em vez de pontes.
Angela Natel
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Coerência é que nos falta
Quando decidimos ajudar do nosso jeito
E nos recusamos a continuar ajudando,
se for necessário mudarmos
Quando demonstramos preocupação
que encobre nossa necessidade de controle.
Coerência é o que nos falta
Ao pregarmos a queda dos muros
E o fim dos partidarismos
Enquanto mantemos nossos ataques
ao lado que nos desagrada.
Coerência é o que nos falta
Quando nos chamamos reformados
Defendendo princípios combatidos na Reforma.
Ah, coerência, onde estás?
Quando se usa o espaço das igrejas
Na tentativa de manipular o pensamento juvenil,
Quando o que defendemos não é Evangelho.
Coerência é o que nos falta
Quando nosso ego é machucado
Por causa da forma como agimos
E não somos capazes de passar
por cima desse orgulho maldito
A fim de nos preocupar de fato com o outro.
Coerência é o que nos falta
Porque tratamos autoridade humana e civil feito deuses
E nos dobramos diante do poder
Numa hermenêutica equivocada.
Coerência é o que nos falta
Porque defendemos dogmas
e não seguimos ninguém
Porque nos apossamos da missão
E nos tornamos deuses de nós mesmos.
Ah, coerência, onde estás?
Quando promovemos encontros e mais programas
Para repetir um discurso
que custamos a colocar em prática.
E defendemos rituais
E nos desdobramos em acusações
Sobre os que não mantém os mesmos costumes
E tradições
E culpamos a modernidade, os tempos, as eras,
As tecnologias
Pelos erros que escondemos sob nossa religiosidade.
A capa de santidade está dobrada
Deixando à mostra nossa vergonha,
Nossa deslealdade.
Coerência é o que nos falta
Quando promovemos mudanças
Sob as quais não nos rebaixamos
E falamos em nome de todos
Como se conhecêssemos as vontades
E falamos em nome de Deus
Como se fôssemos espelho.
Coerência é o que falta
Quando o poder nos corrompe
Quando escondemos os medos
Quando construímos muros
Em vez de pontes.
Angela Natel
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