Gosto de Halloween porque me dá uma grande
oportunidade de reflexão a respeito dos medos e verdadeiros inimigos da
humanidade. Muitos se levantam armados dos pés à cabeça contra vampiros,
lobisomens, máscaras e fantasias nesta época, mas admitem durante todo o ano a
falsidade, a omissão de socorro, a hipocrisia e as pequenas corrupções do
dia-a-dia.
Quem são nossos verdadeiros inimigos? O que mais corrompe nossas crianças: os
brinquedos em forma de monstros do imaginários folclórico-cultural ou nossa
falta de caráter e mau exemplo nas atitudes para com o próximo, esteja ele ou
não de acordo com nossa opinião?
Fácil é queimar brinquedos e livros, censurar a
arte e a cultura. Difícil é extirpar o mal de dentro de nós, amputar a ambição
e a maldade, o preconceito e o julgamento precipitado, baseado na aparência.
Fácil é levantar a bandeira contra uma celebração
anual, sabotar uma marca, criar um evento. Difícil é demonstrar amor ao
diferente, ao que diverge da gente e estender a mão ao que menos se mostra a
nós atraente.
Fácil é amar quem nos ama, sorrir a quem concorda
conosco, ajudar o que se faz belo aos nossos próprios olhos. Difícil é ter uma
postura mais crítica quanto a nós mesmos, ser misericordioso e pacificador
neste mundo, ter fome e sede de justiça (a justiça de Deus, não a nossa - que
não passamos de justiceiros cegos), amar e agir em favor de quem nos persegue.
Mas agir como Jesus é demais para nós. Por isso o
Halloween se torna, muitas vezes, a válvula de escape dos inquisidores, e os
monstros invisíveis (mais fáceis de exorcizar), nossos mais visados inimigos.
Enquanto isso, saímos às escuras para prosseguir em
nossas práticas contra o próximo. Falsificamos, extorquimos, corrompemos,
fazemos "justiça" com as próprias mãos, violamos o direito e buscamos
nossos interesses acima do alheio. Somos gatos pardos na noite de nosso filme
de terror chamado 'vida', e escapamos ilesos da condenação do evangelho
distorcido que pregamos, num faz de conta que não passa de um belo baile de
máscaras bem parecido com as celebrações de Halloween.
Angela
Natel
Gosto de Halloween:
Gosto de Halloween porque me dá uma grande
oportunidade de reflexão a respeito dos medos e verdadeiros inimigos da
humanidade. Muitos se levantam armados dos pés à cabeça contra vampiros,
lobisomens, máscaras e fantasias nesta época, mas admitem durante todo o ano a
falsidade, a omissão de socorro, a hipocrisia e as pequenas corrupções do
dia-a-dia.
Quem são nossos verdadeiros inimigos? O que mais corrompe nossas crianças: os
brinquedos em forma de monstros do imaginários folclórico-cultural ou nossa
falta de caráter e mau exemplo nas atitudes para com o próximo, esteja ele ou
não de acordo com nossa opinião?
Fácil é queimar brinquedos e livros, censurar a
arte e a cultura. Difícil é extirpar o mal de dentro de nós, amputar a ambição
e a maldade, o preconceito e o julgamento precipitado, baseado na aparência.
Fácil é levantar a bandeira contra uma celebração
anual, sabotar uma marca, criar um evento. Difícil é demonstrar amor ao
diferente, ao que diverge da gente e estender a mão ao que menos se mostra a
nós atraente.
Fácil é amar quem nos ama, sorrir a quem concorda
conosco, ajudar o que se faz belo aos nossos próprios olhos. Difícil é ter uma
postura mais crítica quanto a nós mesmos, ser misericordioso e pacificador
neste mundo, ter fome e sede de justiça (a justiça de Deus, não a nossa - que
não passamos de justiceiros cegos), amar e agir em favor de quem nos persegue.
Mas agir como Jesus é demais para nós. Por isso o
Halloween se torna, muitas vezes, a válvula de escape dos inquisidores, e os
monstros invisíveis (mais fáceis de exorcizar), nossos mais visados inimigos.
Enquanto isso, saímos às escuras para prosseguir em
nossas práticas contra o próximo. Falsificamos, extorquimos, corrompemos,
fazemos "justiça" com as próprias mãos, violamos o direito e buscamos
nossos interesses acima do alheio. Somos gatos pardos na noite de nosso filme
de terror chamado 'vida', e escapamos ilesos da condenação do evangelho
distorcido que pregamos, num faz de conta que não passa de um belo baile de
máscaras bem parecido com as celebrações de Halloween.
Angela
Natel
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