sexta-feira, 20 de abril de 2018

Caiam os ídolos


Minha oração hoje
E meu desejo mais profundo,
Esperança que me resta
Nesta vida, neste mundo
É que todos os meus ídolos
Se descubram nus diante de mim.
Que as ilusões que tenho alimentado
E as opiniões que elaboro sobre falsas premissas
Sejam, de uma vez por todas, expostas,
Deflagradas, derrubadas ao chão.

Que em momento algum eu me firme
Sobre meu próprio entendimento das coisas
Que minhas certezas e tudo aquilo que utilizo para manter-me em pé
Mostrem do que são feitos realmente
E que eu possa libertar-me do altar sobre o qual me puseram
E sobre o qual mantive-me boa parte de minha vida.

Tantos olhares de expectativa
Tantas palavras em tom altivo
Tantas promessas quebradas
Por causa de uma palavra não esperada
Uma decepção.

Nessa vida não vale a pena condicionar nossas ações a nada.
Porque as pessoas são vivas e, por causa disso, mudam.
Somos transformados a cada passo dado, a cada experiência vivida.

Por isso desejo, do fundo do meu coração,
Que meus ídolos caiam
Que sejam expostos, revelados, trazidos à luz,
Não posso me permitir acreditar que sou infalível,
Nem me firmar na hipótese de nunca me enganar.

Assim me protejo da estupidez do orgulho
E de achar que em mim mesma há algo de bom.
Porque só Deus é bom, fundamentalmente bom.
Dele procedem as fontes que alimentam meu ser.
Nele me escondo quando em dúvida, não preciso saber.

E descanso, quando tudo cai ao meu redor,
Quando faltam amigos, promessas se quebram,
Quando alguns desistem ou esquecem,
E o que me sobre são contas a pagar,
Um desejo sobre-humano
de ser envolvida num abraço demorado
medo de errar de novo
e cansaço.

Por isso, que os ídolos caiam,
Que minhas certezas não sobrevivam.
Assim poderei caminhar calmamente,
Olhos no chão,
Ao lado dos que sofrem,
Entende-los, amá-los,
Perder tudo,
Por amor,
E desgastar-me em dor.
Perder-me para me encontrar,

Angela Natel – 20/04/2018

Nenhum comentário:

Caiam os ídolos


Minha oração hoje
E meu desejo mais profundo,
Esperança que me resta
Nesta vida, neste mundo
É que todos os meus ídolos
Se descubram nus diante de mim.
Que as ilusões que tenho alimentado
E as opiniões que elaboro sobre falsas premissas
Sejam, de uma vez por todas, expostas,
Deflagradas, derrubadas ao chão.

Que em momento algum eu me firme
Sobre meu próprio entendimento das coisas
Que minhas certezas e tudo aquilo que utilizo para manter-me em pé
Mostrem do que são feitos realmente
E que eu possa libertar-me do altar sobre o qual me puseram
E sobre o qual mantive-me boa parte de minha vida.

Tantos olhares de expectativa
Tantas palavras em tom altivo
Tantas promessas quebradas
Por causa de uma palavra não esperada
Uma decepção.

Nessa vida não vale a pena condicionar nossas ações a nada.
Porque as pessoas são vivas e, por causa disso, mudam.
Somos transformados a cada passo dado, a cada experiência vivida.

Por isso desejo, do fundo do meu coração,
Que meus ídolos caiam
Que sejam expostos, revelados, trazidos à luz,
Não posso me permitir acreditar que sou infalível,
Nem me firmar na hipótese de nunca me enganar.

Assim me protejo da estupidez do orgulho
E de achar que em mim mesma há algo de bom.
Porque só Deus é bom, fundamentalmente bom.
Dele procedem as fontes que alimentam meu ser.
Nele me escondo quando em dúvida, não preciso saber.

E descanso, quando tudo cai ao meu redor,
Quando faltam amigos, promessas se quebram,
Quando alguns desistem ou esquecem,
E o que me sobre são contas a pagar,
Um desejo sobre-humano
de ser envolvida num abraço demorado
medo de errar de novo
e cansaço.

Por isso, que os ídolos caiam,
Que minhas certezas não sobrevivam.
Assim poderei caminhar calmamente,
Olhos no chão,
Ao lado dos que sofrem,
Entende-los, amá-los,
Perder tudo,
Por amor,
E desgastar-me em dor.
Perder-me para me encontrar,

Angela Natel – 20/04/2018