Quando decidimos ajudar do
nosso jeito
E nos recusamos a continuar
ajudando,
se for necessário mudarmos
Quando demonstramos
preocupação
que encobre nossa
necessidade de controle.
Coerência é o que nos falta
Ao pregarmos a queda dos
muros
E o fim dos partidarismos
Enquanto mantemos nossos
ataques
ao lado que nos desagrada.
Coerência é o que nos falta
Quando nos chamamos
reformados
Defendendo princípios
combatidos na Reforma.
Ah, coerência, onde estás?
Quando se usa o espaço das
igrejas
Na tentativa de manipular o
pensamento juvenil,
Quando o que defendemos não
é Evangelho.
Coerência é o que nos falta
Quando nosso ego é machucado
Por causa da forma como
agimos
E não somos capazes de
passar
por cima desse orgulho
maldito
A fim de nos preocupar de
fato com o outro.
Coerência é o que nos falta
Porque tratamos autoridade
humana e civil feito deuses
E nos dobramos diante do
poder
Numa hermenêutica
equivocada.
Coerência é o que nos falta
Porque defendemos dogmas
e não seguimos ninguém
Porque nos apossamos da
missão
E nos tornamos deuses de nós
mesmos.
Ah, coerência, onde estás?
Quando promovemos encontros
e mais programas
Para repetir um discurso
que custamos a colocar em
prática.
E defendemos rituais
E nos desdobramos em
acusações
Sobre os que não mantém os
mesmos costumes
E tradições
E culpamos a modernidade, os
tempos, as eras,
As tecnologias
Pelos erros que escondemos
sob nossa religiosidade.
A capa de santidade está
dobrada
Deixando à mostra nossa
vergonha,
Nossa deslealdade.
Coerência é o que nos falta
Quando promovemos mudanças
Sob as quais não nos
rebaixamos
E falamos em nome de todos
Como se conhecêssemos as
vontades
E falamos em nome de Deus
Como se fôssemos espelho.
Coerência é o que falta
Quando o poder nos corrompe
Quando escondemos os medos
Quando construímos muros
Em vez de pontes.
Angela Natel – 20/05/2017
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