Deus está morto ("Gott
ist tot" em alemão) é uma famosa citação do filósofo alemão Friedrich
Nietzsche (1844-1900). Aparece pela primeira vez em A gaia ciência e se tornou
popular em uma de suas mais famosas obras, Assim falava Zaratustra.
O erudito filósofo, filho de pastor protestante, não quis dizer o que comumente as pessoas acreditam significar a frase, isto é, simples expressão do ateísmo. Seria uma atitude grosseira pretender afirmar especulativamente a morte de Deus. Só morre alguém que existe, e se um dia Deus existiu, por ser eterno, não pode morrer. Se nunca existiu não há como morrer. O sentido da máxima “Deus está morto” tem uma conotação simbólica. Ela sintetiza uma relação histórica entre Deus e o homem. Nesse enfoque o que perece é a crença do homem em Deus e o que a ele estava vinculado.
Dentro do contexto da época, a morte de Deus foi uma crítica sobre a história do pensamento humano. Para o filósofo a história do pensamento humano foi engendrada por uma interpretação socrático-platônica, ou seja, fomos vítimas de uma interpretação. A ideia que o pensamento é superior ao corpo e que o mundo não é somente o que vivemos influenciou o pensamento ocidental, inclusive o cristianismo.
Por ter nascido em uma cultura cristã e estar imerso entre a modernidade, cristianismo e o pensamento arcaico, criou-se uma “guerra de pensamentos” na cabeça do filósofo. Ele cita, “não sou humano, sou uma dinamite” (o que fez explodir um pensamento rico para a época). A dinamite explodiu no mundo moderno. Para ele a história do pensamento humano era a história da negação da vida. A construção de um modelo de homem que nunca existiu e nem existirá.
O erudito filósofo, filho de pastor protestante, não quis dizer o que comumente as pessoas acreditam significar a frase, isto é, simples expressão do ateísmo. Seria uma atitude grosseira pretender afirmar especulativamente a morte de Deus. Só morre alguém que existe, e se um dia Deus existiu, por ser eterno, não pode morrer. Se nunca existiu não há como morrer. O sentido da máxima “Deus está morto” tem uma conotação simbólica. Ela sintetiza uma relação histórica entre Deus e o homem. Nesse enfoque o que perece é a crença do homem em Deus e o que a ele estava vinculado.
Dentro do contexto da época, a morte de Deus foi uma crítica sobre a história do pensamento humano. Para o filósofo a história do pensamento humano foi engendrada por uma interpretação socrático-platônica, ou seja, fomos vítimas de uma interpretação. A ideia que o pensamento é superior ao corpo e que o mundo não é somente o que vivemos influenciou o pensamento ocidental, inclusive o cristianismo.
Por ter nascido em uma cultura cristã e estar imerso entre a modernidade, cristianismo e o pensamento arcaico, criou-se uma “guerra de pensamentos” na cabeça do filósofo. Ele cita, “não sou humano, sou uma dinamite” (o que fez explodir um pensamento rico para a época). A dinamite explodiu no mundo moderno. Para ele a história do pensamento humano era a história da negação da vida. A construção de um modelo de homem que nunca existiu e nem existirá.
A morte de Deus é anunciada
inicialmente na obra A Gaia Ciência (1882) no aforismo 125:
O homem louco – “Não ouviste falar daquele homem louco que, em plena manhã clara, acendeu um candeeiro, correu para o mercado e gritava incessantemente: Estou procurando Deus! Estou procurando Deus! Então como lá se reunissem justamente muitos daqueles que não acreditavam em Deus, provocou ele então grande gargalhada. (…) O homem louco saltou em meio a eles e disse: nós o matamos, vós e eu! (…) Não sentimos o cheiro da putrefação divina? – também os deuses apodrecem! Deus está morto! Deus continua morto! E nós o matamos! (…) A grandeza deste feito não é demasiado grande para nós? Não teríamos que nos tornar, nós próprios, deuses, para apenas parecer dignos dela?”
O homem louco – “Não ouviste falar daquele homem louco que, em plena manhã clara, acendeu um candeeiro, correu para o mercado e gritava incessantemente: Estou procurando Deus! Estou procurando Deus! Então como lá se reunissem justamente muitos daqueles que não acreditavam em Deus, provocou ele então grande gargalhada. (…) O homem louco saltou em meio a eles e disse: nós o matamos, vós e eu! (…) Não sentimos o cheiro da putrefação divina? – também os deuses apodrecem! Deus está morto! Deus continua morto! E nós o matamos! (…) A grandeza deste feito não é demasiado grande para nós? Não teríamos que nos tornar, nós próprios, deuses, para apenas parecer dignos dela?”
O homem louco entendeu que o
pensamento moderno tinha tirado o trono de Deus na medida em que os homens
rejeitaram as explicações teológicas e passaram a acreditar na razão enquanto
divindade. Nesse sentido, Deus apenas perdeu o trono para o “deus Razão”. Da
mesma forma, esta mesma razão era usada como fio condutor pelos ateístas para
desapreciar as religiões; contudo Nietzsche também atingiu os ateus, pois eles
deixaram de crer em Deus e passaram a crer na razão.
Nietzsche revelou-se quase que um “profeta” de um momento que viria a se instaurar: o contexto atual que uns chamam de pós-modernismo, isto é, uma época marcada pelo “nada”. Nem Deus e nem Razão, o Nada e o Vazio são características do pensamento do homem atual. Não nos importamos com o conhecimento enquanto busca de sentido e superação num fazer-desfazer criativo da vida.
Nietzsche revelou-se quase que um “profeta” de um momento que viria a se instaurar: o contexto atual que uns chamam de pós-modernismo, isto é, uma época marcada pelo “nada”. Nem Deus e nem Razão, o Nada e o Vazio são características do pensamento do homem atual. Não nos importamos com o conhecimento enquanto busca de sentido e superação num fazer-desfazer criativo da vida.
Os problemas existenciais e as
angústias dos homens são “acobertados” em nome do homem liberal que só tem
tempo para o trabalho e acúmulo de riquezas. Buscamos aquele “conhecimento
receituário”, instantâneo, dos cursos técnicos e operacionais que formam cada
vez mais “especialistas” que só conseguem perceber o mundo sob a ótica de sua
lente. Somente buscamos consolo nas mercadorias de tal forma que nossa felicidade
sempre está na vitrine e nunca conosco, somos “isso” ou “aquilo” dependendo do
que consumimos.
O alvo da crítica de Nietzsche
à metafísica encontra-se em Sócrates e Platão. Estes são responsáveis pela
criação do mundo fictício e adotado como verdades eternas e imutáveis. A
estrutura metafísica dualista da concepção filosófica de Platão instala-se no
cristianismo que, para Nietzsche, nada mais é do que um “platonismo para o
povo”. No cristianismo “platonizado” Deus vai ser a personificação do supra-sensível.
Deus será agora o verdadeiro ser e tudo o que a ele for aliado será eticamente
bom. Da união entre platonismo e cristianismo que se constitui e se fundamenta,
segundo Nietzsche, a cultura ocidental. Dessa forma, o louco não fala do Deus
de quem tem fé, mas sim do que Deus representou e significou para a cultura
enquanto crença coletiva. Ali onde Deus estava no centro do conhecimento e da
moral, há agora um grande vazio. Tanto a ciência quanto a filosofia dispensaram
e tornaram irrelevante a idéia de Deus. Nesse sentido o dito de Nietzsche é
muito mais profundo do que uma simples confissão de ateísmo. Trata-se antes de
um assassinato e não de uma promulgação de não-existência. No aforismo referido
a palavra “acontecimento” é como uma chave para essa interpretação. “Esse
acontecimento enorme está a caminho, ainda anda: não chegou ainda aos ouvidos
dos homens”. Trata-se, pois, de um acontecimento histórico, um evento da
modernidade, mesmo que os homens não tenham plena consciência disso e que ao
louco cabe anunciar. É sobre um transfundo histórico que a parábola ganha
significação. É por isso que o louco grita: “Nós o matamos – vocês e eu. Somos
todos seus assassinos!”
Professor Jeferson Albrecht
http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/3443351 acessado em 27/04/2015.
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