Talvez aquilo
que você entenda como suas mais bonitas qualidades, não seja percebido da mesma
forma por outras pessoas
Talvez aquilo que você não veja como problemático, outras pessoas percebam
assim
Nesse encontro entre o que pensamos que somos e as percepções das demais
pessoas sobre nós, pode haver uma grande surpresa
O que fica disso, é que não temos como controlar completamente os motivos pelos
quais as pessoas se aproximam e se afastam de nós, sobretudo se lembramos da
dimensão estrutural e coletiva das opressões
Por isso, não tentar descobrir individual e exaustivamente essas razões, pode
nos auxiliar a melhor celebrar as permanências que recebemos, mesmo que essas
também possam ser passageiras
Sem ficar dando tanto espaço às vozes que, a despeito da alegria e saúde
daquele vínculo, dizem que aquela relação não combina ou não faz sentido, que
seria melhor se fosse com outra pessoa, em outro momento e assim por diante
Não subestimemos o amor que recebemos tentando colocar nele nossas próprias
explicações: nem mesmo de nossos próprios desejos temos total transparência,
quanto mais sobre os dos outros
Não é porque não sabemos esmiuçadamente todas as razões do amor que deixamos de
vivê-lo, senti-lo, desejá-lo: há sempre algo que nos excede, que é um sim e
pronto.
"A veces,
al doblar una esquina
o al cruzar una calle,
me ha llegado,
no sé de dónde,
una racha de felicidad.
La he recibido con humildad
y agradecimiento,
y no he tratado de explicármela,
porque sé que a todos nos sobran los motivos de tristeza".
— Jorge Luis Borges
Geni Nuñez -
@genipapos no Instagram
Assista a live “Descatequizar para descolonizar”, com Geni Nuñez em meu canal
no Youtube (Angela Natel) -
https://www.youtube.com/watch?v=mhtXVH-kO3I&t=2113s
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