quinta-feira, 3 de agosto de 2023

A importância de expressar o reconhecimento na produção da saúde.

 


Quando uma criança faz um desenho e corre para mostrá-lo às pessoas queridas, ela quer criar um vínculo, espera ser vista, amparada, reconhecida. Ela se fortalece e cresce com mais saúde quando recebe essa atenção, carinho e suporte.
Infelizmente, nem toda criança vive isso. Pelo contrário, muitas são cobradas a produtividades cruéis e mesmo superando as expectativas sobre elas, seguem sendo tratadas como se nada tivessem feito, como se fosse sempre o mínimo.
Algumas só são percebidas quando falham, erram, quando não dão conta das demandas exigidas pela família e pela sociedade dominante.
Essa sensação de insuficiência e frustração pode acompanhar a pessoa na vida adulta e continuar a lhe trazer outros sofrimentos.
É muito bonito ver o quanto, apesar de todas as violências, muitas dessas pessoas conseguem cultivar um cuidado e generosidade em seus laços afetivos, buscando não repetir e repassar o que sofreram. Ou pelo menos tentam reduzir os danos do que viveram.
Essa tarefa não é individual, pois toda saúde é coletiva.
Por isso, a nível micro e macro é fundamental que a gente consiga exercitar o reconhecimento em nossas relações.
Quem escolhe continuar em nossas vidas, quem escolhe dividir o tempo, a escuta, a viagem, o cotidiano conosco não nos faz um favor, é verdade, mas nos presenteia consigo.
Que, para além dos processos de criticar o que ainda não conseguimos, de pontuar nossas limitações, que possamos também abrir espaço para reconhecer os passos que temos dado.
E dizer, ao outro e a si:
Eu reconheço seu esforço.
Percebo o quanto você está tentando todos os dias (ou quase) lidar com seus fantasmas, medos e anseios de um jeito não destrutivo.
Reconheço o quanto você é corajoso em olhar para seus medos .
O quanto é corajoso em reconhecer quando não consegue algo, quando não dá conta.
Reconheço o quão criativo você tem sido em refazer suas rotas
Reconheço sua atenção, carinho, presença.
Reconheço que você é uma pessoa, que é gente.
Que tem o direito de estar aqui, tanto quanto uma joaninha ou uma capivara.

Geni Nuñez - @genipapos no Instagram
Assista a live “Descatequizar para descolonizar”, com Geni Nuñez em meu canal no Youtube (Angela Natel) -
https://www.youtube.com/watch?v=mhtXVH-kO3I&t=2113s 


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A importância de expressar o reconhecimento na produção da saúde.

 


Quando uma criança faz um desenho e corre para mostrá-lo às pessoas queridas, ela quer criar um vínculo, espera ser vista, amparada, reconhecida. Ela se fortalece e cresce com mais saúde quando recebe essa atenção, carinho e suporte.
Infelizmente, nem toda criança vive isso. Pelo contrário, muitas são cobradas a produtividades cruéis e mesmo superando as expectativas sobre elas, seguem sendo tratadas como se nada tivessem feito, como se fosse sempre o mínimo.
Algumas só são percebidas quando falham, erram, quando não dão conta das demandas exigidas pela família e pela sociedade dominante.
Essa sensação de insuficiência e frustração pode acompanhar a pessoa na vida adulta e continuar a lhe trazer outros sofrimentos.
É muito bonito ver o quanto, apesar de todas as violências, muitas dessas pessoas conseguem cultivar um cuidado e generosidade em seus laços afetivos, buscando não repetir e repassar o que sofreram. Ou pelo menos tentam reduzir os danos do que viveram.
Essa tarefa não é individual, pois toda saúde é coletiva.
Por isso, a nível micro e macro é fundamental que a gente consiga exercitar o reconhecimento em nossas relações.
Quem escolhe continuar em nossas vidas, quem escolhe dividir o tempo, a escuta, a viagem, o cotidiano conosco não nos faz um favor, é verdade, mas nos presenteia consigo.
Que, para além dos processos de criticar o que ainda não conseguimos, de pontuar nossas limitações, que possamos também abrir espaço para reconhecer os passos que temos dado.
E dizer, ao outro e a si:
Eu reconheço seu esforço.
Percebo o quanto você está tentando todos os dias (ou quase) lidar com seus fantasmas, medos e anseios de um jeito não destrutivo.
Reconheço o quanto você é corajoso em olhar para seus medos .
O quanto é corajoso em reconhecer quando não consegue algo, quando não dá conta.
Reconheço o quão criativo você tem sido em refazer suas rotas
Reconheço sua atenção, carinho, presença.
Reconheço que você é uma pessoa, que é gente.
Que tem o direito de estar aqui, tanto quanto uma joaninha ou uma capivara.

Geni Nuñez - @genipapos no Instagram
Assista a live “Descatequizar para descolonizar”, com Geni Nuñez em meu canal no Youtube (Angela Natel) -
https://www.youtube.com/watch?v=mhtXVH-kO3I&t=2113s